Capítulo 23 - Bianca
Eu não sei o que está acontecendo com Eduardo hoje, mau vou confessar que até que eu estou quase gostando.
Aquela mocreia velha sentada na minha frente está me enchendo a paciência, a pouca que eu tenho, se é que algum dia tive uma.
Como se não bastasse à mãe ser essa víbora, a filha também segue o exemplo, quem diria que a louca da hora que eu cheguei era filha dessa tal de Juliete.
Deveria ter desconfiado o olhar esnobe e o nariz empinado é idêntico.
- Fiquei sabendo que a Becca fez o teste para aquela agência famosa. - Dona Sophia tenta encerrar o silêncio desconfortável que havia se instalado.
- Sim, minha filha é meu orgulho. - ela repete claramente tentando me fazer inveja - Certeza que ela vai conseguir passar, ela tem tudo para ser uma estrela das passarelas, é bem formada, bem familiarizada, Tem a pele ideal para o trabalho e tem talento, o que não é uma dadiva fornecida a todos - ela me olha jogando indireta que eu respondo com um grande sorriso.
- Realmente. Sabe o que também não é uma dadiva vivenciada por todo o respeito e o senso, olha se eu fosse você me preocuparia porque são duas coisas que obviamente lhe falta.
- Escuta bem garota, você é uma intrusa no nosso meio e... - a interrompi, eu que não me desataria a me submeter a essa mulherzinha.
- Escuta bem a senhora. Eu não sei o que eu fiz que lhe desagradasse tanto, más eu não vou ficar escutando desaforo quieta não. Então eu sugiro que selecione bem suas palavras, porque eu não faço o tipo que escuta calada. Ok? - Chega minha paciência tem um limite, e essa senhora se excedeu. A única coisa que lamento é o fato de estar na casa do Sr. Ricalde que sempre foi bom para mim, e a dona Sophia me recebeu tão bem que... eu não posso continuar com esse vexame os envergonhando, não eles que foram gentis comigo.
- Que tipo de visita que recebe em sua casa Sophia, esperava mais de você. - ela vocifera com desdém
- Realmente. - Concorda Sophia, e eu percebo nesse mesmo instante que acabei com qualquer chance de causar uma boa impressão nessa família. A reação de Sophia causa um ar satisfeito em sua amiga - Tenho que concordar que tipo de pessoa tem recebido em minha casa, uma pessoa sem escrúpulos algum, sem noção de boas maneiras e sobre convivência em sociedade...
- Mãe. Sophia! - Eduardo e Carlos tentaram intervir as palavras de Sophia. Nem isso refreou suas palavras
- Uma pessoa rasa, uma mulher que não sei como assim que bati os olhos não vi que preconceituosa. Eu realmente esperava mais de você Juliete - O olhar de espanto de todos calou a mesa.
- Como é? Você estava falando de mim? Eu sou sua amiga Sophia, desde que mudou para esse condomínio.
- Justamente por isso! Pergunto-me como não notei antes essa sua insensibilidade em relação ao mundo.
Tudo bem que eu gostei das palavras dela não serem direcionadas a mim, e bem que gostei dela ter colocado a perua no lugar dela, más elas são amigas e eu não posso entrar no meio da amizade delas, amizade que estava formada antes mesmo de se darem conta da minha existência.
- Eu estou muito grata. - Falei antes que elas continuassem - Muito obrigado pelo jantar e por me acolher mesmo sem me conhecer, eu estou realmente muito grata e mesmo com dados acontecimentos, quero que desconsidere essa infeliz parte do jantar e converse com sua amiga.
- Que conveniente! Você implanta a semente da discórdia, e depois foge como se não fosse você o real motivo disso tudo. Pois saiba que antes de você chegar, nós nunca havíamos brigado. Essa sua cara de sonsa e dissimulada não me enganam garota.
Eu não vou alimentar essa discussão besta e sem necessidade, se ela quer discutir que faça isso sozinha, ela e a consciência obscura dela. Antes que eu tome algum posicionamento um mal estar caí sobre mim, com certeza uma queda de pressão devida à gravidez.
- Eu vou dar uma arejada na cabeça. Com licença. - Me retirei e comecei a andar em qualquer direção da casa, encontrando o Jardim da parte atrás da casa onde eu havia servido as mesas no dia da festa que me trouxe a esse lugar.
Com todos os problemas que eu estava passando aquele dia eu não havia notado como esse lugar é lindo. É tão enorme, que cabe até 5 apartamentos iguais ao meu atual. Por todo os lados que eu olho tem flores dos mais variados tipos, estou tão distraída que acabo não notando uma segunda pessoa no local.
- É lindo! - me viro assustada e percebo que era o Felipe parado ao meu lado direito
- É perfeito! - continuo a olhar
- Um ambiente perfeito para a pergunta que eu quero te fazer... - o olho desconfiada, que pergunta que ele poderia me fazer que seria propicio a esse ambiente.
- O que você está aprontando Felipe? - perguntei
- É que bem...eu sei que a gente não tem tanto tempo de amizade, mais eu acho que posso nos chamar de íntimos certo? - assenti com a cabeça, Felipe sabia mais de mim do que a maioria das pessoas nem desconfiavam, a inseminação, por exemplo, era uma delas. - No começo, assim que bati os olhos em você andando perdida pela rua eu soube que você era confiável, por isso eu te ajudei, eu sei como é difícil ser o novato mesmo na presença de pessoas boas e na presença de pessoas como o Eduardo.
Eu senti um pouco de desprezo no nome do Eduardo, mas resolvi deixar quieto, más o jeito como ele sugeriu que o Eduardo era uma pessoa ruim me incomodou, talvez seja o fato de ele ter sido gentil comigo hoje tenha lhe contado alguns pontos.
- Ele não é uma pessoa ruim, talvez um pouco conturbado admito, más ele não é uma pessoa - Não sei ao certo porque defendi o Eduardo, más ele interviu quando aquela mocreia velha estava me insultando também, acho que defende-lo era meio que um acerto de contas.
- Vocês são amiguinhos agora? - sua voz carregava um certo ponto de raiva
- Não porém eu não vejo lógica para atacar alguém sem motivos. - respondi
- Sem motivos?...isso não pode ser real, fala sério Bianca ele te empurrou para te afogar e você diz que não tem motivo? - sua indignação era palpável
- E isso foi a mais de um mês. Eu vou fazer o que me corroer guardando sentimentos? Ou eu vou me vingar e me igualar ao nível dele?
- Eu só queria te lembrar, que ele é o errado da história.
- E desde de quando tem certo e errado?
- Essa conversa não está indo pelo caminho que eu esperva. - ele lamentou
- Ok. Vamos esquecer esse assunto e faz sua pergunta - o incentivei a esquecer essa mini discussão que estava para se iniciar.
- Enfim...- ele se virou de frente para mim e pegou minhas mãos - eu estou gost...
- FELIPE! - uma voz o chamou de dentro da casa antes que ele complete sua fala, o que o faz revirar os olhos.
- Eu já volto não saí daqui. - ele foi em direção ao chamado enquanto eu observava mais as flores.
Andei mais a frente e observei uma fonte cercada por um arabesco de rosas sortidas no seu tom clássico, o vermelho e um rosa bebê, eu estava maravilhada, era uma das coisas mais bonitas que eu já vi.
Fiquei tão inerte nos meus pensamentos que nem notei uma nova presença, más eu reconheci pelo cheiro inconfundível de perfume caro. Eduardo
- Minha mãe adora jardinagem - ele iniciou um assunto - Foran meses para deixar do jeitinho que ela queria.
- Não julgo, faria o mesmo. Eu também amo jardins - respondi
- Era um sonho de criança dela. Minha mãe nunca foi afortunada, sua condição financeira melhorou depois do casamento com meu pai, más não pense que ela é interesseira. Ela ama realmente meu pai. - Posso estar parecendo uma idiota, más achei fofo a meneira que ele defendeu a imagem da mãe, mesmo não sendo necessário.
- Interesseira é a última coisa que eu pensaria da sua mãe, não depois de hoje. Esse jantar foi bastante esclarecedor. - disse
- Por quê? - Seu rosto expressava sua duvida.
- Quando eu te conheci eu percebi o jeito que você era, me refiro aos seus "critérios" pessoais, más quando eu conheci seu pai eu fiquei com uma dúvida e hoje conhecendo sua mãe eu tive uma confirmação das minhas suspeitas. - Falei deixando de fora um ponto e que se eu o conheço minimamente, vai ficar curioso para saber.
- E que certeza é essa que minha família te concluiu? - sua curiosidade estampada no seu rosto me divertia.
- Que você veio com defeito! - Comecei a rir das minhas próprias conclusões.
- Nossa como você está engraçadinha HAHAHAHA, estou morremdo de tamto rir - sua reação só me fez rir mais ainda
- Acho que é o ambiente, as flores estão me alegrando. - falei ao controlar o meu riso.
- Você realmente gosta de flores? - perguntou
- Sim, bastante. Assim como a sua mãe eu tenho um enorme desejo de ter um jardim em casa. - Respondi sincera
- Eu vou te mostrar um lugar - Ele saiu andando mais adiante do jardim, e antes que eu percebesse eu o estava o seguindo, passamos por um caminho de ladrilhos cercado por flores e grama baixa, assim que chegamos ao lugar destinado eu não pude controlar o ar de exclamação.
Era Perfeito!
Nunca pensei que fosse dizer isso, mais seguir Eduardo foi uma das melhores escolhas desta noite, o lugar que chegamos era a espécie de Jardim secreto, ele ficava atrás do muro de arbusto do outro jardim e analisando aquele lugar, eu entendo o porque dele ser tão escondido.
Tinha uma espécie de lagoa rasa com peixinhos laranjas e amarelos e ao lado dessa "lagoa" havia uma bombar de ar para os peixes, aquele lugar tinha concerteza todas as espécies de flores já encontradas, e tudo harminiza tão bem com o ambiente, as cores estão estrategicamentes distribuídas, tem uma mesa e bancos grossos feitos de troncos de árvore coberto por uma "telha" de folha de palha, acima da mesa tem um lustre que tem um perfeito contraste com o ambiente.
Como se não bastasse essa mesa, ainda havia uma maior do mesmo estilo maior, ideal para um banquete próxima ao muro de pedras grandes
Eu achei que aquele lugar era o nosso destino final, más percebi que não quando Eduardo voltou a andar me dando a impressão de que paramos esse meio tempo para eu admirar o quanto a mãe dele é criativa, e me surpreende ela fazer isso tudo em alguns meses, eu levaria no mínimo uma década e ainda assim não sairia tão pefeito. Eduardo fez uma curva sumindo atrás das plantas e eu o segui por uma escada perfeita cercada de flores
***
(Ps: imaginem que está de noite)
***
Confesso que mesmo sendo bonita essa escada era longa de mais para minhas pernas cansadas, porém subir essas escadas foi um esforço que valeu a pena, era um lindo e enorme Deque de madeira iluminado, por luminárias laterais que deixava o ambiente totalmente acolhedor, do lado direito havia uma estante de madeira que portava duas fileiras de suporte de adega fechadas com vinho e champanhe e as demais prateleiras com livros de varios temas e épocas.
Ali tinha de tudo que você pudesse imaginar um frigobar regido de bastante comida e até mesmo um fogão a lenha do lado esquerdo onde havia uma mini cozinha. O chão estava repleto de almofadas grandes e aparentemente confortáveis o suficiente para fazer de colchão e como se não bastasse tinha um sofá redondo de balanço virado para frente.
Eduardo caminhou até lá e se sento virando para frente e com um leve manear de cabeça quase que imperceptível ele me chamou para sentar também e assim que me sentei e olhei para frente eu percebi qual era a oitava maravilha do mundo, sentada na cadeira olhando lara frente eu conseguia ver toda a casa dos Ricalde e dos seus vizinhos, e eu imaginava se eles tinham um jardim tão perfeito quanto esse, o que eu duvido porque sem duvidas esse é o jardim mais bonito do mundo.
- O que achou? - Eduardo quis saber.
- Que de agora em diante minha meta de vida é ter um Jardim tão perfeito quanto esse.
- Eu amo esse lugar, porém não teria a mesma paciência que minha mãe teve se dedicando a esse lugar.
- Você pretende ter uma casa ou quer viver sempre em apartamento? - meu lado curioso quis saber.
- Não vejo motivo para comprar uma casa, estou feliz com o meu apartamento do jeito que está.
- Eu não digo agora e sim futuramente para quando formar sua própria família.
- Eu sempre vou ser sozinho, não tenho saco para isso. Vai ser só eu...e o bebê.
Sem entender bem o motivo uma satisfação estranha inundou dentro de mim ao ouvir Efuardo incluir o bebê que no começo ele tanto desprezou.
- Quais são os seus planos para o futuro? - Agora ele estava sendo curioso
- Primeiro de tudo é ser capaz de dar boas condições para minha mãe ela já sofreu muito nessa vida, eu quero poder retribuir tudo o que ela fez e aguentou por mim. - respondi - Depois que eu consegui estabilizar ela eu quero poder dar início no meu doce sonho de ser uma grande confeitera.
- Tá aí algo que eu não sabia sobre você. Sempre pensei que você fosse querer ser juíza, advogada ou qualquer outra coisa assim.
- A questão é que você não sabe nada sobre mim, assim como eu não sei de você. - o encarei nos olhos
E por alguma razão eu não consegui desviar meu foco e nem ele o fez, o que fez nós ficarmos fazendo trocas de olhares involuntárias, quando eu o percebi inclinar o corpo para frente e por alguma razão não consegui recuar.
Estavamos muito perto um do outro, tipo muito perto a poucos centímetros, minhas mãos começaram a suar e meu coração disparou fortemente e eu não sei se foi pelo fato dele ter sido gentil comigo, o ambiente que deixou tudo muito romântico ou se é a gravidez despertando meu módulo carência
Nossas bocas estavam muito proximas, quandi um alerta vermelho piscou no meu cérebro me lembrando as diversas formas como aquilo era errado
- EU ACHO QUE ESTÁ NA HORA DE IR! - gritei assustando até a mim mesma, levantei e praticamente corri de volta para casa.
Eu não sei o que estava acontecendo a gora a pouco, mais isso nunca, nunca, NUNCA mais pode voltar a se repetir.
***
Beijos e até o próximo capítulo
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Santos
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