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9 dicas para escrever diálogos melhores

UM DIÁLOGO BEM CONSTRUÍDO PODE SER O PONTO-CHAVE PARA CAPTAR A ATENÇÃO DO PÚBLICO. Contudo, eu percebo que muitas pessoas têm dificuldades em conduzir um diálogo de forma fluída. À princípio, eles parecem fáceis, pois, em teoria, "é apenas uma conversa". No entanto, quando você tenta transcrever falas do mundo real para o meio escrito isso pode se tornar uma dor de cabeça. Sim, ainda é uma conversa. Porém, quando está no contexto de uma narração, ela precisa de um polimento até chegar ao ponto ideal.

Antes de nós começarmos com as dicas, eu quero deixar aqui duas "dicas extras" que embasam todas as outras nove.

Em primeiro lugar, VOCÊ PRECISA LER. "Ah, mas isso é óbvio!", você pode dizer. OK. Mas a jogada aqui é LER DE FORMA CONSCIENTE. Pegue um livro, um bom livro, e perceba como o autor, a autora, construiu aquele diálogo, como faz a narração entre as falas, quais ferramentas de pontuação foram usadas. Você vai fazer isso e vai copiar esse estilo para aprender na prática.

Faça esse exercício de percepção com vários autores e autoras. Não precisa publicar esse "texto-teste". O importante é você se acostumar a fazer e aos poucos descobrir tua própria voz narrativa.

Em segundo lugar, ESCREVA. "Rá, mais uma dica óbvia!". Não tão óbvia assim, pequeno falador. Muitas pessoas têm verdadeiro pavor de escrever diálogos e isso faz com que elas criem histórias que são 90% descrição e narração, evitando diálogos. Coloque uma coisa na cabeça: você precisa TREINAR, você precisa ESCREVER e, acima de tudo, VOCÊ VAI ERRAR. Nenhum grande autor, nenhuma grande autora começou os primeiros textos fazendo bons diálogos. E tudo bem. A diferença é que essas pessoas fugiram da farsa da perfeição: elas erraram, respiram fundo e tentaram de novo. E de novo e de novo.

Aí você pode perguntar: "Tá, mas como eu sei que os meus diálogos estão no ponto certo?"

Pois bem, vou te responder isso nas nove dicas abaixo. Vamos lá?

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1. Observe as pessoas ao teu redor

Escrever diálogos é, essencialmente, um exercício de observação. As pessoas falam de formas diferentes, com ritmos, gírias, pausas que revelam traços de suas personalidades. Há pessoas que falam mexendo as mãos, outras não fazem contato visual. Pessoas gaguejam, têm tiques, erram as conjugações verbais, ficam travadas... Sabe aquele amigo que nunca termina uma frase sem um "tá ligado"? Ou aquela tia que fala "meu filho" três vezes em cada sentença? Esses detalhes são ouro e você precisa incorporar aos teus textos.

Exercício: vá para um shopping, uma praça, tua escola ou universidade, ou até mesmo um ônibus lotado. Ouça (discretamente, por favor!) e tente anotar fragmentos de conversas. Não precisa ser fiel à realidade, mas absorva a cadência. Como eles começam e terminam as frases? Eles interrompem uns aos outros? Como é o contato visual? Como é a movimentação corporal? A partir disso, quando chegar em casa, com calma, crie um diálogo curto usando o que você captou.

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2. Deixe a conversa fluir

Nem todo diálogo precisa ser direto ao ponto, estático, formal, rígido. Na vida real, as pessoas divagam, abrem parênteses, conversam sobre outras coisas enquanto buscam o tema central da conversa. Por exemplo, um diálogo sobre comprar pão pode revelar o embate profundo entre um pai e um filho por causa do carro. Isso cria autenticidade, um diferencial para o teu texto. Agora, um detalhe: as divagações têm que estar alinhadas à personalidade dos personagens e ao contexto geral da trama.

Dica prática: comece uma cena com o objetivo de revelar algo importante sobre a trama. No meio do diálogo, deixe os personagens desviarem um pouco do assunto, devanearem, falar sobre outros temas, fazer comentários. Depois, volte ao tema principal. Esse desvio pode revelar muito sobre quem as pessoas são. É a velha questão de como as entrelinhas falam mais do que as linhas.

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3. Use a variedade de pontuações que temos na Língua Portuguesa

O ponto final é seguro, mas vírgulas, reticências, travessões, exclamações, ponto e vírgula, são temperos para enriquecer qualquer diálogo. Eles controlam o ritmo, dão emoção à cena e conduzem a atenção do público.

Exemplo:
"Eu... Eu não sei se posso te contar isso..." (Reticências passam hesitação)

"Você não acha que já chega? Ãh? Já não basta ter batido nele?" (Interrogação mostra tensão)

"Sai daqui. Sai daqui agora!" (Exclamação traz urgência)

Você percebe? Explore a musicalidade do diálogo. Escrever é como compor uma trilha sonora – cada pontuação é uma nota.

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4. Reescreva os teus diálogos

Se você já leu meus outros guias de escrita, já deve saber que eu insisto muito na questão da reescrita. O que diferencia o mero hobby de escrever de um intuito narrativo mais profissional é a capacidade e o empenho de reescrever. Entenda que o primeiro rascunho do diálogo é apenas um esqueleto. A reescrita é o que vai trazer a carne, o sangue e a vida para essa conversa. Diálogos que parecem artificiais muitas vezes são diretos demais. Reescreva, enxugue o excesso e refine.

Exemplo rápido:
Primeiro rascunho: "Eu estou muito bravo com você, Leon. Isso não foi legal. Nem um pouco."

Reescrito: "Sério, Leon? Você fez isso tudo... Você... Você me fez ficar bravo e agora ainda reclama? Sinceramente, cara, me deixa em paz."

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5. Leitura em voz alta

Ler o diálogo em voz alta é quase um ritual sagrado para escritores. De fato, essa é uma dica que serve para o texto inteiro (em breve, abordarei isso em um capítulo específico). Quando você lê em voz alta, percebe de imediato quando algo soa forçado ou robótico e o que precisa ser mudado. Tenha certeza: se a frase parece estranha na sua boca, vai soar ainda mais estranha na cabeça do leitor.

Dica: leia na entonação que o personagem usaria. Ajuda a entrar na pele dele e ajustar o tom. E ligue o foda-se se alguém reclamar. Uma dica adicional é usar recursos tecnológicos que façam essa leitura em voz alta para você. O recurso "Ler em voz alta" que existe no Word é um exemplo disso.

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6. Faça o balanceamento entre diálogos e narração

Diálogos são poderosos, mas em excesso podem deixar o teu texto parecido com um roteiro. A narração é o respiro, o momento em que o leitor mergulha nas emoções e no cenário. Há uma noção básica que é "diálogos desaceleram o texto, narrações aceleram". Portanto, encontre um equilíbrio, ok?

Exemplo:
Em vez de:
— Onde tu estavas?
— Fui à praça.
— Sozinho?
— Sim.

Adicione um respiro:
— Onde tu estavas?" – Ele se inclinou para frente na cadeira, o punho fechado. O tique-taque do relógio na parede fazia a cabeça estremecer.
— Fui à praça. Só isso... Não posso?
O pai assentiu.
— Pode. Mas tem algo que me intriga: tu fostes sozinho?
— S-Sim... – o adolescente desviou o olhar, brincou com as mãos. Mentir para o pai não era uma tarefa fácil.

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7. Busque leitores betas

Os diálogos podem até fazer sentido para você, mas será que eles fluem para os outros? Será que as pessoas entendem o objetivo daquela conversa? Captam a personalidade dos personagens? Esse é o ponto. Leitores betas são essenciais para identificar falhas, repetições e momentos que não convencem. Às vezes, o feedback mais valioso é: "Não entendi o que esse personagem quis dizer aqui." E outra: não se zangue com a sinceridade. Se você tem uma pessoa que tem experiência narrativa, confie nela e tenha abertura para aceitar as críticas. É importante.

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8. Use verbos dicendi

Verbos dicendi (disse, perguntou, murmurou, sussurrou, gemeu, tremeu, estremeceu...) são ferramentas importantes, mas devem ser usados com moderação. Costumo explicar que o verbo "dizer" é um "verbo guarda-chuva" que pode ser usado em todas as situações, porém, é um verbo vazio. O motivo é simples: se a pessoa está falando, é óbvio que ela está "dizendo". Usar o verbo "dizer", assim, vira uma redundância. Dessa forma, que tal apostar em outros verbos que dão mais movimento ao diálogo? Solte um "rosnou" ou um "gritou" quando alguém estiver bravo, ou um "suspirou" ao final de uma frase mais sentida. Brinque com esses verbos. Só não exagere – um diálogo cheio de verbos extravagantes soa teatral demais.

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9. Diálogos e a personalidade dos personagens

Observe que cada personagem tem uma voz única. Diálogos são uma extensão da personalidade deles. Um adolescente não fala como um professor universitário, um vilão cínico tem um jeito diferente de se expressar do que um herói mais contido, um homem machista trará frases diferentes daquelas ditas por um homem mais consciente, uma pessoa com pouco estudo fala diferente de alguém que tenha mais estudo.

Exercício: pegue uma mesma frase e reescreva de três formas diferentes, adaptando-a para um personagem sarcástico, um tímido e um explosivo — ou variações dessas personalidades.

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Por fim, trago aqui um diálogo presente em um dos contos da minha antologia "FRUTOS MÁGICOS - contos (quase) esquecidos do pomar". Acredito que ele fornece todas essas 9 dicas compiladas para que você entenda na prática como é essa construção:

"[...] Carlos enxugou o suor do rosto, a pele já vermelha debaixo daquele sol de matar qualquer cristão. Olhou ao redor. Os outros trabalhadores do roçado estavam distraídos. Apoiou-se na enxada e respirou, agradecido pela pausa. Chegou até a fechar os olhos.

— Tá doente de novo, né?

A pergunta do neto quase fez Carlos cair para trás. O desgraçado chegara da cidade grande há poucas horas. O idoso olhou para os outros agricultores, desesperado que alguém tivesse notado seu cochilo. Pelo visto, não. Aprumou o corpo e franziu a testa. O pequeno mal batia em seu ombro, mas tinha a língua maior que o mundo.

— Eu... — pigarreou. — Eu fiquei de pé ontonti o dia todo, Sebastião! E onti também! Que merda! Muito negócio pra fazê, tu sabe, moleque faladô! Mariazinha chegô do curral com três quilo de tainha e fui consertá.

— Mas o senhor tá com uma cor diferente... — o menino constatou ao pegar a mão do avô. — Lá na escola, teve um menino que ficou dessa cor. E disseram que ele tava com problema no fígado.

Carlos puxou a mão de volta, num rompante. Tomou a enxada como se fosse um cajado e cutucou a terra.

— Falta de cachaça.

— O menino era só um tiquinho mais velho que eu, vô!

— Pois já devia de tê começado! E pegado na enxada pra vim pro roçado aprendê como é a vida! Eu comecei cedim, cedim, ao invés de ficá enfurnado em banco de iscola. E tô aqui, vivo, na labuta. Foi isso aqui — apontou para a lavoura — que sustentô tua mãe e tu também.

— Eu sei. Mas o senhor tá doente. Mamãe disse que vai levar o senhor pra São Luís quando a gente voltar...

— Quem vai? Ó, menino, quero só vê! Vânia num manda em eu! — Sebastião abriu a boca para argumentar, mas recebeu nos braços um cesto cheio de mandioca. — E tu procura é ajudá invês de ficá falando besteira! Aqui, quem não trabalha não come! Tá muito do mal acostumado! Onde já se viu criar filho macho desse jeito?

— Mas o senhor tá doente, não tá?

Carlos ajeitou o chapéu de palha e deu mais duas estocadas na terra. Sabia que o neto continuava ali ao lado, faminto por uma resposta. Ah, se ele tivesse sido criado ali na roça, que ajudante não seria? Mas não. Tinha virado menino da cidade grande, cheio de frescura e com os olhos atentos a tudo.

O homem parou de resmungar, olhou para o horizonte.

— Todo mundo vai morrê um dia, Sebastião. Tu vai morrê, tua mãe vai morrê e eu vou morrê. E essas planta tudo, e o mundo e até o sol. É a vida. Paciência.

— Mas... — o menino tomou coragem e prosseguiu. — Mas, como mamãe diz, uma coisa é morrer logo de vez, só numa tacada. Seria até um favor. Outra é ficar doente em cima de uma cama dando trabalho pra quem tenta lhe ajudar e o senhor trata pior que cachorro!

E foi embora, envergado devido ao peso do cesto de mandioca e ao peso da raiva. Carlos olhou as costas do neto e pensou na vida. E na morte. E na maldita doença sobre a qual, décadas atrás, a Mãe d'água tinha falado que ele teria no futuro.

O futuro tinha chegado."

***

Obrigado pela leitura! Até o próximo capítulo. Espero ter ajudado! ;-)

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