Introdução
A vida e a morte são irmãs gêmeas, tem quem diga que são um casal, mas gosto de pensar que são irmãs gêmeas, seres que viram do mesmo lugar, que dividiram o nascer e mesmo com todo ódio infantil, continuam juntas, seguindo de mãos dadas, aparando uma a outra quando necessário.
E como boas irmãs que são, sempre pregam peças uma na outra, geralmente atrapalhando os trabalhos, desorientando as tarefas. A vida acende uma fogueira, a morte vem e apaga a mesma, e o Tempo assiste a tudo aquilo com bom humor, aguarda ansioso o sopro do vento, que tem o poder de reacender as chamas da fogueira, ou apagá-la para sempre, deixando nada além de cinzas pelo ar.
Às vezes é a morte quem faz o seu trabalho, e cumpri o maldito dever de sufocar uma jovem garota que ainda era bem jovem e teria muito o quê viver, e aí é a vez da vida pregar sua peça, caminhando pelo leito dos hospitais, pelos becos das comunidades ou pelas rodovias, beijando com ternura a boca daqueles que já não respiravam mais, e assim os devolve o folego necessário para que tudo volte a funcionar, semelhante um carro que pega no tranco quando é empurrado.
Ao fim do dia, Morte e Vida se encontram para uma cerveja, num bar qualquer, num bairro, ao lado de pessoas comuns que nunca fazem a menor ideia da importância daquelas irmãs maravilhosas para o equilíbrio de tudo. E que bom que ninguém as conhecem, assim todos conseguem viver suas vidas da maneira que quiserem, fingindo entre si, mentindo, roubando, matando, e causando dor e sofrimento - especialidade do ser humano. Contudo, a Vida e a Morte veem tudo, e conhece o mais íntimo de nossos pensamentos, por isso o fim de todos é sempre o mesmo, se tornar cinzas ao vento, nada além de cinzas. Por isso, viva o agora, e da melhor forma que puder, abrace, beije e ame, pois nunca sabemos quando a Morte apagará a fogueira que queima forte dentro de si.
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