Passando alguns dias Leonardo levava uma "vida" quase comum, participava das aulas, mesmo que só por presença, se comunicava com seus amigos através de Elizabeth, visitava sempre sua mãe e mesmo sendo uma alma se sentia mais vivo que nunca.

Em um feriado Leonardo, Lívya, Lucas resolvem ir em um acampamento na companhia de Elizabeth, Margarida e Willy. Todos iriam para uma floresta próxima da cidade, pois assim poderiam conversar normalmente sem que outros ficassem olhando. Leonardo é acordado cedo por Lívya que fica brava, pois o garoto não precisaria dormir, mas rapidamente se junta com seus amigos. Todos vão em direção a floresta, mas ao começar a subir Leonardo reclama do corpo mole dos outros.

_ Me acordaram cedo e estão em toda essa lentidão. _ diz Leonardo.

_ Tem cinco minutos que ele não estava tão animado assim. Não estou com pressa de chegar e eles se cansam diferente de você. _ fala Lívya.

_ Então eu poderia dormir muito e depois alcançava vocês.

Os seis continuam andando até encontrar uma grande cachoeira que deixa todos maravilhados com tamanha beleza. Eles montam acampamento no local e logo depois vão para perto da cachoeira.

_ Com certeza vou pular. _ diz Lucas.

_ Eu também vou, faz tempo que não sei o que é um mergulho em uma cachoeira. _ diz Leonardo.

_ Parece que os garotos estão entrando. _ diz Elizabeth.

_ Então eu também vou. _ fala Willy mergulhando.

_ Que água ótima, isso que é uma boa morte. _ fala Lucas.

_ Água está perfeita! _ diz Willy.

_ E vocês não vão entrar? _ pergunta Leonardo.

_ Estou bem aqui. _ fala Lívya.

_ Eu vou, você vem Margarida? _ questiona Elizabeth.

_ Não, pode se divertir, eu vou procurar as coisas para fazer nosso jantar.

_ Podemos fazer isso depois, vamos aproveitar.

_ Podem se divertir, alguém aqui tem que cuidar de vocês.

_ Leo, eu vou ajudar ela, pelo menos tenho algo para fazer. _ diz Lívya seguindo Margarida.

Os quatro ficam na água aproveitando, enquanto Margarida e Lívya preparam as coisas para o jantar. Quando a noite chega eles montam uma fogueira entre as barracas. Enquanto Margarida faz a comida Elizabeth e Leonardo se sentam em uma grande pedra e ficam olhando o céu.

_ As estrelas são lindas, não é? _ pergunta Leonardo.

_ Sim, principalmente aqui. Na cidade não é tão fácil ver as estrelas.

_ São impressionantes.

Elizabeth fica observando Leonardo e os dois ficam conversando por um tempo até que Willy e Margarida chegam até a pedra.

_ Desculpa interromper, mas a comida está pronta. _diz Margarida.

_ Já não era hora. Leo vamos apostar quem consegue comer mais. _ diz Willy.

_ Diz a ele que eu não preciso comer. _ fala Leonardo rindo.

_ Você também não precisa dormir e dorme. _ diz Elizabeth rindo.

_ Me pegou. _ fala Leonardo.

_ Por mais que eu saiba que tem mais pessoas aqui, sentir aquela garota me ajudando me arrepia as vezes. _ diz Margarida.

_ Você se acostuma. _ fala Willy.

Os seis se juntam para o jantar e depois ficam aproveitando a fogueira e conversando sobre vários assuntos. Depois de muitas horas todos entram para as barracas, os garotos em uma e as garotas em outra. Durante a noite começa a ventar fortemente e uma grande escuridão se forma na floresta. Leonardo acorda com cala frio e as meninas dão um grito na outra barraca fazendo com que os garotos vão correndo até a barraca.

_ O que aconteceu? _ pergunta Leonardo.

_ Senti algo rodeando a barraca, uma coisa muito estranha. _ diz Lívya.

_ Tem algo na barraca, senti vários vultos. _ diz Margarida.

_ Pode ser um animal, ou até o barulho das árvores. _ diz Willy.

_ Willy, não tem nada a ver com animal ou planta. É muito diferente disso _ fala Margarida.

_ Elas tem razão. _ diz Elizabeth.

Os seis ficam olhando em volta da barraca, mas não encontram nada. De repente uma voz misteriosa começa a ecoar pela floresta.

_ Leonardo, vim atrás de você! Pensou que eu desistiria tão fácil assim garoto?

_ Essa voz me deu arrepios. Se for alguém, saiba que essa brincadeira é de péssimo gosto. _ fala Margarida.

_ Leo, é seu amigo? _ pergunta Willy.

Leonardo fica pensando, pois sabia que já havia ouvido essa voz em algum lugar, em uma lembrança relâmpago Leonardo se lembra do encontro, então sussurra:

_ Ashtarote?

_ Exatamente garoto, vim te buscar como já havia prometido.

O anjo negro aparece na frente de todos mostrando suas grandes asas fazendo um grande vento. Todos se assustam com a presença do anjo negro que sorri ao ver o rosto em pânico dos amigos de Leonardo.

_ Era esse o barulho. _ fala Margarida.

_ Conseguem ver Ashtarote? _ pergunta Leonardo.

_ Ashtarote? _ murmura Elizabeth.

_ Não sou uma alma como você, eu posso ser visto por qualquer pessoa que eu quiser, além disso, é maravilhoso ver essas carinhas de espanto. _ fala Ashtarote.

_ E o que veio fazer aqui?

_ Pensou que eu desistiria de você garoto?

_ Desistir? Do que está falando?

_ Lembrei! Você é aquele anjo enviado de Lúcifer que tentou levar o Leo para o inferno. _ fala Elizabeth.

_ Me diz que está brincando Eliza. _ diz Margarida assustada.

_ Como você sabe disso? _ pergunta Willy.

_ Leo me contou. _ diz Elizabeth.

Willy se surpreende com a resposta de Elizabeth, mas nada fazia com que o garoto tirasse os olhos do anjo.

_ Por que sua obsessão com o Leonardo? _ pergunta Lívya.

_ Ele é importante para meu mestre, então com certeza irá comigo. _ fala Ashtarote.

_ Ele não vai com você de jeito nenhum, vai incomodar outros, estávamos muito bem sem você. _ diz Lucas.

_ Garoto, você tem sorte que não estou ligando para sua alma, tudo que eu quero é a de Leonardo. Vocês têm uma opinião errada sobre minha casa, então levarei Leonardo para conhecer.

_ Se quiser encostar nele terá que passar por mim. _ fala Elizabeth entrando na frente de Leonardo e segurando a mão do garoto.

_ O que! _ diz Willy surpreso.

Leonardo sorrindo fica na frente de Elizabeth encarando o anjo negro.

_ Dessa vez você não vai enganar ninguém! _ diz Leonardo.