#08- Estou te Sentindo
Leonardo salva Willy de um atropelamento, o garoto consegue ver o amigo por um instante antes de desmaiar e fica bastante surpreso e admirado. Logo a ambulância chega levando Willy para o hospital.
Leonardo, Lívya e Lucas seguem para o hospital, onde os pais de Willy já se encontravam. Leonardo fica observando Willy deitado na cama, pensativo. Elizabeth, Margarida, Wesley, Júlio e Luíza chegam até o hospital e são direcionados ao quarto do amigo, ao chegar Elizabeth vê Leonardo ao lado do amigo e dá um sorriso para o garoto.
_ Impressão minha ou ela sorriu para você? _ pergunta Lívya.
_ Ciúmes Lívya? _questiona Lucas rindo.
_ Idiota, ela não deveria enxergar a gente.
_ Ela conseguiu me ver, é uma longa história. Conto para vocês depois.
Os colegas vão entrando e se sentando nas poltronas que tem dentro da sala. Willy olha e sorri para todos, mas continua sem falar muito.
_ Como ele está? _ pergunta Margarida.
_ Ele está bem melhor, foi um susto apenas. _ fala a mãe de Willy.
_ Mesmo assim ele poderia ser atropelado, a sorte é que o carro conseguiu desviar dele antes que o pior acontecesse. _ diz o pai do garoto.
Elizabeth olha para Leonardo que faz um sinal de positivo, mostrando que havia ajudado.
_ Não precisa seguir o Leo tão rápido, ainda estamos aqui! _ fala Júlio.
_ Você deve estar pior não tendo mais seu companheiro de bizarrice. _ diz Willy.
_ Ser otaku não é bizarro! _ fala Júlio.
_ Eu disse que só tem malucos naquela sala. _ fala Margarida.
_ O importante é que você está bem, só deu um pequeno susto em todos nós, mas tenta se cuidar, não seja distraído. _ fala Luíza.
_ Preste mais atenção, e isso é uma ordem como representantes de turma. _ diz Wesley.
_ Tudo bem representantes. _ diz Willy.
Todos conversam e tentam animar um pouco Willy, mas o garoto depois de um tempo pede uma conversa particular com Elizabeth. Os pais concordam insistindo para que Willy não se esforçasse muito. Todos saem e em seguida Lucas e Lívya também vão saindo, deixando no quarto apenas Elizabeth, Willy e Leonardo.
_ O que quer me falar Willy, se for sobre o Leo eu...
_ Como você vê ele? _ pergunta o garoto ansioso. _ como você vê o Leo?
Elizabeth fica surpresa com a pergunta do garoto e ao olhar ao lado vê a mesma expressão no rosto de Leonardo que parecia não acreditar no que estava ouvindo e então resolve abrir o jogo.
_ Eu não sei direito. A primeira vez que o vi foi em minha casa, mas para ser sincera eu sempre o sentia, eu sentia que ele estava cuidando de mim, mas quando acreditei que era real comecei a o enxergar. Mesmo assim, não sei te dizer totalmente como aconteceu.
_ Então quando você realmente acreditou que ele existia.
_ Eu sei que pensam que sou louca, que é alucinação, mas não é, pelo menos não para mim. Eu sinto ele de verdade!
_ Na hora que o carro ia me atropelar eu consegui ver ele, mas era só uma ilusão, quando eu pensei na morte eu pensei nele, então conseguir enxergar.
_ Eu estava lá! _ fala Leonardo.
_ Ele estava lá. _ repete Elizabeth.
_ Mas ele está morto, como vou acreditar nisso Elizabeth? Eu quero que ele não esteja, sinceramente eu quero, mas a cena dele no caixão...
_ Ele está aqui Willy.
_ Se ele está aqui por que eu não consigo o ver, quero estar com ele, é meu melhor amigo.
_ Então acredite Willy, acredite de verdade.
_ Eu quero, mas eu lembro do caixão, do enterro, do corpo dele sendo lacrado naquele lugar. _ fala o garoto com lágrima nos olhos.
_ Mas ele está aqui!
_ Aqui? _ questiona Willy.
Willy olha para todos os lados do quarto, mas não consegue enxergar nada, o que faz o garoto se sentir mais vazio, Leonardo vendo o estado do amigo começa a falar:
_ Willy, lembra quando a gente era criança e vivia brincando no jardim de minha casa? A gente era super-herói, fazíamos toalhas de capas, tinha as máscaras, a gente até riscava as roupas, o que deixava minha mãe furiosa, mas no fim ela até brincava com a gente. Uma vez você quebrou o braço pulando de uma árvore pensando que iria voar, mas claro que já fiz muita burrada também, mas foi aí que desistiu de ser herói. Nosso gosto para algumas coisas mudou completamente, mas nossa amizade sempre seguiu firme e por isso sempre foi meu melhor amigo.
Enquanto Leonardo falava, Elizabeth repetia tudo deixando as lágrimas cair. Willy ria, chorava, sentia saudades de tudo o que passou com seu amigo, mas o mais importante, sabia que em algum lugar daquele quarto estava Leonardo falando tudo aquilo para Elizabeth.
_ Isso é sério? _ pergunta Elizabeth.
_ O Leo é um idiota, falou que nunca diria nada para ninguém, eu apenas caí e quebrei o braço caindo de uma árvore, essa é a história.
_ Não me deixou escolhas. _ fala Leonardo.
_ Você não deixou escolhas a ele, tinha que ser algo que só vocês sabiam, mas esse segredo está seguro comigo.
_ Mesmo sem te ver, acho que estou te sentindo. Você está na mesa ao lado da Elizabeth. Com certeza escorado nela, você é preguiçoso.
_ Pelo menos agora sabe que eu não sou louca, que não criei alucinação nenhuma.
_ Devo te pedir desculpas. _ fala Willy sem graça. _ E devo te agradecer por ter me salvado Leo. Se não fosse você, eu não estaria mais aqui.
_ Vou chamar o pessoal que está aguardando lá fora, daqui a pouco acaba o horário de visita.
_ Fico feliz que você esteja bem meu amigo. Sinto muito por não ter sentido você antes.
_ Estarei sempre olhando por você Willy!
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