#06- Acreditar
Durante a aula todos ficam bem quietos, nem o professor se atrevia tocar no assunto novamente. Após a aula Willy vai até Elizabeth e a chama para uma conversa pessoal. Margarida mesmo sem concordar de início deixa na amiga ir com o garoto. Willy leva Elizabeth até uma lojinha perto da escola, mesmo depois de os dois estarem sentados fica um grande silêncio deixando Elizabeth mais confusa que estava.
A garçonete pergunta se queriam tomar algo e Willy mais que depressa pede dois capuchinos, escolhendo por Elizabeth também. A garota começa ficam um pouco angustiada com tanto silêncio e resolve perguntar ao garoto:
_ E então Willy, o que você queria conversar?
_ É que não te entendi muito bem, na sala de aula, por que disse que o Leo te salvou? Nós sabemos que ele está morto, fomos no velório dele e no enterro também, além disso, você estava no acidente, então viu com os próprios olhos o que aconteceu. Não existe possibilidade de ele estar vivo, então está brincando com o nome dele?
_ Você sabe que eu não faria isso, eu senti o Leo, ele estava no shopping, ele me salvou.
_ Sentiu o Leo... como pode dizer isso? Não me diga que virou algum tipo de médium, ou está usando magia negra.
A garçonete volta trazendo os dois capuchinos interrompendo a conversa dos garotos, mas após ela sair Elizabeth continua:
_ Não é a primeira vez que o sinto, na minha casa, na rua, eu consigo sentir ele. Não estou mexendo com nada e muito menos me tornando uma médium, mas é como...
_ Se ele tivesse que estar com alguém seria comigo! _ grita Willy dando um soco na mesa. _ Por que ele estaria ao seu lado se eu era o melhor amigo dele e você só uma colega de classe?
_ Desculpa, eu não queria te deixar assim.
Willy fica olhando para todos os lados, tentando não focar em Elizabeth e percebe que as pessoas da loja estavam olhando para mesa que ele estava. O garoto toma o capuchino e deixa o dinheiro na mesa, saindo em seguida. Elizabeth ainda confusa continua sentada com a mão na xícara.
Leonardo, Lívya e Lucas estavam conversando no parque. Ficavam como pessoas normais, tentando se divertir da maneira que conseguiam.
_ Quero fazer uma visita a Elizabeth. _ diz Leonardo em um balanço.
_ Conta uma novidade pelo menos. _ diz Lucas sentado em uma gangorra ao lado.
_ Assim fica parecendo que não paro de ir até lá. O que não é verdade!
_ Pode não ser o que faz, mas com certeza é o que deseja.
_ Cala boca Lucas.
_ Quer companhia? _ pergunta Lívya no balanço ao lado.
_ Não precisa, podem se divertir.
_ Muito bom Leo! Não sei por que a Lívya inventa isso, não quero ficar de vela. Ela parece que gosta disso.
_ Vou indo. Mais tarde encontro com vocês.
_ Só não queria deixar ele sozinho depois de tudo que aconteceu idiota! _ fala Lívya irritada.
Leonardo segue em direção a casa de Elizabeth, mas fica pensando se seria da vontade da garota que ele fosse a ver. Ele sobe até o quarto onde a encontra deitada perdida em pensamentos.
_ Elizabeth, já é a terceira vez que venho em sua casa, espero não estar incomodando ninguém.
Leonardo fica por um longo período de tempo observando a garota deitada, que ficava apenas olhando para o teto ouvindo música.
_ Ela é tão linda, não deve imaginar como fiquei emocionado quando vi que gostava de mangá, pensei que seria um começo para nós, mas infelizmente foi o fim.
_ Preciso tomar um banho, não dá para pensar nisso vinte e quatro horas. _ fala a garota dando um salto da cama.
_ Em que será que ela está pensando? Espera... banho? Tenho que sair daqui.
Elizabeth começa a levantar a camisa, mas Leonardo ao tentar sair nas pressas tropeça em uma cadeira que cai no chão. Elizabeth coloca a camisa rapidamente e fica olhando para o quarto que só tinha a cadeira no chão de diferente. A garota chega perto da cadeira e fica olhando para todos os lados do quarto.
_ Leo, é você?
Leonardo fica espantado com o que acabava de ouvir, pensando em como Elizabeth sabia que ele estava no quarto, justo a garota que o viu morrer.
_ Leo, se for você, por favor, me avise, dê um sinal, qualquer coisa. Só não quero parecer uma louca cheia de paranoias.
Leonardo engole seco, fica pensando no que seria o certo a se fazer, mas abaixa e pega a cadeira colocando-a em pé. Elizabeth dá dois passos para trás surpresa com o que via. Aos poucos a garota começa a ver um vulto se formando próximo a cadeira, ficando cada vez mais claro. A garota dá um grande sorriso admirada com o que estava vendo.
_ É você mesmo! Eu sempre soube, eu sempre acreditei em você! Eu sabia que não estava louca.
_ Como consegue me ver?
_ Eu não sei, eu só queria muito te ver, estava com medo de nunca mais te ver, estava com ódio de você ter morrido, mas você está aqui, está bem.
_ Elizabeth, eu estou morto, ou quase isso. Eu não sei bem as condições que me encontro, mas eu não estou vivo. O que queria entender é como consegue me ver.
_ Eu não sei, eu só queria te ver, acreditar que você está aqui!
_ Acreditar? Talvez seja isso, você sempre acreditou em mim.
_ Sim, mas por que está surpreso desse jeito. Você é só uma ilusão?
_ Não Elizabeth, eu sou real. Não sou como você, mas estou aqui. Eu só não sei explicar direito tudo que aconteceu.
_ Pode me falar o que sabe?
Leonardo se sentou na cadeira e começou a explicar a garota tudo que havia acontecido desde o dia do acidente em que ele morreu. Falando sobre Lívya e Lucas, sobre o shopping e todas as coisas que lhe ocorrera durante todo o tempo em que estava morto. Elizabeth ficava com uma mistura de sentimentos com tudo que Leonardo contava, mas sobressaindo a felicidade de poder estar vendo o garoto novamente.
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