O Garoto Prodígio
Obrigada pela ajuda no capítulo Duarkeh
"Procure alguém que conheça a sua pior versão, mas em vez de ir embora, fique e te ajuda a ser melhor. "
Cristian
Já de manhã levei um sermão dos meus pais que já estavam sabendo a verdade. Algumas lembranças dessa noite invadiram a minha mente.
'' Hoje seria mais uma noite normal de trabalho, se não fosse por aquele idiota de fora da cidade.
Eu não sei como ele veio parar aqui, só sei que por causa dele eu levei um tiro!
Quase todas as noites e quando tem eventos de grande porte eu vendo meus produtos para os viciados em festas, os playboyzinhos são bons clientes e não gastam mixaria e nesse dia não foi diferente.
Passei o dia normalmente no trabalho, para todos os efeitos eu sou o cara perfeito... dedicado ao trabalho e sem defeitos que todos admiram, mas eu me cansei disso! Então resolvi arrumar algo para me divertir um pouco.
Nesta noite eu fui para uma festa que reunia só a nata da sociedade, e estava indo tudo bem até que um cara chegou até mim já um pouco alterado querendo comprar um pino de coca.
— Cinquenta reais — respondi entregando o pino para ele.
— Que roubo hein meu irmão, já arrumei vinte! — O rapaz falou.
— De boa, pode comprar do cara por vinte então... o meu preço é esse.
O cara reclamou um pouco, mas acabou comprando e eu continuei minhas vendas na boa. Dali a poucos minutos o cara volta, e compra mais dois pinos; desta vez ele estava acompanhado de mais dois caras que tentavam aconselhá-lo.
— Brandon vai com calma, cara, vai dar PT daqui a pouco desse jeito — Um cara alto e moreno disse, mas foi totalmente ignorado pelo tal de Brandon.
— Cem reais — respondi não me envolvendo nos problemas daquele garoto, o meu interesse é somente vender.
Os dois se afastam e sigo para o meio da pista de dança, as garotas adoram uma pílula de Ecstasy e ali era o melhor lugar para vender. Me enfiei no meio daquele aglomerado de adolescentes enlouquecidos e fiquei lá por um tempo... consegui fazer muitas vendas, então decidi me divertir um pouco.
De longe vi uma garota muito linda, me lembrava da minha ex namorada e acho que isso me puxou para perto dela. Cheguei sem puxar assunto, apenas dançando junto com ela e ela me dando abertura.
É hoje que me dou bem!
E realmente eu consegui, troquei poucas palavras com ela e já estava aos beijos com ela. Nem sei seu nome ou de onde é, e para falar a verdade isso realmente não me interessava, eu estava a fim de uma diversão e ela estava me proporcionando o que eu precisava.
Até que do nada o desgraçado do tal de Brandon me surge cutucando meu ombro.
— Ei cara, posso falar com você? — O cara disse já alucinado.
— Eu estou meio ocupado aqui, não pode ser depois? — perguntei.
— Não é velho, tem que ser agora — respondeu.
Só pode ser brincadeira!
— Eu já volto, me espera tá bom? — falei no ouvido da garota sem nome, ainda queria me divertir mais com ela.
— Fala cara — falei começando o assunto depois que nos afastamos um pouco dela.
— Cara, eu preciso de mais dois pinos — falou.
Eu sei, não é da minha conta, mas ele já estava tão acelerado se coçando e olhando ao redor freneticamente e em suas mãos já se notava leves tremores.
— Acabou, não tenho mais pino — minto.
— Não, por favor eu preciso... Eu preciso ficar chapado e esquecer a merda dos meus problemas — implorou.
— Na boa, foi mal pelos seus problemas mas não tenho mesmo — menti novamente.
E o que eu achei que seria a solução só piorou ainda mais a situação, o cara começou a ter uma crise de ansiedade ali mesmo na minha frente. Colocava a mão pelos cabelos em desespero e enfiava a mão nos bolsos por várias e várias vezes e quando eu fui virar as costas para sair de lá ouço gritos histéricos ao meu redor.
Olhei para a garota que ainda há pouco eu estava beijando e ela aponta para trás de mim, e quando eu me viro vejo a cena daquele maluco com uma arma nas mãos apontada para mim.
— Mas que merda é essa cara? — disse incrédulo.
— Me dá a porra da droga, eu sei que você tem! — O idiota berrava, me entregando no meio de toda aquelas pessoas.
— Cala a boca imbecil! — o rapaz falou nervoso.
— Anda, me dê isso logo! —outro rapaz mandou.
Enfiei a mão no bolso e me aproximei dele para entregar o que ele queria, quem sabe assim ele fechava aquela boca enorme, mas não deu tempo. O idiota estava tão nervoso que acabou atirando sem querer e acertou bem no meu peito.
Todos começaram a gritar, as drogas que estavam na minha mão e antes de fugir o infeliz pegou tudo, o que depois eu agradeci já que não consegui fugir e acabaram chamando a ambulância e a polícia.
Sinceramente eu pensei que morreria ali mesmo, a dor era desconcertante e naquele momento eu me arrependi de tudo o que vinha fazendo da minha vida.... Dos caminhos errados que eu vinha traçando à procura de diversão e entre lágrimas perdi o sentido.'''
Resolvi aceitar a proposta de ser treinador substituto na faculdade do meu irmão.
Chris
Admito que era estranho ver meu irmão sendo o centro das atenções e não eu. Ele estava usando uma jaqueta do time de futebol da minha faculdade.
Ele estava usando uma jaqueta do time de futebol da minha faculdade
— O que faz aqui? — perguntei puxando ele para longe das garotas.
— Prazer, sou o novo treinador —respondeu sorridente.
— Está ficando louco? — perguntei irritado.
— Não querido irmão — respondeu — Na hora do intervalo te explico tudo agora vai pra aula — mandou.
Ele tinha razão, o segundo sinal havia tocado. Apenas me despedi dele e fui em direção a minha turma. A aula havia corrido bem apesar de ter tido uma prova surpresa, por sorte conseguiu responder todas as questões.
Finalmente deu hora do intervalo estava morrendo de fome. Meu irmão estava na porta me esperando com duas pequenas marmitas de isopor na mão.
— Vamos? — me chamou.
— Vamos — concordei.
Fomos até perto da quadra agora estava meio vazio já que todos estavam no refeitório. Abrir a marmita vendo que era comida japonesa a minha favorita isso significava que viria uma enorme bomba por aí.
— Porque está invadindo o meu espaço? — perguntei.
— Quero só passar mais tempo com você — respondeu.
— Não acredito nisso — falei cruzando os braços — Escutei a conversa dos nossos pais com você mais cedo o que aconteceu? — perguntei.
— Nada — respondeu seco.
—Nada, o que fez de tão ruim que iria perder o respeito por você? — perguntei.
Ele me olhou surpreso, sei que para mim ele não conseguiria mentir. Desde que éramos crianças ele é a minha caixinha de segredo e eu a dele. Segredos entre nós nunca existiu.
— Não sou o cara perfeito que nossos pais imaginavam — desabafou.
— Não me diga que é um garoto com segredos sujos — falei debochando.
Desde quando éramos crianças, tenho uma imagem perfeita dele. O filho dedicado e confiável quando meus pais saiam ele cuidava de mim me impedindo de fazer festas quando meus pais não estavam. Sempre quis ser que nem ele tivesse terminado o ensino médio um ano antes e logo foi pra faculdade fazendo administração.
Quando ele me conta a verdade sobre o seu passado não pode acreditar que parecia que não era o meu irmão o homem que estava em minha frente.
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