Capítulo 2
Oie!!!
E vamos para mais um capítulo :) Estou corrida, pois tenho trabalhado bastante para entregar Inevitável Dilema o mais breve para vocês ;) hehe
E espero que gostem desse gostinho de Scarlett e Daniel, nosso eterno Mr. M :)
Não deixem de comentar, votar e divulgar por aí :)
Um beijo grande. Amo tus!!
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Scarlett
Daniel amou tanto a lasanha, que está comendo pela segunda vez. Tudo bem que ele é todo grande, repleto de músculos e precisa se alimentar por duas pessoas, mas me surpreendi. Foi a primeira vez que fiz uma lasanha e realmente parece estar uma delícia. Parece... porque eu não consegui dar uma garfada na massa até agora.
A dor melhorou, mas o mal-estar continua, impedindo-me de comer. Estou cutucando a comida para lá e para cá, quando ouço a voz grossa e preocupada chegar até mim:
— Está tudo bem?
Observador ao extremo, é óbvio que ele iria perceber que algo não está bem.
— Tudo. Só estou um pouco indisposta.
Ele bebe o vinho tinto, seus olhos sem deixar os meus, e eu o acompanho a fim de me relaxar. O líquido rubro não desce tão bem como normalmente. É uma droga estar assim. Era um momento nosso, não poderia dar errado.
— Mas o que está sentindo? — insiste.
— Eu não sei... Pode ser o final daquela gripe que peguei na semana passada.
— Humm... Se piorar, vamos ao hospital.
— Uau! Calma, Daniel. Não é nada de mais. Vou melhorar.
— Tudo bem. Só estou dizendo que se você piorar, prefiro te levar ao hospital. Nunca se sabe o que pode acontecer, por se encher de remédios aleatórios, quando pode tomar o certo ao consultar um profissional.
Eu sempre me esqueço de como ele se preocupa e zela por mim, ao extremo.
Recordo imediatamente de um momento complicado, alguns anos atrás, quando precisei ficar no hospital, obra do meu ex-namorado, Paul Mayer — que Deus o tenha. Na época, Daniel e eu estávamos apenas namorando, e ele ficou tão paranoico que mal encostava em mim, cheio de melindres por pensar que poderia me machucar. Foi horrível passar por aquilo tudo, mas ali eu vi o quanto ele me amava e nunca me faria mal, pelo contrário, estaria sempre ao meu lado.
— Tudo bem, amor. Se piorar, nós vamos.
Satisfeito com minha resposta, ele volta a comer.
O enjoo vai diminuindo e me arrisco a comer um pedaço de lasanha. Mastigo por mais tempo do que o necessário, com medo de que não me faça bem, e engulo. Ok, consegui. Que bom! Corto outro pedaço e repito o processo. Ótimo! Acho que finalmente estou melhorando, mesmo que o gosto esteja um pouco sem graça para mim.
Mais animada, sorrio para Daniel e pergunto como foi seu dia.
— Tudo nos conformes. James vai abrir um novo negócio e me perguntou se quero entrar como sócio.
— James também não para, hein? E o que você decidiu?
— Estou pensando.
— Eu esqueço que vocês têm a mesma mentalidade e estão sempre correndo atrás de uma novidade.
— Estou com quase 36 anos, querida. Preciso preparar tudo para quando nossos filhos chegarem. Quero ser um pai presente.
Minha boca se abre levemente e demoro para encontrar minha voz.
— Nossos filhos? — Eu já fico em pânico com a hipótese de ter um filho, que dirá mais!
— Estou supondo que teremos mais de um, mas não é uma imposição, Scarlett. Foi modo de falar.
— Modo de falar? Desde quando você é tão evasivo?
— Eu não sou evasivo, querida. — Com a taça parada no meio do caminho até sua boca, ele pergunta suavemente: — Você mudou de ideia?
— Sobre o quê? — pergunto, bebendo um gole de vinho para me recompor.
— Ter filhos.
— Não é isso. Só tomei um susto com o plural, Daniel.
Ele cai na gargalhada, totalmente relaxado. O peito forte coberto por uma blusa branca de mangas compridas dobradas em seus antebraços firmes. A gola V deixando um rastro de pelos finos à mostra. Sempre lindo demais, o amor da minha vida. Quando me perco nele, apenas o observando, a minha vontade é de gritar e dizer que terei um time de futebol, se ele quiser, mas daí vem a razão, o medo, e acordo para a realidade.
— Minha linda, eu já disse e repito, apesar da minha vontade de ser pai de um monte de filhos, sempre respeitarei o que você quer, afinal, não sou eu quem vai gerar os meus herdeiros, ou melhor, o meu herdeiro ou herdeira. A decisão é sua!
— Às vezes, preciso me beliscar para saber que tudo isso é real. O que nós temos, o seu companheirismo, a sua compreensão... Eu te amo tanto, Daniel Hant.
Meu marido levanta e chega ao meu lado, estendendo a mão para que eu a pegue. O mal-estar não sumiu completamente e sinto uma pontada de dor na cabeça assim que coloco minha mão na sua, mas nada que me impeça de curtir o momento. Acompanho-o até o meio da sala e ao som de I've Got You Under My Skin começamos a dançar.
Nunca vou me esquecer de sua voz entoando esta canção quando me surpreendeu ao pedir a minha mão em casamento, em pleno NYBar, o lugar em que nos conhecemos e que vem a ser um dos seus estabelecimentos.
— Você faz parte da minha pele, do meu ser, Scarlett. — O timbre grave próximo ao meu ouvido me causa arrepios. O incômodo dá lugar à sensibilidade e meus olhos marejam. — Entre cada camada minha, há uma camada sua. Somos um só corpo, a sua felicidade é a minha, o meu mundo é seu. Isso é tudo o que importa.
Duvido que haja um homem que fale com tanta eloquência como ele, que expresse tão maravilhosamente bem seus sentimentos, sem qualquer vergonha ou reticência em expô-los. Daniel se curva, colando seus lábios aos meus e eu suspiro, jogando para longe a dorzinha chata que oscila como ondas. Ainda dançando, eu o abraço mais apertado, aprofundando o beijo, mordendo seu lábio inferior. Ele geme.
Suas mãos grandes e másculas não me deixam, ora me apalpam, ora agarram meus cabelos. Eu gemo.
Sem aviso, sou carregada até nossa suíte, que a esta hora tem uma vista magnífica da cidade e suas luzes bruxuleantes. Daniel me deita na cama e aprecia a sua própria vista. Eu.
Ele não tem pressa. Desliza meu vestido para cima, devagar, quase como uma reverência à minha pele, deixando um rastro de fogo por onde seus dedos passam. Eu arfo.
Ao avistar minha calcinha preta, minuciosamente trabalhada em uma renda delicada e sexy, ele me encara e sorri.
— Tão mal-intencionada, Sra. Ryan-Hant.
— Comprei para o meu Mr. M. Eu sei o quanto ele gosta.
Ele adora este apelido. Uma lembrança constante de como nos "conhecemos". Um homem enigmático, que não queria mostrar seu rosto...
Parado diante de mim, Daniel circula a língua por sua boca, os dentes prendendo o lábio inferior, o polegar e o indicador esfregando o queixo, admirando o pequeno tecido que cobre meu sexo. Se ele soubesse como fica delicioso nesta posição. Dominante. O cavalheiro dando lugar ao predador.
— Ah, sim. Ele gosta — responde. — Uma pena que não ficará no lugar por muito tempo.
E ele continua subindo meu vestido até chegar em meu pescoço e eu o retiro de uma vez, agora expondo o sutiã sem alças que faz conjunto com a calcinha. Em um momento ele está à minha frente, no outro em cima de mim, apoiando-se sobre os cotovelos.
— Você sabe exatamente como me deixar louco, Scarlett — sussurra, beijando meu pescoço, chupando, lambendo, e vai descendo até o volume dos meus seios.
— Por que você ainda está vestido? — pergunto, ofegante, levantando a barra de sua blusa de qualquer jeito.
Ele ri em meu ouvido.
— Tão apressada.
— É claro, você está me deixando louca. É injusto isso. Também quero apreciar meu Mr. Danlicious.
Sinto seu corpo tremer sobre o meu com a risada que está segurando.
— Você e seus apelidos, minha linda. Uma cabecinha tão criativa.
Em um instante, ele está fora da cama, tirando suas roupas com uma agilidade quase sobrenatural.
Nu, sem nenhum constrangimento, ele regula o som e a iluminação, e volta para mim. Começa beijando meus pés, subindo e mordiscando as panturrilhas, coxas e próximo à minha calcinha, estaciona, olhando-me por baixo dos cílios grossos. Na certa, esperando minha reação ao passo seguinte.
Ele desce a peça rendada, passando pelas minhas pernas e, em segundos, tira o fôlego dos meus pulmões. Sentir sua boca em meu centro me faz esquecer de qualquer outra coisa, até da dor de cabeça que está aumentando gradativamente.
Agora eu só consigo sentir suas lambidas rápidas e precisas, revezadas com chupões, o sugar sendo um ato tão erótico quanto de veneração, como só ele faz, e eu perco a cabeça. Agarro o travesseiro e impulsiono minha pélvis em direção à sua boca.
— Nossa... — balbucio, em meio aos gemidos descontrolados.
— Esse seu gosto — o timbre de sua voz junto à minha intimidade sensível me arrepia por inteiro —, eu nunca irei me cansar.
E continua.
Faminto por mim. Insaciável.
A língua entrando e saindo, lambuzando-se do meu gosto, da minha essência.
Até que não aguento mais.
Grito e ele não para, sugando com mais força e, por um momento, penso que minha alma irá me abandonar.
De repente, estou virada de bruços e Daniel levanta meu corpo com um braço, deixando-me empinada, pronta para recebê-lo. E é o que ele faz. Preenche-me fundo de uma vez e nós dois gritamos.
Ele beija minhas costas, mordisca, prende-me entre seus braços fortes, enquanto estoca sem parar.
— Minha linda... Eu adoro te ver assim, tão entregue...
Os minutos passam, a música há muito esquecida pelo nosso próprio som, uma melodia composta por gemidos, urros, gritos, risadas de prazer... Uma canção só nossa. Quando enfim ele encontra sua libertação, eu vou junto, perdendo-me mais uma vez em seus encantos, no amor que ele deposita em cada gesto, no desejo que sentimos, que parece aumentar a cada dia.
Nunca é apenas sexo.
É sempre uma demonstração de amor recíproca.
— Amo você, Scarlett. Com a minha alma — ele declara, ao me acomodar em seu peito, afagando meus cabelos.
— Amo você, Daniel. Para sempre e sempre...
Meu corpo relaxa instantaneamente e não consigo permanecer com os olhos fechados. Estou fraca demais. Então, adormeço.
***
Não sei se é de manhã ou madrugada. Abraçada à única coisa que me dá segurança e apoio no momento, não tenho forças sequer para ver as horas no relógio do quarto.
Daniel está em um sono pesado e ainda não percebeu minha ausência, mas não vai durar muito tempo.
Eu não estou nada bem. A dor de cabeça voltou com força e acordei em um sobressalto quando, com ela, veio um enjoo incontrolável, fazendo-me correr para o banheiro, onde estou, desde então.
Sentada no chão, agarrada ao vaso, pálida, suada e nada apresentável, pela primeira vez não me importo em parecer fraca ou indisposta. Costumo fingir que estou razoável quando fico doente, para não causar preocupação, mas neste caso, não dá para ignorar.
É como se os cheiros das coisas estivessem mais pronunciados. O perfumeque sempre amei está forte demais, a fragrância que deixo no banheiro,enjoativa demais... Se eu estivesse com um humor melhor diria que estou virandouma vampira. Talvez Damon Salvatore tenha passado por aqui e estou emtransição...
Com a testa apoiada na porcelana fria, fecho os olhos e balanço a cabeça, com a capacidade da minha mente viajar em um momento tão merda. Um barulho me faz ficar alerta e tento, devagar, ficar ereta, mas sou pega no flagra.
— Scarlett! — Daniel grita, correndo para me alcançar e se ajoelhar ao meu lado, passando as mãos pelos meus cabelos molhados de suor. — Por que tem quer ser tão teimosa? O que você está sentindo?
Foi por isso que eu não o acordei. Seu excesso de preocupação é quase sufocante, mas compreendo seu desespero. Se fosse o contrário, acho que eu ficaria do mesmo jeito.
— Eu não achei que fosse tão ruim — sussurro. — Eu vomitei algumas vezes e estou com uma dor de cabeça que vai e volta, forte...
— Vamos agora para o hospital.
Não me oponho, porque quero saber o que eu tenho e melhorar logo. Não sou de ficar assim, tão fraca, mole.
Ele me ajuda a levantar e coloca seu braço ao meu redor. Deitando-me na cama, meu marido vai até o closet e começa a se vestir.
— Você quer vestir um conjunto de moletom? — pergunta.
— Pode ser.
Com um conjunto preto em mãos, Daniel tira o robe de seda que estou usando, com todo cuidado, e me veste um item por vez. Primeiro a calça, depois o casaco e, por último, meus tênis.
Já pronta, levanto com cuidado para não ficar tonta, e olho, enfim, para o relógio. Seis horas da manhã. Quanto tempo fiquei no banheiro? Não tenho a menor ideia, porém, tenho a sensação de que foi toda a madrugada.
Caminhamos até o elevador, os olhos de Daniel presos a cada movimento meu, seu braço esquerdo circulando minha cintura, não falamos nada por alguns minutos.
Ao chegarmos ao elevador, cruzo meus braços e endireito minha postura, tentando reerguer o mínimo de dignidade.
— Daniel, não precisa ficar com essa cara feia para mim. Não sou criança.
— Não é o que parece — responde, curto e grosso, sem desviar os olhos dos meus, as mãos nos bolsos da calça de moletom. Nossas roupas são tão parecidas, que poderiam dizer que estamos de uniforme.
Abro minha boca, inconformada com sua resposta afiada.
Ele está me desafiando. Pena que não estou em condições de revidar à altura.
— A sua sorte é que não estou me sentindo bem, Mr. Ranzinza.
Ele tenta segurar o riso, mordendo o lábio, mas o que consegue fazer é ficar ainda mais lindo.
— De novo esse Mr. Ranzinza? — pergunta, referindo-se à primeira vez que o chamei assim.
Na ocasião, ele não estava bem, havia tido um dia de merda no trabalho e chegou em casa de mau humor. O apelido apareceu no instante em que ele reclamou pela vigésima vez de como James estava conduzindo um estabelecimento, que nem sócio ele era. Problema de quem não tem problema, costumo dizer.
E continua:
— Estou louco para saber se tem mais algum apelido nesse estoque ou varia conforme seu temperamento, Sra. Ryan-Hant.
— Com certeza tem mais e, se eu fosse você, tomaria bastante cuidado.
Chegamos à garagem e sem que eu espere, sou carregada.
— Você está louco, Daniel.
— E você está doente. Precisa de cuidados.
— Como é exagerado, meu Deus!
Ele aproxima sua boca da minha orelha e diz:
— Lembre-se de que eu cuido muito bem do que é meu.
Tenho certeza de que o calafrio que se espalhou pelo meu corpo não teve a ver com a minha indisposição. Como ele consegue fazer esta proeza, eu não sei.
Daniel desativa o alarme do carro e abre a porta do carona, comigo ainda em seus braços. Com cuidado, ele me coloca no assento e deita o banco todo.
— Veja se está bom.
— Está ótimo. Obrigada, amor.
— Prefiro assim.
— Como? — Dou uma de desentendida.
— Prefiro amor, Mr. M, meu lindo, Mr. Danlicious... Esses apelidos combinam mais comigo.
— A modéstia passou longe, não é mesmo?
Ele afasta a expressão divertida, agachando-se ao meu lado e, com seriedade, pergunta:
— Você está melhor?
— Estou melhorando. Ainda me sinto fraca, mas o pior acho que já passou.
— Você me assustou pra caralho!
— É, eu não queria te acordar, justamente para você não se assustar. Eu sabia que você ficaria agitado.
— Não é agitado. Só de pensar que algo pode acontecer com você ou que pode estar sofrendo, eu fico louco. Já basta quase ter te perdido uma vez. Nunca me esquecerei daquele sentimento. Aquela sensação horrível de impotência.
Coloco uma mão em seu rosto, acariciando o maxilar proeminente e o queixo marcado.
— O que aconteceu ficou lá atrás, Daniel. Não há nada de sério aqui, nem haverá, se Deus quiser.
— Eu sei, minha linda. Mas você é uma mulher forte, está sempre fazendo atividades físicas, tem uma dieta saudável e, de repente, te ver assim, tão frágil, me deixa preocupado. Agora, vamos. Um profissional saberá o que há de errado e vou parar de pensar besteiras.
— Vamos!
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