Retrato n°3
E assim ela sorri para o mundo. Com apenas algumas moedas no bolso, sorri; com música sempre soando dos lábios entreabertos e olhos límpidos de felicidade pura, a menina observa cafés por suas vitrinas e sonha em acariciar seus livros de capa dura e encadernação em couro. Ela sorri a todo e qualquer rosto que possa lhe parecer familiar nos sonhos que tem em sua cadeira de balanço, os quais contrabalanceiam o universo perpétuo da seriedade com seu balanço arrítmico. Ela sorri ao poetar-se diante do seu pequeno mundo, do sol, da lua e das estrelas, encontrando-se em sua própria constelação com a certeza de que é mulher — e, ainda assim (ou talvez por causa disso) um novo universo de possibilidades desembaralha-se diante de si como o leque de cartas da mais habilidosa cigana.
(Lia).
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