(22/12/2016)

Quando terminei de rezar, fui usar o meu poder e nada!

" Sophia, meu amor... Acorda, por favor! Você não vai morrer, você não pode, não pode..." Ela estava gelada e eu logo pensei que pudessem ter atirado nela, mas não. Ela só desmaiou.

Estávamos chegando cada vez mais perto do mar, a Sophia não acordava e o meu poder não funcionava de jeito nenhum!

" Meu Deus, virei humano? Não deixa que a Sophia pague por isso. Ela não pode morrer."

" Precisando de uma forcinha?" Miguel piscou e me deu um leve sorriso.

" Miguel? Me tele transporta para o orfanato, por favor!" Sorri. O anjo Miguel chegou bem na hora!

" Deixa comigo!"

" Miguel, eu perdi os meus poderes?" Disse preocupado.

" Quase. Logo você ficará de frente com uma importante escolha. Seja lá qual for a sua decisão estarei ao seu lado para te proteger."

" Obrigado!"

Miguel subiu para o céu me deixando sozinho com a Sophia na porta do orfanato, mas ela ainda estava desmaiada. Deveria ter pedido para ele me tele transportar para um hospital porque ela está muito tempo desacordada.

Estava preocupado, sabia que a Sophia estava viva, mas não sabia o motivo dela estar daquele jeito.

Ela abriu os olhos e quando me viu sorriu.

" Sophia, como você está?"

" Aonde estamos?"

" No orfanato."

" Como conseguimos chegar aqui? Não me lembro de nada!"

" Tinha um paraquedas no avião. Fizemos um salto duplo, mas você desmaiou no meio do salto e só acordou agora."

Ela me abraçou e me beijou com toda a sua alma. Entramos no evento.

Sophia roubou a cena: ela era o centro das atenções e logo todos começaram a bater palma para ela.

Rapidamente consegui avistar o Giovanni e o Luigi, mas o Emanuele por mais que eu procurasse nada. Em falar nele, eu juro que eu não consigo imaginar ele falando grosso!

Poderia tentar ouvir os pensamentos deles, mas estava tão fraco que o que eu mais queria era poupar esforços. Estava doido para chegar em casa porque eu precisava dormir.

Uma criança fez um discurso emocionante dizendo o quanto a Prada a ajudou, o quanto aquelas doações foram importantes não somente para ela, mas para cada uma delas. Ouvir aquilo fez o meu coração se preencher de ternura e amor, aumentando os meus poderes e me deixando mais próximo de Deus. Era tudo que eu queria e precisava naquele momento.

A dona do orfanato também fez um bonito discurso e passou o microfone para a minha doce Sophia.

" (...) Eu quero que saibam que para mim é uma honra estar aqui, mas que todas as doações foram iniciativa do meu falecido pai, senhor Francesco Chiarelli, e que eu a manterei enquanto for presidente da Prada para honrar a memória dele e para que esse sorriso no rosto de cada uma de vocês nunca se apague. Obrigada a todos por esse dia maravilhoso. A nossa empresa é quem deve agradecer a vocês por nos deixarem fazer parte da sua história, por nos deixarem ajudar e por estarmos aqui hoje. (...)"

O discurso terminou e ela recebeu muitas palmas.

Chegou um papai noel que mais parecia uma mamãe noel. Ele estava cheio de purpurina e com um saco enorme de presentes. Sim, era o Emanuele, sem dúvidas.

Os olhos das crianças se iluminaram com a chegada dele. Uma pessoa ruim seria capaz de uma atitude tão nobre assim?

Ao terminar de entregar o último presente ele logo veio falar comigo e com a Sophia.

" Bofe, minha musa, vocês estão acabados. Sophia, que molambo são esses que você está usando? A mesma roupa do trabalho? Isso é sério?" Disse Emanuele enquanto a olhava de cima a baixo.

" Eu não sabia desse evento. A Bella me avisou de ultima hora, por isso não pude ir para a casa trocar de roupa."

" A minha musa inspiradora venceu o medo da altura e foi de avião? Porque só assim para você ter chegado aqui na hora."

" Helicóptero da empresa. Não daria tempo se eu fosse de avião."

" Chefinha, me dá carona? Quero ficar mais tempo com o seu bofe! Vai que eu consigo desenrolar nessa uma hora de vôo, né?"

Sophia começou a chorar e eu tive que intervir.

" Sofremos um atentado. O piloto levou um tiro. O helicóptero já era."

" Cruzes, diva isola! Vai numa seção de descarrego!"

Sophia riu.

" Mas como vocês conseguiram escapar?" Emanuele fez uma pergunta em um tom sério pela primeira vez na vida!

" Tinha um paraquedas no helicóptero. Fizemos um vôo duplo."

"Nossa, quanta sorte!" Emanuele disse aos pulos, mas como nos viu sérios e não obteve resposta alguma, parou de pular e disse:

" Chefinha, liga agora para a companhia área e pede uma passagem. O Gabriello não precisa, ele pode ir sentando no meu colinho."

Depois de ouvir essa para manter o meu espírito elevado não foi tão difícil assim, foi só olhar para o sorriso daquelas crianças brincando com os seus brinquedos novos.

" EMANUELE!" Sophia o repreendeu. E depois continuou dizendo: " Nós vamos de trem. Depois disso tudo não tem como irmos de avião. Eu não consigo."

Ela me abraçou e ia chorar, mas....

" Diva, eu estou conversando com você, mas me lembrei que o papai noel se esqueceu de uma criança."

" Se esqueceu? O saco está vazio! Mas vai lá entregar, então."

" É que o presente é pequeno, mas é com muito amor." Emanuele tira do saco um pirulito de coração, entrega para a Sophia e diz: " Para você nunca se esquecer que eu te amo e que você é muito bonita para chorar. Nessa festa não há lugar para lágrimas, todos estão felizes!"

Sophia saiu dos meus braços e foi para os dele, quando o abraço terminou eu tive que falar com ele.

"Fiquei impressionado com a sua atitude, não só com relação aos presentes para as crianças, mas também com a Sophia."

" Obrigada, eu sempre quis ser mamãe noel!"

Tive que rir.

Saímos de lá e fomos para casa. Estava esgotado e não fiz escuta. O trabalho teria que ser feito em dobro, já que coloquei a escuta para o Emanuele também, mas hoje eu não conseguiria ouvir uma só palavra.

Uma coisa é certa: O Emanuele subiu no meu conceito. Espero que ele não me decepcione e muito menos a decepcione.

Deitamos e ela dormiu logo em seguida. Ela estava realmente exausta, já eu resolvi ir como um espírito para a igreja. Precisava rezar, meus poderes aumentaram um pouco hoje, mas não o suficiente. Preciso de paz espiritual.

Quando voltei para o meu corpo eu senti que não consegui por completo o que queria. O meu poder aumentou, mas nada significante. Ainda estou muito fraco, porém a Sophia ainda corre riscos e eu preciso voltar a ser o que eu era o quanto antes.