Acordei e a Sophia ainda estava dormindo. Olhei para o relógio e eram 6h, ela ainda podia dormir por mais uma hora, mas eu não conseguia mais. Estava aflito.

Selecionei os áudios para mostrar para ela, tomei banho e coloquei a mesma roupa que eu estava, afinal do que adianta eu me arrumar se ela vai pedir para eu trocar de roupa? Sou o Ken dela.

Ela foi no meu quarto e ia começar a dizer uma frase, mas não terminou.

"Gabriello, eu estou...." Ela estava radiante, mas eu estava acabado.

Ela me beijou docemente e depois me perguntou:        
" Amor, o que você tem?"

Segurei na mão dela. " Sophia, eu não te contei, mas estava fazendo umas investigações para saber quem estava querendo te matar e você precisa ser forte porque eu descobri quem são."

" Mais de um, Gabriello?"

" Sim, infelizmente."

Coloquei os áudios para ela ouvir e ela começou a chorar, colocando as mãos na barriga.

" Eu não acredito que são eles! Como eu fui  tão burra? Gabriello, o que eu faço?"

" Eu não sei, precisamos pensar."
" Quem é Alex?"

" Um homem da máfia italiana contratado pelo Luigi para te matar."

Ela colocou a mão na boca como se quisesse abafar um grito, eu a abracei e só a soltei quando ela parou de chorar.

" Sophia, mesmo que você triplique o salário deles, mesmo que eles deixem de apoiar o Luigi, o Luigi ainda tem o Alex e os dois vão até o fim com isso."

" Não podemos nem ir para a polícia, pelo visto." Disse ela desanimada.

" A local não mesmo, mas tenho receio de ir em outra. Temo que ele tenha comprado todas as delegacias da Itália, não seria prudente  irmos  em uma."

" Só tem um jeito: Você tem que matar todos eles!" Ela disse.

Eu sei que isso tudo deve ser nervosismo da parte dela porque ela não é assim. É a forma mais rápida de se livrar dessa situação, mas eu não posso! Deus vai me ajudar a salvá-la!

" Não matarás"  é um dos mandamentos dele e eu hei de seguir! Eu não estou enxergando nenhuma saída, mas no momento certo Ele irá me mostrar!

" Sophia, está louca? Como assim matar? Eu não vou matar ninguém! Mas prometo te salvar, você não vai morrer!"

" Gabriello, eu só fico viva se eu entregar a empresa nas mãos do Luigi,  que é algo que eu jamais faria! Quanto tempo eu vou viver com um homem da máfia Italiana tentando me matar? Quanto?"

" Não vamos pensar nisso! Confia em mim, você não vai morrer!"

" Ainda mais agora que ..." Ela ficou com um olhar triste e não terminou a frase.

" Que...?" Pergunto curioso.

" Que eu te conheci!" A beijei apaixonadamente.

Quando o beijo terminou ela me disse: "Estou com medo de ir para a Prada, mas este é o meu reino e eu só saio de lá morta!"

" Então  você só sairá de lá bem velhinha, porque ninguém irá te matar!"

Ela me abraçou. Eu a beijei na testa e disse: " Sophia, eu só te peço uma coisa: Não deixe com que eles percebam que você já sabe de tudo. Eu te contei porque senti que você deveria saber da verdade logo, mesmo com tudo que  você está passando.”

" Porque eu não posso deixar com que eles percebam?"

" Eles querem te matar em alguma data marcante, eu acho que vai ser no dia 26, por ser o dia do aniversário do seu pai. Mas se eles perceberem algo, pode ser que eles queiram acelerar os planos. Estamos no dia 9 e até o dia 26 teremos  um tempo para pensarmos sobre o que iremos fazer."

" Você tem razão, Gabriello. Mas eu ainda acho que você deve matar todos eles."

" Sophia, tem que ter outra solução para isso tudo. Eu não sou um assassino, eu não irei matá-los."

Ela ficou muda,  escolheu a minha roupa e saiu do meu quarto sem dizer uma única palavra. Se por um lado eu senti alívio por não ter que vestir mil roupas até que alguma a satisfaça, aquilo me matou por dentro porque demonstra o quanto ela está  mal com tudo isso, mas afinal quem não ficaria?

Me arrumei e fui no quarto dela, eu pensei que ela não estaria pronta e imaginei que estivesse olhando para as roupas em cima da cama ainda tentando escolher alguma.

Me enganei: Ela estava pronta e belíssima com um vestido preto. Deixei de admirá-la feito um anjo tonto caído na porta e entrei porque eu sabia que ela precisava de mim.

Sophia estava sentada na cama olhando um objeto que ao meu ver era uma jóia. Ela estava completamente distraída, então eu sentei e a dei um beijo no pescoço, que estava totalmente á mostra devido ao coque que ela fez e disse no ouvido dela: “ Você está magnífica!”

Foi o suficiente para que ela sorrisse e se arrepiasse por completo! É bom saber o efeito que eu causo nela! Ela me deu um longo beijo e eu a retribuí como se fosse o último.

A fiz carinho e disse:  “Está de parabéns, nunca te vi se arrumar tão rápido!”

“ Estava sem saco para isso hoje.” Ela estava com um olhar tão triste e voltou a olhar para o objeto que estava em suas mãos.

Quando olhei a jóia, quase caí da cama literalmente! Era o colar da sorte que eu dei para a Akemi, mas como foi parar nas mãos dela?

“ Sophia,  Este colar é lindo, quem te deu?”

Ela sorriu. “ Dá para perceber que é um presente?”

“ Sim e que tem um grande valor para você.”

“ Meu pai me deu quando eu fiz 15 anos. Disse que era o colar da sorte da minha mãe. Tudo o que eu tenho dela são fotos e este colar. Sempre quando eu fico com medo, ou estou em uma situação muito difícil eu olho para este colar e converso com a minha mãe e eu sei que ela está no céu me protegendo neste momento.”

“ Sim, ela está!” Sorri e a dei um caloroso abraço.

“ Eu nunca tive coragem de usar, mas hoje eu vou e não vou tirar mais do pescoço. Fecha para mim, amor.”

Eu peguei o colar e me veio as lembranças da minha doce irmãzinha porque  este maldito colar tirou a vida dela, será que dará sorte e proteção para a Sophia nesta vida? Tive vontade de jogar pela janela, mas ela jamais me perdoaria porque era da mãe dela, então muito a contragosto eu coloquei nela.

Não resisti e enchi aquele pescoço de beijos e mordidas. Só parei depois de ver todos os pelinhos do corpo dela arrepiados, o farol aceso e o sorriso no rosto dela. Ah, se não tivéssemos que ir trabalhar...

Descemos e a Sophia foi até a cozinha, eu pude ver que ela falou  algo para a Antonella que a deixou muito feliz, então as duas começaram a pular juntas. Foi aí que eu lembrei que ela estava toda empolgada com algo e que ia me contar, mas me viu naquele estado e acabou não me contando.

Antonella colou na mesa mais comida que o normal e a Sophia estava com tanto apetite que até fez com que o meu, que havia sumido, reaparecesse.

Quando estávamos nos despedindo de Antonella, ela deu um abraço e um beijo na Sophia e me abraçou dizendo baixinho no meu ouvido para que a Sophia não escutasse:
" Já está na hora em pedi-la em casamento!" Sorri.

Já está na hora? Tem pouco tempo em que ficamos noivos!  Quero casar com ela, mas só depois em que ela estiver segura! Será que aconteceu algo que eu não esteja sabendo? É óbvio que sim, mas o que será?