ELE
O que eu estava fazendo?
Estava ficando obcecado, indo no mercado todos os dias para vê-la. Eu precisava saber como ela estava. Eu tinha uma necessidade insana de saber se ela havia se recuperado da merda que eu havia feito. Eu queria poder me sentir melhor, mas todos os dias quando os meus olhos cruzavam com os olhos esverdeados dela, meu coração se encolhia no meu peito e eu sabia que eu havia acabado com a vida dela. A morte e a dor haviam roubado o brilho dos olhos dela. Eles eram tão vazios quanto a minha alma. Não havia restado nada de nós dois.
O celular vibrou no criado mudo, enquanto eu estava sentado na minha cama com o notebook entre as pernas. Olhei de relance para a tela, era outra mensagem de Angélica. Ela devia estar preocupada comigo, pois desde que eu reencontrei o meu passado não ligava e nem falava com ela. Respirei fundo e resolvi ignorar outra vez a mensagem, eu havia deixado tantos problemas para trás, destruído uma vida, eu não queria colocar Angélica no meio dessa confusão.
Abri o facebook, a curiosidade emanava em cada pedaço do meu corpo, fazendo com que um calor percorresse cada célula da minha pele. Fazia dias que eu evitava fazer isso, eu não queria ter que pesquisar por ela na internet, eu não queria, mas me vi obrigado.
Digitei o nome dela no buscador: Natasha Ferreira.
Era um nome incomum e, portanto, foi muito fácil achá-la. Sua foto de perfil parecia ser antiga. Nela Natasha tinha os cabelos negros soltos formando caracóis que emolduravam o seu rosto, bem diferentes do cabelo com mechas cor de mel e liso. Seus braços estavam erguidos, seu corpo levemente inclinado e seu rosto fixo em algo no teto do que parecia ser um teatro. Ela dançava. Era uma foto antiga. Eu soube porque ela ainda tinha as duas pernas. Fui olhando atentamente o seu perfil. Todas as fotos, mensagens e postagens eram antigas, antes do acidente, nada era novo. Talvez ela tenha feito outro perfil? Não, ela não fez, porque aquele era o único perfil que aparecia na página de busca.
Não sei quanto tempo fiquei observando suas fotos antigas. Natasha dançando o lago dos cisnes. Natasha em um vestido branco cheio de pedras brilhantes rodopiando pelo palco com um sorriso que estampado em seu rosto iluminado e cheio de vida, sem o vazio da morte. Natasha com seus amigos da companhia de dança. Natasha em um vídeo que a mostrava ensaiando uma cena do balé da Bela Adormecida, ela girava, se movimentava como uma fada, um pássaro cheio de leveza e paixão pela dança, seu rosto belo e firme crepitou uma faísca em meu coração, ela fez o último passo e então olhou diretamente para a câmera e mandou um beijo com o rosto explodindo de felicidade, felicidade que eu destruí.
Natasha não dançava mais.
Eu arranquei isso dela, eu a deixei infeliz com o rosto sério e olhos pesados de lágrimas.
Eu a machuquei. E ela não sabe.
Eu certamente destruí a bailarina daquele vídeo.
A Natasha do mercado não era a mesma menina alegre que esboçava sorrisos no vídeo.
Aquela Natasha não existia mais, graças a mim.
Parei então de ir ao mercado.
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Oi amores, tudo bem?
Infelizmente não estou conseguindo cumprir a meta de postar todos os dias um capítulo. Entrei em semanas de provas e trabalhos na faculdade o que tem me ocupado muito! Por isso, resolvi postar três vezes por semana: Nas terças feiras, quintas feiras e sábado. Peço desculpas por isso, mas prometo que tentarei postar dois ou mais capítulos nesses dias dependendo do tamanho dos capítulos. Mais uma vez peço desculpas por isso e também quero agradecer a todos vocês que dedicam um tempinho da vida de vocês para ler, votar e comentar nessa história. Obrigada ♥
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