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ELA

Natália passou muito mal durante a noite. Fiquei tão preocupada que acabei com todas as minhas unhas. Minha mãe não atendia o telefone e eu fiquei extremamente irritada com ela. Tália chamava por ela, mas ela não estava lá. Então eu apertava a sua mão e dizia para ela que tudo iria ficar bem. Com mamãe ou sem mamãe.

Tália tinha sorte e eu fiz questão de lembrá-la sobre isso. Seu namorado não desgrudava dela. Estava sempre mandando uma mensagem ou ligando. Passou o dia com ela para que eu pudesse trabalhar. E eu notava todas as vezes que ele ligava sua voz chorosa e cheia de preocupação. Ele a amava.

— Você não pode ir embora — falei no meio da madrugada tentando fazer a minha irmã lutar por sua vida. Ela me olhou confusa. — Ele ama você. E você ama ele. Vocês dois merecem ser feliz.

— Um dia você vai ter isso também — ela disse com a voz cansada.

— Enquanto eu tiver você eu não preciso de nenhum homem.

— Eu sei que tem alguma coisa acontecendo, Tasha. Eu sinto. Por que você não se abre comigo?

— Não é tão simples assim. — Cerrei os olhos para não chorar. Max. Eu só conseguia pensar nele.

— Eu sou sua irmã. Se você não confiar em mim vai confiar em quem?

Cruzei os braços e afundei o meu corpo na poltrona macia do quarto. Se estivéssemos em um hospital público, eu provavelmente teria que dormir em uma cadeira dura.

— Acho que estou apaixonada — confessei a ela.

Tália forçou um sorriso. Ela não estava bem, mas fazia questão de fingir que estava.

— Eu o conheço?

— Essa é a parte que você não vai ficar feliz. Vai dizer que eu tenho que esquecer. Que é impossível e etc.

Ela franziu a testa.

— Ele é casado?

Quase.

— Não.

— Então qual é o problema? — ela perguntou.

— Ele é bonito demais.

— E desde quando isso é um problema. — Ela deixou escapar uma risada. Fiquei feliz e ri também. Pelo menos a minha vida amorosa a fazia rir.

— Ele é impossível pra mim.

— Só por que ele é bonito? Mas você não é feia.

— Ele é aquele cliente do mercado que eu comentei com você. Ele é rico. Muito rico e tem namorada.

Tália respirou fundo e toda a animação desapareceu de seu rosto.

— Entendi — ela falou baixinho.

— Tem mais — falei tentando criar coragem.

Ela arqueou as sobrancelhas.

— Ele mora no condomínio que você trabalha — eu disse. Era estranho falar de Max em voz alta. Ele costumava ser um sonho para mim.

— É o filho da dona Soraya? — ela inquiriu.

— Sim. O nome dele é Max.

— Me explique essa história direito.

Contei tudo a ela. Falei sobre a primeira vez que nos vimos. Sobre as idas estranhas dele ao mercado. Sobre o dia em que fiz faxina na casa dele. E sobre ter encontrado ele com outra naquela manhã.

— Eu sinto muito, Tasha — ela disse.

— Eu não sei... Eu pensei que eu nunca mais fosse sentir isso. Eu pensei que eu nunca fosse sentir isso. Eu nunca gostei do Victor desse jeito. Quando eu vejo o Max, meu coração fica louco e o meu corpo trêmulo. É uma sensação estranha. E eu não consigo parar de pensar nele. E hoje quando eu vi ele com aquela moça, a tal de Angélica, eu senti uma tristeza enorme.

— Você acha que ele gosta de você?

— Eu pensei que sim. Até que o vi com ela. Eu não sei... Eu... O jeito como ele me olha. É um jeito diferente e a maneira como ele se comporta perto de mim.

— Você não acha estranho? — perguntou. — Ele ter passado mal quando te viu no mercado. Ele te tratar desse jeito já que ele nunca te conheceu...

— Sim, eu acho. E é isso que me deixa ainda mais confusa, porque eu não sei quais são as reais intenções dele comigo.

Sim. Eu não sabia. O que Max queria de mim? Por que ele me olhava daquele jeito? Eram tantos porquês e nenhuma resposta.

— Você precisa falar com ele, Tasha. Confrontá-lo.

— Não posso fazer isso. — Inclinei o meu corpo para frente apoiando os meu cotovelos no joelho. — Ele é seu patrão.

— Pare com isso, Tasha. A partir do momento que você sente que tem alguma coisa entre vocês acontecendo, você precisa esclarecer isso. Precisa falar com ele. Só assim vai poder seguir em frente ou não, caso ele queira ficar com você.

— Ele não quer ficar comigo. Ele tem namorada. Uma namorada que é um milhão de vezes mais bonita do que eu.

— Ah por favor! Como se beleza fosse mais importante que o conteúdo. E pare de se rebaixar. Eu sei que a situação é complicada, mas você disse que acha que ele sente algo por você. Deveria tentar descobrir o que ele sente.

— E fazer papel de boba?

— É melhor fazer papel de boba do que ficar com dúvida. Você precisa se arrepender de algo que você fez. Não existe coisa pior do que ficar pensando nos "e se" da vida.

— A mãe dele me chamou para trabalhar em uma festa na casa dela no fim de semana. Ela vai me pagar quatrocentos reais.

— Ele vai estar lá. É a mãe dele.

— Talvez não...

Tália balançou a cabeça de forma negativa.

— Fale com ele. Precisa falar com ele e esclarecer a situação.

— E se ele te dispensar da faxina?

— Não me importo. Eu quero ver você feliz e não com a cabeça cheia de dúvidas.

Levantei da poltrona e dei um beijo na testa de Tália.

— Eu te amo.

— Eu também.

Ela sorriu e depois voltou a se sentir mal.

*

Foi tranquilo trocar o meu dia de folga. O namorado de Tália aceitou tranquilamente passar a noite com ela. Victor apareceu e Tália ficou super feliz quando o viu. Ele sempre foi o bom moço. Mas eu estava tão cansada dele que o ignorei. Estava pensando mesmo na minha conversa com Tália. Ela tinha razão. Eu precisava conversar com o Max, mas eu não sabia se a festa seria uma boa oportunidade para isso. Eu estaria trabalhando e ele provavelmente estaria com a namorada e a mãe.

Paguei um Uber naquela manhã para ir até a casa da mãe de Max. A mulher morava em uma bairro nobre da cidade e sua casa era mansão em um condomínio de luxo. Quando passei pelos portões com grades de ferro e pelo imenso jardim que ladeava o lugar meu corpo tremeu e minha insegurança falou mais alto. Nunca em toda a minha vida eu havia visto tamanha grandeza. Como Max conseguiu crescer em um lugar destes? Ele devia estar acostumado com a riqueza, em frequentar os melhores lugares, estar na companhia de pessoas extremamente educadas, de namorar mulheres do mesmo nível. De repente conversar com ele sobre os meus sentimentos me pareceu loucura. Não importava o que eu achava. O cara era milionário.

Fui recepcionada pela chefe do Buffet. Ela logo me passou o uniforme da festa. Uma calça social preta, uma camisa branca com um colete escuro. Ela percebeu que eu não tinha uma perna, mas deu de ombros e mandou eu me vestir. Fiz o que ela falou e passei a tarde inteira ajudando os demais empregados na decoração da festa. Quanto mais eu entrava na casa mais o meu coração saltava, a possibilidade de encontrar Max por entre essas paredes me assustava, e eu rezava para que ele não aparecesse.

Estava ajudando na decoração da sala de visitas. A casa de dona Soraya era muito diferente do apartamento do seu filho. Enquanto Max era minimalista, a mulher fazia questão de esbanjar riqueza, portanto, sua casa parecia um palácio europeu com móveis antigos que lembravam as casas descritas por Jane Austen em seus livros. Com quadros com figuras imponentes, parecia que nenhum havia sido pintado por Max. O que eu achei muito estranho, pois ele era um excelente pintor.

— O filho deles não é pintor? — perguntei a uma das garçonetes que estava trabalhando comigo naquele dia, eu nem sabia o nome da mulher.

— Você os conhece? — ela inquiriu de volta.

— Já ouvi falar — eu disse sem jeito.

— Uma amiga minha trabalhou com os senhores desta casa. Parece que o patrão não gosta do filho.

Fiquei confusa. Não faz sentido o próprio pai não gostar do seu filho, mas então me lembrei do meu pai que nunca se preocupou comigo ou com Tália.

— Isso é meio triste — eu disse olhando para um retrato da família que estava em cima de uma pequena mesa. No retrato havia um homem imponente e carrancudo ao lado de uma mulher esplêndida que eu deduzi ser a dona Soraya, o casal estava ao lado de duas crianças pequenas. Uma delas eu reconheci, era Max, sorridente com os olhos brilhantes, ele devia ter uns doze anos. Max segurava as mãos de um outro garotinho que tinha os cabelos escuros e covinhas na bochecha, ele parecia ter uns sete anos, ambos estavam felizes. Max tinha um irmão? Eu ia perguntar para a mulher que estava ao meu lado, mas quando me virei ela havia sumido.

Voltei para o meu trabalho e tentei não pensar naquela família. Mas não conseguia esquecer o rosto de um Max mais jovem e inocente. Ele parecia tão feliz naquela foto com um brilho diferente em seu olhar. Eu sempre o achei tão triste, os olhos dele hoje eram tão opacos quantos os meus. O que aconteceu para ele perder todo aquele encanto e magia que o deixava tão feliz?

Perdi-me em minhas indagações e nem reparei quando os convidados chegaram e eu comecei a servir vinho branco sem parar para aquela gente rica com cheiro caro. Havia idosos e senhores que pareciam ter se banhado em ouro, em contrapartida havia jovens também, todos tão lindos com suas peles de pêssego e corpos esculturais, porém torciam o nariz todas as vezes em que eu me aproximava. Eu estava suada e o pouco de maquiagem que eu havia passado já tinha se dissipado do meu rosto. Eu devia estar um caos. Pedi para ir ao banheiro e então lavei o rosto e ajeitei os fios rebeldes que serpenteavam em minha cabeça.

Voltei a servir vinho só que desta vez tinto e comecei a sentir minhas pernas doeram. Meu coto andava dolorido há dias, mas eu fazia questão de ignorá-lo. Tália estava doente, eu não conseguia falar com a minha mãe, minha vida estava um caos, eu não podia me dar ao luxo de também me preocupar comigo.

Estava servindo tranquilamente uma taça de um dos convidados completamente envolta em minha própria obscuridade quando minha pele ficou quente, um formigamento, e eu senti os olhos gulosos em cima de mim. Ergui a cabeça e vi que eu estava servindo ele, Max.

Ele me olhava daquele mesmo jeito como sempre fazia. Como se eu fosse a pessoa mais especial do mundo. Ele estava lindo com um terno azul escuro e parecia ter cortado alguns centímetros de cabelo também. Meu corpo todo tremeu e eu tive que prender o ar para não cair dura no chão. Por que ele me olhava daquele jeito? Tentei me recompor e ofereci com a cabeça e sussurros o vinho para um outro homem bonito que estava do lado de Max. Ele rejeitos educadamente e sem querer, porque eu não queria, acabei olhando novamente para Max que agora tinha em torno dos lábios um pequeno, mas sedutor sorriso. Eu apenas acenei depressa com a cabeça como se eu fosse destrambelhada e saí depressa dali. O que estava acontecendo comigo? Eu não era assim. Sempre fui tranquila e serena e agora estava agindo como uma adolescente.

Decidi me esconder na cozinha, mas não por muito tempo. Logo fui obrigada a voltar a servir taças e mais taças. Então eu apenas decidi que não iria olhar para ninguém que iria manter os meus olhos nos meus próprios pé, assim não correria o risco de olhar para Max novamente, apesar de que de vez enquanto eu me pegava o procurando pela festa.

Fiz o que eu mesma me mandei a fazer e continuei andando por aí servindo taças e falando o mínimo possível como se fosse invisível.

— Eu conheço você. — A voz de uma mulher me fez erguer os olhos. Era a namorada do Max. — Vi você no apartamento do Max no dia dos namorados.

Eu apenas assenti e sai dali o mais depressa possível. Não queria conversar com aquela mulher. Não queria nem ao menos olhá-la.

Quando a festa finalmente pareceu mais calma com a banda tocando uma música romântica, eu fiquei no canto, perto das mesas observando o cenário, tentando não pensar nele. Vi dona Soraya conversar alegremente com a namorada de Max e com outras mulheres tão elegantes quanto ela. Vi ao longe também o pai de Max conversar com um charuto entre os dedos com homens tão engomados quanto ele. E é claro que eu vi Max, ele ainda estava do lado daquele amigo, porém quando este o deixou, Max se virou e olhou para mim. E dessa vez eu não consegui fugir. Eu também olhei para ele. Não consegui evitar a profundidade dos nossos olhares, os sentimentos estranhos que apertavam o meu peito, o calor que o meu corpo sentia quando o via, como se cada parte de mim o quisesse, o desejasse e gritasse por ele. Ele mordeu o lábio inferior e eu respirei fundo, aquela boca vermelha parecia tão macia e tão doce, eu desejava aqueles lábios colados nos meus. Até imaginei ele vindo até mim, inundando-me com o seu cheiro, afundando a sua boca no meu pescoço. Mas ele não veio até mim. Seus olhos desviaram de mim quando a voz firme de seu pai começou a falar:

— Espero que todos estejam gostando da festa. — O homem sorriu e os seus convidados riram e aplaudiram o anfitrião. — Esta festa como vocês sabem é para comemorar o meu aniversário de casamento com esta linda e doce mulher aqui. — Ele apontou para a dona Soraya, que pareceu tímida. — Muito obrigada, meu amor, por fazer os meus dias felizes.

Ele se aproximou da esposa e a beijou. Ambos pareciam apaixonados e todos aplaudiram o casal. Virei o rosto para olhar para Max, mas ele não estava mais ali.

*

A festa já estava no fim e eu e os demais funcionários limpamos tudo ansiando por nossos descansos. Entretanto, eu sairia dali e partiria para o hospital para ficar com Tália. Hoje ela estava melhor e parecia estar se recuperando. Meu celular vibrou no bolso enquanto eu levava um saco de lixo para fora. Era uma mensagem da minha mãe:

Victor, me ligou e me contou sobre Tália. Devo voltar para casa na segunda. Não consegui passagem antes. Como vocês estão?

Decidi que não iria responder tão cedo. Ela que esperasse agora. Não consegui disfarçar a minha irritação com a minha mãe e com Victor. Por que ele estava se intrometendo tanto em nossas vidas? Eu precisava conversar com ele e afastá-lo de vez da minha família, a situação estava ficando insuportável.

Enquanto eu voltava para a casa, ouvi a voz de Max no jardim e de outra mulher. Não consegui evitar minha curiosidade. Aproximei-me com cuidado e sem fazer barulho, e me escondi atrás de uma das árvores espiando Max e uma mulher muito bonita de cabelos escuros, que não era Angélica.

Ele se aproximou dela e sussurrou algo em seus ouvidos, a mulher riu cheia de malícia. E ele disse:

— Você é muito bonita.

Logo depois as mãos dele tocaram o rosto da estranha e ele a beijou cheio de tesão.

Virei-me decepcionada e corri para a casa grande. Max era um canalha. 

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