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Capítulo XXXVI

"Atravessando o mar com uma
mutidão de pessoas comuns
uma moeda pra entrar
nesse mar onde não pode nadar."

- Kamaitachi
( Limbo do menino sem olhos).


O quarteto corria velozmente, afim de manter uma distância que evitasse conflito e os mantivessem fora de vista, não seria nada bom que aqueles homens os seguissem para dentro do submundo e eles tinham esperança de que uma vez que eles estivessem perto da caverna cuja lenda trazia mau agouro, os perseguidores desistiriam. Dídimo ia na frente guiando o grupo, seguido por Íris que ia logo atrás, por Nickolaus que vinha atrás dela em prontidão e por  último vinha Aiala pastoreando o rebanho.

Eles adentraram a mata sem exitar e continuaram a correr rumo a caverna, nas proximidades dela, apanharam rapidamente suas poucas coisas e se atiraram para dentro da montanha. No instante em que entraram no lugar os sons dos latidos dos cães, bem como a gritaria dos perseguidores, cessaram por completo, assim como antes, não havia som dentro da caverna. A sensação que haviam vivenciado na primeira vez que estiveram alí surgiu do nada e com intensidade, Aiala correu e tocou cada um dos integrantes no instante em que o anel começou a aquecer em seu dedo. Eles avançaram para o interior da caverna e logo chegaram ao portal, Dídimo evitava a todo custo olhar para as ossadas daqueles que ousaram pisar naquele lugar antes deles e como ele, ninguém se atreveu a ler novamente o que estava escrito alí. 

Se forçar a passar pelo portal não foi tarefa fácil, aquela não era uma questão de coragem, o corpo deles gritava para que fugissem dali e aquilo era razoável, afinal aquele não era um lugar para onde os vivos deveriam ir. O grupo seguiu por um corredor escuro e frio, não haviam tochas nem nenhum outro tipo de iluminação, apenas sua experiência e instinto os impediam de esbarrar uns nos outros e os mantinham alertas a qualquer perigo. No fim do túnel eles avistaram de longe uma luz fraca e esverdeada, não parecia algo vindo do Sol, eles avançaram até chegar em ambiente espaçoso e puderam notar que a luz vinha de rochas nunca vistas antes que cobriam as paredes do lugar.   

- E agora, Dídimo? Para que lado nós vamos? - Aiala perguntou enquanto olhava em volta. Ela estava mais tranquila do que esperava estar, talvez o fato de já ter visitado a casa de um deus antes tenha vindo a calhar. 

- Espera aí! - Pediu ele olhando o mapa. 

- Seu único trabalho é guiar, acelera aí, não quero ficar muito tempo aqui. Nem dá pra saber se estamos em baixo ou em cima e sinto que a qualquer momento a entrada por onde viemos vai sumir, se é que a gente vai sair dessa vivos. - Disse Íris. 

- Quer vir guiar então? - Rebateu Dídimo. - Eu disse que o mapa era velho e difícil de ler, para piorar ele está em uma linguagem antiga, eu estou um pouco enferrujado. 

- Não é querendo apressar, mas eu acho melhor não ficarmos parados em um lugar só por muito tempo, já ouvi falar bastante sobre as criaturas que moram aqui e não tenho o menor interesse em socializar com elas. - Comentou Nickolaus.

- Vocês falam demais. - Disse olhando para o mapa. - É pra direita. 

- Tem certeza? - Perguntou Aiala. 

- " Certeza" é uma palavra muito forte. - Respondeu enquanto caminhava à frente do grupo. - Devemos margear o rio até encontrar uma espécie de cais. 

- Você disse cais? -  Perguntou Aiala. - Não tem outro caminho não? 

- Não, para entrar tem que passar pelo cais. 

- Sinceramente também preferia atravessar nadando do que ter que encontrar com aquela coisa. - Disse Íris. 

- Nem brinque com isso, esse é o rio Estige*. - Repreendeu Dídimo. 

- Então não é o Aqueronte °. - Ponderou Nickolaus. - Nesse caso é melhor nem arriscar. 

- Você por acaso estava pensando em se arriscar se fosse o Aqueronte? - Dídimo estava pasmo. 

- Mas o que acontece se você entrar ou acidentalmente cair nesse rio? - Perguntou Íris. 

- Pode tentar a sorte se quiser, mas eu aconselho a não entrar em nenhum rio deste lugar. - Disse Nickolaus. - Este rio também é conhecido como "rio do ódio" e "rio da invulnerabilidade",  dizem que as almas de pecadores vingativos se afogaram nele. 

- Tá! Mas o que acontece se eu hipoteticamente cair dentro dele? - Insistiu. 

- Estando viva sua alma será corrompida pelas almas afogadas e você ficará louca só de tocar na água. - Começou Nickolaus. - Se cair dentro você poderá acabar sendo diluída até não sobrar nem os ossos, mas se você for uma desgraçada sortuda pode acabar se tornando invulnerável assim como Aquiles. 

- Se tem uma coisa que eu não tenho é sorte, melhor evitar. - Concluiu Íris. 

O grupo continuou a caminhar margeando o rio até chegarem no cais, mas ao chegar lá não havia ninguém. 

- Ele saiu de férias? - Debochou Íris. 

- Onde está a nossa carona, Dídimo? - Perguntou Aiala. 

- Eu não sei. - Dídimo caminhou até a extremidade do cais e ficou de costas para o rio enquanto falava com Aiala. - Ele deveria estar aqui. 

De repente o lugar que já estava frio ficou ainda mais gelado, Dídimo sentiu seu corpo pesar e não conseguia se mover visto que suas pernas pareciam ser feitas de gelatina. Ele não precisava se virar sabia muito bem o que estava atrás dele, seus companheiros não diziam uma única palavra, até que Aiala deu lentamente dois passos para frente na direção do homem. 

- Venha Dídimo. - Chamou Aiala. - Olhe pra mim e venha, já já essa sensação vai passar. 

O homem caminhou lentamente na direção de Aiala e uma vez que passou por ela a sensação ruim passou pouco a pouco, uma vez na segurança do grupo, Dídimo se virou para encarar a criatura. 

Caronte* tinha cerca de dois metros e meio de altura, trajava uma capa negra que mais parecia ser feita de fumaça, em sua mão esquerda trazia um cajado quase do seu tamanho, suas mãos eram brancas como papel, não era possível ver os seus pés, seu rosto estava oculto na escuridão, na verdade sua face parecia ser feita a partir da própria escuridão. A balsa também era grande. 

Com a chegada de Caronte, formas humanóides começaram a surgir nas margens do rio. Elas traziam consigo, em sua maioria, ausência de expressões em suas faces, pareciam vagar rumo ao barqueiro guiados apenas pela ânsia de chegar logo ao seu destino final, as almas emanavam uma luz suave e perceptível apenas no escuro. Ao notar a aproximação massiva das almas, Aiala decidiu que era melhor partir dali logo e por isso começou a caminhar em direção a balsa, mas parou ao ouvir a voz de Caronte. 

- Voltem! - Disse ele. - Este não é lugar para os vivos. 

A voz dele soou alta e  reverberou pelo ambiente, as almas param de caminhar e encaram o grupo, parecia que só com o anúncio eles tinham notado a presença dos vivos. 

- Que assuntos almas viventes teriam no mundo das coisas funestas? - Disse Caronte. - Ouçam minha voz e retornem pelo caminho que vieram, mas se insistirem em seguir com sua jornada, estejam prontos para avançar sem certeza de retorno, porque todo aquele que aqui vem, aqui fica. 

- Agradecemos pelo seu aviso, mas abandonamos a segurança de retorno na entrada deste mundo. - Falou Aiala. - Seguiremos em nossa jornada, nos dê a mesma consideração que dás aos mortos e leve-nos para a outra margem. 

- Que as moiras decidam quando cortar o fio da vida dos que buscam a morte. - Disse Caronte. - Não são os primeiros vivos a entrar nesses domínios, para os mortos cobro uma e para os vivos cobro duas para cada. 

- Duas o que? - Perguntou Íris. 

- Vamos Aiala, pague ao barqueiro. - Sussurrou Dídimo. - Quem convida paga pra todo mundo.

- E para que eu traria dinheiro para um lugar que só tem mortos? - Defendeu-se Aiala.

- Vocês estão todos me devendo, vou colocar na conta de vocês. - Disse Nickolaus retirando quatro pequenos galhos de ouro de sua bolsa e estendendo a mão para  o barqueiro. - Quem vem para o submundo sem o pagamento do barqueiro? Estão proibidos de morrer até pagar o que me deve. 

O barqueiro se voltou para o conteúdo na mão de Nickolaus e pareceu conferir os galhos de ouro, mas ao invés de pegar os galhos, ele apenas acenou levemente com a mão e os objetos dourados desapareceram das mãos do homem. Ninguém ficou chocado, aquela altura sequer faria sentido.  

O quarteto entrou na balsa e prontamente caronte impulsionou a embarcação sem fazer o menor movimento. 

- Eu achava que ele era menor. - Sussurrou Dídimo para que Aiala ouvisse. 

- Costumo ouvir muito isso. - Respondeu Caronte e o ato fez a espinha de Dídimo gelar ainda mais. - Também ouvi dizer que pensavam que eu tivesse a aparência de uma caveira, por que eu deveria parecer com restos mortais de algum humano? Achei bem ofensivo. - Disse o barqueiro. 

- Não se ofenda, a ignorância faz parte da natureza humana, mas alguns abusam dela. - Aiala conversava com o barqueiro de Hades como se fosse nada.

A balsa flutuou seguindo a corrente do rio e de vez em quando algumas mãos e braços de almas desesperadas se erguiam para fora das águas do estige, mas com apenas um olhar do barqueiro elas logo se recolhiam novamente para o afogamento eterno. Ao que tudo indica, Caronte não tolerava clandestinos. Não demorou muito para que a embarcação alcançasse a margem oposta do rio, obviamente eles não foram em linha reta para a outra margem e acabaram descendo o rio. Uma vez em terra firme, Caronte pareceu olhar de soslaio para o grupo, agora ele parecia mais solitário do que assustador, alguém fadado a levar a outros , sem nunca repousar em terra firme. 

- Atravessar foi fácil. - Disse Caronte. - Mas me questiono como passarão pelo guardião do submundo, ele não é tão leniente quanto eu. Tenham cuidado ou terão suas almas devoradas. 

- Isso foi mórbido. - Comentou Íris. 

- Como tudo que há no mundo inferior. - Disse Caronte antes de voltar a navegar com sua balsa rio à cima. 

* Estige: É o principal rio do submundo e é conhecido por fazer fronteira entre o mundo dos vivos e dos mortos.  O rio também é conhecido como "Styx" que é o nome da deusa filha de Oceanos e Tethys, o nome significa ódio. Os deuses usaram o rio Styx para fazer juramentos, segundo a lenda, Se um deus não cumprisse seu juramento, ele seria forçado a beber do rio imundo e, assim, perder sua voz por nove anos. Acreditava-se que o rio Styx tinha propriedades mágicas e podia tornar uma pessoa invulnerável. Caronte tem autoridade para navegar em todos os rios do submundo.

° Aqueronte ou Acheron: Recebe o título de "rio da dor" ou "rio do infortúnio",  esse rio nasce a partir do estige e nele as almas deixam os seus desejos, deveres e sonhos não realizados em vida.

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Obrigada por ler mais um capítulo, não esqueça de votar e comentar. Espero que esteja gostando desse novo arco da história. Fique a vintade para ler meu outro livro " O legado Neankanaua". Não esqueça de adicionar essa obra na sua biblioteca. Coloquei o link de uma música no começo do capítulo, ele conta de forma poética a jornada de menino em busca de sua irmã no mundo dos mortos. Sugiro que vejam o vídeo. 💜💜💜💜

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