Capítulo XXV
"Viver é comer, dormir e arrumar brigas."
- Natsu Dragneel
A garota já está a pouco mais de dois meses em alto mar, em mais alguns dias dias eles finalmente chegarão ao seu destino. Durante todos esses dias a imagem de Poseidon acalmando a tempestade não deixava a mente de Aiala, ela não compreendia os motivos do deus que outrora sequer tinha aparecido em sua frente, o mesmo deus que tomou posição em favor de Hera quando a garota investiu contra a deusas... agora a salva da morte, protege um humano do bando e faz ir embora aquela tempestade... Ela não entendia o porque e aquilo a deixava pensativa. Aiala sequer tinha consciência, mas vez após vez ela era pega olhando para água, investigando, como se procurasse alguma coisa, como se esperasse alguma coisa. Ela não sabia o que sentir, não sabia o que pensar e não sabia o que dizer sobre aquilo, era confuso. Antes que ela pudesse perceber ou evitar, o deus do mar já tinha tomado posse de cada pensamento seu.
- O que você tanto procura na água? - Perguntou Níobe enquanto se aproximava.
Aiala estava tão concentrada que sequer a notou chegando.
- N-nada. - Falou. - Pensei ter visto um peixe.
Níobe riu.
- Imagino que seja um peixe bem bonitão para se destacar tanto nesse monte de água. - Brincou. - Estava pensando em Alguém que deixou em terra?
- Não exatamente. - Falou fechando os olhos e coçando a cabeça. - Mas isso não importa, como você está?
- Não pense que não estou vendo você mudando de assunto. - Níobe estreitou os olhos. - Graças a você estou completamente curada, achei que ia partir dessa para melhor desta vez.
- Você quis dizer dessa para pior? - Disse Aiala.
-Muito engraçadinha, tô começando a pensar se os tubarões lá em baixo não estão precisando de nutrientes. - Apontou para o mar.
- Que maldade. - Aiala levou as duas mãos ao rosto dramaticamente. - Como pode ser tão cruel com uma garota tão doce?
- Doce? Doce onde? - Níobe começou a procurar olhando expressivamente para todos os lados. - Ei!? Você!. - Gritou para o olheiro, que ficava no Caralho*. - Você viu uma Aiala doce por aí? - O homem rapidamente entendeu do que se tratava, sacou sua Luneta e passou a procurar com dedicação.
- Perdoe-me capitã, fui incapaz de encontrar tal coisa. - Gritou lá do alto enquanto fazia sua melhor cara de tristeza e de arrependimento. - Por favor, puna-me. Mereço ser punido.
- Tudo bem! - Gritou Níobe de volta. - Lhe pedi algo impossível, da próxima vez pedirei que encontre o tesouro da lenda que é tarefa mais fácil.
- Grato, Capitã. - os dois gargalhavam a essa altura.
- Não tem graça nenhuma. - Bradou Aiala para que os dois pudessem ouvir. - Não me faça ir aí em cima, Dídimo.
Dídimo, como o próprio nome sugere, é o irmão gêmeo de alguém e no caso esse alguém é Damazo. Suas características físicas são bem semelhantes as do irmão, mas visto que são bivitelinos a cor de seu cabelo é mais clara e ele é levemente mais baixo. O Homem retirou uma de suas facas do cinto com uma das mãos e com a outra apanhou a escada feita de cordas que dava acesso ao Caralho, alí ele apontou a faca fazendo menção de corta-las.
- Pois venha quando aprender a voar, minha leide. - Debochou. - Vou muito esperar sentado enquanto você sobe, como se eu fosse burro de te provocar de um lugar que você pode me alcançar. - Gargalhou. - Mesmo que você trepe e escale até aqui eu ainda tenho a opção de pular no mar e nadar até a terra mais próxima.
Aiala gostava do jeito leve de Dídimo, ele não era tão sério quanto seu irmão, era mais fácil conversar com ele. Não que ela desgostasse de Damazo.
- Uma hora você vai descer daí e vai esquecer que me provocou. - Ameaçou Aiala.
O garoto riu e voltou a observar o horizonte. A capitã foi para junto do Timão e trocou de lugar com Damazo que antes o segurava.
- Dídimo está barulhento como sempre. - comentou Damazo. - Mas parece que a coisa piora quando Aiala está envolvida.
- Em minha defesa... - Aiala fez uma pausa. - a culpa é dele.
- Claro. - ironizou Damazo.
- Nini, o cavalo do cavaleiro tá me provocando de novo. - Apelou Aiala.
- Quando eu fiz isso? - Se fez de desentendido. - Eu jamais faria uma coisa dessas.
- Vocês não tem jeito. Poderiam não me envolver? Depois vocês fazem as pazes e eu saiu de ruim, é sempre assim. - Níobe revirou os olhos.
- É por isso que eu prefiro o Dídimo. - Resmungou Aiala bem baixinho.
- Eu ouvi. - Reclamou Damazo.
- Era pra ouvir mesmo.
- Vai lá casar com ele então. - Rebateu.
- Aí entro na sua família só pra te perseguir. - Falou sem pensar.
- Não me usem de arma nessa guerra de vocês. - Gritou Dídimo lá do alto.
- Cala a boca. - Damazo e Aiala gritaram em uníssono.
- Ninguém merece vocês dois. - Reclamou Dídimo.
Tanto Dídimo quanto Damazo riram, mas apesar de achar aquela situação hilária Aiala, como sempre, foi incapaz de rir. Ninguém reclamou, estranhou ou a repreendeu por isso, todos estavam acostumados com o jeito dela, todos se perguntavam o que tinha roubado seu sorriso e se um dia ela votaria a sorrir, mas ninguém tinha coragem de perguntar. Não queriam mexer na ferida de alguém que se tornou tão querida em tão pouco tempo.
Dídimo estava se divertindo com a conversa que estava tendo com seu irmão, sua amiga e sua capitã, estava se divertindo tanto que deixou de prestar atenção a sua volta, e quando voltou sua atenção uma vez mais para o mar já era tarde demais para fugir ou desviar. O barco da capitã vai à frente dos demais Navios da frota, a rainha das Amazonas entalhada na proa do navio amendrotava a maioria dos outros navios que os encontravam pelo caminho, mas entre os humanos não existe onipotência e por isso a ocasião em que aparece um desafiante não é nada incomum.
O Jovem olheiro ficou visivelmente perturbado quando avistou uma outra frota pirata que se aproximava a toda velocidade para impedir a fuga de sua presa. Ele não era covarde, porém apesar de sua natureza brincalhon, ele era cauteloso e ficava muito sério quando o assunto era sua vida ou a vida dos outros membros do bando.
- Maldito seja. - Gritou Dídimo. - Rufiões!!!! - Bradou no limite de sua voz.
Níobe nem precisou de sua Luneta para avista-los, só com olhar ela já sabia sua única opção.
- Homens! - Berrou Níobe. - A seus postos, vamos lutar.
Todos a bordo correram para apanhar suas armas, até Aiala precisou correr para apanhar as dela visto que por não ter necessidade em andar o tempo todo com elas em posse na segurança do navio, optou por deixa-las na cozinha junto ao velho.
- Dídimo! - Clamou a capitã com toda sua autoridade. - Soe a trombeta de batalha, avise ao resto da frota que ninguém irá fugir.
E assim fez Dídimo. Quanto a Níobe, chamou para si um dos mais jovens do bando, um menino que não tinha mais que doze anos.
- Vá para a outra ponta do navio e grite o meu recado para o restante da Frota. - Ela falou então seu recado para o garoto.
Após terminar de ouvir o recado o garoto saiu em disparada para cumprir sua missão. Ao chegar em seu destino o garoto avistou vários tripulantes dod outros navios, cada qual aguardando na proa por instruções, todos com armas em punho. O menino aspirou o máximo de ar que seus pulmões poderiam comportar e em um brado tão alto que até os membros do navio inimigo poderiam ouvir a distância, ele gritou o recado.
- ELES OUSARAM IR CONTRA NÓS SABENDO QUEM SOMOS. ELES ACHAM QUE PODEM CONTRA OS PIRATAS OTRERA, POIS NEM OS DEUSES SERÃO CAPAZES DE AJUDA-LOS HOJE, ARREPENDIMENTO VIRÁ SOBRE ELES E NÃO PODERÃO ESCAPAR. SEU TESOURO SERÁ NOSSO OU EU NÃO ME CHAMO NÍOBE. HOMENS... - Ele até fez a pausa da capitã, imitando direitinho seu jeito, dando ênfase a cada palavra. - NÃO PRECISAMOS E NEM FAREMOS PRISIONEIROS HOJE.
*Caralho: É o cesto da gávea dos antigos barcos à vela.
Local onde permanecia o marinheiro vigilante que terra avistaria.
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Por hoje é só meus amados piratas.😍😍😍😍
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