Capítulo XVII
Aiala foi até a porta e a abriu, parado diante dela com um sorriso torto no rosto estava Nikolaus.
- Você está atrasado.- Repreendeu.
- Eu sei. - Falou Nikolaus. - Eu consegui tudo o que me mandou e fui até os Raptis pegar suas roupas, mas quando cheguei lá eles ainda não tinham terminado de fazer os ajustes, disseram que você tinha emagrecido demais e isso atrasou tudo. Me desculpe.
- Se desculpa depois de dar a entender que a culpa foi minha. - Falou. - Sua cara nem arde.
Nikolaus riu.
- Então... O que trouxe para mim?
- Bom, eu trouxe alguns alimentos e alguns peixes bem frescos, trouxe o vinho que me pediu e essa sexta para facilitar na hora do transporte. - Disse por fim motrando a sexta.
- Obrigada! Melhor eu ir entrando, graças a alguém que chegou tarde vou ter que correr nas preparações.
- Minha desculpa foi boa, me dá um desconto. - Falou Nikolaus fazendo beicinho.
- Vou aceitar as desculpas.
- Tem certeza que não quer que eu vá com você?
- Tenho, fique tranquilo não é como se eu estivesse indo para um lugar tão perigoso quanto um campo de batalha.
- Se mudar de idéia antes de partir é só falar, largarei o que estiver fazendo e irei com você.
- Vá pra casa descançar, você fez um ótimo trabalho.
- Boa noite, Aiala!
- Boa noite, Nikolaus!
O homem se virou e foi embora, Aiala entrou em casa e fechou a porta. Preparar a comida não era nem um pouco difícil, a garota sempre recebeu elogios do velhote pela sua comida saborosa, mas enquanto se organizava para preparar o peixe uma idéia rebelde lhe veio a cabeça.
- Veremos se o poderoso deus do mar gosta de carne vermelha. - Pensar na confusão na cabeça do deus ao ver carne em seu altar fez a mente de Aiala sentir certa medida de prazer.
Como não havia carne vermelha em sua casa, a garota levantou ao primeiro sinal do sol e foi até a floresta para caçar. Ela portava um arco, algumas flechas na aljava e sua faca de caça, usada para dar o golpe de misericórdia na presa. Aiala se embrenhou mata a dentro, mas parecia estar sem sorte pois nem um único coelho aparecia para ela.
- Parece que Ártemis está zangada com o deus do mar. - Ironizou.
Ela continuou a caminhar pela floresta e aos poucos a neblina que sempre se formava na floresta da montanha ia se esvaindo, derrepente ela viu uma movimentação na mata e cautelosamente foi averiguar o que era. Era um veado, ele comia tranquilamente os jovens brotos das plantas alheio a tudo a sua volta, Aiala retirou cuidadosamente uma flecha das costas e sem fazer o menor ruído posiciou no arco, mirou em um ponto vital e disparou... A flecha atingiu o alvo e ele caiu no mesmo lugar, um tiro limpo. O veado não era grande então não haveria dificuldade em carrega-lo, a garota apanhou o animal e o colocou nos ombros, feito isso ela começou a refazer o caminho de volta para casa, mas enquanto retornava. encontrou uma pessoa estranha.
Era uma mulher de beleza incontestável, ela tinha longos cabelos castanho escuro que contrastava com sua pele branca, trajava vestes brancas com um delicado cinto dourado marcando sua cintura, seu corpo magro revelava uma mulher delicada, estranhamente estava descalça, em sua cabeça havia uma coroa prateada que lembrava uma coroa de flores, as folhas na coroa eram de prata refinada e as flores eram de várias joias entalhadas. Aquela era uma beleza etérea. Aiala não podia deixar de observar a mulher que distraidamente admirava uma flor em particular. A garota se aproximou da mulher.
- É linda, não é? - Perguntou Aiala assustando a mulher. - Não tema, não tenho más intenções.
- É muito bonita. - Respondeu a mulher, sua voz era doce. - Nunca havia visto uma flor assim.
A flor era branca e a região nas pétalas próxima ao centro era arroxeada.
- Ela só cresce aqui nessa montanha. É natural que nunca tenha visto, os moradores não permitem que ninguém leve uma muda ou semente dela para outro lugar. - Falou Aiala colocando a caça no chão. - Venha, vou lhe mostrar algo ainda maislindo.
Aiala começou a andar e a mulher timidamente a seguia. Elas caminharam por alguns poucos minutos até que chegaram a uma área aberta cercada por carvalhos e diante delas estava um campo cheio da mesma flor. A mulher não perdeu tempo, caminhou apressadamente para dentro do campo tocando suavemente as flores com as pontas dos dedos, seu rosto estava iluminado, cheio de alegria.
- O nome da flor é Lágrimas de Selíní. - Falou se aproximando. - Dizem que a muito tempo a Lua estava triste, se sentia solitária e por isso ela chorou, quando suas lágrimas atingiram o chão nasceu essa bela flor no local e é daí que vem o nome.
- Isso é triste e poético. - Havia tristeza na voz da mulher. - É uma pena que não possa levar comigo uma delas sequer.
- Eu posso fingir que não vi. - Disse Aiala.
- Quase nada que planto cresce onde eu moro. - falou tristemente.
- Não se preoculpe com isso, dizem que essa planta florescerá mesmo nos jardins de Hades.
- Mesmo? - A mulher trazia na face uma expressão de esperança.
- É o que dizem, não saberemos se você não tentar.
- Então levarei algumas sementes. - Falou por fim. - Qual é o seu nome? - Perguntou.
- Sou Aiala e o seu?
- Então você é a humana?
No momento em que Aiala ia perguntar o que ela quis dizer com aquilo, ouviu um som vindo da floresta e olhou na direção em que ele vinha por um breve segundo e depois se voltou para mulher.
- O que quer dizer com isso? - Perguntou, mas não teve resposta visto que a mulher não estava mais lá. - Tá bom...isso foi sinistro. - Falou para si mesma.
Aiala voltou para o interior da floresta afim de apanhar sua caça e ir embora, alheia a tudo não percebeu que em uma das margens duas figuras a observavam partir. Uma era a mulher com quem estava falando e outra era o deus a quem estava prometida desde o nascimento.
- Não vai se aproximar para olha-la mais de perto e se apresentar? - Perguntou a mulher.
- Não estou interessado em mulheres humanas no momento, vim apenas chama-la. - disse o deus. - Sua mãe está fazendo um escarcéu à sua procura, desde o incidente com Hades ela fica aflita sempre que você some e isso acaba influenciando na colheita dos meus adoradores. Então quando for sair avise a ela.
- Não seja assim, apenas saí para dar uma volta. Encontrei uma planta interessante hoje, na verdade fui capaz de vislubrar duas belas flores. - Disse a deusa. - Você deveria olhar para ela de perto, ela me parece o seu tipo.
- Até parece. - Falou ele indo até um belíssimo pégasus e montando, depois estendeu a mão para a deusa. - Vamos logo Perséfone, antes que sua mãe me dê mais dores de cabeça.
- Já vou. - Disse suspirando. - deuses maiores são uns insuportáveis.
A bela deusa subiu no pégasus com o auxílio de Poseidon e logo a criatura alada voou pelos céus sem que nenhum humano ou animal o vislumbrasse.
Aiala chegou em casa e começou a limpar a carne do animal, separou uma parte generosa e temperou com especiarias, depois levou a carne para assar na brasa. Enquanto a carne assava, a garota arrumou os outros alimentos na sexta e preparou água para seu banho. Retirou a carne do fogo já pronta e colocou na sexta tomou banho e foi se vestir. Ela usava um belo vestido de lã azul claro em seu pescoço estava o seu medalhão e levava seu anel de rubi no dedo, seu cabelo estava preso em uma bela trança, não usou maquiagem, ela não gostava e não precisava. Uma vez pronta, montou em seu fiel cavalo e partiu rumo ao templo.
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Logo volto com mais capítulos💜
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