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Capítulo XVI

Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro, nem estes olhos tão
vazios, nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
- Em que espelho ficou perdida
a minha face?

-Cecília Meireles




Estava feito, contudo a angústia de Aiala não se foi, até aquele momento ela pensava que ao menos se sentiria um pouco aliviada quando tudo estivesse concluído, que tão somente seria capaz de chorar, mas nada mudou, seu peito seguia frio e vazio. Mesmo esgotada a garota se preparava para voltar pra casa, ainda tinha algo que ela precisava fazer.

Naquela madrugada, Aiala deixou Epidauro e seguiu viagem atravessando o mar rumo a Mégara, como havia causando certa comoção no lugar a garota optou por não ficar ali e seguiu viagem no instante em que desembarcou, era melhor não provocar ainda mais a família Nomikos. De Mégara até Tânagra havia muito chão, a viagem levou vários dias e por várias vezes Aiala teve que parar em algum vilarejo para reabastecer recursos e para que seu cavalo descansasse, o fato de estar na primavera acelerou ainda mais a viagem, Perséfone estava de bom humor e o tempo estava bom todos os dias. Os dias estavam mais quentes, mas ainda era primavera quando Aiala finalmente chegou em seu pequeno vilarejo montanhoso em Tânagra.

Estar alí lhe trazia certa nostalgia, mas ela não pôde deixar de sentir que o vazia havia se expandido ainda mais dentro dela. No momento em que adentrou a área populada, vários rostos conhecidos se aglomeraram em sua volta e silenciosamente abriam caminho para sua passagem, ninguém ousou perguntar nada e respeitosamente tocavam o ombro dela a madida que ela ia passando. Aquela era uma cena emocionante, as pessoas se organizaram de modo que os que estavam atrás seguravam com a mão direita aquele que estava na sua frente e apenas aqueles próximos a Aiala tocavam ela, mas aquele ato fazia parecer que todos pegavam dela a energia amaldiçoada que ela adquiriu através de sua vingança, dividindo entre si o pecado dela. Aiala havia lutado pelos seus pais e irmão, mas também por Pachis e todos os moradores do vilarejo que morreram ou foram feridos na invasão.

Afastado da multidão um homem observava tudo, Nikolaus não se atrevia a participar daquele momento, mesmo que a garota o tivesse perdoado por suas falhas, mesmo que o povo no vilarejo já o tivesse aceito como um deles depois de todo o seu trabalho duro, ele era o único que ainda não podia se perdoar.

Aiala caminhava rumo a sua casa em silêncio, em suas mãos trazia as rédeas de seu cavalo que a seguia pacientemente, mas seu cavalo não era o único a segui-la.

- Não vai me dar as boas vindas? - Disse Aiala ainda caminhando.

- Pensei em lhe dar tempo. - Falou Nikolaus.

- Não preciso disso. - Respondeu em um suspiro. - Fizeram um bom trabalho no vilarejo, está mais bonito.

- Tudo graças aos recursos que você enviou. - E por recursos ele se referia ao tesouro roubado.

- Bom...Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão.

Nikolaus riu.

- Pergunte. Essa sua inquietação é mais irritante que qualquer pergunta que você me faça. - Falou a garota.

- Desculpa, sei que não é o momento mais não consigo conter.

- Fale logo.

- Acabou com eles?

- Acabei. Jamais seria capaz de retornar sem ter concluído tudo. - Disse sem emoção.

- Teria sido melhor se eu fosse com você?

- Eu tinha que fazer aquilo sozinha. - Nesse momento Aiala notou que algo estava errado com o Nikolaus e parou de andar, então olhou para ele. - Não pense em coisas inúteis.

- Mas eu...

- Ninguém aqui culpa você. Não pense em coisas inúteis, é uma ordem.

- Sim senhora.

- Amanhã eu vou sair. - Falou voltando a caminhar.

- Onde vai?

- Ao templo.

- Você não parece do tipo religiosa. - Pontuou Nikolaus.

- Não sou. - disse apressadamente. - Mas o velhot... Meu pai era, prometi que faria um último ato de adoração em nome dele.

- Entendo. Em que posso ajudar? - Se ofereceu.

- Traga alguns alimentos pra mim, prepararei uma refeição para oferecer ao deus dele. Traga o melhor que tiver, se vou fazer, farei direito. - Disse. - Traga também vinho, o melhor que encontrar. Vá até a residência dos Raptis e me traga roupas novas, eles saberão o que eu quero vestir.

- Anotado. - Disse Nikolaus se virando para ir realizar sua nova missão. - Volto ao anoitecer com tudo o que pediu.

Aiala o observou ir embora por alguns segundos e então retomou sua caminhada mais uma vez. Ao chegar em casa não pode deixar de parar em frente a ela e analisa-la, algo dentro dela ainda tinha esperanças de que Pachis abrisse a porta e a recebesse com um sermão, mas a realidade está longe de ser um conto fantástico. Ela levou o cavalo para os fundos e depois entrou na casa, para sua surpresa não estava empoeirada, estava limpa e muito bem organizada, mas nada foi movido... Tudo estava no seu devido lugar. Havia lenha empilhada e por isso Aiala decidiu tomar um banho quente apesar de não estar fazendo frio. Ela aqueceu a água e encheu a banheira que o velhote havia construído para ela com suas próprias mãos, lavou o corpo e depois entrou na banheira e relaxou. Seu corpo relaxou tanto que ela adormeceu e pela primeira vez em muito tempo Aiala teve um sonho bom.

Ela estava em uma clareira, era noite e a sua frente crepitava uma fogueira. Tudo estava silencioso quando de repente ela ouviu o som de passos, mas seu coração não ficou com medo pois ela havia ouvido aquele som tantas vezes que o reconheceria não importa o tempo que passasse. Pachis surgiu da escuridão e silenciosamente caminhou até o tronco disponível a frente da garota e se sentou, alí ele ficou por vários minutos apenas observando o fogo.

- Não vai falar nada? - Perguntou Aiala.

- Isso nunca foi necessário entre a gente, sempre sabiamos o que o outro estava sentindo e queria falar. - Respondeu o velho.

- Você nunca muda, velhote.

- Olha quem tá falando. - Rebateu. O silêncio reinou por quase um minuto. - Senti sua falta.

Aiala bufou.

- Até parece, deve ter ficado satisfeito em se livrar de mim.

- Queria poder dizer isso. - Brincou. - Você foi a melhor coisa que me conteceu.

- Devia ter me deixado naquele armário, estaria vivo se não fosse um velhote tolo de coração mole.

- Está me dizendo que eu deveria ter me privado de toda a felicidade que você me deu? - meneou a cabeça. - Não mesmo. Pare de pensar em coisas inúteis, a culpa não foi sua.

Aiala pegou uma pedra no chão e atirou no mato emburrada.

- Você é irremediavelmente teimosa. - Falou Pachis. - Não devia ter se incomodado em ir atrás de vingança, eu te pedi pra deixar isso de lado.

- E deixar que eles saíssem impunes? Não mesmo.

- Acha que pedi isso porque era o mais fácil a fazer? Acha que disse aquilo porque os perdoei? Falei aquilo porque era perigoso. - Disse o velho. - Não queria que você viesse pro meu lado tão cedo.

- Você ajudou uma criança em apuros, tenho certeza de que não vamos pro mesmo lugar.

- E isso importa? Ainda que você fosse para os campos de punição eu te seguiria até lá.

- Como se eu fosse deixar. - Disse Aiala.

- Como se eu estivesse pedindo permição. - Rebateu Pachis.

Silêncio.

- Queria poder te trazer de volta, pagaria qualquer preço. - Falou a garota.

- Queria reparar todo o mal que te fizeram e retirar um pouco do seu fardo, pagaria qualquer preço. - Disse Pachis.

O fogo ficou mais fraco.

- É uma pena que você não esta aqui de verdade, isso é apenas um maldito sonho. - Falou Aiala.

- Será?

- Como assim "será"? - Disse ela encarando-o.

- Parece que o senhor Hades relamente gostava muito dos Kokkinos e lhe concedeu um desejo.

- Então, você está realmente aqui? - Perguntou mais pra si do que para o velho.

O fogo na fogueira começou a se extinguir, Pachis se levantou.

- Hora de ir. - Ele começou a andar de volta para a escuridão.

- Pai? - Ouvir a voz de Aiala fez com que o velho parasse, a quanto tempo ele esperou ouvi-la o chamar assim?

- Sim, filha. - Prontamente respondeu, sem olhar para trás.

- Eu te amo. - Disse a garota.

- Eu também te amo. - Ele voltou a caminhar.

Aiala voltou a encarar o fogo que já estava quase se apagando. Quando ouviu o velho chamar uma vez mais.

- Minha Filha? - Chamou.

- Sim, pai.

- Não tenha pressa em me seguir. Estamos todos bem desse lado, rogamos ao Olimpo para que você viva eternamente, então não tenha pressa.- Fez uma pausa. - Mesmo que seja difícil, tente o seu melhor para encontrar a felicidade. Seja feliz. Nós amamos você.

Aiala levantou de onde estava sentada e correu para junto de Pachis, ela ergueu sua mão para alcança-lo... Mas o tempo havia acabado, ela estava em sua banheira de água quase fria com seu braço estendido tentando alcançar alguém que não estava lá. E ainda assim Aiala não chorou, nem sorriu.

Ela tinha acabado de sair da água e se enxugava quando ouviu batidas em sua porta.


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Obrigada por acompanharem essa obra, agradeço a todos que estão votando e comentando. Logo estarei postando mais capítulos. Esse foi um capítulo mais curtinho, porem postei vários nesses últimos dias, espero que estejam aproveitando a leitura. Vocês encontraram muitos erros ortográficos, mas isso é pq ainda não revisei eles. Logo ajeitarei os erros para que a leitura fique mais agradavel. 💜💜💜💜💜💜💜

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