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Lembranças malditas


James abriu os olhos com uma sensação ruim e o coração esmagando o peito num ritmo frenético. Ele não havia sonhado dessa vez. Ele não sonhava a mais de uma semana. Ele não via Severus a mais de uma semana.

O dia seria frio. A casa estava com uma aparência sombria. Ele não conseguiu encontrar a pantufa quando se pôs de pé. Ele suspirou, triste, sentindo a primeira lágrima escorrer. Não conseguia respirar e mal se manter de pé, quem dirá encontrar a maldita pantufa.

Ele estava acostumado com essas crises de ansiedade, com essa forma súbita de acordar. Mas mesmo assim...

Sentia falta de encontrá-lo. Severus, encontrar Severus.

Todo o dia, desde a morte de seus pais, ele sonhava com um homem. Severus era o seu nome. Eles se sentavam na frente de um lago, ao lado de uma árvore velha, de folhas escuras e aparência belíssima. Havia um castelo a uma curta distância, de aparência medieval e estranhamente mágico.

Era um lugar lindo, mas o aspecto sempre era sombrio, como se não houvesse luz na vida do dono do sonho. Como se a vida não tivesse mais importância e só meramente existisse. Não ele. Severus, Severus era o dono do sonho.

No começo, James não se aproximava da figura, só o observava suspirar e conter as lágrimas. Até que Severus o avistou e, com uma sobrancelha erguida, pediu que se aproximasse. James, apesar de assustado, assim o fez.

Mas agora ele não sonhava mais. Ele não o via mais.

Não via mais o Lago Negro... Como Severus havia chamado as águas escuras daquela vastidão. Não via mais o castelo... Hogwarts. Severus o chamara de Hogwarts.

Severus, onde estaria Severus?

Em um ano ele jamais se perguntou se aquele homem podia ser real. Mas agora, algo dentro de si dizia que em algum lugar daquele vasto mundo, um homem tão deprimido quanto ele implorava por uma ajuda que nunca chegaria. Afinal, Severus Snape tinha que existir.



James desceu as escadas descalço. Não havia sinal de sua pantufa. Seu coração não estava mais acelerado, sua respiração estava contida e, por incrível que pareça, ele estava com apetite.

A casa estava quieta como sempre. O céu lá fora estava escuro e uma garoa fraca caia no telhado. James fez um café e uma torrada e se sentou diante da janela. Aquele era o dia em que assinaria os papéis do divórcio com Lily.

Ele encostou a cabeça no vidro gelado e contou até dez. Lily... Sua doce Lily. A mulher que sonhava em casar e ter filhos desde os 13 anos havia o traído em sua cama com o seu melhor amigo na noite do aniversário de morte de seus pais. E agora não havia futuro para eles. Não havia futuro nenhum para a sua amizade com Sirius também.

Ele havia rezado antes de dormir. Rezado para ter o sonho com Severus. Talvez assim fosse ser suportável acordar e assinar aqueles malditos papéis. Mas agora... Agora não sabia se conseguiria encarrar Lily sem chorar. Não sabia se poderia encarar Sirius sem chorar.

Sirius... Seu melhor amigo desde os 11 anos. Sirius, que o ajudara a convidar Lily para um encontro pela primeira vez aos 16 anos. Sirius, seu padrinho de casamento e futuro padrinho de seus filhos. Sirius, o responsável por seus momentos mais loucos na adolescência.

Sirius, que o traíra diante de seus olhos.

Lily havia sido tão fria. Ainda deitada com Sirius, abaixo das cobertas e com uma tristeza falsa havia pedido o divórcio. E agora... Agora ele vivia numa casa alugada, solitário e sem vontade alguma de continuar a viver, enquanto Lily postava fotos com Sirius, em uma de suas muitas viagens loucas para o exterior.

Ela sabia que ele iria voltar mais cedo do trabalho naquele dia... Ela sabia.

Severus quem o salvava dos pensamentos horríveis, da dor gigantesca que seu coração não suportava. Mas agora não tinha ninguém. Não tinha nada... Apenas malditas lembranças.

Ele não se viu andando... Não se viu pegando a arma. Ele tampouco ouviu as sirenes.

Ele apenas sentiu o vazio.


Em seus olhos havia uma dor profunda

Um pedido por socorro

Mas nos olhos dela havia um pedido por liberdade

E nada além de maldade.


Ele não suportou acordar, então permaneceu de olhos fechados. Ele sabia que estava num hospital, ouvia as vozes, sentia as cobertas, escutava os gritos, o choro e o cheiro horrível da limpeza. Mas ele não queria estar aí. Ele não deveria estar aí. Onde ele havia errado?

Talvez se tivesse tentado de outra forma...

--Vamos, James, abre os olhos...

O ódio subiu por seu corpo e seu rosto esquentou. O que Sirius pensava estar fazendo aí?

Imaginou que ao abrir os olhos encontraria um olhar culpado ou talvez Lily logo atrás chorando e pedindo para voltar. Pensou abrir os olhos e ver que tudo não havia passado de uma pegadinha. Mas quando os abriu, viu Sirius com uma expressão séria, irritada e feroz.

--Aqui estou eu, fale.--As palavras zombeteiras rasgaram seus lábios. Se Sirius iria ficar com aquela expressão horrível, então James faria uma igual.

Por que tudo aquilo tinha que soar tão idiota? Era irônico, era óbvio... Sirius sempre sentiu algo por Lily? Por que o ajudara a conquistá-la então? Ou ela sequer havia o amado?

--O que você estava pensando que aconteceria, cara?--Sirius não estava triste, não estava nem preocupado. A amizade de anos não significara nada?

--Eu pensei que morreria. Esse era o propósito da arma, não?

--Você errou o tiro, imbecil!--Sirius se pós de pé, irado.--Estava planejando o que? Que Lily se sentisse culpada e voltasse para você?

James não conseguia acreditar. Ele estava aí apenas para jogar na sua cara que havia errado o tiro? Para jogar na sua cara que nunca teria Lily de volta?

--Você só pode estar de brincadeira...--James revirou os olhos, contendo as lágrimas.-- Eu tentei me matar e você está aqui falando que foi tudo para Lily voltar para mim? Eu posso ser muitas coisas, mas não sou idiota, Sirius.

Sirius o fitava com os olhos escuros, os lábios crispados e as sobrancelhas juntas. Não havia nada naqueles olhos senão ódio. O coração de James afundou.

--Ela não quer nada com você... E ela não vai voltar.--Sirius disse essas palavras lentamente, como se não tivesse certeza.

Pobre Sirius, sempre tão incerto a respeito das pessoas.

--Por que está aqui, Sirius? Vocês não estavam viajando pelo Canadá?

Sem se despedir e sem soltar mais nenhuma palavra cruel, James o observou deixar o quarto com pressa, como se cada segundo a mais aí custasse seu ar.

James segurou as lágrimas. Contou até dez uma, duas, três vezes. Não adiantou.

Foi aí que ele o viu. Seu coração deu um salto, sua pele gelou e sua cabeça, cheia de curativos, doeu. James tentou se levantar, mas rasgou o braço por causa da agulha do soro e uma dor cruel subiu por seu braço. Ficou tonto ao ficar em pé, seus pés cederam e ele caiu com força no chão, gemendo de dor pelo impacto.

Uma enfermeira o viu pela janela de vidro do quarto, gritou e correu para dentro. Outra enfermeira veio logo atrás, desesperada pela confusão.

--Ai meu Deus!--A primeira disse, o colocando sentado na cama.--Você estava desacordado a mais de dois meses... Pensamentos que não ia aguentar!

Dois meses? James sentiu a sua pressão cair, mas se manteve acordado.

--Dois meses?

--Sim. Como está se sentindo?--A outra enfermeira perguntou, o ajeitando na cama, mesmo que essa fosse a última coisa que James desejava. Queria correr pelo hospital e encontrar a figura que visualizara, mesmo sabendo que talvez tivesse sido uma imagem falsa. Seu cérebro deveria está apenas confuso.

Ele passara dois meses desacordado e não se lembrava de sonho algum, de voz alguma. Parecia não ter passado mais de duas horas desde a sua fadiga tentativa. Por que não visualizara Severus? Por que parecera tão rápido?

--Eu não sei...

Uma das enfermeiras sai do quarto.

--Tudo bem. Só não faz força, senhor. A minha colega foi chamar um médico para examiná-lo. Você talvez seja um milagre.

Ele não queria ser examinado. Não queria ser um milagre. Queria correr atrás de Severus Snape pelo hospital.

Era ele, mesmo que talvez fosse sua imaginação. James havia o visto com seus cabelos negros, sobretudo preto e flores mortas nas mãos.  

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