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Flores mortas


James não queria saber por que Sirius havia pagado a conta do hospital, nem por que Lily havia permitido que o fizesse. Dois dias haviam se passado desde que acordara e ele, estranhamente, estava curado e em casa, sem curativo e sem ideia de como errara o tiro.

Sentado em frente à janela, ele pensava em Severus passando lentamente em frente ao vidro de seu leito, com um terno bagunçado abaixo de um sobretudo preto e flores mortas nas mãos magras. Aquele era Severus... Seu Severus. Ele existia. A sensação que sentia sempre ao acordar não era falsa. Severus Snape estava em Londres.

Como encontrá-lo? James ponderava seu novo propósito de vida com um pé atrás. Se tinha aquele sonho com o homem de olhar triste, então significava que Severus também o tinha. Mas e se Severus, não querendo mais vê-lo, tivesse dado um jeito de nunca mais ter que arcar com sua aproximação bloqueando o sonho?

James não podia impedir seu cérebro de pensar em pontos ruins, mesmo não sendo algo que imaginasse ser possível. Se quisesse ver Severus novamente, sabia que teria que procurá-lo por Londres. Ou talvez pesquisar novamente seu nome no google, embora não tivesse obtido sucesso nas vezes em que tentou.

James conhecia alguns aspectos do homem, mesmo que as conversas deles normalmente não tivessem muito falatório pela parte do outro. James normalmente falava de si.

Mas sabia que Severus não gostava de chocolate e que não tinha família, assim como James. O conhecia o suficiente para saber que não gostava de lugares muito cheios, que seu livro favorito era Orgulho e Preconceito e que preferia gatos mais do que cachorros. Se utilizasse alguns de seus conhecimentos acerca de Severus, talvez fosse capaz de encontrá-lo.

James respira fundo. Sim, ele conseguiria achá-lo.

Em algum lugar daquela cidade gigantesca e poluída, Severus Snape esperava por alguém bom o suficiente para tirá-lo do inferno de angústia em que se encontrava.


Em seus olhos eu vi um futuro

O meu futuro.

Nele eu espero cair

Nas profundezas de seu ser me achar

E nadar até a margem

Onde talvez eu consiga te ajudar.


                                                                                                      ***


Segunda à tarde. James tentava conter a respiração, a mantendo o mais normal possível. Ele não tinha emprego, não tinha namorada, não tinha Severus, não tinha nada. Ele tinha certeza de que aquilo era contra a lei, que eles não podiam o demitir por ter passado dois meses no hospital. Ele precisava continuar pagando o curso para a polícia. Não podia ficar sem dinheiro... A herança de seus pais não cobria o prejuízo.

Onde ele havia se metido?

Alguns dias haviam se passado desde a volta do hospital e James, mesmo sabendo que mal havia começado a procurar por Severus, estava cansado. Era mesmo possível? Londres tem 8,6 milhões de habitantes. Como ele poderia encontrar Severus numa vastidão de pessoas?

Ele estava sentado no Hyde Park. Esperava, apesar de saber que não aconteceria, ver Severus. Ele havia passado o sábado inteiro frequentando lugares que achava ser o perfil do homem. Mas ele não estava em nenhum lugar.

Seu telefone de repente toca, o assustando. James o ignora, pesaroso. Era Sirius.

James sabia que estava devendo uma fortuna. Os custos do hospital não eram baratos. Mas ele não queria ter que conversar com ele. Não poderia arcar com a voz de Sirius, nem com o rosto dele. Toda a vez que pensava nele e Lily em sua cama, o que talvez fosse um momento feliz, ficava triste.

Sentia falta da amizade que tinham, claro. Não era algo que James conseguiria tirar do coração com facilidade. Mas a dor era maior do que qualquer coisa, muito maior do que a vontade que tinha de ouvir a voz de Sirius.

Então ele o viu, Severus, de novo. O mesmo terno, a mesma tristeza, sobretudo e flores, flores mortas, mas não as mesmas. James correu, correu em direção ao homem cruzando a rua no meio da vastidão de pessoas. E continuou correndo, até que o perdeu de vista, de novo.

Era possível? Depois de tantos dias, ver Severus aleatoriamente passando a uma curta distância, com flores mortas nas mãos?

James tinha uma chance. Uma chance de acertar a direção que Severus havia seguido. A rua à direita levava ao cemitério e a rua à esquerda levava ao hospital.

James engoliu em seco. Teria a pessoa que Severus foi visitar no hospital, morrido?

Apesar de receoso, James seguiu a rua à direita. O peito a mil, a pele coçando, o medo tentando o conter.


Flores mortas

Suas mãos as mantêm vivas

Mas por quanto tempo?


James sentiu o coração saltar. O caminho de lápides levava na direção de um homem parado em frente a uma lápide nova, quase intocada, sem dizeres gravados, sem data, sem nada. Apenas uma flor estava pousada na terra batida, uma flor viva, não morta.

James seguiu em sua direção. Não sentia seus pés, não sentia seu coração, não sentia seu corpo. James não sentia nada.

Severus não virou o rosto, nem pareceu sentir James parado atrás de seu corpo. Mal notou a mão em seu ombro, mas mesmo assim se virou, com os olhos aguados, a pele pálida, o cabelo malcuidado e o terno surrado abaixo de um sobretudo imundo.

James sentiu todo o ar se esvair de seu peito. Aquele era Severus Snape, seu Severus Snape.

Por um momento, James pensou que Severus não fizesse ideia de quem ele era. Permaneceram parados, com os olhos presos um no outro, com a mente vagando em direções confusas. Até que James ouviu, ouviu sutilmente, num sussurro contido, seu nome sair dos lábios rasgados.

--James?  

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