O coque trançado deixava evidente os cachos em seu cabelo negro-azulado.
       Ela estava ajoelhada no canteiro de rosas que ele mesma fez, contemplando as flores roxas, brancas e negras. Mas ela não usava magia para vê-las crescer, gostava de ver a natureza trabalhar.
        Mas o pequeno sorriso de satisfação dela sumiu assim que sentiu a mente vil e asquerosa de sua sequestradora a se aproximar.
        -Você foi insolente e desobedeceu as minhas ordens.-falou a mulher, atrás dela.
        -Não seguirei suas ordens, Margaret, pois não sirvo a você.-falou a garota, tranquila.
        -Mas servirá. Suas palavras são impensadas. Você gosta do poder, gosta do lado negro.-disse Margaret, se aproximando.
        -Não, não gosto. O lado negro, assim como o lado da luz, cria dependência e tudo o que quero é ser livre. Me liberte, eu não procurarei aqueles de quem fala, afinal, eles também me prenderão.-pediu a menina, falando baixo e não tirando os olhos das flores.
        -Você terá toda a liberdade que deseja assim que ceder ao lado sombrio. Até lá, eu decido o que você faz.-falou a Filha da Criação.
        Aquelas palavras enfureceram a Primeira Maga. Ela se levantou e seus olhos se tornaram violetas enquanto ela olhava sua capturadora.
       -Eu nunca servirei a você, sua velha gagá! Eu estou indo embora e você fará nada capaz me impedir.-disse ela, firmemente.
       O poder de Persuasão era um dos que ela estava dominando. Margaret se sentiu ligeiramente desorientada e a garota aproveitou para correr.
       A Filha da Criação havia cometido um erro usufruindo dos poderes da Maga e achando que ela não começaria a dominá-los.
       A garota jogou os Telecinéticos e os guardas longe com apenas um aceno e saiu do interior da Estátua da Liberdade, onde estavam escondidos.
      E pode ouvir, durante sua fuga, um grito feminino chamando seu nome.

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      Depois do choque inicial pelas informações compartilhadas por Bianca Pride, Fire voltou ao mau humor de sempre.
      -Só rezo para que aquela Nature esteja errada.-disse Eva, Suspirando e batendo os pés no chão com as sapatilhas pretas.
       As folhas das árvores nas grandes cápsulas espalhadas pelo dormitório amarelavam e caíam.
       -Fica calma ou você vai matar todas as árvores num raio de uns cinco quilômetros.-disse Eliza, com um sorrisinho.
       -Como você sabe que é um raio de cinco quilômetros?-perguntou David, franzindo as sobrancelhas.
       Eliza apontou para a única janela do espaço, onde dava claramente para ver as árvores em um raio de aproximadamente cinco quilômetros perdendo folhas em pleno verão.
       -Desculpem, perdão. É que estou inquieta.-respondeu Eva Green.
       -É, deu pra notar.-comentou Fire.
       Eva parou e suspirou, se sentando logo depois.
       -O que é um Nature?-perguntou Eliza, de repente.
       -Uma da classe de poderes.-falou Fire.-Você vai aprender mais sobre isso na aula de História dos Poderes.
       -Existem outras classes, como os Arts, que têm poderes culturais e construtores, como os Modificadores de Matéria, Sonoros e Escultores.-disse David.-E os Characters, que tem habilidades a partir de características e emoções, como Beleza, Amor e Loucura.-continuou o garoto, olhando a menina.
       -Tem os Bodies também. São os que tem poderes como Superforça, Elasticidade e Cura. Mexem com o corpo humano e tal.
        -E tem os metidos dos Minds.-bufou Fire, revirando os olhos cor de fogo.
        -Tenho certeza que você vai casar com um deles algum dia.-sorriu David, fazendo a amiga fuzilá-lo com o olhar.
       -São aqueles que tem poderes da mente.-disse Eva, se deitando em sua cama de bruços, com os braços apoiados na cama para que ela pudesse olhar seus amigos.-Telecinéticos, Telepatas, Profetas e coisa e tal.
       -Eles se acham, diga-se de passagem.-falou Fire, balançando as pernas, olhando suas botas pretas.
       -Ela tem um certo trauma porque um deles leu a mente dela para descobrir que ela tinha uma quedinha por um garoto da nossa sala quando nós estávamos na segunda série.-disse Eva, rindo.
       -Eu lembro que a Fire ficou irritada e fez a carteira em que ela estava sentada derreter.-riu David.-Ela nunca superou aquilo, não é mesmo?
       -Eu ainda vou ter a minha vingança. Aquele garoto acha que eu esqueci, mas eu vou derreter os miolos dele.-ameaçou Fire, fazendo os outros rirem.
       -Pelo visto, poderes cerebrais não fazem eles espertos o suficiente para saber que não se deve mexer com Fire Declan.-brincou Eliza, sorrindo
       Fire deu um sorriso de canto para ela pela primeira vez. Fire percebeu que a garota não era tão chata, afinal.

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       A garota estava pela cidade, assistindo as crianças brincando no Central Park.
       Não era difícil para ela fazer com que qualquer pessoa a convidasse para entrar, mas ela se recusava a influenciar pessoas a fazer coisas perigosas, como deixar uma Maga sem controle de seus poderes ficar na. sua casa e fazer com que, consequentemente ela se torne problema seu.
       A Maga queria apenas aprender a controlar aqueles poderes que tinha e que ainda não entendia.
       E naquele momento, ela só tinha três opções: Fugir até encontrar um local seguro, caçar Poderosos que estivessem em missões para entrar para a escolinha de poderes deles ou ficar e desistir de escapar das garras da Filha da Criação.
        Ela escolheu a primeira opção. Ela fugiria até suas pernas não aguentarem mais correr. Ir para aquela Instituição era besteira, ela nunca seria aceita lá. E ela também não deixaria Margaret a transformar num monstro.
        Ela se levantou do banco e se dirigiu até o ponto de táxi. As nuvens negras que vinham em direção a Manhattan não eram nuvens comuns e ela sabia disso. Aquilo iria acabar com a cidade em segundos.
     Era assim que a guerra se desenrolava naqueles tempos. Vinham nuvens de chuvas ácidas tão intensas que faziam prédios se liquidarem inteiros. Ela tinha que ir para um lugar subterrâneo e selar uma proteção mágica até que acabasse.
       E apesar de tudo, naquele momento enquanto ela saía do ponto de táxi e descia as escadas que levavam para o metrô, um dos ensinamentos da Filha da Criação começou a fazer cada vez mais sentido para ela.
       "Uma Maga não se entrega nunca, mas sabe que às vezes, fugir é melhor do que lutar."