Tatuagens
— Rose, primeiro se acalme. Eu encontrei o celular dela e ela deixou uma pista para a encontrarmos, mas preciso da sua ajuda — disse esperando de todo o coração que ela me ajudasse e não que estivesse fingindo.
Seus olhos começaram a despejar todas as lágrimas que estavam sendo guardadas para o que quer que eu fosse dizer e ela começou a implorar a Deus em voz alta. Eu fui pego de surpresa, admito. Não havia tempo. Precisava indagá-la rápido.
— Rose, eu preciso que se acalme e me ajude, também estou desesperado. Elisa me disse para conversar com você. Provavelmente ela sabe de algo que não sabemos. Consegue lembrar-se de algo que ainda não me disse?
— Eu não sei — disse Rose tentando se acalmar. — Ah! Ela deixou uma carta para você no quarto. — Tremendo ela me puxou para dentro, procurou com desespero e por fim me entregou a carta. — Aqui.
Eu segurei a carta e abri as pressas. Enquanto lia meus batimentos aceleravam e eu não conseguia disfarçar meus olhos úmidos.
Querido Guilherme
Sei que achará essa carta "coisa de criança" e depois vai me evitar por um tempo, mas eu preciso dizer coisas que ainda não tive coragem e por isso decidi escrever. Sei que está ocupado demais para notar. Eu sempre amei você. Queria que resolvesse logo todos os casos e descobrisse logo quem é o assassino para, quem sabe, prestar atenção em mim. Por isso decidi te ajudar com a investigação, vou descobrir quem são os tatuadores e espero poder desvendar esse mistério para que você encontre o assassino e tenha paz. Não sou muito boa com palavras então é isso.
Elisa
— Elisa gosta de você certo? — perguntou Rose enxugando minhas lágrimas. — Sei que você também gosta dela. Não há nada de errado nisso.
— Como você...? — Eu olhei assustado e ela sorriu brevemente.
— Depois de todos esses anos cuidando de você, acho que posso dizer que te conheço bem. Eu sou mãe, não só dela, mas sua também. Prometa-me que vai encontrá-la!
— Eu prometo! — disse segurando firme suas mãos. — Rose, a senhora era a melhor amiga da minha mãe, sabe quem retirou a tatuagem dela?
— Sim! Fui eu. — A resposta me pegou desprevenido. Se ela fosse culpada ou tivesse algo a ver com isso jamais responderia tão prontamente. — Eu não trabalhava mais com isso e não costumamos apagar o trabalho de outras pessoas, mas como sua mãe me pediu e nós éramos melhores amigas, eu fiz — explicou.
— Por que ela quis remover a tatuagem? — perguntei.
— Por que a tatuagem tinha o nome do seu pai e ele a tinha traído. Ele continuou obcecado por ela e pela tatuagem, mas foi ele quem a traiu. Eles tinham uma tatuagem de casal, ele também tem no pulso esquerdo. Foi ele quem fez as tatuagens.
— Como assim? — indaguei levando as mãos a cabeça. Eu não podia acreditar nas palavras que estava ouvindo.
A munhequeira. Meu pai estava tentando esconder a tatuagem.
— Depois que se casou ele fechou a loja de tatuagens e abriu a oficina, mas ele nem trocou o nome.
"Por isso aquele nome estranho", pensei enquanto atendia ao telefone.
— Pode falar Joel, estou ouvindo.
— Todos removeram a tatuagem numa loja desconhecida chamada Angel. Você conhece? Encontrou Elisa?
— Eu achei apenas o celular dela. É meu pai! — exclamei. — Encontrem-me na oficina. — Desliguei e olhei para Rose que estava consternada.
— Vou encontra-la e trazê-la de volta. Eu prometo — jurei temendo não poder cumprir.
[***]
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