Parte II= Vingadores, Era de Ultron
Eu pilotava rapidamente pela floresta e durante o caminho eu atirava em algumas pessoas, fazendo as cair no chão. Steve estava ao meu lado na outra moto e eu tentava ignorar sua existência, ele poderia me atrapalhar.
Um homem tentou me acertar um tiro, mas eu fui em rápida em desviar e acertar um tiro certeiro em sua barriga. São muitos homens e muitos robôs, ia ser difícil conseguir deter todos em pouco tempo.
Senti alguma coisa vindo em minha direção e pulei rapidamente para fora da moto, caindo em cima de alguns galhos e folhas cobertos pela neve macia e branca. Olhei para a minha moto e a vi explodir, me fazendo suspirar e fechar os olhos. Ela era novinha.
Me levantei e corri em direção a alguns homens que estavam tentando deter Natasha. Atiro algumas vezes contra eles e os vejo cair no chão. Natasha sorri para mim como agradecimento e eu dou um sorriso ladino, logo me virando para trás e dando um soco no rosto do homem que achava que eu não estava sentindo sua presença.
Steve para em minha frente com a moto e faz sinal para que eu subisse, mas eu balancei minha cabeça e ri sarcasticamente.
_ Não pense que eu vou subir aí, eu prefiro ficar aqui no meio da floresta. - falei colocando minha arma no prendedor do macacão - Vai ajudar o meu pai a recuperar o cetro, eu me viro aqui.
Estamos aqui para recuperar o cetro que Loki usava, Thor disse que precisa dele e meu pai também estava louco para fazer experimentos com ele e descobrir algumas informações que ele ia amar ter. Confesso que eu também fiquei curiosa para saber mais sobre ele, aos efeitos que ele emiti são surreais, coisa que a tecnologia e a ciência nunca viu na vida. Eu participei da academia de informática da Shield por anos e da academia de tecnologia por mandato de meu pai, e confesso que nunca vi nada igual a esse cetro, ele é como um mistério para a gente.
_ Preciso de você também, Evie. - a voz do meu pai saiu dos comunicadores - Preciso que dê um jeito de liberar as portas, todas são ligadas a computadores da central deles.
Revirei os olhos e bufei, indo em direção a moto de Steve. Subi na garupa e coloquei minhas mãos na lateral da moto, fazendo sinal para ele andar logo. Alguns homens tentaram atirar em nós, mas o escudo de Steve conseguiu parar as balas.
Atirei nos homens que tentaram balear a gente e Steve pegou um pelo braço, arrastando ele pelo caminho. Passamos com a moto em cima de um homem e eu aproveitei para pegar a arma em sua mão, já que a minha estava com poucas balas.
Meu pai voou até a estrutura da base, mas sem sucesso, ela é totalmente protegida por uma energia que não deixa ninguém chegar perto ou tentar destruí-lá.
_ Merda. - murmurou meu pai.
_ Olha a língua. - Steve disse e eu franzi o cenho.
_ Olha a língua? Sério Steve? - falei e ele não me respondeu, somente escutei meu pai incrédulo pelas escutas. - Jarvis, qual é a vista lá de cima? - perguntei para a inteligência artificial
_ O edifício central está protegido por um escudo de energia. A tecnologia de Strucker suplanta a de todas as outras bases da HYDRA.
Ao ouvir esse nome, minha respiração começou a ficar acelerada e eu senti um bolo enorme se formar em minha garganta. Há tempos que eu não posso ouvir esse nome, sempre que o escuto eu me perco todinha, parece que o mundo inteiro para e fica somente eu e a minha angústia, o meu nojo, o meu rancor por essa organização. Minha mãe fazia parte dela, minha vó faz parte dela e não duvido nada de que minha família materna toda seja da HYDRA.
Com uma raiva acumulada em meu peito, peguei uma granada e a joguei dentro do carro que estava atrás da gente. Logo o carro explodiu e eu suspirei vendo que não tinha mais ninguém do nosso lado. Chegamos em um topo e nos assustamos vendo muitos homens parados lá.
Saí da moto e comecei a correr em direção a eles, dando um tiro no primeiro homem e no segundo eu golpeei com a minha perna esquerda o fazendo cair no chão. Corri e subi no ombro de um dos homens o agarrando com força, aproveitei para dar um chute no outro homem e girei meu corpo para frente, fazendo nós dois cair.
_ Porque ninguém vai comentar que o capitão falou "olha a língua" ? - perguntou meu pai, me fazendo soltar um riso nasal e me levantar do chão.
_ Foi mal. - Steve diz andando com a moto e eu franzi o cenho.
Steve se levantou na moto e a jogou com força em cima de um carro repleto de homens preparados para nos atacar. Ótimo, agora não temos como chegar lá mais rápido.
Suspirei vendo Steve parado olhando para o carro todo esmagado e os soldados jogados no chão. Fui em sua direção, mas quando eu estava chegando perto, algo passou correndo por mim, me jogando no chão com força. Peguei a minha arma com um movimento rápido e comecei a mirar entre as árvores, mas não tinha nada e nem ninguém.
_ Temos um aprimorado. - falei me levantando e olhando para Steve, que fazia sinal para que corressemos.
_ Clint foi atingindo. - Natasha avisa pelos comunicadores.
Corremos para longe e logo fomos atacados por mais soldados, isso parecia que nunca ia acabar. Steve estava usando o seu escudo para atacar alguns e eu golpeava os outros com alguns chutes e socos no rosto, o que fazia eles caírem desmaiados no chão.
_ Pai, precisamos entrar. - falei me escondendo atrás de uma árvore.
_ Estou quase lá.
Dei um último soco em um soldado e corri até Thor, que estava usando seu martelo como uma forma de se defender. Ao me ver, passou a mão pelo cabelo e sorriu de lado, mas logo sendo atacado por um homem atrás dele. Peguei minha arma e dei um tiro certeiro no homem, o fazendo soltar o pescoço de Thor.
_ Consegui, a ponta abaixou. - diz meu pai, me fazendo sorrir aliviada.
Arrumei a minha trança que já estava se desfazendo e passei a mão pela minha boca, que estava com um pequeno corte na lateral. Meu ombro estava ralado e minha bochecha bem vermelha, o que ardia bastante.
_ Adorei o novo cabelo. - Thor diz olhando para os meus cabelos loiros que agora estavam maiores.
Eu fiquei com nojo de mim depois que fugi de uma base da HYDRA, nada me agradava e eu não conseguia me olhar no espelho e me achar bonita igual antes. Quando eu voltei para a Shield, comecei a deixar meu cabelo crescer e comecei a pinta-ló, e até que funcionou, não me vejo do mesmo jeito de antes, mas me sinto um pouco melhor.
_ Obrigada. - falei entre um sorriso e ele sorriu sem graça.
_ E o aprimorado? - perguntou Thor olhando para mim e Steve
_ Evaporou, não achamos ele em lugar nenhum. - falei dando de ombros e Steve assentiu - Entre tantos inimigos, nunca vi nenhum assim.
_Na verdade, nem os vemos. - Steve completou olhando para os lados.
_ Clint está muito ferido, vamos ter que evacuar. - a voz de Natasha soa.
_ Eu levo o Barton até o jato. Quanto mais rápido partimos, melhor.- Thor diz olhando para a gente - Ajudem o Stark a recuperar o cetro.
_ Entendido. - Steve concorda.
Alguns homens e um carro lotado estavam vindo em nossa direção totalmente dispostos a nos matar. Steve levantou seu escudo e Thor se preparou para bater o seu martelo com força, mas antes disso, Steve colocou sua mão em frente a minha barriga e me empurrou para trás.
_ O que está fazendo? - falo olhando para ele com dúvida, mas logo me assusto ouvindo o maior estrondo e as pessoas caindo no chão - Meu Deus, isso é loucura.
_ Encontrem o cetro. - foi a última coisa que Thor diz antes de sair voando para cima.
Avistei uma moto no canto e fui correndo até ela, sorrindo quando eu vi que ela ainda funcionava. Subi nela rapidamente e saí acelerando, mas logo parando ao lado de Steve.
_ Eu preciso ir primeiro, sem mim as portas não abrem. - falei e Steve assentiu - Por que eu estou te dando satisfações?
Saio acelerando rapidamente e faço muitas curvas até chegar na rampa que dava acesso para a base da HYDRA. Parei a moto e desci calmamente, poderia ter alguém ali pronto para atirar em mim. Subi a rampa calmamente com a arma na altura do peito e ao ver que não tinha ninguém, saí correndo para a única porta aberta, aonde eu conseguia escutar a voz do meu pai.
Entro na sala e bato a porta com força, fazendo ela se trancar atrás de mim. O meu pai, que estava super concentrado, deu um pulo de susto e eu ri com a sua reação.
_ Não é seguro ficar aqui com a porta aberta. - falo me posicionando em frente ao computador, fazendo meu pai revirar os olhos - Vou ver se consigo entrar na central de computadores da HYDRA, pode demorar um pouco.
_ Um pouco quanto?
_ Uns dez minutos, às vezes mais. Vai depender da localização da central, ela pode estar aqui ou até mesmo em outro país.
Comecei a digitalizar rapidamente e meu pai andava de um lado para o outro, parecia nervoso. A HYDRA é uma organização muito bem estruturada também e sempre está preparada, a central pode ser muito bem escondida e com tecnologia muito forte, o que não me deixaria acessar.
Consegui a localização da central e me assustei ao ver que ela ficava próxima de Nova York, então não seria tão difícil. Entrei na conta usando um nome de usuário fake e logo consegui acessar a central de comando, aonde eu tinha acesso a tudo deles. Procurei pelo acesso a portas e quando achei, liberei todas, fazendo a parede ao nosso lado se abrir por completo.
Meu pai bateu palmas e eu sorri de lado, vendo ele entrar rapidamente pela porta. Voltei meu olhar para o computador e comecei a mexer na pasta aonde tinha nomes das pessoas que passaram pela HYDRA. Olhei bem e acabei achando um nome que me interessava bastante: Sasha Luise.
Abri o seu histórico e passei meus olhos pelas informações, lendo somente algumas coisas que eu já sabia, nada de muito impressionante. No canto de seu histórico tinha um tópico com as suas ações que ajudavam nas missões.
Comecei a ler e engoli em seco quando vi as palavras que estavam ali: tortura, homicídio, manipulação, agressões físicas e psicológicas e outras coisas que eu não quis terminar de ler, eu já descobri coisas demais.
Minhas vistas começaram a escurecer e uma vontade enorme de chorar apareceu. Meu peito estava apertado e minha respiração regulada.
Dei um passo para trás e fechei meus olhos, sentindo as lágrimas escorrerem pelo meu rosto. Como meu pai conseguiu se relacionar com uma pessoa dessa? Como ele pode ter uma filha com uma pessoa desse nível? Como ele pode mentir para mim falando que ela era uma boa pessoa sendo que ela era assim?
Coloquei a mão sobre a minha cabeça e tentei limpar as minhas lágrimas, mas só saía mais e mais. Eu estava sentindo minhas pernas bambas e acabei me ajoelhando no chão, sentindo um forte impacto nos joelhos.
Abri meus olhos e me levantei rapidamente, dei passos para trás vendo um homem sentado em uma cadeira de costas para mim. Seus cabelos eram pretos e ele era alto, seus dedos batiam calmamente nós braços da cadeira.
_ Quem é você? - perguntei limpando as minhas lágrimas e pegando minha arma que estava no macacão, mas nada dele responder - Responde!
A cadeira de virou devagar e um rosto que eu não queria ver nunca mais foi revelado. Rick, era ele que estava ali parado vestido com um macacão preto e uma arma nas mãos. Ao me ver, ele abriu um sorriso de lado e se levantou, fazendo eu levantar a arma e apontar em sua direção.
_ Saí daqui, eu não quero te ver mais. - falei colocando a mão na cabeça e apertando meus olhos com força - Saí daqui! Saí!
Rick soltou uma risada alta e se aproximou mais perto de mim, passando as mãos pelos meus braços e eu ouvia sua risadinha, o que me dava nojo.
_ Eu senti saudades. - disse passando a mão pelos fios soltos da minha trança e os colocando atrás da minha orelha. Coloquei a ponta da arma em sua barriga, ele riu baixinho - Eu sei que você não vai me matar, querida.
_ Porque eu não faria isso? - perguntei com os olhos cerrados, sentindo cada toque seu em meu corpo.
_ Porque você está sem balas. - diz Rick e eu apertei o gatilho, vendo que realmente não tinha balas - Está vendo? Você não tem mais como escapar de mim, Evie.
_ Meu pai está aqui, ele vai chegar. - as lágrimas escorregavam pelo meu rosto e eu não conseguia fazer nada, nem mesmo um gesto.
_ Eu não teria tanta certeza. - Rick saiu do meu campo de visão e minha respiração parou quando eu vi o corpo do meu caído no chão com sangue escorrendo pela boca - Quem vai te salvar agora?
Minhas pernas ficaram bambas e eu caí ajoelhada novamente, sentindo uma dor intensa no peito. Fechei minhas mãos e cravei minhas unhas na palma, sentindo uma dor ruim, mas nada se compara a dor que eu estava sentindo agora. Minha vista escureceu e eu me senti sonsa, caindo para frente, somente sendo posicionada pelos meus braços.
_ Evie. - uma voz me chamou, mas ela estava longe, não dei muita importância - Evie, está tudo bem?
Abri meus olhos e eu não enxergava nada além de uma imagem preta, sem nem um ponto de luz. Me levantei calmamente e passei a mão pelo meu macacão.
_ Evie! - a voz gritou e eu acordei assustada, suando frio.
Eu estava parada de frente ao computador e eu ainda estava na central da HYDRA, mas sem nenhuma informação da minha mãe ou coisa do tipo.
_ Evie, querida. - meu pai falou me envolvendo em um abraço e eu desabei de chorar em seu peitoral - Aconteceu comigo também, foi somente uma ilusão.
_ Era real, pai. Parecia ser muito real. - eu estava chorando muito e minhas palavras saíram entre um soluço.
_ Está tudo bem, o papai está aqui e nada vai te machucar. - enfiei meu rosto, mas a fundo do seu peitoral e ele passou a mão pelos meus cabelos.
Saí do seu peitoral e dei um sorriso de lado, vendo que meu pai estava ali na minha frente, vivo. Limpei minhas lágrimas e me virei novamente para o computador, saindo do acesso a central da HYDRA, eu não quero ver mais nada relacionado a isso.
Meu pai estava com o cetro em mãos e eu me virei pegando minha arma em meu macacão, mirando em uma parede e sorrindo quando a arma disparou contra ela, eu ainda tinha balas.
_ Vamos? - perguntou e meu pai assentiu com a cabeça.
Ele passou o braço pelos meus ombros e saímos em direção à nave que estava parada a alguns metros a frente. A porta da nave estava aberta e Thor estava parado na porta, esperando pela gente.
Saí correndo indo em sua direção e sorri ao ver todo mundo ali, todo mundo vivo e seguro.
_ Que bom está todo mundo bem. - falei sorrindo e Steve sorriu de lado - Conseguimos recuperar seu cetro, Thor.
_ Eu agradeço. - disse sorrindo e eu entrei da nave.
Me sentei em uma cadeira e passei as mãos pela minha cabeça. Aquilo foi ruim, desesperador para ser mais exata.
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