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Cap. 39 - Amar, às vezes, é deixar ir.

Enquanto descia as escadas, refazendo o caminho para a sala, eu não pude evitar pensar em como essa casa parecia diferente agora. Tão vazia, tão sem vida. Era como se o brilho que costumava ter tivesse desaparecido, e eu sabia que isso tinha tudo a ver com as pessoas que faltavam. As pessoas que eu havia perdido...

— Jon?

A voz de Isis me tirou dos meus pensamentos. O tom dela estava carregado de preocupação e alívio.

— Oi, Isis. Podemos conversar?

— Você tem noção do quão preocupada fiquei? Passaram-se quase uma semana, pensei que você tivesse morrido, seu idiota. Pelo menos avisa antes de sumir assim!

A voz dela soava alta, e eu podia sentir a emoção e o medo ali, escondidos entre as palavras. O coração apertou um pouco.

— Me perdoe, Isis. Não foi algo planejado. Podemos nos ver? Quero te dar um abraço antes de seguir viagem.

Houve um momento de silêncio do outro lado da linha, e eu pude imaginar a confusão no rosto dela. Finalmente, ela disse:

— Me encontra no nosso lugar preferido. Quero que me explique isso direito.

A chamada foi encerrada e, ao ouvir o tom de sua voz, senti um nó se formar no meu estômago. Suspirei profundamente, sentindo a pressão do momento se intensificar. O que eu poderia dizer a ela? Como poderia explicar as razões para o meu afastamento sem quebrar o coração dela?

— Ela parece se importar mesmo com você! Entretanto você compreende o perigo que você se encontra? Seja lá o que decidir, certifique-se para não se arrepender depois.

Cristina quebrou o silêncio, distraída enquanto tentava ligar a TV.

— Ela é incrível. Obrigado pelo conselho. Precisa de ajuda aí?

Perguntei, apontando para o controle em suas mãos, desejando distraí-la para que eu pudesse me preparar mentalmente para o que estava por vir.

— Nunca vi TV. Pode colocar alguma coisa enquanto você fala com ela? 

Disse ela, seus olhos azuis brilhando com uma curiosidade infantil.

Coloquei "Quatro Vidas de um Cachorro" para ela assistir. A expressão de fascínio que iluminou seu rosto enquanto ela se perdia na história me fez sorrir. Era uma cena refrescante em meio à confusão emocional que eu estava enfrentando. Eu saí, indo em direção à área da piscina, buscando um pouco de clareza em meio à tempestade que se formava dentro de mim.

O vento frio da noite me envolvia enquanto eu caminhava até o local combinado, sussurrando promessas de algo que parecia distante e inalcançável. A lua cheia lançava um brilho prateado sobre a superfície da água, transformando-a em um espelho líquido que refletia minha ansiedade. Cada passo em direção ao nosso lugar especial parecia um lembrete do que eu estava prestes a perder. Quando cheguei lá, o lugar estava vazio, como eu esperava, devido ao horário. A última vez que olhei para o meu celular, faltavam cinco minutos para a meia-noite. Me sentei em um dos bancos próximos à piscina, esperando. Alguns minutos se passaram, e finalmente, ela chegou.

Isis vestia uma calça de moletom escura, um pijama de ursinhos e uma blusa de frio aberta. Seus cabelos estavam soltos, e ela me fitava com aqueles olhos cor de mel, cheios de emoção. Sorri ao vê-la.

— Adorei a roupa.

Brinquei.

Um largo sorriso apareceu no rosto dela, e antes que eu pudesse reagir, Isis correu até mim, pulando e me agarrando com força. Suas pernas envolveram minha cintura, e, por reflexo, minhas mãos a seguraram, apoiando suas costas para garantir que ela não caísse. O abraço dela era apertado, cheio de sentimentos que palavras não conseguiriam transmitir.

— Que bom que você não morreu!

Ela disse, aliviada, apertando-me ainda mais.

Eu afundei o rosto em seu ombro, sentindo o calor dela. Passei a mão gentilmente por suas costas, tentando confortá-la, mas, na verdade, eu estava confortando a mim mesmo. Foi então que ouvi o choro dela, abafado contra o meu pescoço.

— Me perdoa, Isis, por não ter te avisado.

Murmurei, tentando acalmá-la.

Ela continuou chorando por um momento, então, com uma voz entrecortada pelas lágrimas, sussurrou:

— Quando você sumiu, eu pude refletir o quanto eu gosto e me importo com você... Eu ficaria ao seu lado um dia inteiro sem me enjoar de você. Eu quero estar ao seu lado, Jon. Não vá embora, fica aqui comigo.

Ela tinha o poder de mexer comigo como ninguém mais, nem mesmo Bia conseguia me fazer sentir daquela maneira. Cada palavra que ela dizia atravessava minhas barreiras e tocava onde mais doía.

— Isis... 

Chamei baixinho, passando minha mão pelo pescoço dela, acariciando a pele macia.

Quando ela parou de chorar, desceu do meu colo e me olhou nos olhos, seus dedos ainda tocando meu rosto.

— Fica comigo, Jon. Eu quero você. Desde quando te vi aqui mesmo, desde o nosso primeiro beijo, fiquei encantada. Depois, você ajudou meu irmão, e desde então, você era responsável por noventa por cento dos meus pensamentos. Tentei negar isso, mas aí você desapareceu, e eu não aguentava mais a possibilidade de nunca mais te ver.

A voz dela estava carregada de paixão, de desejo. As mãos dela acariciaram meu rosto suavemente, enquanto seus olhos transbordavam sentimentos. Cada palavra dela trazia de volta aquele desejo e a atração que eu sentira desde a primeira vez que a vi. Meu coração se apertou, dividido entre o que eu queria e o que eu sabia que deveria fazer.

— Eu... 

Comecei, tentando encontrar as palavras certas, mas elas simplesmente não vinham.

Por mais que meu coração clamasse para que eu ficasse, a realidade era outra. Minha vida era cheia de perigos, e trazer Isis para dentro disso significava expô-la ao caos que me rodeava constantemente. Ela não merecia isso.

Levei minhas mãos até as dela, que estavam em meu rosto, segurando-as com firmeza. Inclinei a cabeça para frente, depositando um beijo em sua testa, e depois encostando minha testa na dela, fechando os olhos enquanto absorvia aquele momento.

— Eu não posso, Isis... 

Sussurrei.

— Eu queria tanto, você sabe que sim, mas... Eu preciso te manter longe de tudo isso. Do meu mundo. Preciso resolver tudo primeiro.

Vi seus olhos se encherem de lágrimas novamente, e aquilo doeu mais do que eu poderia expressar. Ela me olhava com um misto de dor e compreensão, como se soubesse que eu estava fazendo isso por ela, mas ainda assim não queria aceitar.

— Jon, eu não me importo com o perigo. Eu só quero estar ao seu lado, aconteça o que acontecer, não desista da gente...

Ela disse, a voz soando como um apelo.

Eu soltei um suspiro pesado, ainda segurando suas mãos.

— Eu nunca me perdoaria se algo acontecesse com você por minha causa. Vou sempre cuidar de você, mesmo que de longe, mas não posso te arrastar para isso, para esse caos.

Ela permaneceu em silêncio, e pude sentir suas mãos tremendo nas minhas. Era tão difícil afastá-la, cada parte de mim queria ficar, mas eu sabia que precisava ser forte por ela.

— Eu preciso ir.

Falei, finalmente, minha voz quase falhando.

Ela hesitou, mas então me soltou, suas mãos caindo aos lados do corpo. Seus olhos estavam cheios de lágrimas, e eu queria tanto abraçá-la de novo, mas não podia dar falsas esperanças. Dei um passo para trás, depois outro, até que finalmente virei-me e comecei a me afastar.

— Jon... Se cuida, por favor.

Ouvi a voz dela, e parei por um momento, sem coragem de olhar para trás.

Eu acenei com a cabeça, mas a sensação de que estava me afastando de algo precioso me consumia. Cada passo parecia uma lâmina, cortando os laços que criamos, e a dor se espalhava pelo meu corpo como uma corrente elétrica. O peso da decisão era quase insuportável, como se um imenso fardo estivesse pousando sobre meus ombros. Não era apenas um amor jovem e ingênuo que deixava para trás; era uma conexão genuína, algo que eu nunca havia experimentado antes. Com cada batida do meu coração, eu me lembrava do riso dela, da forma como ela iluminava o ambiente ao meu redor mesmo que tudo estivesse escuro, da maneira como seus olhos brilhavam quando conversávamos. Era um vazio que se tornava mais profundo à medida que eu me afastava, como um eco distante que se tornava cada vez mais difícil de ignorar.

Mas, ao mesmo tempo, uma voz interior sussurrava que eu estava fazendo a coisa certa. O mundo em que eu vivia era um labirinto de sombras e perigos, e trazer Isis para dentro dele significava abrir uma porta para o caos que me cercava. Não podia envolvê-la nesse turbilhão, não poderia arriscar sua vida, nem mesmo um momento. A ideia de vê-la ferida, ou pior, era algo que eu não conseguia suportar.

Amar, às vezes, é deixar ir. Essa frase ecoava na minha mente, pesando em cada pensamento. A decisão estava ali, gritante e clara: eu preferia deixar Isis ir do que tê-la ao meu lado e arriscar sentir aquilo novamente. Já havia vivido a dor da perda; a ideia de repetir isso me consumia de uma forma que eu não conseguia descrever. A culpa, o arrependimento e a tristeza se entrelaçavam em meu peito, tornando-se uma bola de dor que me sufocava.

Assim que deixei a mulher que deixava meus dias mais suportáveis, o vazio se tornou palpável. Era como se a parte mais colorida da minha vida estivesse sendo removida, deixando apenas uma sombra do que poderia ter sido. Cada fibra do meu ser clamava pelo contrário, um grito silencioso para que eu olhasse para trás, para que eu parasse e a puxasse para mais perto, mas a realidade se impôs com uma força esmagadora.

A luz da lua iluminava o caminho à minha frente, mas tudo que eu conseguia ver era o rosto dela, a forma como seus olhos se encheram de lágrimas e o desespero em sua voz ao me pedir para ficar.

Jon... Se cuida, por favor. 

Seu apelo ecoou em minha mente, um eco que eu sabia que nunca esqueceria.

Eu desejava poder ser o homem que ela merecia, aquele que a protegeria de todos os males. Mas eu não era. Eu era um alvo, um prisioneiro do meu próprio destino, e não podia arrastá-la para essa vida. Fui eu quem decidiu me afastar, quem optou por abrir mão de tudo. O caminho à minha frente era sombrio, mas eu sabia que não havia outra opção. Eu só esperava que, um dia, ela entendesse que essa decisão não foi apenas para me proteger, mas para proteger tudo o que ela era. Deixá-la ir era um sacrifício que eu estava disposto a fazer, mesmo que isso significasse carregar a dor do que poderia ter sido, para sempre... Fique bem meu arco íris.

Assim que cheguei em casa, vi Cristina ainda na sala, completamente envolvida no filme. Sua expressão era fascinada, como se estivesse descobrindo um novo mundo. Sentei-me ao lado dela, afundando no sofá. Ela me olhou por um instante e depois voltou a encarar a tela, mas eu sabia que não ficaria em silêncio por muito tempo.

— Pelo seu semblante, você escolheu afastá-la, não é? 

Sua voz soou suave, mas cheia de certeza.

Suspirei profundamente. Ela tinha razão, e era quase inútil tentar esconder isso.

— Sim. Não quero colocá-la em perigo. 

Minha voz saiu em um murmúrio, como se ainda buscasse forças para acreditar na minha própria decisão.

— Será que fiz a escolha certa?

Cristina virou-se um pouco mais para mim, seu olhar agora cheio de uma compaixão quase inesperada. Ela apoiou uma mão em meu ombro, seus dedos leves, mas firmes.

— Se foi uma boa escolha ou não, só o tempo vai dizer. 

Disse ela calmamente.

— Mas você é diferente, Jon. Colocou a vida dela acima dos seus desejos, e isso é algo que poucos fariam.

— Não sou tão diferente assim. Eu queria...

Minha voz vacilou, enquanto olhava para o chão, tentando encontrar as palavras. 

— Queria muito ficar com ela. Tê-la ali nos meus braços, beijar seus lábios... Mas...

O silêncio pairou entre nós, preenchido apenas pelo som distante da televisão. Cristina esboçou um sorriso melancólico.

— Como eu disse, você é diferente. Teve a oportunidade, mas decidiu fazer o que achou certo para protegê-la. O poder escolheu alguém extraordinário, e acho que ele não errou.

Suas palavras ecoaram em minha mente, me fazendo refletir. Eu queria acreditar nisso, mas o vazio dentro de mim parecia só crescer, uma dor que nenhuma justificativa parecia ser capaz de aliviar.

— Cristina, ela vai ficar bem mesmo? 

Perguntei, e dessa vez, minha voz era carregada de vulnerabilidade, revelando meu medo.

Ela me olhou por um longo segundo antes de responder, seus olhos azuis se suavizando.

— Não tenho todas as respostas, Jon. Tudo depende das suas próximas decisões. Entende?

Eu acenei com a cabeça, mesmo sem ter certeza se realmente entendia. Era difícil aceitar que eu não poderia controlar tudo, que a segurança dela estava fora do meu alcance agora.

— Acho que sim.

Respondi baixinho, desviando o olhar.

— Antes de irmos, quero ligar para um amigo.

Cristina assentiu, voltando sua atenção para a televisão.

— Tudo bem, mas não demore. Precisamos voltar. Por mais bom que esse filme seja, ainda temos trabalho a fazer.

Peguei meu celular e me levantei, caminhando até meu quarto enquanto discava o número de Júlio. Precisava ouvir a voz dele, me certificar de que estava bem. Não podia sumir de novo sem avisar.

O telefone tocou algumas vezes até que, finalmente, a voz dele soou do outro lado.

Firme, mas com o toque brincalhão de sempre.

— Alô, Jon?

— E aí, Júlio. Você está melhor?

— Estou bem, mas, cara, você sumiu. Quando acordei, só meus pais estavam lá. Pensei que fôssemos amigos... Por onde esteve? 

A voz dele soava triste, cheia de mágoa que ele tentava disfarçar, mas que atravessava cada palavra. Senti um aperto no peito.

— Eu que te levei para o hospital, Júlio. Liguei para os seus pais e fiquei até eles chegarem. Mas depois...

Minha voz falhou um pouco, enquanto procurava as palavras certas.

— Tive que lidar com meus próprios problemas. Parece que seu pai não mencionou nada sobre isso, né?

O silêncio do outro lado pesou, seguido de um suspiro profundo de Júlio.

— Você está falando sério?

 Ele perguntou, a incredulidade evidente em sua voz.

— Sim. Se dependesse de mim, eu teria ficado até você acordar, seu idiota.

Houve um momento de silêncio, e então Júlio soltou uma risada, mas havia tristeza nela.

— Que loucura. Primeiro seu pai, agora o meu sendo babaca também. Bora marcar alguma coisa?

Eu quase sorri, mas aquilo doía mais do que eu gostaria de admitir.

— Não vai dar, lembra do meu lance?

— Aquela doideira de magia? Sim. O que aconteceu?

Suspirei, tentando manter a voz firme.

— Tudo ficou mais perigoso. Vou precisar ficar longe para treinar e resolver algumas coisas. Não quero levar perigo para vocês.

Houve um longo silêncio do outro lado, e então ele soltou uma risada.

— Esse "vocês" aí sou eu e a morena, né? Seu safado.

Eu ri junto, balançando a cabeça.

— Você só presta atenção nessa parte? Você não toma jeito, Júlio.

— Ah, prestei, mas senti que precisava aliviar o clima. Você estava pesando tudo demais. Só toma cuidado, irmão, e vê se não demora para voltar.

Minha garganta apertou um pouco. Júlio sempre sabia o que dizer.

— Não posso prometer nada, mas vou tentar. Se cuida, meu amigo, e fica longe de problemas.

— Ah, você sabe que problemas me perseguem! 

Ele gargalhou, e eu sorri, mesmo com o coração apertado. Aquele riso era uma lembrança de tempos mais simples, onde tudo que importava era estarmos juntos.

— Sei bem como é. Eu iria aí, mas seu pai provavelmente me colocaria para fora antes de eu dar dois passos.

— Você tem poderes, Jon, e tem medo do meu pai? Não faz sentido.

— Medo? Não. Tenho respeito.

Júlio riu de novo, e dessa vez eu sabia que ele estava sorrindo de verdade.

— Toma cuidado lá na sua missão. Fica bem, irmão.

— Digo o mesmo, meu irmão de outra mãe. Eu te ligo quando voltar.

Quando a ligação foi encerrada, fiquei ali, olhando para o celular por um instante, sentindo o silêncio crescer ao meu redor. A despedida parecia pesar mais do que eu esperava. Era difícil deixar as pessoas que me importavam para trás, mas eu sabia que, por enquanto, era o que precisava ser feito.

Por que despedidas doem tanto?

Pensei, enquanto meu olhar se perdia pela janela.

[...]

Voltamos para a Academia, e Cristina desapareceu da mesma forma que surgiu. Agora, sozinho no quarto, o silêncio preenchia todos os cantos, mas não mais do que as palavras de Ísis em minha mente.

"Fica comigo, Jon. Eu quero você. Desde quando te vi aqui mesmo, desde o nosso primeiro beijo, fiquei encantada. Depois, você ajudou meu irmão, e desde então, você era responsável por noventa por cento dos meus pensamentos..."

As palavras de Ísis rodavam na minha mente, palavras cheias de um sentimento que me era ao mesmo tempo doce e amargo. Ficar com ela... poderia ter sido tão fácil. Eu poderia ter me deixado levar, permitido que o calor daqueles momentos nos envolvesse. Mas o amor, para mim, parecia ser diferente. Era algo que sempre esteve ali, mas nunca ao meu alcance.

Amor... sempre ouvi dizer que era o sentimento mais sublime, aquele que nos completava, nos fazia melhores. As pessoas falavam dele como se fosse a coisa mais preciosa que se poderia ter. Algo que preenchia vazios e trazia sentido à vida. Para muitos, era um abrigo, um lar seguro onde podiam se refugiar. Mas, para mim, o amor sempre veio com uma sombra. Era mais um fardo do que uma dádiva, mais uma fonte de dor do que de consolo. Amar era algo que exigia sacrifício, algo que vinha com a ameaça constante de perda.

Eu me perguntava, enquanto fitava as luzes distantes das estrelas, o que realmente significava amar alguém como Ísis. Amar não era simplesmente querer estar com ela. Não era só o desejo de tocar sua pele, de sentir seus lábios nos meus. Era algo mais profundo, algo que ia além do prazer momentâneo, além das carícias que poderiam nos fazer esquecer, por um tempo, das nossas preocupações. Amar era se importar com a outra pessoa de uma forma que tornava cada pensamento, cada ação, um reflexo do bem-estar dela.

Eu queria Ísis comigo, queria ser parte dos seus dias, dos seus sonhos. Queria rir com ela, dividir meus medos e celebrar pequenas vitórias ao seu lado. Mas, ao mesmo tempo, não conseguia ignorar o perigo que a minha vida trazia para quem estivesse por perto. E se amar significava proteger, então a decisão de me afastar, por mais dolorosa que fosse, era também um ato de amor.

Era estranho pensar nisso dessa forma. A ideia de que o maior ato de amor que eu poderia ter por alguém era justamente deixá-la ir, garantir sua segurança mesmo que isso significasse sufocar meus próprios sentimentos. Era uma escolha cruel. Uma escolha que me privava de experimentar o que tantos consideravam ser a maior benção da vida.

Abracei meu próprio peito, tentando aliviar a dor que parecia se espalhar dentro de mim. O amor, para mim, sempre foi uma linha tênue entre a luz e a escuridão. Era algo que eu almejava, mas que parecia constantemente além do meu alcance, sempre coberto pelas sombras do meu destino. Seria isso justo? Não merecia, nem que fosse uma vez, sentir isso de forma plena? Sem medo, sem dúvidas, sem a constante sensação de perda iminente?

Talvez um dia. Talvez, quando tudo isso terminasse, se eu ainda estivesse aqui, se ainda houvesse um lugar para mim no mundo que restasse, eu pudesse, finalmente, experimentar esse amor sem reservas. Mas, por agora, amar significava proteger. E proteger significava me afastar. Suspirei. Amar, para mim, era sacrificar os desejos do presente pelos sorrisos de um futuro seguro. Mesmo que isso custasse cada pedacinho da minha própria felicidade... Com essas reflexões acabei pegando no sono, e adormeci.

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