Cap.16 - Descobertas
Desperto com alguém tocando no meu braço, meu corpo se enrijece em um instinto de defesa... Era minha mãe, ela esta sentada na cadeira, junto da cama e apoiando a mão no meu braço. Ela está com um sorriso radiante.
— Filho, que bom que você está bem, e vivo.
— Desculpe-me mãe, te fiz passar por uma situação ruim, prometo tomar mais cuidado.
Disse com receio de fazê-la sofrer.
— Acho bom mesmo, mas pelo menos me avise o que for fazer, para que não seja pega de surpresa filho.
— Combinado mãe, onde está o pai?
Pergunto curioso?
— Foi buscar um café, e o doutor solicitou que ficássemos juntos, para falar a seu respeito., eles já devem estar chegando.
Ela explica.
E dito e feito, momentos depois o médico e meu pai entram na sala. Sung estava com uma prancheta, e se aproxima de nós e diz.
— Solicitei que viessem para falar as respeito do filho de vocês, tenho os resultados dos seus exames aqui Jon.
Por que estou com receio? De que algo pode estar errado? Respira, é coisa da minha cabeça...
— Os resultados mostram que ele está praticamente curado. As feridas diminuíram exponencialmente e as dos tornozelos não existem mais. Sinceramente, não sei como isso aconteceu...
Sung disse, com um tom de perplexidade em sua voz.
Meus pais se entreolharam, e minha mãe fala com entusiasmo:
— Isso é maravilhoso, doutor Sung, é um milagre! Orei tanto para que ele ficasse bem, e minhas preces foram ouvidas.
A alegria de minha mãe estava estampada em seu largo sorriso. Meu pai, com uma alegria contida em sua voz séria, perguntou:
— Realmente, isso é impressionante. Nesse caso, podemos levar Jon para casa?
— Não vejo problema em liberá-lo, mas isso é demasiadamente estranho. Aconselho que, a qualquer alteração, retornem ao hospital para mais exames.
Disse Sung, mantendo sua expressão neutra.
— Tudo bem, doutor Sung. Obrigado pelos seus serviços e por ter cuidado tão bem do meu filho. Disse meu pai, apertando a mão do médico em sinal de gratidão.
— Não tem de quê, é o meu trabalho. Uma enfermeira vai entregar a vocês um kit de curativos, caso seja necessário trocar a faixa da ferida no abdômen. Passem na recepção para assinar o documento de alta. E Jon, se cuide. Fique sem ir ao mar por um bom tempo, rapaz. Suas roupas estão na gaveta ao seu lado direito.
— Sung recomendou, com um olhar sério.
Ele cumprimentou meus pais e saiu da sala. Senti um misto de alívio. Meus pais se voltaram para mim, ainda radiantes de felicidade, prontos para me levar para casa.
— Troque de roupa, e vamos para casa!
Meu pai sugere.
E assim faço, me levanto sem dificuldade, vou em direção a uma pequena estante, e abro a gaveta, e apenas minha bermuda estava lá. Que merda, minhas roupas ficaram com Haley.
— Só tem a bermuda aqui.
— Veste o que tem, quando sairmos daqui compramos se precisar.
Meu pai diz.
Assinto em concordância, e vou ao banheiro e me troco rapidamente... Saio do banheiro apenas com a bermuda e descalço. E meus pais me observam.
— Eu sabia que você tinha músculos, mas não pensei que fosse assim. Tomou bomba foi?
Disse meu pai curioso.
— Muito trabalho braçal.
Minto e forço um tom desanimado.
Posso notar minha mãe cutucar meu pai com o ombro e ele diz.
— Perdão filhão, não queria despertar lembranças ruins.
— Tudo bem pai, isso ficou no passado!
Ele assente.
— Júlio ainda está aqui? Ele provavelmente está com minhas roupas.
Pergunto.
— Acredito que sim, vamos lá?
Disse minha mãe.
Não sinto dificuldade alguma em andar, nenhuma dor. Todo o desconforto anterior desapareceu, o que é realmente incrível. Saímos da sala e sigo meus pais, que andam lado a lado pelo corredor. Percebo vários olhares voltados para mim, alguns bem discretos, mas outros intensos e sem disfarces. Deveria pegar o número de algumas dessas mulheres, mas com meus pais aqui, decido que não é o momento apropriado. Continuo avançando e vejo meus pais virarem à esquerda. Entramos no elevador e descemos até o térreo. O hospital está movimentado, com pacientes e funcionários indo e vindo. Avançamos mais um pouco e noto Júlio sentado com sua família em uma área de espera. Ele parece ansioso, mas ao me ver, seus olhos se iluminam.
— Ganhei alta!
Indago feliz.
— Que maravilha Jon.
A senhora Wilfer diz sorrindo.
— Isso é ótimo, o que andou comendo Jon? Você está enorme.
O senhor Wilfer diz me avaliando.
— Isso é conversa para outro dia, estou exausto!
Sorrio.
— Júlio, você chegou a pegar minha camisa e o meu celular?
Pergunto olhando para ele.
— Acredita que nem lembrei, foi mal cara?
Ele fala.
— Acredito, mas obrigado mesmo assim.
Falo.
— Estou brincando, está na mochila.
Sorrio, nunca sei quando ele está falando sério ou caçoando.
Ele pega uma bolsa da cadeira e abre retirando minha camisa e o meu celular, e me entrega.
— O tênis ficou lá em casa, não passei lá depois do que te aconteceu...
— Depois pego com você, e obrigado, sem você lá, provavelmente teria sido bem pior... E da próxima vez não te chamo para ir à praia.
Sorrio. Ciente dos olhares ao nosso arredor, alívio a barra dele, meu pai tem uma visão muito errada dele, e espera sempre o pior dele, mas se quero conseguir dinheiro, preciso que as coisas fiquem melhores entre eles.
— Nada de praia por um bom tempo.
Ele retribui o sorriso.
E minha mãe diz.
— O Carlos vai dizer algumas palavras.
Todos olham para o meu pai e ele começa.
— Como falei antes, me desculpe fui equivocado, e acabei culpando você por tudo. Obrigado por ter ajudado meu filho, Júlio. Se precisar de algo pode avisar.
Júlio assente, mas não diz nada.
Minha mãe emenda uma conversa com a senhora Wilfer e meu pai faz o mesmo com o senhor Wilfer. Aproveito e visto minha camisa! Nunca ninguém me olhou tanto igual hoje.
— Pegou o número da loira?
Pergunto curioso.
— O que você acha?
Ele dá um sorriso ladino, e desbloqueia seu celular e me mostra foto da loira de olhos claros.
— Ah, tem um presente para você, ela ficou preocupada, então me passou o número dela, e disse que é para você entrar em contato, quando estiver melhor.
Ele me mostra foto da garota do restaurante.
— Você é realmente muito bom. Mas quando teve tempo para pegar o número delas?
Estava curioso.
— Bom, quando os socorristas te resgataram do mar, algumas pessoas se juntaram para ver o que estava acontecendo, e as garotas estavam lá, peguei os números nesse momento, com a desculpa de avisar sobre você.
— Você não perde tempo, e ainda me usou.
Aceno a cabeça em negação.
— Não quando mulheres bonitas estão em jogo.
Ele dá um sorrisinho de canto.
— Vamos Jon? Já está ficando tarde.
Meu pai diz, próximo de nós. Nem notei ele se aproximar.
— Vamos. Só vou pegar o número do Júlio pai.
Entrego o meu celular para ele, um momento depois me devolve com seu número adicionado.
Meus pais se aproximam e cumprimentam Júlio e sua família, agradecendo a ajuda dele. Seguimos para a recepção, onde assino os documentos de alta, já que agora sou maior de idade. Finalmente, saímos do hospital. O ar fresco e a luz da lua me acolhem, trazendo uma sensação de renovação. Caminhamos até o carro, e enquanto meus pais discutem sobre a melhor rota para casa, olho para trás e vejo o hospital ficando para trás.
Enquanto entramos no carro, reflito sobre o dia. A rapidez da minha recuperação é surpreendente, algo sobrenatural. Ainda que o doutor Sung não consiga explicar, sei que é por causa da magia no meu corpo.
Meu pai e Júlio, que antes tinham uma relação tensa, agora se dão melhor. A experiência uniu todos de uma forma inesperada. O apoio de Júlio foi crucial, e meu pai finalmente reconheceu isso. A jornada de volta para casa é tranquila, com meus pais conversando sobre planos futuros... Sinto uma nova energia dentro de mim, uma força renovada. É como se eu tivesse uma segunda chance, não apenas de viver, mas de entender e explorar essa nova habilidade que parece ser parte de mim. Estou ansioso pelo que o futuro reserva, mas por enquanto, só quero aproveitar o momento de paz e normalidade, algo que não senti por um bom tempo. Enquanto o carro se afasta do hospital, dou uma última olhada para trás, sentindo gratidão por estar vivo e cercado por pessoas que se importam comigo. A vida pode ser imprevisível, mas estou pronto para encarar o que vier, com novas habilidades e laços fortalecidos.
***
Chegamos em casa, sentamo-nos sofá da sala, minha mãe sugere que pedíssemos lanche, pois, já estava tarde para fazer comida.
— Que tal pizza?
Sugiro.
— Por mim tudo bem filhão!
— Pede umas três amor, Jon precisa se alimentar bem, já que mal comeu hoje.
— Três pizzas? Vai ter pizza até para o café da manhã e talvez para o almoço.
Meu pai diz sorrindo.
— Não me importo em comer pizza no café da manhã!
Digo com um largo sorriso.
— Sei muito bem disso. Vão querer quais sabores?
— Pode ser de frango com catupiry, e outra a moda...
Minha mãe começa escolhendo.
— E de 4 queijos.
Falo.
— Tudo bem-querido! Seu pai vai pedir.
Assinto concordando.
— Que tal assistirmos um filme em família, como nos velhos tempos? Enquanto a pizza não chega?
— Por mim tudo bem meu amor. Só vou trocar de roupa...
Meu pai diz, e se retira da sala.
— Quer assistir o que?
— Não sei mãe, coloca um filme bom. Nesses últimos anos, não assisti nem um filme lançado, coloca um desses?
— Você ainda gosta de vingadores?
Ela me pergunta.
— Ah é verdade deve ter lançado um monte de filmes deles. Vou ter que maratona depois.
— Isso mesmo, vou colocar os vingadores guerra infinita. Você vai gostar.
Ela diz, e liga a tv, e espera o pai para dar o início ao filme. E alguns minutos depois ele desce e se junta a nós.
— Escolheram o que?
Pergunta curioso.
— Vingadores guerra infinita, ela disse que lançou a um tempo, e como não assisti ainda, vou ver com vocês.
Explico.
— Esse filme é incrível, você vai amar, é de tiro, pancada e bomba...
Ele diz com um sorrisinho no rosto.
— Assim espero! Pode iniciar mãe.
E assim é feito. O filme começa, e a atmosfera na sala fica imersa na ação da tela. A pizza chega na metade do filme, e comemos enquanto assistimos. Nem uma hora depois, meus pais já tinham pegado no sono. Eu, por outro lado, fiquei fascinado com o filme, e senti um ódio imenso do Thanos. Com uma busca rápida, encontrei o próximo filme da sequência, "Ultimato". Antes de colocar o filme, acordei meus pais, lembrando-os que já estava tarde. Meu pai acordou, mas minha mãe estava apagada. Ele a pegou nos braços com certa dificuldade, então perguntei baixinho:
— Quer ajuda para levar ela?
— Posso carregar minha esposa, filhão. Vê se não vai dormir muito tarde.
— Está bem, pai. Dorme com Deus.
— Amém, filho. Até amanhã.
Ele levou minha mãe escada acima, com ela nos braços. Meu velho até que é bem forte.
Coloquei "Ultimato" para iniciar, e se o filme anterior me fascinou, este simplesmente me deixou sem palavras. Foi uma obra-prima, embora eu não tenha gostado de ver o Tony Stark morrer. Ele era um dos meus favoritos do MCU.
Decidi ir dormir, pois já passava de uma hora da manhã. Subi para o meu quarto e tomei um banho quente. A cicatriz no meu abdômen estava quase desaparecendo, o que era incrível. Depois de sair do banho, fechei as cortinas para não acordar com sol no meu rosto, vesti uma bermuda e me joguei na cama. Não demorou muito para que o sono me roubasse...
***
Sou retirado do meu sono, por minha mãe.
Ela vestia uma roupa mais formal.
— Não queria te acordar, mas tenho que ir ao trabalho hoje, surgiu pendencias, e não posso resolver de Home office, seu pai também vai.
Ela respira fundo e prossegue.
— Não quero deixar você sozinho, mas não vai ter jeito. Quero que fique de repouso hoje, caso sinta que está bem, pode aproveitar o condomínio, mas nem pense em sair, está ouvindo?
— Tá bom mãe, vou ficar aqui descansando.
— Pode voltar a dormir querido, vai dar 08:00 agora.
— Bom trabalho mãe! Volta quando?
— Provavelmente as 16:00 se tudo der certo filho. E deixei café pronto na cozinha, e tem lanche no armário. Se cuida, e qualquer coisa me liga.
— Está bem mãe.
Ela se aproxima e deposita um beijo na minha testa e sai fechando a porta atrás de si.
Volto a fechar meus olhos, pois, ainda estou sonolento, e mais uma vez o sono me rouba. Quando acordo, pego o celular no criado mudo, e são exatamente 10:20
Levanto me e tomo um banho, visto minha roupa mais despojada e desço em direção a cozinha. Pego uma xicara e deposito café nela, logo após abro o armário, e tem biscoitos, pães e bolos. Na dúvida do que pegar, pego um pouco de cada. Café tomado, o que vou fazer hoje?
"Vamos deixar as coisas mais interessantes, que tal sairmos?"
A voz preenche minha mente.
— Minha mãe disse para não sair de casa, que posso ficar no condômino, mas sair não.
"Eu preciso lembrar você do nosso acordo? E além do mais, você já tem 21 anos nas costas Jon, deixou de ser criança a muito tempo, então vamos lá, o que ela pode fazer? Te colocar de castigo?".
A voz diz zombando.
— Acho que talvez você tenha razão, só não ir para praia...
Posso escultar uma gargalhada mental.
Subo e visto uma calça jeans clara, uma camisa toda branca, uma jaqueta preta. E um tênis branco para dar um contraste, e escovo os meus dentes. E pego o celular no criado mudo e dinheiro para caso eu precise. São 11:00 em ponto. Será que tudo bem desobedecer a minha mãe?
"Você só vai desobedecer se ela ficar sabendo, e não vou contar nada".
— Então vamos!
Saio de casa, me certifico de ter trancado, e caminho em direção a portaria, mas aqui tem o primeiro contratempo, o porteiro. Se ele abrir a boca, vai dar muita merda.
— Bom dia, tudo bem senhor?
— Bom dia rapaz, você é novo aqui né?
Ele pergunta.
Ótimo ele não sabe quem sou eu!
— Sou sim, vou dar uma saída agora para comprar meu almoço.
Minto!
— Entendo, bom almoço para você!
Ele fala.
— Para você também.
Me dirijo a um portão menor, e ele libera minha saída.
Pelas minhas observações, o centro da cidade ficava a alguns minutos daqui, então decidi caminhar até lá. Seria um ótimo exercício de cárdio. Depois de um tempo, já estava no coração pulsante da cidade. As ruas vibravam com uma agitação frenética, um mar de corpos em movimento contínuo. O tumulto era quase palpável, e eu me encontrava imerso nesse fluxo desordenado. As pessoas passavam por mim como sombras apressadas, alguns esbarrando em mim, alheios à minha presença. O ar estava carregado com a pressa e o propósito de vidas em trânsito, cada uma seguindo seu próprio caminho.
Enquanto caminhava, observava os detalhes ao meu redor: as vitrines das lojas refletindo a luz do sol, os vendedores ambulantes oferecendo seus produtos com vozes altas, o som constante dos motores de carros e motocicletas. Era um cenário caótico. Finalmente, avistei um beco se estendendo à minha frente, uma brecha no caos urbano, foi ali que um grito cortou o ar, uma nota de desespero ecoando nas paredes de concreto.
— Socorro! Alguém me ajuda!
A voz era de uma mulher, carregando o peso da angústia.
Surpreendentemente, as pessoas continuavam seu caminho, como se o grito fosse apenas um eco distante em seus ouvidos, sem provocar qualquer reação. Ignoravam o apelo da desconhecida, afundando-se na rotina frenética de suas vidas.
Sem hesitação, adentrei o beco, abandonando o tumulto impessoal da rua principal. À medida que avançava, a escuridão parecia abraçar-me, a atmosfera tornando-se mais densa, carregada com a tensão que pairava no ar. Lá, no fundo do beco, deparei-me com uma cena aterradora. Dois homens, imundos e sinistros, seguravam com brutalidade uma garota frágil, seu vestido negro agarrando-se a ela como uma mortalha. Seus cabelos loiros caíam em cachos desordenados sobre seu rosto, que exibia uma mistura de pânico e determinação.
Os homens eram grotescos em contraste com a jovem, suas roupas rasgadas e sujas testemunhando o que provavelmente eram horas de degradação. Ao perceberem minha presença, seus olhares subiram para me encontrar, e palavras arrastadas escaparam de seus lábios.
— Saia daqui seu idiota.
Um deles grita, ainda segurando a garota. Eu apenas respiro fundo e falo.
— Eu acho melhor pararem, antes que eu acabe com vocês dois.
Minha voz era firme e confiante.
Os Dois homens largam a garota, e ela cai no chão sujo, provavelmente ela estava cansada de se debater.
Eles começam a andar em minha direção e pegam uma faca, escondida sobre a blusa.
"Vamos ver como você lida com esses dois Jon, não se segure, eles merecem sofrer pelo que iam fazer com a mulher se ninguém intervisse".
A voz preenche minha mente.
— Dois contra um? Acho que não é justo para vocês, vou tentar pegar leve...
— Cala boca.
Eles rosnam.
O beco estreito se torna o palco sombrio para um confronto iminente, onde a tensão é palpável. Um dos homens, astuto em sua abordagem, inicia uma manobra para explorar um possível ponto cego em minha defesa. Mas estou alerta, já antecipando seus movimentos. Em um instante de precisão milimétrica, desferi um chute giratório devastador, que encontrou seu alvo no homem à minha frente. A faca que ele empunhava voou pelos ares, caindo com um clangor metálico ao chão. Seus olhos arregalados revelavam o choque que percorria sua expressão.
Antes que pudesse recuperar-se do golpe, o segundo homem investe em um ataque furioso. Mas é neste momento que algo notável acontece. Como se as leis da física se curvassem à minha vontade, realizo um mortal de uma altura quase sobrenatural. A sensação de liberdade é quase vertiginosa, como se estivesse dançando entre as estrelas. Então, com uma precisão calculada, aterrisso atrás dele, desferindo um soco formidável contra suas costas. O impacto é tremendo, uma onda de choque que parece roubar o fôlego do agressor por um breve momento.
Ambos os homens, agora boquiabertos, encaram-me com um misto de incredulidade e terror. Contudo, a pausa é fugaz, pois a fúria e a determinação os impulsionam a continuar o ataque. Desta vez, avançam com punhos cerrados, prontos para se vingarem. Minha agilidade e destreza tornam-se uma dança letal, desviando de suas investidas com uma graça calculada. Quando seus movimentos fraquejam, não hesito.
Socos e chutes irrompem como uma tempestade de fúria, uma dança caótica de força e agressão. Cedo aos meus impulsos e os golpeio até que fiquem completamente desacordados.
— Isso é para vocês aprenderem a nunca mais tocar em mulher sem consentimento...
Brado furioso.
— Pare com isso AGORA.
A mulher que outrora estava sendo agarrada está defendendo os bandidos.
— Vocês estavam juntos?
Recebo silencio da parte dela.
Finalmente começo a entender, que eles armaram para alguém interferir e sabe sei lá o que fariam com quem viesse ajudar.
— Sim, a gente faz isso para sobreviver.
A mulher diz.
— Existe algo chamado trabalho sabia?
— Você não entende, as pessoas não querem ajudar pessoas como nos, a vida sempre foi dura com a gente, e maneira como arrumamos para equilibrar as coisas, é dando uma surra nesses riquinhos, e os roubando, deixando só com uma cueca no corpo.
Um sorriso aparece no rosto da garota.
— Você é linda, deve conseguir um trabalho e sair dessa vida.
Sugiro.
Ela assente em negação e indaga.
— Aliás obrigado, não podemos fazer isso por um bom tempo, graças a você.
Olho para os dois homens sujos de sangue, acho que passei do ponto.
— Me desculpe, tenho ódio de pessoas assim. E acabei passando do ponto.
— Aliás como fez aquilo do mortal, aquilo não parecia humano...
Ela pergunta.
— Eu sempre gostei de fazer ginastica, e faço desde novo, por isso, aquele salto parecia diferente para vocês.
A mentira saiu no automático, e ela parece ter acreditado.
Saio por onde entrei, e olho meus punhos completamente cobertos por sangue que não eram meus, se a polícia ver, com certeza vão me parar. Volto a entrar no beco, a mulher agora está sob os homens ainda desacordados, os sacudindo. Até que ela me vê e se assusta.
— Achei que estivesse ido embora.
— Estava indo mesmo, mas preciso lavar essas mãos, sabe de algum lugar?
— Por que eu deveria te ajudar?
Ela brada.
— Posso trazer a polícia até aqui e contar o esquema de vocês.
Falo.
— Foi bem convincente, só um instante vou chamar alguém para ficar de olho nos meus irmãos, e te levo para se limpar.
A mulher assobia, e um rapaz moreno e magro, desce das escadas, acima de onde brigamos, ele parece se assustar quando me vê.
Vigie meus irmãos, vou levar ele para lavar as mãos.
— Você acha seguro Gaby? Você viu do que ele é capaz.
A voz transmitia medo.
— Não acho, mas não temos escolha. Fique aqui, não demoro.
— Vamos, me siga sem gracinha!
Sorrio para ela, e a sigo.
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