Capítulo 19
Noah Ackson
EUA. Washington. 16:13 PM. Sexta-feira.
Após terminar de me despedir de meus amigos virtuais, vou a procura de mamãe para que a mesma pegue meu aparelho. Passo em seu quarto e vejo que a mesma não está, então, penso que se não estiver dando banho em Dylan, possa estar no escritório, ou na cozinha, porque o cheiro de comida boa está forte. Guiado pelo estômago, desço para o segundo andar, e como o esperado, vejo mamãe a beira do fogão ao adentrar o cômodo grande.
Dylan está inquieto, batucando sem parar na mesa de jantar, enquanto balança suas pernas rapidamente por baixo da mesa.
O que ele tem?
Me aproximo de mamãe, e assim que a mesma nota minha presença, esbanja um sorriso lindo.
É isso que gosto na mesma.
Não importa o que eu faça ou fale, Kate sempre vai me desculpar, e tudo voltará ao normal, como se nada tivesse acontecido.
- Já posso pegar meu amor?- Pergunta se referindo ao aparelho em minha mãos, e concordo lhe entregando.- Mamãe está fazendo torta de frango, seu irmão disse que é a comida preferida dele, espero que goste também.- Explica sorrindo enquanto coloca meu celular no bolso traseiro de sua jeans preta.- Senta, daqui a pouquinho fica pronto.- Explica sorrindo, voltando a se virar para o fogão.
Dou de ombros e me viro para Dylan, que me lança um sorriso meia boca, enquanto olha atentamente para a porta da cozinha, que dá nos fundos.
- Quer ir lá fora?- Pergunto e o mesmo me encara como se o que disse fosse algo extremamente difícil de acontecer.
- Podemos?- Pergunta olhando para Katherine, como se dissesse em silêncio que mamãe não deixaria.
- Ainda vamos estar dentro da propriedade, tem seguranças, ela não vai brigar.- Explico na tentativa de incentiva-lo.- Não é mesmo mãe?- Pergunto em tom mais alto para que a mesma saiba que estou querendo sua participação na conversa.
- Sim meu menino, não tem problema algum. Quando ficar pronto mamãe chama vocês.- Sorrio para sua fala e volto a encarar meu irmão.- E então Dylan?
- Por que não?- Vejo ele se levantar e caminho com o mesmo até o quintal de casa.
Ao sairmos, Dylan olha para tudo atentamente, aparentemente maravilhado, como uma criança que vai ao shopping pela primeira vez.
- Esse lugar é realmente uma mansão velho. Como consegue não se perder?- Pergunta agora mais relaxado e sorrio para o efeito de uma saída.
- Fica pequeno quando não se pode ir além do limite dos muros.- Explico a situação.- Quer ir ver os carros? Mamãe tem uma pequena coleção, que vão desde os esportivos, até os mais sofisticados.
- Ela deixa?- Pergunta meio receoso ao encolher os ombros.
- Medroso.- Acuso com humor.- Sim, ela deixa, não se preocupe. Mamãe não vai te bater apenas por você olhar para as coisas.- Reviro os olhos sem deixar de sorrir.
- Ela me bateu por expressar meus sentimentos.- Diz ao se lembrar do fato que ocorrera pela manhã.
- Se é assim que chama o ato de gritar...- Sou sarcástico ao lhe responder.- Sabe que errou não sabe?
- Mas não era preciso que ela me batesse! Eu tenho 16 anos e sei me cuidar sozinho, ela me tratou como um pirralho Noah! Isso não foi legal.
- Seja bem vindo ao meu mundo, irmãozinho.- Digo novamente com humor.- Sei que agora você pode pensar que levar uns tapas em sua idade é a pior coisa do mundo, mas, espera você se acostumar, vai ver que ela faz isso apenas para o seu bem.- Tento defender mamãe de alguma forma, pois, sei que ela tem motivos para agir assim.
- Desde quando levar tapas na bunda vai me ajudar em alguma coisa?-Pergunta ao cruzar os braços de maneira infantil.- Aquela humilhação só me fez chorar, só isso.
- Pelo menos você perdeu um pouco da pose de machão.- Brinco e recebo um soco fraco em meu ombro esquerdo.- Au! Isso doeu.
- A mocinha vai chorar?- Pergunta implicando comigo.
- Cala a boca.- Mando sem deixar o sorriso ir embora.- Vai querer ver os carros ou não?
- Claro, quero sim!- Concorda animado, e diante sua reação, puxo o menino que é alguns centímetros mais baixo que eu para a ala onde se localiza a garagem de casa.
- Você vai adorar!
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Dylan Ackson
EUA. Washington. 16:25 PM. Sexta-feira.
Ao chegar a área dos automóveis, vejo carros diversos, alguns tão caros que me sinto envergonhado por olhar algo que jamais poderei comprar.
- Você tem permissão para dirigir?- Pergunto a Noah que fica vermelho ao passo que subo o olhar e noto seus olhos em mim, me observando.
- Ah... Devo ter, não sei ao certo, pois, nunca perguntei a mamãe.- Ele dá de ombros.- Nem tenho carteira.
- Espera... Tá me dizendo que não sabe dirigir? Como não? Você é rico e tem dezoito anos cara, já passou da hora de aprender! Até eu, que sou todo ferrado, tenho carteira.- Não entendo a situação.
- Ah Dylan... Já viu como mamãe é superprotetora? Imagine se eu soubesse dirigir? Acho que essa garagem teria uma segurança reforçada agora, e eu também.- Explica murchando um pouco seu sorriso e paro para pensar por um instante.
Katherine Ackson certamente é alguém que precisa urgentemente de tratamento psiquiátrico! Ela não pode prender Noah assim, o menino parece um retardado certinho. Não bebe, não fuma, e se brincar, ainda é virgem. Sorrio com meu pensamento e noto que Noah parece não entender.
- Cara, me diz que ao menos já deu umazinha com alguma menina.- Digo divertido e Noah tem em seu rosto uma expressão confusa.
- Umazinha?- Pergunta aparentemente sem entender nada.
- Velho, você é gay?- Solto a pergunta que pairava em minha mente.
- Não!- Responde rápido, como se ser gay fosse considerado um insulto para o mesmo.- Eu sou muito hetero Dylan!
- Tudo bem... Calma.- Sorrio para seu nervosismo.- Você ainda não me respondeu.- Volto a me referir de sua virgindade.- Já transou ou não?
- Não, e responder isso é muito constrangedor.- Sorrio me divertindo com sua vergonha.- Vai me dizer que você já?
- Já sim.- Sorrio convencido.- Por isso é tão estranho que um garoto do seu tamanho ainda não tenha comido ninguém.- Digo abertamente, e observo como novamente as bochechas de Noah ganham cor.
- Eu só não acho que chegou a hora para começar a praticar essas coisas.- Diz como uma velha senhora crente.
- Só depois do casamento né?- Brinco e sinto meu ombro ser empurrado de leve.- Que foi?- Sorrio para o mesmo.
- Quantos anos tinha?
- Quando comi uma menina pela primeira vez? A sei lá, uns 13 anos.- Digo como se não fosse nada de mais, pois, realmente não é nada de mais.
- O que sentiu na hora?- Pergunta mais interessado no assunto, e lhe olho sorridente.
Será que ele nunca teve educação sexual na escola?
- Senti prazer.
- Doeu?
- Não em mim... Talvez um pouco nela.- Digo me lembrando da guria que compartilhara esse momento comigo.
- Por que?
- Eu sei lá... Não sou menina.- Dou de ombros.
- Vou perguntar para mamãe, ela é menina, vai saber responder.- Quase engasgo ao escutá-lo.
Sério isso? Mãe e sexo não ficam bem na mesma frase.
- Olha cara, que tal esquecer por hora esse assunto? É bobagem e garanto que Katherine não vai querer ter essa conversa com você.- Explico voltando a admirar os carros.
- Certo... Mas eu ainda tenho perguntas.- Diz encabulado.
- Se quiser, posso te contar o que sei, contanto que tudo fique apenas entre eu e você. Nada de "mamãe" ficar sabendo, entendeu?- Pergunto e o mesmo assente sorrindo em expectativa.
- Certo... É melhor sentar. A história é longa...
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