Capítulo 16
Dylan Ackson
EUA. Washington. 09:17 AM. Sexta-feira.
Encaro sem ânimo algum o homem de jaleco branco, que esbanja em seu rosto um largo sorriso direcionado a mim. Noah está próximo, agora não mais afastado como quando Katherine me castigava, ele está inquieto, sentado em uma das cadeiras postas perto da mesa do médico que acabara de chegar para me examinar, tentando resolver um cubo mágico todo colorido, como se sua vida dependesse disso.
Esse garoto é muito estranho... Até a aparência dele é chata! Dá para acreditar?
- Dylan Ackson? Olá, eu sou o doutor Maxsim.- Volto a encarar o médico de aparência simpática que se faz presente na enfermaria.- Estava lendo seu relatório, feito por sua mãe e você precisa fazer um Raio-x de seu tórax. Te deram uma surra e tanto, e eu realmente preciso ter certeza de que não há nem um osso quebrado em seu corpo. Conheço sua mãe, e com toda certeza ela irá querer um exame completo... Então, por favor, tire suas roupas, pode permanecer com sua cueca por enquanto, ainda não é necessário que tire.- Arregalo os olhos ao escutá-lo, me sentindo desconfortável com a situação.
Não fazem nem dois dias desde que fui obrigado a morar com Katherine, e já fui submetido a dois banhos, com mãos femininas passeando livremente por meu corpo, sem permissão alguma, enquanto eu me esguelava em choro... E agora isso? Quando toda essa humilhação acaba?
- Ah... Eu estou bem... Maxsim.- Digo, com a intenção de me livrar de toda essa babaquice de exame.
Eu não preciso disso.
Sempre me virei, já sofri dores terríveis, muito piores que essa que sinto neste momento, e não tive ninguém para me ajudar, então não preciso de ninguém enfiando a mão em mim para que eu me sinta melhor agora!
- Sinto muito pequeno Ackson, mas terei que discordar.- O médico se coloca a minha frente, de modo que sou obrigado a olhar para cima para conseguir encará-lo.- Seu físico demonstra incômodo, dor... Isso é totalmente visível, e mesmo que eu quisesse ser um cara legal e te deixar em paz, não posso, fiz um juramento para conseguir salvar o máximo de vidas possíveis, para não deixar que sintam dor em minha presença. E ainda sim... Mesmo que eu quisesse ignorar meu juramento, no fim das contas, eu ainda teria que me resolver com sua mãe, coisa que não quero fazer.- Reviro os olhos para sua covardia.
Katherine é só uma mulher seu idiota!
- Ela não é minha mãe.- Digo com rispidez.
- Não foi isso que ouvi mocinho...
- Então limpe seus ouvidos.- Novamente sou grosso ao responder.
- Dylan! Olha como fala.- Franzo o cenho ao ser repreendido por Noah e lhe encaro sem acreditar em sua audácia.
Ele não pode me culpar por estar de mal humor... A mãe dele me deixou assim! Por culpa dela não consigo sentar sem sentir minha bunda como se estivesse assada! Isso é muito revoltante, será que ninguém entende?
- Não me corrija cria do demônio!- Me exalto ainda mais com a situação.
Quem ele pensa que é para falar desse jeito comigo? Como se mandasse em mim?
- Não fale assim! Nossa mãe me deixou responsável por você, então caso desobedeça eu vou falar com ela e aquilo irá se repetir. É isso que quer?- Me sinto novamente muito mais novo do que sou, e abaixo a cabeça ao saber que "aquilo" significa palmadas.
Eu realmente não quero apanhar de novo, nunca mais...
- Não me trate como um pirralho.- Digo chateado pela forma que Noah me repreende. E ainda na frente do médico!
- Então não aja como um pirralho.- Ele revira os olhos, e logo volta a prestar atenção em seu cubo mágico.
Encaro Maxsim, que até então esperava o término de nossa "mini discussão", e reviro os olhos ao passo que me vejo fazendo o que o mesmo pediu. Não quero sentir aquilo nunca mais! Então, com esse incentivo... Tiro minhas vestes, sem pressa alguma, e fico apenas de Boxer, na frente das duas figuras masculinas presentes no cômodo.
- Muito bem, bom garoto.- Seguro o xingamento ao ver que sou tratado como um cão pelo doutor.- Agora quero que suba naquela maca, irei te examinar superficialmente, e depois passamos para os exames mais complicados... Espero que não tenha medo de agulhas pequeno Ackson.- Reviro os olhos para como o mesmo me chama, e logo noto que essa é a segunda vez.
- Não tenho.- Respondo com sequidão.
- Que ótimo, nós médicos admiramos pessoas corajosas assim, você sabia?- Suspiro pesado ao perceber que terei que aturar Maxsim me tratando como uma criança pelas próximas horas, enquanto o idiota do meu irmão tenta parecer responsável.
Opa... Pera... Ele não é seu irmão Dylan! O Noah não é seu irmão, idiota!
__________________FBI_________________
Katherine Ackson
EUA. Washington. 09:40 AM. Sexta-feira.
- Prestem atenção. Quero que todos fiquem a postos, se mantenham perto da agente Benson, é um trabalho simples, não quero feridos, o que significa: Nada de armas. Entendido?- Dou ordens para minha equipe através do comunicador implantado em minha blusa, enquanto sigo Kimberly que está disfarçada de camareira. O plano é o seguinte... Ela vai entrar no quarto do mandante do crime, que descobrimos ser Joseph Johan, com a desculpa de que está lá apenas para limpar tudo e trocar as roupas de cama. Quando Johan estiver distraído, Benson irá imibilizá-lo, e caso ocorra erro... Eu e minha equipe vamos estar apostos do lado de fora, para prestar socorro, já que a mesma está desarmada.
Vejo Kimberly seguir por um largo corredor, cheio de portas, enquanto continuo a segui-la. Taylor vem com Reynolds, pela parte de trás do prédio, para caso Joseph consiga passar por mim e Benson, assim os dois podem apreende-lo pelos fundos.
- Estou a postos.- Kimberly diz e todos conseguem ouvi-la, pois como eu, o restante da equipe também usa comunicadores.
- Nosso cara ainda está dormindo, consegui invadir a câmera que está por dentro do quarto e pelo que vejo... A noite do nosso companheiro foi bastante agitada. Joseph Johan tem companhia, duas companhias para ser mais exato...- Peter diz com seu bom humor de sempre vindo da central. Nosso garoto não vai em campo.
- Todos ouviram. Quero que isso seja rápido. Agora é contigo Benson.- Dou a ordem para começarmos com o plano.
Vejo minha Agente bater na porta do respectivo mandante dos assassinatos, enquanto esperamos pacientemente e assim que a porta se abre, escuto a frase combinada que ensaiamos minutos atrás no FBI.
- Bom dia senhor, posso limpar o quarto?- Seguro o riso ao escutar o tom de deboche que Kimberly usa ao ser atendida.
- Claro... Se quiser fica por aqui, faz companhia a mim e minhas amigas.- Reviro os olhos ao escutar a cantada do sujeito enquanto me mantenho mais afastada, de vigia.
Kimberly finge gostar do suspeito, enquanto entra com seu carrinho de mãos para dentro do cômodo, que ao ter a porta fechada, impossibilita qualquer visão que eu possa ter da mesma.
Alguns minutos se passam e fico preocupada com a demora.
- Benson?- Chamo em tom sério, e minha preocupação aumenta quando não obtive resposta.
Espero por mais alguns minutos e me espanto quando um barulho alto e agudo invade meus ouvidos pelo comunicador. Em seguida escuto gritos conhecidos, já levo a mão para minha arma.
Preciso ajudá-la.
Corro até o quarto, já em posição de ataque, mas antes que eu possa sequer segurar a maçaneta, me surpreendo ao ter a porta aberta e Kimberly aparece com Joseph algemado, escorrendo sangue pela testa. O mais engraçado, é que Kimberly é baixinha, e o homem algemado tem praticamente o dobro de sua altura, bem mais alto que eu até... Como será que ela conseguiu apreende-lo?
- Aqui seu suspeito Ackson.- Benson sorri satisfeita em ter feito seu trabalho, enquanto me entrega Johan.
- O que houve lá dentro?- Pergunta realmente interessada.
- O idiota derramou suco em minha roupa, acho que afetou o comunicador.- Explica dando de ombros.
- Eu não fiz nada!- Joseph tenta se defender, aparentemente irritado.
- Todos dizem isso meu caro, guarde seus argumentos para sala de interrogatório.
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