Capítulo 07
Katherine Ackson
EUA. Washington. 18:40. Quinta-feira.
O caminho até em casa foi tranquilo, tirando pelo fato que as vezes, escutava Noah e Dylan se alfinetando, mas resolvi não intervir. Eles devem se entender por si só.
Mas se essas briguinhas bobas continuarem, juro que deixo os dois de mãos dadas por um dia inteiro.
Lembro-me de quando era mais nova, e ia com meu pai visitar minha mãe e minha irmã April. Nós duas nos amamos, mas nem por isso nos dávamos bem. Eu e April no mesmo cômodo, era como briga de gato durante a noite, ninguém suportava.
Sinto falta daquela pirralha.
Talvez eu deva convidar ela e mamãe para conhecer o mais novo membro da família Ackson. April iria deixar Dylan surtado em menos de meia hora, e mamãe iria com toda certeza, me chamar para um canto e perguntar o que tenho na cabeça para adotar mais um filho.
Seria cômico se não fosse trágico.
- Para com isso!- Escuto Noah reclamar aos cochichos, me tirando de meus pensamentos.
- Para você!- Olho para os dois pelo retrovisor interno do carro, enquanto dirijo, e vejo Dylan empurrar o irmão pelo ombro.
- Não me encosta, idiota!- Vejo Noah devolver o empurrão e em menos de meio minuto os dois estão se estapindo.
Estaciono em frente ao portão de minha casa, e espero o porteiro abrir pelo controle.
- Noah Ackson, acho bom parar.- Repreendo ao escutar a maneira que o mesmo trata seu irmão. E olhando pelo retrovisor de dentro, consigo ver o ruivo cruzar os braços e franzir a testa, aparentemente revoltado.
Aiai... Só me faltava essa, Noah emburrado.
Assim que o porteiro abre espaço no portão para que eu entre com o carro, dirijo até a entrada da casa e resolvo estacionar ali mesmo. Olho para trás, mas antes que eu possa dizer ou fazer qualquer coisa, vejo Noah simplesmente sair do veículo, batendo a porta do mesmo com força, e anda com agilidade para dentro de casa, sem mais nem menos.
O que deu nesse garoto agora?
- Posso sair também?- Dylan pergunta usando sua pouca educação, ao reparar meu semblante irritado. Concordo com a cabeça.
- Pode bebê, mas não vá muito longe, você precisa escolher um quarto e tomar banho também.- Explico paciente e Dylan concorda com um aceno de cabeça.
Logo vejo meu outro menino sair do carro, e ir rumo a casa. Quero deixá-lo livre por enquanto, pois sei que na hora que o mesmo souber que lhe darei banho, toda essa calma e serenidade que está espalhada pelo ambiente não durará muito.
Por eu ter pegado ele adolescente, acho que será mais difícil de educa-lo, mas irei impor limites logo no início, para que mais tarde o mesmo já tenha se acostumado e já saiba o que acontece caso ultrapasse algum deles.
Tiro meu cinto de segurança e saio do carro, indo rumo a porta de entrada de casa.
Preciso conversar com meu ruivinho, pois ele parece descontente com tudo o que está acontecendo.
Assim que adentro minha mansão, passo os olhos rapidamente pelo ambiente, e não encontro ninguém, como de costume.
Dylan deve estar explorando por outros cantos.
Então, subo as escadas, indo parar diretamente no quarto de Noah. Assim que entro no cômodo, vejo Noah apenas de cueca, sem camisa e sem chinelos. Provavelmente no meio de uma troca.
Sem os malditos chinelos.
- Mãe eu sinto muito...
- Não vim para brigar com você, mas se continuar descalço, eu vou.- Digo séria e o mesmo se apressa em tirar os pés do chão, subindo em cima da cama.
- Não vai brigar por eu ter saído do carro daquele jeito?- Pergunta com receio de apanhar.
- Não vou.- Confirmo o que já disse.
- Quer conversar então?- Me sento ao seu lado e concordo com a cabeça.- Sobre o que? Dylan?
- Sim e não.- Sua confusão é notável.- Quero saber como você se sente com a chegada dele.- Noah parece pensar um pouco e logo suspira.
- Não sei mãe, acho que não me sinto muito bem, ele é um presidiário, você colocou um marginal dentro de casa!- Seu tom sai mais alto que o normal, e lhe olho séria.
- Correção, ele é um ex presidiário. É alguém que precisa de ajuda, e que será seu irmão, você gostando disso ou não.- Me sinto irritada pela maneira como o mesmo se refere ao meu bebê.
Primeiro foi idiota, e agora é marginal... O que virá depois disso?
Não posso permitir que esses insultos continuem.
- Se minha opinião não importa para você, pra que perder saliva me perguntando?- Seu tom soa revoltado e respiro fundo para manter a paciência.
- Sua opinião importa sim meu filho, você sabe que sim, então porque não deixa de pirraça e me fala o que está acontecendo? Desde que Dylan chegou você está estranho, rebelde até, coisa que você nunca foi Noah.- Encaro meu filho, a espera de sua resposta e o mesmo começa a morder os lábios aparentemente nervoso.
O que está havendo meu amor? Conta para a mamãe vai.
- Desde quando Dylan chegou você só favoreceu a ele, na discussão lá na enfermaria, você me bateu na frente dele mamãe, aquilo foi desnecessário e constrangedor. Depois você fez de novo lá no carro ao me repreender, e olha que ele acabou de chegar, imagina daqui um mês. Vi o jeito que ele fala com você mãe, se fosse eu no lugar dele já tinha apanhado a muito tempo. Lá na maca era óbvio que ele estava sentindo dor, e você deu ouvidos a birra infantil que ele fez e não o medicou com o supositório como realmente deveria.- Deixo ele falar, e assim percebo, que em certas partes o mesmo está certo.
Acabei favorecendo Dylan sem querer, sem ao menos perceber.
- Me desculpa meu amor, mamãe não percebeu o que estava fazendo, me desculpa?- Pergunto, agora me sentindo mal por ter errado de tal forma com meu filho.
- Tudo bem... Só não faz de novo, isso me deixa com um ciúme estranho, algo que nunca senti, entende? Parece que agora que Dylan chegou, tanto faz eu ser seu filho ou não.- Me sinto pior ao entender como o mesmo se sente, e sem aviso prévio lhe puxo para um abraço apertado.
Permaneço com meus braços em torno de seu corpo por longos segundos, sem saber ao certo como fui idiota ao ponto de lhe dar chances de pensar tais besteiras.
- Mamãe te ama, eu jamais faria isso meu bem, você é meu carrapatinho, lembra?- Pergunto com carinho, me referindo ao apelido de infância que April lhe deu quando o mesmo era menor.
Pelo fato de nunca desgrudar de mim e sempre que podia, se agarrava as minhas pernas sem previsão para solta-las.
- Lembro mamãe.- Diz com humor, e mesmo sem ver, tenho a total certeza de que o mesmo está revirando os olhos neste exato momento.
- Você sempre será meu filho ok? Não é só porque Dylan chegou que meu amor por você vai acabar, aqui tem para os dois e ainda sobra.- Beijo sua bochecha esquerda e afago seus cabelos antes de desfazer nosso abraço.- Entendeu carrapatinho?- Pergunto em brincadeira, e vejo seu rosto se transforma em pimenta.
Que menino fofinho, nem aparenta ter 18 anos.
- Entendi mamãe. Quer que eu separe algumas roupas para ele?- Pergunta voltando a ser meu menino bonito e gentil.
Concordo com a cabeça e lhe ofereço meu melhor um sorriso materno.
- Você podia me ajudar a colocar Dylan no chuveiro, filho. Sei que seu irmão vai dar trabalho.- Digo lembrando-me que tenho obrigações.
- Eu não... Eu e ele já não estamos nos dando muito bem... Se eu te ajudar, aí que ele vai me odiar mesmo mamãe.- Noah tem razão, eu sou a mãe dele, preciso tomar as rédeas da situação enquanto é tempo.
Então, é pensando assim, que espero Noah separar uma troca de roupas limpas e saio do cômodo, já ordenando que o mesmo tome seu banho sozinho por hoje.
Sigo pelo mesmo corredor do quarto de meu filho, e não preciso andar muito para encontrar um ser de olhos azuis, olhando atentamente pela janela de vidro de um dos quartos vagos.
- Vai ficar com esse?- Pergunto com carinho, adentrando o cômodo ao me aproximar.
- Vou sim... Gostei da vista.- Fala sem ao menos me mirar, permanecendo com os olhos fixos para a vista da grande cidade.
Comprei essa casa justamente por isso, tem uma vista incrível de tudo, é mais afastada da civilização e assim posso fazer o que bem entender com meus filhos, sem que vizinhos fofoqueiros comecem a fazer comentários desnecessários sobre mim e minha família.
- Tudo bem, então ele é seu. Pode decora-lo como quiser, mas nada pornográfico por favor.- Digo com humor, e mesmo ele estando virado de costas, consigo ver sua linha da boca se mover em um sorriso.
- Fique tranquila, pornografia para minha pessoa, só ao vivo mesmo.- Não consigo controlar a vergonha que se instala em mim ao escutar sua resposta.
Quer dizer que o espertinho aí não é mais virgem? Vamos ver.
- Que tal um banho? Suas roupas parecem sujas.- Digo com calma e carinho.
- Estão imundas.- Ele se vira para me encarar. Finalmente, odeio quando me dão as costas em uma conversa.- Um banho me parece bom. Essas roupas são pra mim?- Pergunta apontando para minhas mãos e concordo.
- São sim.- Coloco as mesmas em cima da cama.- Venha, deita aqui que eu te ajudo a sair dessas roupinhas.- Ordeno com o tom de voz ainda carinhoso.
- Pode deixar que faço isso sozinho, Kate. Aprendi a me virar a muito tempo.- Diz com seu cenho franzido.
- Não foi um pedido benzinho, juro que se você facilitar, isso tudo durará muito pouco.- Garanto usando minha calma e tom materno.
- "Isso tudo" o que Katherine? Do que você está falando?- Pergunta começando a se exaltar, e suspiro, sabendo que chegou a hora de me impor diante do mesmo.
Isso será difícil. Mas você consegue Ackson, seja forte.
- Você agora é meu filho Dylan...
- Eu sei! Você já disse porra!- Seu tom é alto e cortante.
O que deu nesse menino?
- Olhe o linguajar mocinho, e não volte a me interromper.- Repreendo calmamente e vejo o adolescente me mirar com fúria mal contida, mas não volta a falar.- A partir de hoje, você não passará de uma criança ao meu ver, uma criança que terá cuidados especiais... Cuidados como, ter alguém lhe dando banho, lhe trocando as vezes, te alimentando, te colocando para dormir e corrigindo quando necessário.- A cada palavra dita por mim, seu olhar pasmo aumenta, em um misto de raiva, medo e talvez até desespero.- Nesta casa tem regras, regras claras, que deverão ser seguidas. Caso resolva ignorar alguma, será disciplinado por mim. Entende sua posição aqui Dylan?- Pergunto notando seu rosto confuso e sua respiração lenta.
- Você não pode fazer isso!- Grita e controlo minha irritação.
- Posso, você sabe que posso.- Cruzo os braços, em uma posição rígida.
Não posso fraquejar.
- Não devia!- Seu tom de voz continua alto, quase gritado e resolvo que isso não pode continuar.
- Eu sei que está chateado, com vergonha, bravo... Em um misto de sentimentos desconhecidos até... Mas se continuar gritando comigo, não irei me importar nenhum pouco em esquentar esse seu traseiro atrevido!- Meu tom é sério, e Dylan arregala os olhos ao entender que se continuar com pirraça, irá entrar em maus lençóis comigo.
Vejo o garoto morder os lábios nervosamente, olhando com desespero para as portas e janelas do cômodo. E assim, sem que o mesmo me diga, percebo o que o ele tem em mente.
Está pensando em fugir. Que bobagem.
- Eu não pedi para vir aqui... Não queria vir com você...- Percebo que seu desespero começa a aumentar gradativamente, e resolvo não dar chances para pensamentos contrários aos meus.
- Eu sei. Sei que não queria, sei que não fez nada anjo...- Falo com carinho chegando mais perto do mesmo.- Isso aqui não é um castigo, apenas quero cuidar de você. Entenda isso, por favor Dylan.- Peço ao pousar uma de minhas mãos em seu ombro direito.
- Não me encosta!- Ele volta a aumentar seu tom de voz ao se afastar de mim.
Já chega, chega de birra.
- Dylan Ackson, deita agora. Minha paciência acabou com você, anda, na cama, agora mocinho.- Mando apontando para a mesma, e vejo o garoto se encolher me obedecendo.
Dá dó... Mas é preciso fazer isso.
- Não quero que me veja pelado...- Escuto sua voz fraquejar, e assim que lhe encaro nos olhos, percebo que os mesmos estão marejados.
Own... Tadinho.
- Eu sei bebê, eu sei...- Respondo me compadecendo ao lhe ajudar a se deitar.- Mamãe vai olhar e lavar bem rapidinho ok? Não vai doer nada, prometo.- Digo já puxando sua camisa cabeça a cima.
Reparo nos hematomas arroxeados que marcam sua pele pálida, pouco bronzeada e torço o nariz para isso. Reparo também que a marcas mais escuras na região de suas costelas, como de algo ou alguém tivesse batido com força diversas vezes ali.
Passo os dedos com delicadeza por ali e escuto um gemido contido do mesmo.
Ele está com dor...
Sabendo disso, começo a me apressar com o exame, ele realmente precisa ser medicado. A injeção que ele tomou na prisão não fez e nem fará efeito. Sei disso pois fui preparada para cuidar de pessoas nesse tipo de situação.
Foram praticamente dez anos de estudos.
Desço minhas mãos para o cós Largo de suas calça e cueca, mas antes que eu possa abaixa-las, sinto outro par de mãos me impedindo. Olho para sua face assustada e constrangida, mas não me deixo abater pelo mesma.
Infelizmente esse serviço precisa ser feito.
- Não tira... Por favor Katherine... Não tira.- Implora meio desesperado, apertando meus punhos.
- Shii... Calma bebê, não tem nada aqui que eu já não tenha visto em outros menininhos. Não precisa dessa vergonha boba.- Digo com carinho, subindo suas mãos até em cima de sua cabeça.- Deixe elas aí.- Aviso em tom um pouco mais sério, e lágrimas completas se formam na parte de baixo de seus olhos.
Volto a pegar na beira de suas vestes restantes, e assim que as abaixo, expondo suas partes de menino, começo a escutar um choro baixo e sentido do mesmo. Vejo meu neném cobrir o rosto com as mãos, enquanto expressa sua frustração e vergonha através das lágrimas.
- Shii... Calminha, calminha bebê...- Tento ampara-lo enquanto começo a examinar manualmente seu pênis avantajado.
O de Noah não chega nem na metade.
- Não toca... Por favor...- Pede em um fio de voz.
- Desculpa meu anjo, mas a mamãe vai olhar tudo, até mesmo o bumbum.- Sinto seu corpo tremer contra o colchão da cama ao me escutar, e isso atiça ainda mais minha curiosidade.
Será que aconteceu algo ali atrás?
Porque está mais que claro que aqui na frente aconteceu. O se aconteceu...
Com toda certeza Dylan não é mais virgem, bem que ele me disse. Mas além deste fato, reparei também que os hematomas seguem desde seu rosto até suas coxas e penas.
Quem fez isso, com toda certeza queria o mesmo sentindo muita dor.
- Já chega...- Volto a escutar sua voz chorosa, e minha única vontade Agora, é de pega-lo em meus braços e nina-lo até que esse chorinho acabe.
Mas não posso... Não ainda.
- Deixa a mamãe ver o bumbum, que logo acaba esse exame chatinho.- Viro seu corpo na cama, sem pedir permissão, pois sei que para meninos, essa parte de trás é trancada a sete chaves. Escuto o choro do mesmo se intensificar, e abro espaço por entre suas nádegas para avaliar o local com os olhos.
Respiro aliviada ao ver que seu ânus está normal, intacto, como de qualquer garoto hetero.
Por alguns instantes cheguei a pensar que o mesmo pudesse ter sido abusado.
Mas felizmente não foi.
Então qual será o motivo para tanto choro? Seria vergonha?
- Prontinho bebê... Shii.. acabou, não precisa chorar tanto assim, sua cabeça irá doer se continuar.- Me coloco sentada ao seu lado, e o puxo para meu colo.
A contra gosto, o mesmo vem e se senta sobre minhas pernas, encolhendo-se para tapar suas partes baixas.
Sorrio satisfeita ao tê-lo em meus braços, e começo a fazer carinho em suas costas para acalma-lo.
Sei como perder o controle, deve ser difícil para alguém que teve que se virar durante toda vida.
Mas agora ele tem a mim para cuidar de tudo, e vou fazer isso dá única maneira que conheço.
Amando e educando.
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