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Capítulo 02

Katherine Ackson

EUA. Washington. 07:30 AM. Quinta- feira.

Assim que cheguei em meu trabalho, Taylor me deixou informações sobre o caso de Dylan. O garoto no momento se encontra preso em uma penitenciária de segurança máxima. Taylor contou que o mesmo matou o diretor da escola em que estudava, sem motivo aparente. Mas me recuso a acreditar que aquele menininho fez tal crueldade! Não creio que ele seria capaz...

Vou para a sala do diretor da empresa, e antes de entrar, respiro fundo.

Christopher Wray tem muito o que ouvir de mim!

- Bom dia Ackson.- Escuto o mesmo dizer assim que adentro sua sala.

- Bom dia Diretor Wray.- O cumprimento também.

- A essas horas você já deve saber do caso em que estamos trabalhando, não é mesmo?- Pergunta e concordo.- Eu gostaria de dizer que sinto muito, eu...

- Você.- Digo cortando sua fala.- Você Christopher! Você podia ter evitado tudo isso! Você podia ter deixado aquele pobre menino ter uma vida melhor! Um lar melhor! Uma família melhor!- Digo exaltada.- Mas preferiu ser profissional a ser humano! E olha onde aquele bebê está agora! Tudo porque você não quis deixar eu cuida-lo!- Descarrego minha mágoa para cima do mesmo, mas logo me recomponho ao respirar fundo.- Desculpe...

- Tudo bem Ackson, você tem o direito de estar irritada, eu entendo, eu cometi um erro ao negar a adoção de Dylan a você.- Vejo ele me olhar nos olhos e assim sei que o mesmo está sendo sincero.- Não vou cometer o mesmo erro duas vezes.- Diz, mais para si mesmo do que para mim.

- Como assim?- Pergunto realmente interessada.

- Dylan tem 16 anos, sempre esteve em lares adotivos, dentro do sistema, e nunca teve um lar para chamar de casa. Então, se você concordar, eu gostaria de passar a guarda provisória do garoto para você.- Informa juntando as mãos em cima da mesa e sinto meu coração parar por um momento.

Não é possível... Wray acabou de dizer que vai me dar a guarda provisória de Dylan?

- Mas... Porque agora?- Pergunto tentando disfarçar minha alegria. Tentando ser profissional.- O que mudou?

- Minha forma de pensar mudou Ackson.- Fico surpresa com sua confissão.- Você é uma ótima agente do FBI e uma ótima mãe. Criou Noah muito bem, ele se tornou um ótimo garoto e se Dylan tivesse crescido como seu filho, tenho total certeza de que não estaria onde está agora. Quero reparar meu erro, não só com o menino, mas também com você. Eu errei meu julgamento naquele caso, e peço desculpas por isso.

Lhe ofereço um sorriso.

- Está tudo bem Wray. Mas como irá funcionar quando eu tiver a guarda provisória dele? Como isso vai ser?- Pergunto sabendo que o garoto não vai ficar realmente livre.

Ele está sendo acusado por assassinato. Isso é uma falta muito grave.

- Bom... Querendo ou não, Dylan não deixará de ser um prisioneiro, o que mudará é que o mesmo entrará em prisão domiciliar assim que você assinar os papéis.- Explica voltando a ser profissional.- Se assinar não tem mais volta Ackson, ele vai ser definitivamente sua responsabilidade. Tem certeza de que está preparada para isso?- Pergunta parecendo preocupado e eu sorrio para lhe confortar.

- Eu sei onde estou me metendo Christopher. Eu sempre quis Dylan, e agora que posso tê-lo não vou jogar essa chance pela janela.- Digo séria.- Dylan precisa concordar? Digo... Para que eu possa pegá-lo?- Pergunto em dúvida.

- Não. Ele ainda não manda no próprio nariz, se é que você me entende.- Concordo. Ele é menor, talvez seja por isso.

- Onde estão os papéis?- Pergunto ansiosa.

- Irei pegar Ackson. Boa sorte sendo mamãe novamente.- Diz com um sorriso no rosto e isso só me faz deixar o meu próprio sorriso ainda maior.

Não é que meu bebê voltou pra mim mesmo?

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Dylan Ackson

EUA. Washington. 14:15 PM. Quinta-feira.

Saio da enfermaria, após tomar uma injeção para dor, e sou algemado por um guarda assim que saio da sala de paredes brancas. O guarda me acompanha, segurando com certa força em meu braço, e vamos rumo a minha cela.

Odeio esse lugar!

Alguns caras aqui não gostam muito de mim. Hoje por exemplo, tentaram me fazer de mulherzinha, e eu não sou mulher! Então não deixei... E só por isso me bateram. Me bateram por causa que não quis me submeter a eles, quase quebraram minhas costas com chutes... E ainda levei um soco bem no cantinho da boca, o que resultou em um pequeno corte. Um pequeno corte que está doendo muito.

- Hey, você.- Me viro para trás assim que o guarda que me segura também se vira.- Esse é Dylan Ackson?- Pergunta o outro guarda que acaba de chegar se referindo a mim, e franzo o cenho.

Pra que diabos ele quer saber quem sou?

- É ele.- Escuto o brutamonte que me segura o braço responder.

- Ele tem visitas, leve ele para a sala de interrogatório um.

- Ok.

Como assim visitas? Eu nunca recebi visitas! E aqui é a máxima... Ninguém recebe visitas na máxima!

- Quem veio me visitar?- Pergunto para o policial.

- Calado Ackson!

Decido não responder, pois sei que será pior. E também porque quero saber quem veio me visitar. Será que foi algum advogado iniciante que está procurando um caso perdido para solucionar?

Eu não sei... Odeio não saber das coisas!

O brutamonte me leva até uma sala e assim que entramos na mesma, me deparo com uma mulher bonita, branca, olhos claros, e cabelos pretos curtos. Ela é minha visita?

- Tire as algemas dele.- Manda olhando com pena(?) Para meus pulsos.

- Tem certeza senhorita?- O guarda Pergunta e a mesma o fita com seriedade.

- Eu mandei tirar.- Responde com ríspidez e sinto vontade de rir, mas me controlo.

O guarda obedece a mesma, sem voltar a questionar, e fico curioso para saber quem é esta mulher.

É a primeira vez que vejo um cara obedecendo uma mulher.

- Pronto.- Diz o mesmo ao me liberar, e instintivamente passo as minhas mãos em meus pulsos. Estão doloridos.

- Ok, agora saia.- Ela é autoritária ao mandar e o policial volta a obedece-la, deixando eu e a moça mandona a sós.

- O que você quer comigo?- Pergunto cruzando os braços.

Ainda não a conheço, então não sei do que a mesma é capaz.

- Primeiramente. Não se refira a mim como "você", se refira a mim como
senhora ou senhorita, estamos entendidos?- Pergunta e sorrio debochado.

- Claro senhorita.

- Segundo. Sente-se. Preciso Conversar com você.- Vejo ela apontar para uma cadeira, a frente da sua, do outro lado da mesa.

- Eu estou bem aqui.- Nego seu pedido.

- Não estou pedindo Dylan, estou mandando você se sentar.- Diz e reviro os olhos para seu tom.

Quem essa vadiazinha de quinta pensa que é para falar assim comigo?

- Você não manda em mim.- Digo irritado.

- Quer apostar que mando?- Diz cruzando os braços e suspiro pesado.- Sente-se Dylan.

- Como sabe meu nome? Porque está aqui?- Pergunto já me arrependendo por ter vindo de bom grado até aqui.

- Sente-se que lhe direi.- Diz ainda com postura de durona e reviro os olhos ao me ver obedecendo sua ordem.

Me sento na cadeira a sua frente e a mesma sorri com sua vitória.

Babaca.

- Quem é você?- Pergunto procurando por respostas.

- Me Chamo Katherine Ackson, mas pode me chamar de Kate.- Diz e me surpreendo com seu sobre nome.

- Ackson? Tem certeza? Esse é meu sobre nome.- Digo e a mesma sorri concordando.

- Eu sei. Eu mesma que coloquei em você.- Diz e fico ainda mais confuso.

Não tem como essa mulher ser minha mãe, minha mãe morreu no parto! Não foi...?

- Não estou entendendo...

- Mas você irá entender. Mas antes... O que aconteceu com seu rosto?- Pergunta mudando de assunto e reviro os olhos para isso.

- Entrei em uma briga com uns caras, nada que seja da sua conta...

Seja lá o que for que essa mulher queira comigo, vou ter o prazer em lhe negar.

Já não gostei dela!

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