Veja bem, eu sempre fui criado para não agir com violência em situações difíceis, geralmente sou uma pessoa tranquila, creio que nunca agi com violência com ninguém. Mas não se meta com minha família, pois por ela eu daria minha vida.

Saio do jardins, apressadamente indo diretamente para meu quarto, ouvindo alguns servos questionarem se eu precisava de algo, mas eu os ignoro, chego ao meus aposentos lavando minhas mãos sujas de sangue, sinto a raiva se esvaindo, e um sentimento de vazio toma conta.

Olho para o lado da bacia, onde eu estou lavando as mãos, e há um objeto lá o colar da Ashryn, pego em minhas mãos que estão trêmulas, fecho meus olhos, eu ainda consigo sentir seu cheiro e seu toque, consigo imagina-la perfeitamente, dizendo que me ama, seus cabelos vermelhos como essa pedra, meus pensamentos são interrompidos por batidas na porta.

— Me deixe sozinho. - digo rispidamente, só quero um momento de paz.

— Foi uma confusão e tanto - ouço a voz da Ysla - Vim só deixar um unguento para passar nas suas mãos.

Eu abro a porta, seus cabelos vermelhos estão trançados, descendo pela lateral, seu olhar apaixonado esperando seu príncipe encantado ainda estava brilhando, seus cabelos lembravam Ashryn.

— Obrigado - pego o unguento - preciso um momento sozinho ok?

— Você está realmente bem? - ela me olha preocupada.

— Não se preocupe - beijo sua testa - estou bem - minto - só talvez cansado. Kathellen como ela está?

— Ela está bem, diz que a culpa não foi só Henry, pelo menos não do tapa que ela levou, mas está tentando acalmar Blair, que depois do choque da situação, está furiosa.

— Edilaine?

— Assustada, ela está processando tudo que aconteceu - ela dá de ombros - só não faça besteira ok?

— Não se preocupe, estou bem - fecho a porta me jogando na cama.

Ouço novamente batidas em minha porta, Ysla novamente? Abro a porta, quem eu encontro é Ariana, que está com uma cara tristonha.

— Você não deveria está aqui - olho para ela sério e apático, tento fechar a porta e ela segura.

— Por favor Ethan, não faz isso comigo - ela diz com uma voz de choro - por favor. - respiro fundo abrindo a porta para ela passar. Ela olha tudo, em silêncio por alguns instantes.

— Então, o que veio fazer aqui? - olho para ela sério de braços cruzados.

— Eu vim - ela se curva - pedir perdão pelo meu irmão, ele é uma pessoa horrível, eu me sinto tão envergonhada, por favor - ela se endireita aproxima de mim segurando no meu braço - perdão.

— Ariana... - olho para ela - você não tem que me pedir perdão - ela me olha com os olhos brilhantes - mas seu irmão sim, não será seu charme, que irá me fazer perdoá-lo, ele deve vir a mim e os meus irmãos se curvar, não enviar uma mensageira - me afasto dela me aproximando da janela.

Ouço ela suspirar ao fundo, seus passos se aproximando, ela toca nas minhas costas.

— Tudo bem então, nos vemos no jantar? - ela me olha com o sorriso triste e forçado.

— Não, jantarei com minha família hoje, agora saia.

Ela se curva novamente, e olha com os olhos castanhos tristes e sai.

Besteira? Que tipo de besteira eu poderia fazer? Eu só queria voltar aos dias que eu encontrava com Ashryn, vê-la era como se tudo fosse dar certo. Não adianta pensar nela, ela me deixou, sem uma carta, sem nada, somente o colar tenho que me concentrar no meu principal problema, como me livrar do Henry, caminho pelo meu quarto quando eu finalmente entendo o que Ysla quis dizer. Me visto, coloco minha roupa, vermelha bordada com fios de ouro, penteio meu cabelo para trás e coloco minha coroa, pego minha espada e embanho ela, coloco o colar de Ashryn no meu bolso, saio do quarto decidido do que vou fazer.

Chego nas portas da sala do trono, estavam fechadas, portas enormes com símbolos de leões entalhado nas pedras.

— Meu príncipe - o mordomo mor - o rei está em uma reunião, não poderá atendê-lo neste momento.

— Me anuncie - olho para ele sério em uma postura ereta, nobre e imponente.

— Alteza… perdão, mas as ordens são para que - eu o interrompo.

— Me anuncie, não me importo com as ordens,  Me anuncie, não irei pedir novamente. - me aproximo dele, o vejo engolir seco respirando fundo.

— Sim se-senhor - com as mãos trêmulas e relutante ele abre os portões, pigarreia para limpar a garganta - Sua alteza real, Príncipe Ethan Delfin!

Todos da sala param, meu pai olha para o mordomo e então olha para mim entrando na sala, me curvo diante da presença dele.

— Majestade desejo uma audiência com o senhor.

— Levante-se - meu pai diz - tem a minha atenção no momento - ele enrola um mapa - porém seja breve.

— Desejo uma audiência em particular - me levanto olhando para ele, lançando-lhe o meu olhar determinado, vejo um mini sorriso no canto da sua boca, talvez tenha sido só um espasmo.

— Pois bem, vamos para minha sala mais reservada - ele caminha até uma sala, que há atrás do trono. - venha comigo sacerdote, creio que o senhor deva presenciar essa conversa, também.

Um homem velho, com um cajado em suas mãos, seus mantos são brancos e vermelhos, com detalhes dourados bordados dez estrelas representando os dez deuses, caminha logo atrás do meu pai.

Entro na sala, a mesma em que ele reuniu eu e Edilaine, para anunciar nosso noivado, ele se senta e me convida a sentar.

— Bom, primeiramente vim lhe pedir perdão - curvo minha cabeça levemente - eu não deveria ter falado da mamãe daquele jeito, sei que o que está fazendo é o melhor para o reino e o melhor pela nossa família. Vim pedir perdão também, pelo senhor ter presenciado aquela cena grotesca de violência.

Ele sorri pegando um pouco de vinho.

— Meu filho, já fui a guerras e batalhas, por mim tudo bem, você estava defendendo seus irmãos, não vejo mal nenhum nisso - bebo um pouco.

— Pai, já que chegamos a esse assunto, tenho uma proposta ao senhor - seguro o colar que há em meu bolso, meu coração dispara - me casarei com Ariana, sem reclamações, discussões, cara feia e afins, se cancelar o casamento de Edilaine com Henry.

Meu pai para um segundo olhando para a taça de vinho.

— Você tem certeza? - ele me olha sério.

— Absoluta! - olho em seus olhos.

— auto sacrifício, pela família - ele sorri de leve - pois bem, eu aceito seu sacrifício, casamento de Edilaine e Henry está cancelado - ele estende a mão para mim - jure pelos dez que fará o que é certo.

— Eu juro pelos dez, farei o que é certo - estendo minha mão selando o contrato, o sacerdote estende a mão colocando por cima das nossas duas.

— Perante os dez selado está, uma vez selado não pode ser quebrado.

— E a guerra como está? - olho para meu pai, e bebe mais um pouco de vinho.

— Bom, creio que não seja mais possível evitar uma batalha, os nortenhos não estão tão abertos a negociações. Creio que teremos que ir ao campo de batalha. - ele olha para mim.

— Estarei ao seu lado, se for nescessário irei a guerra com o senhor sem hesitar - ele deposita a mão no meu ombro carinhosamente.

— Adoraria ter-lo ao meu lado meu filho - ele sorri - tenho algumas coisas a resolver.

— Vejo o senhor no jantar. - sorrio caminhando de volta ao meu quarto, olhando o por do Sol, imaginando onde será que Ashryn está agora.

Era noite, resolvi sentar com minha família para a nossa refeição, alguns encaravam eu e Edilaine com estranheza, eu não me importo, Nicaise pede permissão para sair, pois disse que as luas estariam diferentes, e gostaria de observar da sacada, óbvio que ele ia além da sacada, mas resolvemos não entrar nesse assunto. O jantar termina e eu começo a caminhar de volta ao meu quarto.

— Eai Ethan- Aiden fica na minha frente - cara estou sabendo que você vai se casar.

— Mas a notícia já se espalhou? - franzo o cenho.

— É meu caro, papai quer que seja antes da primeira batalha contra o norte, então seu funeral… digo casamento, será daqui a uns dois ou três dias - eu congelo com a notícia do Aiden, fico em silêncio por um tempo - você gosta de outra não é?

— Que? - passo a mão no cabelo nervoso.

— É o que as nossas irmãs estavam comentando, pela sua reação de passar a mão no cabelo, coisa que você só faz quando está nervoso, entregou tudo, pelo fato de você não ter apresentado ela a ninguém, creio que não seja uma nobre. Sinto pena de você, terá que se casar com quem não ama, só para consolidar o reino. - dá uns tapinhas no meu ombro.

— Eu pensei que os irmãos mais novos teriam inveja, ou desejo de serem os monarcas ou algo assim do tipo - olho para ele confuso.

— Bom, eu do fundo do meu coração, odiaria está em seu lugar, eu preso pela liberdade! Você nunca faz nada porquê você quer - me sinto levemente ofendido - isso é bom para você, nasceu para isso, mas eu nasci para viver algo além de tronos e coroas! Nasci para o mar, para velejar, expandir! Ir além do horizonte! - ele olha para janela e olha para mim - mas a você quiser me fazer guarda naval, responsável por todos os navios! Eu ficaria muito feliz.

— Não poderia pedir isso a mais ninguém além de você - toco em seu ombro - pois até a peixe e maresia você fede - eu rio.

— Cheiro de um trabalhador! - ele vai se afastando - por favor não me diga que a garota que você é apaixonado é uma prostituta?

Eu engasgo com minha própria saliva.

— Quê? Não! - olho para ele confuso.

— Ah é que eu me sentiria culpado, ou preocupado - ele vira as costas andando a caminho de seus aposentos.

— Aiden! - ele me dá um tchauzinho de costas, entrando algumas portas a frente da minha.

Eu entro no meu quarto, tirando meu blazer e pendurando, Aiden sempre foi o irmão mais visionário de todos, me lembro de quando a mamãe estava grávida dele, rezei todos os dias aos deuses que viesse um menino, e ele nasceu, somos melhores amigos desde o seu nascimento. Me jogo na cama olhando o teto, pensando como esse dia foi longo e louco, e não há como piorar, quando ouço um barulho vindo de algum lugar, pego minha espada, caminhando lentamente até o barulho, vejo que tem algo atrás da banheira, parecia uma cabeça, quando eu me aproximo vejo Nicaise abraçado as próprias pernas.

— Nic? Me aproximo dele, hey você está bem? - estendendo a mão para ele.

— Demônio - ele sussurra.

— Como? - estou confuso, há algum demônio em nossas terras? - você viu algo?

— Ela é o demônio, ela não é o que você pensa - ele segura nos meus braços firme olhando nos meus olhos, vejo pânico e terror em seu olhar.

— Se acalme! De quem você está falando?

— Ariana.
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Olá, emy aqui!
Vim anunciar os capítulos novos vão sair toda quinta, sexta e sábado.

Fiquem ligados 😉