Briga
Alguns meses se passaram, e não tenha um dia que eu não volte a floresta a procura de Ashryn, fico sempre até o anoitecer. E a cada dia que se passava o buraco de preocupação ficava maior no meu peito, o que poderia ter acontecido com ela? Alguém poderia ter a matado? Ou não sei, simplesmente ela achou que era melhor nos afastarmos? Todos os dias escrevo uma carta para contar o que eu estava sentindo, bom para não acumular eu queimo algumas.
— Só queria te ver, ou saber se você está viva, por um momento pensar que um dia você pensou em mim - sinto um nó na minha garganta, limpo uma lágrima do meu olho. - esquece… volto amanhã. - respiro fundo subindo em meu cavalo.
No dia seguinte eu encontro uma pedra vermelha, se destacava no meu das pedras do riacho, era exatamente idêntica as pedrarias do vestido que comprei para ela ir ao baile, eu nunca percebi aquela pedra ali? Ou talvez seja um sinal? Olho para os lados a sua procura, vou até a cidade elfica que fora destruída, e não a vejo. Era óbvio que era um sinal dela, um sinal que ela estava bem, mas que não queria me ver, estava claro agora ela me abandonou.
Depois daquilo eu passei a ir menos a floresta, cada dia uma hora a menos, resolvi parar de escrever cartas também, fiz uma última para que quando eu a encontrasse entregaria a ela, guardo em um baú em minha cabeceira, e ao passo que eu deixava a floresta de lado, a amizade minha com Ariana crescia. Ela era divertida, e até hábil com uma lâmina na mão, se dava bem com todos os meus irmãos, era inteligente, e curiosa, as vezes me levava até o orfanato juntamente com Kathellen, ela me fez sair um pouco dos muros do castelo para olhar o povo mais de perto, ela era boa com crianças tão boa quanto Kathellen.
— Hey instrutor - ela estrala o dedo na minha frente me fazendo acordar - no que você está pensando? Deixando a guarda aberta desse jeito? - ela me acerta na perna me fazendo cair, seu pé vai de encontro ao meu peito, apontando a espada para meu pescoço - morto.
— É você melhorou - sorrio sem graça empurrando a espada do meu pescoço, ela estante a mão para mim e eu me levanto, ela me puxa para perto, sinto sua respiração descompassada, seus olhos castanhos fitam os meus, ela fecha os olhos se aproximando, ela queria me beijar, mas eu desvio para o lado e ela passa reto, não ria beija-la não era justo Ashryn, e muito menos com ela, não quero que ela pense que eu a amo, pois meu coração é de outra pessoa - olha só, quem está com aguarda baixa agora? - a desarmo facilmente colocando a minha espada na garganta dela - não se distraía.
— É impossível não distrair com você tão próximo de mim - ela sorri colocando uma mexa de cabelo atrás da orelha - acho que está quase na hora de você, sair seja lá para onde você vai.
Eu olho para o céu, e ela tinha razão, estava quase na hora de eu voltar a floresta, na minha mais uma tentativa falha de me encontrar com alguém que não quer me ver.
— Você tem razão, mas durante essa semana, talvez eu deva dar um tempo, nos meus passeios a cavalo, meu cavalo merece descanso - volto meu olhar para ela, que parece radiante.
— Podemos fazer algo diferente! Algo que nesses meses que estou aqui não fizemos ainda. - ela sorri dando a espada de treino para o escudeiro.
— O que sugere? - franzindo o cenho.
Ela segura minha mão, me arrastando pelos corredores do palácio, passamos por Edilaine e Henry que me parece que estão discutindo, talvez a teoria de um livro novo, ou sobre a milionésima vez que o Henry perde para Edilaine no xadrez, resolvo ignorar. Ela me arrasta até a copa.
— Vamos cozinhar! - ela sorri batendo palminhas.
— hmmm eu acho que nunca estive aqui - olhando a cozinha, pegando uma faca analisando.
— Lady Castellamare? - uma mulher vestida de uniforme aparece. - Meu príncipe! - ela se curva desajeitada e bruscamente para mim. - vieram fazer um pedido especial? Algo não estava bom no almoço?
— Como vai Alessandra? - Ariana sorri - o almoço estava excelente, mas vim pedir algo sim a você - ela puxa mais uma fita amarrando meu cabelo e arruma o dela em um coque.
— O que os senhores desejam? - ela nos olha atentamente.
— Vamos invadir seu castelo- ela sorri - e vamos cozinhar um pão, se nos permitir é claro...
Alessandra nos olha com estranheza, talvez ela nunca viu algo do tipo acontecer, o príncipe herdeiro e sua prometida, na cozinha para fazer um pão.
— Bom, se não colocarem fogo no meu castelo - ela sorri - por mim tudo bem.
— Excelente! - Ariana sorri lavando a mão - lave as mãos Ethan, e pegue a farinha, se você não sabe o que é farinha...
— Eu sei o que é farinha - reviro os olhos pegando uma vasilha com um pouco de farinha.
Ela tem uma destreza assustadora na cozinha, pega leite, o fermento misturando a massa, tudo isso rapidamente, aparentemente ela mede as coisas somente com os olhos.
— Sove a massa - ela joga um pouco de farinha sobre a superfície de uma mesa.
— Como eu faria isso? - levo a massa para a mesa.
— Bata na massa assim... - ela segura a massa jogando ela fortemente contra a mesa espalhando farinha para todos os lugares - HAHAHA tem no seu cabelo.
— Engraçadinha - pego a massa batendo nela enquanto farinha e mais farinha ia se espalhando em cima de nós e pelo chão da cozinha.
Era terapêutico, quando eu batia a massa, eu simplesmente expressava toda minha frustração.
— Acho que a massa vai sangrar - Ariana segura meu braço - já deu, vamos deixar ela descansar e colocamos para assar.
— Onde você aprendeu a cozinhar? - tento limpar a farinha da minha roupa.
— Bom, eu aprendi a ser uma boa esposa, tenho que aprender a fazer de tudo, cozinhar, costurar, essas coisas - ela sorri - e a prática leva a perfeição.
— É um bom hobby.
— Hey, o que vocês dois estão fazendo aqui? - Hadley simplesmente brota do chão - nossa vocês estão imundos - ela nos olha de baixo para cima. - Aqui não é lugar para o futuro Rei e a futura rainha.
— E você, o que está fazendo aqui? - cruzo os braços a encarando.
— Eu vim fazer um pedido especial para o jantar, estou em uma dieta, vá tomar um banho Ethan está horrível, deixe a ralé com a ralé.
— Hey não pode falar assim, que coisa ridícula Hadley - sinto uma ponta de raiva.
— Hadley isso não foi legal, todos somos iguais, a única coisa que nos diferencia é um título, mas no final não haverá títulos quando os deuses nos chamar, todos vamos para debaixo da terra.
— Que seja, mas enquanto estivermos vivos, os títulos ainda importa.
— Ah quanta baboseira - saio da cozinha, e Ariana sai atrás de mim.
— que situação chata... - Ariana suspira - te encontro no jantar? - ela sorri, afirmo com a cabeça.
Ver as atitudes da Hadley, me faz pensar como nós humanos somos podres, não todos claro, mas a sua maioria, e como aquela doce menina que eu vi nascer se tornou isso.
O pão servido no jantar foi feito por nós, estava ótimo, macio e bem assado, claro que eu não fiz muita coisa, mas mesmo assim sinto uma pontada de orgulho.
Tive uma noite péssima de sono, talvez por eu ter me acostumado a ir durante meses na floresta, ficar um dia sem ir me deixou ansioso, eu me revirava na cama, até que eu decido ir a biblioteca pego o livro mais chato e entediante, que por a caso estava separado como se alguém estivesse lendo e esqueceu de guardar, a página estava marcada então eu decido levar ao meus aposentos, comecei a ler o livro, que até é interessante, um príncipe tem seu pai morto pelo seu tio, e é assombrado pelo fantasma do pai que falar para buscar vingança, ele procura vê se é verdade, e se fato seu tio havia matado seu pai, ele começa então a planejar a vingança, seu tio manda ele para outro reino afim de se livrar de um estorvo, mas quando ele é atacado por piratas o príncipe oferece muito ouro para eles levarem o príncipe de volta ao reino, eu fecho o livro olhando a capa simples e velha, sorrio ao lembrar o que Edilaine sempre me disse "não se julga um livro pela sua capa", sinto os meus olhos pesarem, durmo ali mesmo segurando o livro.
Era estranho, sinto que estou dormindo a mais tempo do que deveria, ninguém veio puxar minhas cobertas? Ou não sei abrir as cortinas? Resolvo então abrir meus olhos, me obrigo a me levantar, e o livro vai ao chão.
— Aí ai - bocejando me espreguiçando - eu tenho que devolver isso antes do amanhe... - abro as cortinas e o sol já está alto - cer... Pelos deuses ninguém me acordou?! - começo a me arrumar rapidamente - droga, droga acho que nem vai está servido o café da manhã! - pego o livro do chão saindo apressado.
— Bom dia Senhor, logo será servido o almoço - meu escudeiro me encontra no meio do caminho.
— Por que não me acordaram Julian? - falo levemente irritado.
— Senhor batemos, em sua porta a manhã inteira - ele olha - mas o senhor tem um sono pesado.
— Que seja, a próxima vez jogue um balde de água, mas não me deixe sem o desejum - reviro os olhos caminhando para biblioteca, ouço um sim senhor ao fundo.
Deixo o livro exatamente como estava, bom com a queda no chão, meio que onde estava marcado caiu, então não sei onde estava, ouço algumas fungadas e uns murmúrios vindo de algumas prateleiras mais ao fundo, minha curiosidade me move até lá.
— Que isso Edilaine, para de chorar e me diz logo o que há de errado com você - ouço a voz da Blair firme como sempre.
— E-eu eu não sei se quero me casar - a voz de Edilaine parece embargada e muito triste.
— Não se case oras, que besteira - Blair não sabe lhe dar com sentimentos das pessoas.
— Mas eu tenho que me casar! - Edilaine respira fundo, porém ainda ouço barulho de choro dela.
— Então se case.
— Ele não deixa eu ler, não deixa eu escrever ou fazer algo que eu goste de fazer, ele me disse que... Que mulher só serve para dar filhos após isso é inútil, Blair eu não quero me casar com homem assim.
— São marcas de dedos no seu pulso?
— São antigas... Eu não sei o que fazer Blair, me ajude a encontrar uma solução...
— Eu sei o que fazer, aquele homem vai se ver comigo - ouço barulho de passos como se fosse cascos de cavalo trotando, conhecia Blair estava indo ao ataque, me escondo para que ela não me veja.
— Blair espera! - vejo Edilaine passar enxugando as lágrimas.
Sinceramente? Eu não sei o que eu estava fazendo parado lá, é minha irmã que está sofrendo, eu tenho que fazer algo, vou atrás delas, mas elas estão correndo, perco elas nos corredores, resolvo subir para olhar pelas janelas se eu as encontro do lado de fora.
— AÍ SEU ZÉ MANÉ - ouço um grito vindo de uma janela vejo que nos jardins estava Blair e Henry.
— Han? Olá Princesa Blair - ele sorri se curvando.
— Princesa Blair é uma ova! - ela segura pela camisa dele fortemente o puxando para perto - Minha irmã não vai se casar com você tá entendendo? Eu não vou deixar.
— ora ora, por que? Está apaixonada por mim? - ele sorri com sarcasmo - sabe que se eu não me casar com sua irmã me casaria com você não é? É a terceira mais velha - ele desce a mão para a cintura dela, primeiramente sua pele branca fica mais pálida ainda seus olhos se abrem e ele continua sorrindo. - soube que você cavalga bem... - Blair dá um tapa em sua cara, ele sorri.
— Eu exijo respeito!
— Você não tem que exigir nada garota - ele a empurra com força na grama, uma ponta de fúria sobe em mim, mais do que eu já estava, começo a correr pelos corredores olhando pela janela.
Vejo Aiden chegando com Azriel e Nicaise em seu encalço, se posicionando na frente da Blair que está caída no chão, Edilaine a ajuda se levantar.
— Quer brigar? Briga com alguém do seu tamanho! - Aiden parte para cima de Henry, Azriel e Nicaise também, começa uma confusão, desço as escadas correndo, quando alguns guardas vendo a confusão decidem intervir, mas eu dou o comando que não, eu tinha que parar aquilo, apesar do Henry está apanhando mais.
Mas havia alguém, que mesmo que eu falasse que não era para intervir chegou correndo para separar a briga, Kathellen, ela apesar de bastante altruísta era corajosa, segundo ela dá no mesmo.
— Parem por favor! Violência não resolve nada! Parem! Meninos! - sua voz era como nada, ela resolve entrar separar fisicamente tentando segurar alguns - por favor parem! Ah! - Henry dá um tampa na Kathellen que vai na grama segurando o rosto.
— JÁ CHEGA! - meus irmãos congelam, Henry continua sorrindo, me aproximo da Kathellen e analiso o seu rosto, seu lábio inferior foi cortado e há um filete de sangue escorrendo no canto da sua boca. - você está bem? - ela confirma com a cabeça, olho para meus outros irmãos que estão segurando Henry pela gola - solte-o. - eles fazem uma careta soltando - ajudem suas irmãs - Aiden se aproxima de Kathellen a levando, para onde estavam Edilaine e Blair, que ainda estava pálida e meio chocada, nunca vi ela calada desse jeito.
— Que foi? Foi só um tapinha de leve - Henry sorri - é bom para acordar.
Eu respiro fundo, dou lhe um soco quebrando seu nariz, fazendo muito sangue escorrer no chão.
— O que foi? - sorrio - foi só um soquinho é bom para ACORDAR! - chuto sua barriga, ele cai no chão de joelhos vomitando o que comeu, piso em sua cabeça fazendo que encoste no chão, pressionando firme. - sempre que ver eu o meus irmãos é assim que você tem que se portar, beije meus pés.
— Ethan! - Ouço a voz da Ariana, como se me acordasse de um transe. - por favor, é o meu irmão… - olho para Ariana ainda com fúria, ela dá um passo para trás.
— Já chega Ethan - ouço uma voz masculina, olho para trás é meu pai com minha irmã mais nova, Belona, ao seu lado.
Tiro meu pé de cima de sua cabeça, pegando ela sua gola que estava suja de sangue, olho nos seus olhos, que estavam apavorados.
— Se eu ver você perto de algum irmão meu, qualquer um, eu mato você, terei o maior prazer nisso, pois pessoa como você não merece viver - o jogo no chão, onde ele cai desmaiado, olho para Ariana, passo a mão nos meus cabelos nervoso, tentando me acalmar, olho para meu pai que parecida está impassível, porém meus irmãos que estavam apavorados.
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