Não adianta ir contra o destino
Escrita por Lys_Anny
Chegamos no último capítulo pessoal, peguem os lencinhos que ele está lindo.
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"Não adianta ir contra o destino, de novo a vida está nos unindo".
— Eu vos declaro, marido e mulher. Pode beijar a noiva. — Com essas palavras, um ciclo é findando, a paz é assinada e dois corações novamente batem em sincronia.
Jungkook e Taehyung mais uma vez estavam um na frente do outro depois de tanto tempo. Os anos passado separados os fizeram amadurecer e entender que tudo nessa vida tinha o momento certo de acontecer.
— Olha a gente, aqui e agora — disse Jungkook, a voz mais grossa e ainda cheia de doçura. — A sua filha, minha nora.
— Não adianta ir contra o destino, de novo a vida está nos unindo — disse Taehyung.
Ainda sem um rumo a ser seguido, ambos preferiram o silêncio momentâneo. Curtiram a festa de casamento, Taehyung pôde conversar com o genro e perceber o quão apaixonado o rapaz era pela sua filha, além das características de Jungkook no filho.
Os olhos negros, os dentes da frente maiores dando uma caracteristica de coelho. Se lembrou da vez que apelidou o outro de coelho justamente por causa de seus dentes e quanto Jungkook odiava ser chamado assim.
As lembranças daquele passado voltaram com força em suas mentes os fazendo se olhar várias e várias vezes durante toda a cerimônia e a festa que se seguia. Hoseok assistia em um canto sem saber se intervia ou deixava que eles se resolvessem sozinhos.
Jimin estava ao seu lado, ambos entraram em um relacionamento pouco tempo depois que Jungkook saiu da depressão e eram grandes amigos agora. Em seu colo, estava seu primeiro filho de olhos grandes e um sorriso de coração que nem o pai.
— Vamos falar com eles de vez, isso está me deixando agoniado — disse Jimin brincando com a criança.
— Eu não sei do que está falando — respondeu Hoseok sem encarar o marido.
— Oras, Hoseok, você é o maior casamenteiro que eu conheço, se não fosse por seu empurrão, seu sobrinho não tinha ido falar com a filha do Taehyung — alfinetou Jimin com um bico em seus lábios. — Vá falar com seu irmão e eu falarei com Taehyung, eu sei que eles querem conversar, que se amam ainda mesmo depois de tantos anos, eles só precisam de uma mãozinha — falou, já se colocando de pé e indo na direção de Taehyung sem dar chance para Hoseok protestar. Com um suspiro, ele se levantou e foi até o irmão.
Viu seu marido puxar Taehyung para fora da festa e fez a mesma coisa com o irmão. Queria ajudar, mas não sabia o que dizer, então só seguiu o marido, o encontrando momentos depois ao lado de um Kim confuso.
— Se resolvam — foi tudo o que Hoseok disse antes de puxar o marido para dentro da festa com seu filho. Ambos eram adultos, poderiam fazer aquilo sozinho. Hoseok já havia se intrometido demais na vida do irmão, era hora dele fazer aquilo sozinho.
Sozinhos novamente ambos apenas se encaram, não disseram nada por bastante tempo. Taehyung suspirou antes de criar coragem para colocar seus sentimentos em palavras.
— Eu te procurei. Depois que saiu da prisão, fui atrás de você — disse Taehyung, olhando para a noite estrelada que os assistia em silêncio.
— Eu sei, quer dizer, agora eu sei. Na época meus pais me levaram para o Canadá e fizeram todos que sabiam aonde eu estava ficarem calados. Hoseok me contou a alguns anos — respondeu ele
— Eu não consegui impedir que fosse preso, desculpe, meu pai... ele... bem... me impediu de sair de casa e ter qualquer contato com você ou com os policiais.
— Quando fui preso, meus pais disseram que você ia se casar com uma garota e que você só me usou. — Jungkook engoliu em seco com a lembrança da conversa que teve com os pais naquele fatídico dia.
— Isso não é verdade. Eu só me casei com a Aiko muitos anos depois. Meu pai tinha me mandado para um internato, só voltei quando ele morreu e, mesmo assim, ainda procurei por você.
— É, agora sei disso — disse Jungkook de cabeça baixa e mais uma vez o silêncio se fez presente entre eles.
Ficaram ali, sem dizer nada por um longo tempo. Não sabiam bem o que deveriam dizer ou como dizer. Seus corações batiam fortes e implacáveis, havia uma necessidade de palavras, mas elas simplesmente não conseguiam se unir em frases.
— Eu ia enfrentar meu pai — começou Taehyung, quebrando aquele silêncio. Jungkook apenas esperou ele continuar. — Tinha falado com meu irmão, ele iria conseguir um advogado para que pudesse ficar com minha guarda. Alegaria que meu pai não tinha capacidades mentais para cuidar de mim, me levaria embora e, assim, eu poderia ser livre para fazer minhas escolhas.
— Você nunca me disse isso...
— Eu ia dizer, naquela noite. O advogado ia em nossa casa no dia seguinte, quer dizer, ele foi, mas meu pai já tinha me mandado para longe e com a acusação de sequestro sobre você, ele não conseguiu nem mesmo uma audiência. — concluiu Taehyung.
Semanas antes de se encontrar com Jungkook, ele tinha ligado para o irmão mais velho e contado tudo, desde a violência que sofria do pai até o amor que sentia por Jungkook. Não houve julgamento, seus irmãos nunca iriam julgá-lo, conheciam bem o pai que tinha e o que deveriam fazer para proteger o irmão mais novo.
Havia ido até um advogado, explicado a situação e realizado o pedido para ter a guarda do irmão. Era apenas questão de tempo para conseguir livrar o irmão daquele sofrimento de uma forma correta.
Era por isso que ele não tinha aceitado a fuga, sabia que seu pai iria atrás deles até o inferno e nunca os deixaria em paz mesmo que fossem de maior. Queria sim ficar com Jungkook, mas da maneira correta e fugir não era uma alternativa correta para o final feliz que procuravam.
Jungkook, então, entendeu tudo naquele momento, entendeu o motivo dele ter ficado do jeito que ficou e se arrependeu de ter julgado mal o amor de Taehyung. Achava que ele não o amava o suficiente para enfrentar o pai, tinha certeza disso, e, no fundo, a verdade era outra. Taehyung tinha um plano, mas não conseguiu completá-lo e agora ambos sabiam disso.
E então veio o "e se" em suas mentes.
E se tivessem fugido?
E se Taehyung tivesse conseguido morar com os irmãos?
Jungkook conhecia os pais que tinha, sabia que mesmo que eles aceitassem sua sexualidade não aceitaria Taehyung como seu namorado, passaram a vida toda escondendo a procura do Kim pelo filho, arquitetaram ao lado do patriarca da família Kim um falso casamento para que Jungkook acreditasse que Taehyung não o amava da mesma forma que ele o amava.
Como se uma luz brilhasse em sua mente, ele soube que, mesmo que eles tivessem o apoio dos irmãos do Kim, era impossível eles se livrarem das sombras de seus pais, não teriam vivido em paz se tivessem ficado juntos naquele tempo.
Nunca foi questão de sexualidade, mas sim de sobrenome. As duas famílias haviam colocado uma rivalidade, um ódio acima do amor, e sempre colocariam.
Mas aquele ciclo havia sido quebrado, finalmente havia acabado e eles estavam livres, verdadeiramente livres para serem o que queriam ser e viver o romance que almejavam desde da adolescência.
— Eu ainda te amo, Taehyung — confessou Jungkook. — Sempre te amei.
— Eu também te amo, Jungkook, nunca deixei de te amar. — Seus olhos finalmente se encontraram ao findar daquela frase, seus corações batendo em um único som, criando uma linda música a tanto tempo esquecida.
Com a lua e as estrelas de testemunhas, seus lábios novamente se encontraram após tantas décadas. Havia ali uma saudade, um reconhecimento, um amor antigo sendo revivido naquela noite.
Finalmente, após uma longa vida separados, Jungkook e Taehyung estavam unidos e prontos para viverem o amor há tanto tempo guardado em seus corações.
De longe, dentro daquele salão de festas, Jimin e Hoseok sorriam de mãos dadas ao assistir o amor vencer.
Não adianta ir contra o destino...
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Bom minhas rosetas, essa foi a história, espero que tenham gostado. Logo voltaremos com mais. Obrigada a toda equipe do TKFlex_Rot por essa oportunidade de está com o projeto e todo esse trabalho lindo da beta, desing e da avaliação. Obrigada a todos e beijos.
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