Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo XXV


Cheguei em casa cansado, como sempre, e estranhei não ver a Aksa na sala, por isso fui até a cozinha.

— Boa noite, Cecília.

— Boa noite, senhor Rodrigo. Como foi o trabalho?

— Agitado. Tive que resolver algumas pendências da delegacia! - assentiu - Cadê a Aksa?

— Deitada. Ela disse que não estava se sentindo muito bem! - franzi o cenho.

— Tá, vou lá ver.

Subi as escadas, e ao chegar no segundo andar, passei no quartinho de Djevá, mas como estava vazio, fui para o meu.

Abri a porta e vi meu filho deitado na cama, assistindo desenho, a Aksa estava ao seu lado, e pelo quarto estar todo escuro imaginei que ela estivesse dormindo.

— PAPAI! - veio correndo até mim.

— Já chegou? - minha esposa perguntou com a voz sonolenta.

— Uhum. - peguei nosso filho no colo - Dormindo a essa hora, preta?

— Tô passando mal desde cedo.  Meu estômago tá ruim desde a hora do almoço, cheguei em casa e vomitei minha alma! - me aproximei da cama e coloquei a mão em sua testa.

— Com febre você não tá. Será que foi alguma coisa que você comeu?

— Pode ser.

— Preciso ir ao mercado buscar algumas coisas que a Cecília pediu. Quer que eu traga algo?

— Traz limão.

— Você vai comigo? - ela fez uma careta e eu ri - E você, garotão? Você vai com o papai? - assentiu animado - Viu?! Ele vai comigo.

— Divirtam -se.

Deixei o Djevá na cama e fui trocar de camiseta.

— Não vai querer mais nada além do limão?

— Traz chocolate também, tô com vontade de comer. - franzi o cenho.

A Aksa nunca foi muito chegada em doce por isso achei estranho ela pedir.

— Mais alguma coisa? - perguntei um pouco mais alto por estar dentro do closet - Hoje já é dia 12, sua menstruação tá  prestes a descer, não quer que eu traga absorvente ou sei lá? 

— Não precisa, ainda tem aqui.

—Mas, a última vez que a gente comprou não foi no mês passado?

— Sobrou porque ela não veio. - arregalei os olhos e voltei para o quarto rapidamente.

— Como assim sua menstruação não veio?  

— Minha ginecologista disse que poderia acontecer, já que eu troquei de método anticoncepcional.

— Ela disse que poderia atrasar, não ficar sem vir!

— Tá, tanto faz. - virou para ficar de bruços na cama - Traz o que eu pedi, apaga a luz quando sair, e não é pra comprar mais brinquedo pro Djevá, viu?!

Respirei fundo e mesmo estando espantado com as informações que ela acabou de me passar, vesti a camiseta, peguei minhas chaves e chamei o Djevá.

— Tchau, preta. - beijei sua bochecha e dei um tapa forte em sua bunda.

Ela me tacou o travesseiro, e mesmo estando um pouco longe, ele pegou em cheio nas minhas costas. Ri e segurei a mão do meu pequeno.

Cheguei no mercado com uma lista um pouco grande nas mãos, então tive que ficar andando de um lado para o outro procurando. Só não fiquei cansado porque amo fazer compras com o Djevá, ele sempre fica bem quietinho.

Estava indo em direção ao caixa e encarei as cartelas de cigarro por um bom tempo, pensei em levar algumas, até lembrar que ainda faltava pegar mais uma coisa. Depois de andar mais um pouco pelas prateleiras, fui até o caixa pela segunda vez.

Enquanto a moça passava os produtos, percebi seu olhar pesado em mim. Até cocei a garganta algumas vezes para ela, pelo menos, tentar disfarçar, mas não adiantou.

Lá vamos nós mais uma vez!

Dormi por quase duas horas seguidas, e mesmo me sentindo um pouco mal, fui até o andar de baixo. Cheguei na cozinha e vi que a Cecília ainda estava preparando o jantar, então decidi pegar uma maçã.

— O Rodrigo ainda não chegou, Cecília? - ela negou.

— Está se sentindo melhor?

— Um pouco. Meu estômago melhorou um pouco, mas ainda tô com muito sono. - percebi um sorriso leve surgir em seus lábios - O que foi? - perguntei sorrindo também.

— Nada. Só tava pensando alto! - semicerrei os olhos.

— Hum, tá bom então.

Enquanto ia em direção à sala, escutei o carro de Rodrigo entrando na garagem. Poucos minutos depois, ele atravessou a porta de entrada com as mãos cheias de sacolas.

— Quer ajuda aí? - perguntei.

— Fecha o carro pra mim, por favor. A chave tá no meu bolso!

Fiz o que ele pediu, depois voltei para a sala e puxei meu gordinho para cima do sofá junto comigo. Enquanto fazia cosquinhas nele, o Rodrigo apareceu com uma sacolinha nas mãos.

— Aqui  seu chocolate.

— Brigada, amor. - lhe dei um beijo rápido - Por que demoraram tanto?

— O mercado tava meio cheio, a fila tava grande e a moça do caixa ainda ficou pedindo meu número.

Arqueei uma das sobrancelhas e lancei um olhar sério em sua direção.

— Você passou?

— Faz diferença? - franzi o cenho.

Que pergunta ridícula é essa?

— Rodrigo, você só não vai levar uma patada porque seu filho tá aqui. - desviei o olhar - Agradeça a ele depois!

— É óbvio que eu não passei, preta. - disse rindo - Eu sou casado, lembra?!

— Hum. - respondi seriamente, mas depois voltei para a sessão de cócegas.

— Preta, você não pediu, mas eu comprei outra coisa pra você.

— O que? - perguntei sorrindo por causa da risada do Djevá e ele me estendeu a sacola - Um teste de gravidez, Rodrigo?

— Exatamente.

— Pra quê? Eu tenho certeza que não tô grávida.
— Você tem certeza, eu tenho dúvida. - sorri cinicamente - É só fazer pra ter garantia, preta. Se der negativo, a gente joga fora e finge que nada aconteceu!

— Quatro anos namorando, um ano de noivado, e agora, depois de quase 3 anos de casados, você tá suspeitando que eu tô grávida?

— Isso aí.

— Se eu fizer, você promete não tocar mais nesse assunto?

— Tá, prometo. Agora, vai lá fazer logo esse teste! - sorri.

Peguei a sacola e fui até o banheiro do primeiro andar mesmo, fiquei com preguiça de subir as escadas.

Fechei a porta, peguei a caixinha e li as instruções. Tive que me concentrar bastante pra fazer xixi sem estar com vontade, mas consegui depois de um tempo.

Lavei a mão, peguei o teste e coloquei-o dentro do potinho que estava em cima da pia.
Abri a porta e vi o Rodrigo inquieto, ele estava claramente ansioso e acabei rindo.

— E aí? O que deu?

— Precisa esperar 3 minutos pra saber o resultado. - lhe entreguei a caixinha - Uma barrinha é negativo, duas é positivo.

Ele entrou no banheiro roendo as unhas e eu fui em direção à sala.

— Não vai ficar pra ver o resultado?

— Não. Já sei o que vai dar! - dei de ombros.

Voltei para o sofá, peguei meu chocolate e comecei a comer como se o mundo fosse acabar daqui 2 minutos. Coloquei um dos filmes do ToyStory e o Djevá ficou ao meu lado assistindo.

— Preta do céu. - Rodrigo apareceu na sala com a mão na boca.

— Que foi? - quando ele virou o teste, pude ver as duas barrinhas e me levantei na hora - Não pode ser. Impossível!

— Nós vamos ter outro bebê! - sorriu e eu peguei o objeto em suas mãos.

— Esse negócio tá errado. Não tem como eu estar grávida, Rodrigo!

— A gente transa quase todo dia, é claro que tem como. - comecei a andar encarando o teste - Pode ter acontecido naquela época que você trocou de método, e a gente deu uma vacilada. 

— Esse teste tem uma margem de erro, eu li na caixinha.

— Preta, estamos juntos a oitos anos, você quase nunca vomita, quase nunca dorme durante o dia, e sua menstruação nunca fica sem vir.

— Não, não, não. Isso tá errado!

— Por que tô com a impressão de que só eu to feliz? - perguntou com o cenho franzido.

— Porque você não está pensando no futuro. Nem em mim!

— Aksa, a gente já tem um filho. Você esqueceu? - revirei os olhos.

— Agora é diferente!

— Diferente por que? - percebi que ele estava bravo - Você não teve esse surto quando decidimos adotar o Djevá. Qual é a porra do problema de você ter um filho meu?

— O PROBLEMA É QUE EU NUNCA PENSEI... - lembrei que meu filho ainda estava na sala - Filho, vai lá na cozinha e pede pra Cecília ir com você lá pro quarto.

Meu pequeno estava visivelmente assustado, até porque nas poucas vezes que nos desdentamos, eu e o Rodrigo resolvemos o assunto sem que ele visse!

— Mas, mamãe...

— Djevá, vai. Agora! - eu disse e ele fez o que pedi, poucos instantes depois a Cecília foi com ele até o segundo andar - Rodrigo, você já casou comigo sabendo que eu não queria engravidar!

— Tá Aksa, eu sei disso. Mas, agora já foi. Vai fazer o que? Abortar?

— Eu não pensei nessa possibilidade, mas e se eu quiser fazer?

— Você não vai tirar um filho meu!

— O corpo é meu, sabia?!

— E o bebê que tá aí dentro também é meu!

— Você nem sabe se eu tô realmente grávida, e em todos os casos nem é um bebê ainda, é só um feto, Rodrigo.

— Se você abortar meu filho, eu me separo de você. - arregalei os olhos.

— Você não pode estar falando sério.

— Eu te amo demais, Aksa, você sabe disso melhor que ninguém, mas as minhas prioridades são os meus filhos. E se você tiver coragem de abortar o meu filho, sabendo o quanto eu tenho sonho de ser pai... A gente nunca mais vai ser o mesmo casal!

Fiquei sem palavras porque, em certo ponto, o Rodrigo estava certo. Jamais seríamos o mesmo casal se eu abortasse a gravidez!

Seu celular começou a tocar, e ele atendeu o aparelho com raiva. Antes que eu pudesse impedir, ele já havia ido para a área da piscina.

Sentei no sofá, passei a mão pelo cabelo e fiquei encarando aquele teste por um longo tempo.

Não é possível que isso esteja acontecendo.

Rodrigo voltou para a sala em passos largos.

— Quem era? - perguntei.

— Minha mãe.

— Aconteceu alguma coisa?

— Nada com que precise se preocupar!

Rapidamente ele subiu as escadas e foi até o quarto, quando cheguei no cômodo ele estava arrumando uma mochila.

— O que você tá fazendo? - não me respondeu - Ei, eu tô falando com você.

— E eu tô te ignorando!

— Se você acha que eu vou ficar implorando sua atenção e dizendo que você não vai a lugar algum, você tá muito enganado. - continuou colocando as roupas na mochila sem me olhar - A questão é que meu nome tá escrito nessa aliança que você tá usando e o meu filho tem o seu sobrenome, só por isso você tem a obrigação de me dizer, pelo menos, pra onde tá indo! - cruzei os braços.

— Vou pra casa da minha mãe, ela tá precisando da minha ajuda. - fechou o zíper, pegou a mochila e se aproximou um pouco mais de mim - Sem contar que eu não vou conseguir dormir ao seu lado depois do que acabou de me dizer!

Ele bateu à porta do quarto, e minutos depois ouvi seu carro sendo retirado da garagem. 

Respirei fundo ao me sentar na cama, e depois de pensar por alguns minutos, peguei meu celular para pesquisar algumas coisas. Assim que achei o que eu queria, pegguei minha bolsa, uma das minhas chaves e fui até o quarto do Djevá.

— Vem, filho. - estendi a mão e ele veio - Vou sair, mas daqui a pouco estou de volta, Cecília.

Esperei ela assentir e fui direto para a garagem. Depois de colocar o Djevá na cadeirinha, fui para o banco do motorista.

— Mamãe, onde o papai foi?

— Pra casa da vovó.

— Vocês brigaram? 

— A gente se desentendeu, meu amor. Mas, logo logo a gente vai se resolver, tá?!

Dirigi durante uns 10 minutos até chegar na Clínica.

— Oi, boa noite. Posso ajudar?

— Oi, meu nome é Aksa Fernández. Eu vim fazer um exame!

— Qual exame?

— Beta HCG! - ela assentiu e conferiu alguns dados no computador.

— Me acompanhe, por favor.

Fui até o Ambulatório para fazer a coleta de sangue que foi bem rápida, por sinal.

— Prontinho. - a enfermeira disse - O resultado digital fica pronto com antecedência, mas a partir das 6:30 de amanhã, você já pode vir buscar o resultado físico do seu exame!

— Okay.

— Tá pensando em dar um irmãozinho pra esse príncipe?

— Uhum. - forcei um sorriso para tentar parecer carismática - Muito obrigada. Fala tchau, filho.

— Kwaheri. - disse balançando a mãozinha.

— Que fofinho. - a moça disse sorrindo - Tchau, neném!

Antes de voltar para casa, passei no mercado pra comprar mais chocolate e um pote grande de sorvete.

Que vontade louca de comer doce é essa?

Cheguei em casa, fui até o banheiro para lavar as mãos, depois fui direto para a cozinha.

Aquele cheiro tava tão bom que fez meu estômago roncar.  Comi três pratos enormes de comida, mesmo sem lembrar que estava com tanta fome.

Dei o jantar do Djevá, levei ele pra tomar  um banho e fui dormir um pouco depois dele cair no sono.

Foi estranho dormir sem o Rodrigo depois de tanto tempo, parece que faltava alguma coisa na nossa cama.

Normalmente eu acordo às 7:00 porque é o Rodrigo quem leva o Djevá pra creche, mas como ele havia ido dormir fora, acordei às 6:00. Meu corpo estava muito pesado, e o sono estava me consumindo , então tomei um banho para tentar afastar aquela sensação horrível.

Fui até o quartinho do Djevá para acordá-lo, e depois ajudei ele a se arrumar.
Em seguida, levei-o para o meu quarto e ele me fez companhia enquanto vestia uma saia lápis branca, um salto scarpin também da cor branca e uma camisa que tinha a cor semelhante de um jeans claro. Soltei o cabelo, fiz uma maquiagem mais leve, mas deixei para passar o batom depois.

Peguei minha bolsa, e descemos as escadas juntos para tomar café da manhã com a Cecília.

Saímos de casa às 7:15. Fiz o trajeto até a creche, depois passei na Clínica para pegar o resultado do exame.

Fui para a Mt' e trabalhei normalmente. Quando faltava menos de uma hora para o meu horário de almoço, resolvi abrir o envelope da Clínica.

Li os meus dados na parte superior e mais algumas informações ao longo do papel, mas foi uma palavrinha que chamou minha atenção: "Reagente".

Arregalei os olhos e reli aquele papel mais de cinco vezes para ter certeza de que eu não havia lido errado.

Eu estava tão convencida de que não estava grávida que fiquei paralisada ao ler aquilo. Minha única reação foi ligar pra Alice no mesmo instante.

— Alô.

— Alice, você tá ocupada?

— Um pouco.

— Ótimo, me encontra naquele restaurante que eu costumo almoçar. Você tem 5 minutos! - desliguei a chamada.

Coloquei aquele papel na minha bolsa e saí da minha sala quase correndo. Cheguei no estacionamento e, assim que entrei no carro, liguei o motor.

Depois de alguns minutos dirigindo, entrei no restaurante e percebi que ela ainda não havia chegado, por isso pedi uma mesa para ficar esperando.

Cerca de 4 minutos depois ela entrou no estabelecimento e veio andando com pressa em minha direção.

— Quem morreu? - perguntou agitada - Meu gordinho tá bem?

— Ninguém morreu e o Djevá tá bem!

— O que houve então? - sentei na cadeira e lhe entreguei o papel - Que isso?

— Beta HCG. - respondi e ela também se sentou.

— Mas, esse exame tá positivo. - disse tranquilamente, depois abriu a boca em surpresa - Aksa, você tá grávida?

— Pelo jeito, sim.

— Meu Deus, amiga. Parabéns! - se levantou e veio me abraçar - Que estranho, pensei que nunca iria te fazer esse tipo de pergunta.

— E eu achei que ia morrer sem alguém me perguntar isso!

— O Rodrigo já sabe? - assenti.

— Ele que descobriu, na verdade.

— Como assim? - franziu o cenho.

Expliquei tudo que aconteceu ontem, desde o teste até a minha briga com o Rodrigo.

— Mas... Você vai abortar? - perguntou claramente preocupada.

— Não. - respondi - E nem é por causa do Rodrigo, é só porque eu não quero. Falei aquilo da boca pra fora!

— Onde ele tá agora?

— Na delegacia, provavelmente. - ficamos em silêncio enquanto ela analisava o papel novamente. 

— Pela quantidade desse hormônio escrita aqui, você tá por volta da quinta semana de gestação. -  assenti e ela me encarou - Então, vocês fizeram ele quase na mesma semana que você saiu do hospital? - sorriu maliciosamente - Humm... Safadinhos.

— Mais uma piadinha, Alice. Só mais uma... 

— Foi mal, não consegui evitar. - ela ficou mais um tempo em silêncio - Eae, você acha que é menino ou menina?

— Sei lá, Alice. Não pensei nisso!

— Ai amiga, e se for menina? - disse entusiasmada - Imagina se ela puxa sua cor e os olhos claros do Rodrigo?!

Foram 40 minutos escutando a Alice planejar o futuro da criança que tá na minha barriga. Ela conseguiu pensar em tudo, caso o bebê seja menina.

Voltei para a Mt' com a cabeça cheia, ainda não conseguia admitir que estava grávida e tenho a impressão que vai demorar muito para isso acontecer. Mesmo me sentindo mal, trabalhei até o final do meu expediente como de costume.

Passei na casa do meu irmão agindo normalmente, peguei meu filho e não contei nada sobre a gravidez.

— Boa noite, dona Cecília. - ela sorriu - Como você está?

— Estou bem e você?

— Não muito. - peguei um copo d'água - Descobri que tô grávida.

— Ah, que leg... - arregalou os olhos e me encarou - Pera, o quê?

— Isso mesmo que você ouviu. Só não to conseguindo me sentir feliz por isso!

— Quer conversar sobre? - perguntou.

— Não, mas obrigada mesmo assim. Vou subir, tomar um banho, vestir uma roupa mais confortável e esperar meu marido chegar pra resolvermos o que aconteceu ontem.

Realmente, fiz tudo que disse pra Cecília, exceto a última parte. Já era por volta das 01:30 da manhã e o Rodrigo não havia dado nenhum sinal de vida.

— Se ele ligar ou avisar alguma coisa, me fala. - disse com a voz embargada - Por favor, Victor.

— Aviso sim. Pode deixar! - desliguei a chamada.

— Eae? - Cecília perguntou.

— Nada. - comecei a chorar de novo - O Victor disse que ele saiu pra ir trabalhar, depois não deu mais notícias. - respirei fundo.

— Tenta ligar pra ele de novo. Às vezes ele pode atender dessa vez!

Perdi as contas de quantas vezes liguei no celular do Rodrigo, e nem consigo contar quantas mensagens já enviei, o problema é que o celular dele está desligado desde a minha primeira tentativa.

Mesmo achando que não iria funcionar, disquei seu número mais uma vez.

— Alô. - fiquei surpresa e com dúvida ao mesmo tempo.

— Oi. Quem tá falando?

— Alex.

— O que você tá fazendo com o celular do meu marido? - franzi o cenho - Cadê o Rodrigo?

— Ele tá meio ocupado agora.

— Ocupado? Ocupado com o que? - escutei uma música muito alta no fundo da ligação - Onde vocês estão?

— Em uma boate, gatinha.

— Como é que é? - perguntei com raiva.

— Chama minha mulher de gatinha de novo e eu arrebento sua cara. Me dá isso aqui! - ouvi a voz do Rodrigo no fundo e um ódio inexplicável tomou conta de mim - Oi, preta.

— Você tá em uma boate?

— É, mais ou menos. Os meninos me cham...

— Vem pra casa. - nem deixei ele terminar de falar - Agora!

Desliguei a ligação antes mesmo que ele tivesse a chance de responder. Não consigo nem descrever a raiva que tô sentindo!

— Você já pode ir dormir, Cecília. Já descobri que, pelo menos, ele tá vivo.

— Certeza? - assenti - Se precisar de alguma coisa, pode me chamar. E fica calma, não se estressa muito que pode fazer mal pro bebê. - ela deu um beijo em minha testa - Boa noite!

Assim que Cecília saiu do meu quarto, comecei a ter um leve surto de raiva.

Perdi as contas de quantas vezes respirei fundo antes de ouvir o carro do Rodrigo entrando na garagem. Pensei que ele viria direto para o quarto, mas como não escutei nenhum barulho na escada, resolvi descer para o primeiro andar.

Passei na cozinha e não vi ninguém, então fui para a área da piscina e pude ouvir de longe os socos no saco de pancadas.

Me aproximei da academia e vi Rodrigo concentrado no que estava fazendo. Não consigo descrever com palavras como ele estava lindo com aquela calça jeans preta, camiseta branca, corrente de prata simples no pescoço e um relógio de pulso para finalizar.

Caminhei observando cada detalhe dele e, por alguns instantes, até me esqueci que estava brava.

Balancei a cabeça e pisquei os olhos.

Foco, Aksa. Foco!

— Desse jeito você vai acabar se machucando. - eu disse me referindo ao fato dele não estar usando as luvas.

Rodrigo me olhou de cima a baixo, depois soltou aquele bendito sorriso de lado que acaba comigo desde quando éramos apenas namorados.

— Não me importo. Tô com muita energia, não vou conseguir dormir assim. - franzi o cenho.

— Vem aqui. - entrei na academia e ele se aproximou - Me dá seu celular.

Assim que ele me entregou o aparelho, acendi o flash e aproximei-o de seu rosto.

— Tira esse negócio do meu olho! - reclamou.

— Rodrigo não me testa. Eu já não tô bem contigo. - ele cedeu.

Ao observar seus olhos, pude perceber suas pupilas dilatadas mesmo com o flash.

— Você bebeu no copo de quem?

— Do Alex. - sorri cinicamente.

— Sobe e vai tomar um banho gelado. Depois converso com você!

Virei as costas e saí andando. Como decidi passar na cozinha, pude ver ele tirando a camisa enquanto ia em direção as escadas.

Foco, Aksa.

Fiquei mais alguns minutos na cozinha antes de subir as escadas com uma garrafa enorme de água nas mãos. Passei no quarto do Djevá para conferir se ele estava em um sono pesado, depois fui para o meu quarto e dei de cara com o Rodrigo só de toalha.

Sem querer, encarei-o como uma pervertida. O cabelo molhado, o corpo com algumas gotículas de água escorrendo e aquela droga de corrente prata no pescoço.

Eu deveria ter me casado com um cara menos gostoso.

Cocei a garganta e desviei o olhar quando ele me encarou da mesma forma.

— Pode começar a falar. - eu disse e ele respirou fundo.

— Eu dormi na casa da minha mãe, como tinha dito, mas os meninos me chamaram pra ir em uma boate.

— Por que?

— Por causa da Operação bem sucedida de hoje.

— Operação? - perguntei e o ódio me invadiu novamente - Você foi pra uma Operação enquanto estávamos brigados? Sem nem falar comigo?

— Qual o problema?

— E se você tivesse levado um tiro? Se tivesse morrido? - meus olhos ficaram marejados - Rodrigo nosso filho foi dormir chorando perguntando onde você tava porque você teve a coragem de sair de casa ontem à noite sem nem se despedir dele. Se tivesse acontecido alguma coisa, o que eu dizer pra ele? - engoliu seco - Qual a porra do seu problema?

— Preta...

— Depois de tudo que aconteceu com a gente, todos os sustos, os perigos... Eu tava em coma a um mês atrás e você some durante horas sem dar pelo menos um aviso? - perguntei indignada - Rodrigo, você é casado e tem uma família. Eu com um bebê na barriga e outro no braço, o que eu ia fazer se tivesse acontecido alguma coisa?

— Deixa eu te explicar, por favor.

— Bebe essa merda de água e vai dormir. - joguei a garrafa em cima da cama e saí com pressa do quarto.

Comecei a chorar, mas sem fazer nenhum barulho. Normalmente eu não choraria nesse tipo de situação, mas acredito que os hormônios da gravidez vão intensificar todas as minhas reações a partir de agora.

Voltei para a cozinha, me escorei no balcão e fiquei segurando o rosto com as mãos.

— Preta? - Rodrigo adentrou o cômodo vestindo apenas uma bermuda - Por que você tá chorando?

— Tô chorando de raiva, de ódio de você, Rodrigo. - encarei seus olhos enquanto soluçava - E se você soubesse a vontade que eu tô de arrebentar sua cara, nem ficaria perto de mim.

— Ei, olha pra mim. - senti sua mão na lateral do meu rosto, me fazendo encará-lo.

— Por que você fez isso, amor?

— Ôh preta, não chora. Me quebra demais te ver chorar. - ele me abraçou e eu escorei minha cabeça em seu peito - Eu não fiz por querer, juro. Estava bravo pelo que houve ontem e nem lembrei de te avisar, não pensei em nada antes da operação. Me desculpa, por favor.

— Não faz mais isso, por favor. O Djevá já é traumatizado!

— Eu sei, me desculpa. Não vai acontecer de novo, prometo!

Mesmo estando com raiva, os braços de Rodrigo me deram o conforto que eu precisava. Apertei-o com força e deixei minhas lágrimas descerem.

— Fiquei com tanto medo de ter perdido você!

— Eu prometi que nunca iria soltar sua mão, lembra?! - ele sorriu e beijou minha testa.

— Eu te amo. - olhei em seus olhos.

— Também te amo. - segurou meu rosto e me deu alguns selinhos - Eu nunca vou me cansar de dizer o quanto você fica gostosa com esses pijamas. - ri e ele me pôs sentada em cima do balcão.

— Tá querendo me engravidar de novo, delegado?

— De novo? - franziu o cenho - Você disse que aquele teste tem uma margem de erro.

— Tem, mas o meu não tá errado.

— Como tem tanta certeza?

— Eu fiz o Beta HCG, aquele exame de sangue, ontem à noite depois que você saiu, e deu positivo. O resultado tá na minha bolsa, caso você queira conferir.

— Sério, preta? - seus olhos encheram d'água - Então, eu vou ser pai de novo? - assenti e ele gritou de felicidade.

— Shiuu, já são mais de 2:00 da manhã. Seu filho tá dormindo!

— Brigada, preta. Brigada, brigada, brigada! - se abaixou e beijou minha barriga várias vezes - Meu Deus, eu já te amo tanto, meu amor.

Vê-lo feliz daquele jeito foi tão contagiante que não tive coragem de dizer como eu estava me sentindo em relação a gravidez. Por isso resolvi deixar o assunto de lado, com o tempo eu aprendo a aceitar esse bebê.

*Relevem os erros, por favor.*🥺

Isso mesmo, tem um novo herdeiro da família Fernández Gonzáles Santiago á caminho!!😱
Quem aí concorda com a Alice e acha que pode ser menina?🤔

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro