Capítulo título 4- Entre Lua e estrelas
Oi, mais um capítulo de after that kiss postado. Espero que gostem. Por favor, me deixem seus comentários. Beijos.
LUCAS
A água fria caía sobre Lucas como um conforto adicional, levando embora o jet lag das longas horas de voo, e também fazendo-o despertar para outra realidade, maluca, mas doce, que fazia aquela viagem exaustiva de última hora valer a pena cada minuto.
Amy tinha chegado, e por mais que tivesse treinado sua mente para aquele encontro, ele não soubera exatamente o que dizer, pensar ou sentir. De repente, ele descobriu, que sua amiga sabia bagunçar sua cabeça sem esforço nenhum, e ele como um bobo tentara em vão trazer de volta o bem-estar da amizade de ambos, e percebera pela hesitação dela, sua postura distante e seu jeito reservado com ele, que não poderia mais ser assim, e aí se perguntara se era mesmo a amizade que queria recuperar, ou se queria Amy de outra forma em sua vida.
A resposta que encontrara, depois de interrogar sua mente exaustivamente, fora que a queria das duas maneiras, pois sentia falta da amiga que sempre estivera pronta a ouvi-lo, suas piadas engraçadas e sua forma de ver a vida de um jeito que ele nunca conseguira, sua lealdade e compreensão. No entanto, Lucas também queria saber como era estar com ela em uma intimidade diferente, poder descobrir seus segredos de mulher, tê-la em seus braços, beijá-la quantas vezes quisesse, dormir e acordar com ela, e se envolver totalmente naquele olhos que lhe mostravam o mundo através de uma ótica diferente.
Tal pensamento o fez pensar na namorada e de como eram no início do namoro. Ele amara Shannon verdadeiramente, mas, com o tempo aquele amor se transformara em outro tipo de sentimento que o deixava entediado muitas vezes. Não era culpa d Shannon, pois ela não havia mudado, e continuava sendo a garota incrível que conhecera. Quem havia mudado era ele, que a dois anos vinha lutando contra aquela atração maluca por sua melhor amiga, e não conseguia tirá-la da cabeça. Aquele filme lhe dava a oportunidade de estar perto dela para tentar entender melhor o que realmente havia entre os dois, pois não podia mais ficar daquela maneira. Shannon merecia que ele estivesse cem por cento na relação, e não pela metade como vinha se sentindo.
Amy ficaria espantada em como ele havia manipulado toda aquela situação a seu favor. Quando fora chamado para fazer o filme de um amigo em questão, lhe deram três opções de atrizes para contracenar com ele. Shannon, sua própria namorada, Selena Gomes, e Amy McNulty, e Lucas não pensara duas vezes em escolher Amy, pois queria aproveitar a chance que a vida estava lhe dando para finalmente desatar aquele nó que prendera a ambos em uma situação que não ficara bem resolvida no passado, mas, que vinha influenciando toda a sua relação com a namorada.
Lucas sequer comentara com Shannon sobre a escolha de atrizes, pois ela ficaria terrivelmente magoada e o questionaria até descobrir porque ele não a escolhera, e Lucas ainda não se sentia seguro sobre seus próprios sentimentos para confessar-lhe porque o fizera. Talvez fosse apenas uma ilusão de sua mente criada por um cenário romântico, mas aquele beijo trocado com Amy lhe dissera muitas coisas em como se sentia em relação a ela, e não fora influência do amor de Gilbert e Anne, como Cory insinuara, que o fizera olhar para a ruivinha e ver algo nela que nunca viera antes . A verdade era que gostava dela mais do que queria admitir, e talvez isso tivesse acontecido bem antes da cena do beijo, ele apenas fora cego demais para enxergar. Porém, ele iria consertar esse erro e aproveitar cada minuto com ela, desde que Amy aceitasse o papel que estavam lhe oferecendo, e ele esperava ardentemente que ela dissesse sim.
Lucas terminou o banho, e se enrolou na toalha branca que deixara pendurada no box do banheiro. Ele e Amy teriam um encontro com os diretores do filme naquela tarde, e esperava que decidissem tudo o que havia de pendência no contrato de uma vez. Na verdade, ele realmente não estava preocupado com o dinheiro que ganharia com aquela produção, e muito menos com qualquer prêmio que pudesse resultar por sua atuação. Ele aceitara aquele convite apenas para ajudar um velho amigo, e pela oportunidade de ter Amy como companheira de cena outra vez. Caso ela não aceitasse o papel, Lucas sabia que todos os seus planos iriam por água abaixo, porque ele não abandonaria o filme por uma questão de princípios e moral, mas com certeza não teria mais o prazer de atuar nele.
Ele saiu do banheiro e foi direto para onde deixara a mala que ainda não fora desfeita porque assim que chegara ali, ele se atirara na cama, e adormecera por conta do cansaço do voo no qual não conseguira pegar no sono. Lucas estava ansioso demais para dormir, por isso, não pregara os olhos, mas, após ter passado a tensão do encontro com Amybeth, ele conseguira finalmente descansar por algumas horas.
Assim, ele escolheu uma camisa polo preta, jeans, e sapatos sociais, os quais ele teria facilmente trocado por um belo par de tênis, mas como ele estava indo para uma reunião de trabalho, o calçado pareceria informal demais. Em seguida, ele passou um pouco da sua colônia habitual, deu uma ajeitada nos seus cabelos, que estavam precisando de um bom corte, saiu do quarto, parou na porta do de Amybeth, e bateu, esperando que ela a abrisse.
Depois de alguns minutos em que sua impaciência quase o fez massacrar a porta até que a garota ouvisse, Amy a abriu, e ao lançar um olhar para ela, Lucas soube que ela acabara de acordar. Os cabelos ruivos estavam bagunçados, as pálpebras dos olhos estavam inchadas, e ela usava apenas uma camiseta escrita New York que era curta o bastante para que Lucas visse suas pernas, e por esta razão, ele manteve os olhos fixos no rosto dela para não cair em tentação.
- Ei, temos uma reunião de trabalho e você ainda não está pronta. – ele a avisou. Porém, Amy continuou calada, com os olhos presos em seu rosto, e de repente, ele a viu ficar muito pálida, e dar um passo para frente como se fosse desmaiar. Antes que isso acontecesse, ele a segurou pela cintura e disse:- O que foi, Amy? Está passando mal?
- Queda de pressão. Você me assustou com a batida na porta, e eu levantei rápido demais da cama.- ela respondeu com a voz baixa, apoiando a cabeça no peito de Lucas, que a pegou no colo e a carregou para o sofá, onde a deitou com cuidado. Em seguida, ele se sentou ao lado dela, e acariciou os cabelos dela de leve enquanto lhe perguntava :
- Quer que eu pegue alguma coisa para você?
- Só um copo de água .- ela disse de olhos fechados.
Lucas foi até o frigobar, pegou um copo de água mineral, e voltou para onde Amy estava deitada ainda bastante pálida. Ele a ajudou a se sentar no sofá, entregou a água para ela e esperou que ela a tomasse. Quando ela terminou, ele segurou as mãos dela entre as suas e disse:
- Estão geladas.- e esfregou a palma da mão dele na dela para trazer-lhe o mínimo de calor, percebendo instantaneamente que ela ficara tensa, e evitara de olhá-lo nos olhos, ao mesmo tempo em que mordia o lábio inferior como se estivesse nervosa por alguma coisa.- Amy, o que está acontecendo? Você parece que está com raiva de mim.
Dessa vez, ela o olhou, e a intensidade de seus olhos azuis o queimou por dentro antes de ouvi-la responder:
- Não, eu só estou um pouco constrangida por você me ver assim. Eu adormeci e esqueci de colocar o relógio para despertar, e por isso, eu perdi a hora. Me desculpe, por isso.
-Tudo bem. Ainda temos bastante tempo. Por que não toma um banho? Talvez isso te faça se sentir, melhor.- ele acariciou o rosto dela, e Amy corou. Depois, ela lhe sorriu fracamente, e respondeu:
- Vou fazer isso. Você me espera?- ela perguntou, ajeitando a camiseta que tinha subido um pouco quando Lucas a colocara deitada no sofá.
- Sempre.- ele respondeu. Amy o olhou de um jeito estranho, e depois se encaminhou para o banheiro.
Lucas ficou observando-a caminhar, permitindo-se pela primeira vez, olhar para as pernas de Amy, que eram bem torneadas, o que o fez respirar fundo, enquanto mil pensamentos invadiam sua mente, trazendo-lhe imagens inapropriadas, fazendo-o ralhar consigo mesmo por pensar em coisas que não deveria. Ele ainda estava namorando, e Amy sempre fora sua amiga, como de uma hora para outra, ele pensava nela daquele jeito ousado? Era óbvio que tinha curiosidade de saber como era passar uma noite inteira com ela, mas, nunca deixava sua imaginação ir tão longe, pois sabia para onde isso o levaria, e não estava a fim de resolver o problema sozinho ou procurar por companhia feminina sem compromisso só para satisfazer um desejo que sua imaginação criara. Tanto Shannon quanto Amy mereciam seu respeito, e enquanto estivesse naquela indecisão era melhor manter sua mente trancar a sete chaves para não se colocar em uma situação complicada.
Amybeth voltou quinze minutos depois, completamente vestida, e Lucas não pôde conter um suspiro de admiração ao vê-la vestida em uma saia preta e levemente rodada que ia até seus joelhos, uma blusa regata salmon de seda que marcava bem sua cintura fina e sapatos de salto médio pretos.
Ela se sentou em frente ao espelho, e começou a se maquiar rapidamente. Amy nunca fora de usar muita maquiagem, e Lucas gostava disso nela, pois ele preferia muito mais uma beleza exibida naturalmente do que coberta por enormes camadas de cosméticos.
Quando terminou de se maquiar, ela parou a escovar seus cabelos sedosos. Lucas ficou tão hipnotizado pelos movimentos dela que não reparou que a estava encarando demais, e só percebeu isso quando o olhar dela encontrou com o dele através do espelho. Ele ficou sem jeito, mas não desviou seus olhar do de Amy, e o sustentou até que foi ela quem desistiu daquela batalha visual, e Lucas ficou se perguntando o que se passara na cabeça de Amy naquele breve momento de contato silencioso no qual ele tivera a impressão de ter visto algo diferente naqueles olhos incrivelmente azuis.
- Estou pronta.- ele ouvia-a dizer, e se espantou ao vê-la parada a sua frente com sua bolsa creme em uma das mãos, e o celular na outra.
- Podemos ir, então. – Ele se levantou da poltrona, e acompanhou Amy até a porta, porém, não permitiu que ela a abrisse, pois Luca se adiantou e como um perfeito cavalheiro foi ele a fazê-lo. Amybeth o olhou com um sorriso questionador e disse:
- Refinando seus modos, Lucas?
- Estou tentando. – Ele disse sorrindo de volta.
- Eu gostei. Continue assim.- ela disse em tom de brincadeira, que o fez se lembrar muito de sua amiga de dois anos atrás.
Ambos entraram no elevador, e dentro daquele espaço minúsculo, eles quase podiam ouvir a respiração um do outro, e quando o silêncio começou a pesar demais, Lucas perguntou para quebrar o gelo:
- Você sente falta do pessoal da série, Amy?- ela virou a cabeça em sua direção, e o aroma de morango de seu xampu pareceu inundar o ambiente todo, ficando quase impossível para Lucas se concentrar em outra coisa que não fosse ela.
- Sim, muito. Éramos um bom time. Eu sempre falo com Dalila e Cory por mensagens, mas, gostaria que morassem mais perto de mim. Eles se tornaram como meus irmãos.- Lucas não soube o que o fez dizer:
- E de mim, você não sente falta?- as palavras ressoaram dentro do elevador, fazendo Lucas querer se estapear por ser tão imprudente. Não queria que Amy soubesse ainda de seus sentimentos por ela, pois se ela achasse que ele tinha ultrapassado um limite que ela nunca lhe dera abertura para fazer, com certeza o pouco da amizade que existia entre os dois acabaria com certeza. Ele precisava primeiro sondar o terreno, saber se tinha alguma chance de se aproximar dela novamente como nos velhos tempos, e só então, ele revelaria como andava se sentindo a dois anos.
Lucas viu o olhar assustado de Amybeth, como se ela não soubesse o que dizer, e se odiou por colocá-la naquela situação delicada, mas não tinha como pular fora agora, e assim esperou com certa ansiedade o que ela lhe responderia, com suas mãos colocadas estrategicamente nos dois bolsos frontais de sua calça jeans para impedir a si mesmo de começar a estralar os dedos por conta da tensão.
- Eu...- Amy começou a dizer, mas a porta do elevador se abriu, interrompendo sua fala, e Lucas quase gritou de raiva por não ter a resposta que queria. Desta forma teve que engolir sua frustração até uma próxima oportunidade na qual pudesse conversar mais intimamente com ela.
O carro da produção do filme os esperava, e tanto Lucas quanto Amybeth se sentaram no banco de trás enquanto eram conduzidos pelas ruas de Toronto em completo silêncio que fez Lucas lamentar, ao mesmo tempo que um certo pesar tomava conta dele ao pensar em como eram diferentes um com o outro no passado. Amy sempre fora tagarela, e adorava uma boa conversa não importando sobre qual assunto fosse, e, no entanto, nas poucas horas em que estavam juntos, ele podia contar nos dedos as palavras trocadas entre eles. Havia uma barreira, ele podia sentir, e ainda não descobrira uma forma de vencê-la, mas até ao fim daquele filme, Lucas iria dar um jeito de trazer Amy para perto de novo, porque naqueles instantes em que estivera com ela, ele percebera que precisava de Amybeth em sua vida mais do que pensara.
O estúdio onde a reunião ocorreria não era muito grande, porém o ambiente lá dentro era bastante agradável Havia vários quadros de paisagem nas paredes ao longo do corredor por onde caminhavam até encontrar a sala de reunião, dando-se a clara impressão para quem os observasse que a pessoa que os colocara ali tinha um relação extremamente harmoniosa com a natureza. Amy parou em frente à um dos quadros que exibia uma praia de águas incrivelmente azuis, cujas areias eram tão brancas que dava até pena pisar sobre ela. O olhar encantado da ruivinha fez Lucas dizer:
- Lembranças da série?
- Não só da série, mas da minha vida também.
- Você está falando da Irlanda?- ele perguntou curioso, pois até aquele momento, eles não falaram nenhuma vez de suas vidas atuais, e Lucas tinha grande curiosidade de saber o que Amy vinha fazendo, além das notícias que ele tinha dela pelas redes sociais.
- Não, da Califórnia. É lá que estou morando agora.- o rapaz a olhou espantado e disse:
- É mesmo? Que parte da Califórnia?- ele quis saber, pensando como ele não soubera que ela estava vivendo tão perto dele, no mesmo país?
-Santa Mônica- Amy respondeu. Ele ia fazer mais perguntas, quando a porta da sala se abriu, e eles foram convidados a entrar na sala por uma mulher jovem e morena, de cabelos cacheados, presos no alto da cabeça por um turbante azul que combinava imensamente com ela.
- Sejam bem vindos.- ela disse sorrindo, deixando à mostra seus dentes muito brancos, e duas covinhas que tinha nas bochechas.
- Obrigada por nós receber. – Amy disse com delicadeza, e a moça respondeu:
- Nós é que temos a agradecer por vocês ter em aceito nosso convite e vindo de tão longe para ouvir nossa proposta.
- O Michael não está por aí? Lucas perguntou se sentando ao lado de Amybeth na poltrona que lhes foi oferecida.
- Infelizmente ele teve um outro compromisso e não pôde comparecer a essa reunião, então, ele me incumbiu de representa-lo. A propósito, meu nome é Sylvia.
- Muito prazer, Sylvia.- Lucas e Amy disseram quase que ao mesmo tempo, fazendo a morena sorrir e dizer:
- Então, vocês dois são os queridinhos da América. Michael me mostrou o quanto o último trabalho de ambos repercutiu em vários países, e a comoção que teve pelo cancelamento da série.
- Sim todos nós, atores que participamos dessa produção maravilhosa ficamos chateados com a não renovação da quarta temporada. – Amy disse no que foi apoiada por Lucas.
- Foi mesmo uma pena. Por isso, é que nós queremos te fazer uma proposta Amybeth, pois Lucas já está na produção. Inclusive, foi ele que nos fez decidir chamá-la para o papel principal, depois de ficarmos em dúvida entre duas outras atrizes.
No mesmo instante, Amy olhou para Lucas bastante surpresa que não fugiu do seu olhar, mas, não disse nada , apenas sorriu do seu jeito descontraído o qual sempre fora sua característica desde que se conheceram. Então, ela se voltou para Sylvia e disse:
- Obrigada por pensarem em mim. E em qual filme vocês querem que eu atue?
- Romeu e Julieta nos dias atuais. É um filme bastante moderno que aborda uma realidade alternativa, e por isso, queremos você e Lucas nos papéis principais.- Amy ficou pensativa por alguns minutos agonizantes para Lucas que gritava para ela dentro de sua cabeça:
"Vamos Amy, Aceita ".
Depois de cinco minutos tensos que fizeram Lucas querer subir pelas paredes, e voltar ao seu velho hábito de roer unhas, ela disse:
- Eu aceito.- Lucas quase gritou de alegria ao ouvir as duas palavras pelas quais tão almejara, mas, disfarçou bem sua alegria, a fim de que a amiga não estranhasse seu comportamento atípico naquele instante.
- Creio que seu empresário falou com você sobre o contrato, e o seu cachê para esse filme.- Sylvia disse de forma descontraída, enquanto que com um meneio de cabeça, pedia para uma garota ainda mais jovem do que ela servir café com sanduíches para os dois.
- Ele me disse sim, e é bem mais que eu esperava. Obrigada. – Anne responder aceitando o café, mas recusando o sanduíche, porém, Lucas recusou os dois.- Quando começamos a filmar?- ela perguntou enquanto Lucas admirava-lhe o perfil.
-Na próxima semana . Assim que os outros chegarem.
- Outros?- Amy perguntou confusa.
- Sim. Convidamos os outros atores que trabalharam com vocês na série da Anne para participarem desse filme, e a maioria aceitou, mas, como alguns estão envolvidos em outros trabalhos, nos pediram para que adiássemos os inícios das filmagens até na próxima semana. Lucas não te contou? -Sylvia perguntou olhando de um para outro.
- Não. – Amy respondeu, lançando um olhar para Lucas onde ele pôde ver que ela estava aborrecida, o que ele tentou consertar dizendo;
- Era uma surpresa. Eu ia te contar hoje à noite durante o jantar.
- Mas, não combinamos de jantar juntos. – ela o olhou novamente parecendo mais aborrecida ainda.
- É que eu ainda ia te convidar.- a ruivinha não disse nada, apenas olhou para Sylvia com um sorriso, e disse: - Onde está o contrato para que eu possa assiná-lo?
E assim, com tudo acertado, eles foram levados de volta ao hotel, contudo o silencio dentro do carro era pior ainda que antes. Amy parecia ressentida por Lucas ter escondido tantas coisas dela, e o rapaz não sabia o que fazer para que ela o desculpasse. Eles chegaram ao hotel, e depois de mais alguns gelos que Amybeth lhe deu, até Lucas estava aborrecido consigo mesmo. Era verdade que tinha feito de tudo para que Amy não recusasse o papel, mas ele pensou que poderia contornar toda aquela situação facilmente. No entanto, ele não sabia que Amy tinha um lado tão difícil. Quando trabalharam juntos, ele apenas conheceu sua doçura, firmeza de caráter e seu jeito próprio de pensar sobre determinadas coisas, mas, nunca a vira zangada, principalmente com ele.
Após caminharem pelo corredor e chegarem em frente ao quarto de Amybeth, Lucas tentou se desculpar dizendo:
- Amy, eu sinto muito por não ter lhe contado melhor sobre do filme. Por favor, não fique zangada comigo desse jeito.- o olhar azul dela fez Lucas engolir em seco. Ele ainda se surpreendia como Amy o afetava só com sua maneira de o encarar.
- Eu não estou zangada, Lucas. Só fiquei chateada por não ter sido informada sobre tudo como você. Me senti em desvantagem, e também fiquei imaginando o que mais você tem escondido de mim.- Só por um segundo, Lucas ficou tentado a dizer como vinha se sentindo a dois anos, e como aquele beijo sugerido por ele no fim da série sem intenção nenhuma, tinha causado uma mudança enorme dentro dele. Porém, logo ele percebeu que se Amy já estava chateada com ele por conta daqueles detalhes que ela acabara de citar, talvez ela nunca mais quisesse olhar na cara dele se ela descobrisse como seu coração já batia diferente só por causa dela. Por isso, mais uma vez ele se segurou e respondeu:
- Prometo que vou ser mais sincero com você daqui para frente.- ela o olhou ainda por alguns segundos e respondeu:
- Tudo bem, Lucas. Eu vou tentar esquecer esse assunto. Talvez eu esteja dando importância demais a coisas que não deveriam me afetar tanto. Estou cansada da viagem e após dormir por algumas horas eu creio que estarei em melhor humor.- Amy pegou a chave do quarto de dentro de sua bolsa, abriu a porta, e antes que entrasse, Lucas lhe perguntou:
- Não quer mesmo jantar comigo?
- Hoje não. Preciso ligar para o meu namorado e contar sobre meu novo trabalho. A gente se fala amanhã, Lucas. Boa noite.
- Boa noite.- ele respondeu, vendo-a fechar a porta atrás de si. E então, ele caminhou até seu quarto, com as mãos no bolso da calça jeans, de cabeça baixa e chateado ao se lembrar do olhar decepcionado da amiga antes de deixá-lo sozinho no corredor.
Desanimado, Lucas resolveu comer no quarto mesmo, pois tinha planejado jantar com Amy em comemoração ao novo trabalho de ambos, e com a recusa dela, o rapaz não via razão para comemorar sozinho. Perto das dez da noite, ele tentou dormir, mas não conseguiu, assim, Lucas desceu até o térreo e ficou admirando a lua que estava na fase crescente e incrivelmente linda. De repente, uma vontade imensa de compartilhar aquele cenário com Amy tomou conta do rapaz, que no mesmo instante mandou uma mensagem no celular da amiga dizendo:
" A lua está linda. Venha contemplá-la comigo no jardim."
Cinco minuto depois um grande sorriso iluminou o rosto do rapaz ao ver a ruivinha caminhando em sua direção. Ela não parecia tão chateada como horas atrás, o que o deixou muito aliviado.
- Não vou nem te perguntar como conseguiu meu número.- ela disse quase sorrindo.
- Eu tenho meus contatos.- Lucas respondeu, lhe dando uma piscada marota, e logo em seguida, ele apontou para a lua e disse:
- Me lembrei que você adora coisas como lua e estrelas.
- Você realmente não se esqueceu disso.- Amy disse , atirando os cabelos para trás, e depois fixando seu olhar no enorme astro que iluminava o jardim todo com seu brilho.
- Eu me lembro de tudo sobre você.- Lucas respondeu, sem realmente se importar se estava dando a maior bandeira. Amy estava linda, com a luz da lua em seus cabelos e pele, a faziam brilhar, e ela ainda vestia a mesma roupa daquela tarde. Ela o olhou espantada, e depois perguntou:
- Posso fazer uma pergunta:
- Sim.
- Por que me indicou para fazer esse filme com você já que tinha outras opções?
- Porque você me disse uma vez que seu sonho era interpretar Romeu e Julieta, então, quando me pediram para escolher, eu não hesitei e escolhi você.- ele esperava que a resposta fosse convincente, porque ainda não se sentia preparado para revelar o real motivo dele tê-la escolhido para contracenar com ele.
- Obrigada.- ela respondeu, tornando a fixar seus olhos na lua.
- Então. você está namorando.- ele disse, pois saber disso o deixava incomodado.
- Sim, Louis, Faz seis meses.- ela respondeu sem encará-lo.
- E você o ama?- ele perguntou, torcendo para que ela dissesse não.
- Estamos nos entendendo. Eu gosto muito dele, mas, ainda não posso dizer que é amor.- Lucas quase vibrou com a resposta, mas, tentou não deixar transparecer o que ela lhe dissera.- E você e a Shannon? Ainda estão juntos?- ela perguntou em seguida, olhando-o nos olhos dessa vez.
- Sim.
- E estão bem, eu presumo.
- Estamos tendo alguns problemas, e fazer esse filme está me dando a oportunidade de repensar nosso relacionamento.- Lucas foi sincero em parte, mas, na verdade não era somente esta a razão para ele estar ali.
- Sinto muito.- ela parecia sincera, e por isso, ele resolveu fazer a única pergunta a qual o estava corroendo por dentro desde aquela tarde.
- Você não me respondeu se sentiu minha falta nesse tempo em que ficamos longe um do outro.- Lucas percebeu que ela ficou um pouco incomodada com a pergunta, mas, dessa vez Amy não fugiu dela e respondeu:
- Claro que sim, somos amigos, não somos?- Lucas se sentiu desapontado, pois essa não era bem a resposta que desejava, mas, escondeu sua decepção com um sorriso e disse:
- Sim, realmente somos amigos.
- Bem, creio que é hora de eu ir para o meu quarto. Estou muito cansada e preciso dormir.
- Quer que eu a acompanhe?- ele perguntou, mais, uma vez esperando por uma resposta afirmativa, mas , Amy frustrou seus planos ao dizer:
- Não precisa, mas, mesmo assim, obrigada.- ela se inclinou e deu-lhe um beijo no rosto. Quando ia se afastar, ele segurou de leve em seu pulso e disse:
- Eu senti a sua falta também, Amy.- ela não disse nada, embora em seus olhos houvesse uma pequena chama, e então, ela apenas sorriu de leve e respondeu:
- Boa noite, Lucas.
- Boa noite, Amy.
E então, ele a observou se afastar até que sua silhueta desaparecesse na escuridão, e Lucas sentiu como se seu coração tivesse ido com ela, e o que ficou com ele naquele jardim, diante da lua e as estrelas foi a sua enorme vontade de ter mantido Amy em seus braços.
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