Capítulo 8- O chamado do coração
Olá, pessoal. Mais um capítulo de after that kiss. Após lê-lo, por favor, me deixem seus comentários, pois quero muito saber a opinião de vocês. Beijos. Rosana.
AMYBETH
O movimento da rua podia ser visto ali de sua janela, e era lá que Amybeth estava posicionada desde que deixara Lucas no barzinho, após a dança que fizeram juntos. Ela passou a mão pelos cabelos, se sentindo cansada, mas não conseguiria pregar os olhos naquela noite, pois o sentimento dentro dela não a deixava descansar.
Ela não era tola. Sabia o que teria acontecido se tivesse ficado com Lucas, ao invés de vir para o hotel caminhando. Ele quisera beijá-la da mesma maneira que ela quisera ser beijada, e se tivesse permitido isso, Amybeth sentia que não ficariam só nisso, e ela não estava a fim de ser a segunda opção de ninguém.
Lucas estava carente por causa de Shannon, e estava na cara que queria um consolo feminino, e a escolhera para isso, e Amybeth não estava nem um pouco disposta a ter momentos passageiros com Lucas, os quais não significaria nada para ele, mas par ela envolveriam seu coração e não queria se arriscar.
Seus olhos continuavam fixos lá fora, mesmo que não estivessem observando nada de especial. Eles estavam presos em um ponto qualquer, enquanto sua mente continuava se remoendo em pensamentos conflitantes.
Se ao menos pudesse esquecer o beijo que trocaram na noite anterior, ela pensou, suspirando, talvez não fosse tão difícil assim adormecer. Mas, a verdade era que não conseguia tirar da cabeça aquele momento com ele, e como acontecera a tanto tempo atrás, ela se entregara novamente ao seu sentimento por ele. Lucas quisera acalmá-la, e embora tivesse sido surpreendida pela atitude dele, era o que vinha secretamente desejando também, mas, apesar de ter adorado a maneira como ele cuidara dela, Amybeth não queria criar ilusões em sua cabeça, ou se apegar demais à sua imaginação. Ela já estava apaixonada o bastante, para cair ainda mais pelos encantos de seu colega de trabalho. Amybeth tinha que se manter longe de Lucas, se quisesse que sua sanidade mental se mantivesse intacta. Se envolver com alguém que não sentia a mesma coisa que ela era se condenar a uma infelicidade e insatisfação eternas. Não ia se magoar por nada, pois se para Lucas aqui lo era diversão, para ela era colocar- se em risco, e não ia deixar que seu amigo partisse seu coração de novo.
Suspirando, Amybeth saiu da janela. A madrugada já ia longe, por isso, logo amanheceria e ela sequer conseguira dormir.Ela se olhou no espelho, e viu um olheira começar a se formar, depois dessa noite insone, e como sua pele era clara, qualquer mudança em sua aparência ficava evidente demais. A ruivinha se deitou na cama, sem esperanças nenhum de conciliar o sono, mesmo assim ela tentou e conseguiu cochilar por míseros trinta minutos, e por isso, se levantou de mau humor e foi cavalgar na praia que havia perto do hotel.
Eram seis e meia, e o local estava praticamente vazio, mas, Amybeth preferia assim. Ela adquirira esse hábito quando estava filmando a série, e era o que a acalmava em seus momentos tensos e a ajudava a pensar. Olhar as ondas de quebrando na praia parecia ser um tipo de medicação saudável para seu espírito inquieto, e ela sempre acabava encontrando as respostas para suas perguntas e dúvidas. Naquela época, ela sempre tivera a companhia de Cory ou Lucas para esses momentos, pois Dalila e as outras meninas eram preguiçosas demais para se levantarem tão cedo e acompanhá-la em suas caminhadas, e ainda a taxavam de louca por perder as melhores horas de sono, para se encher de areia e ressecar seu cabelo com a brisa da maresia.
Elas nunca conseguiram entender porque ela precisava tanto desses momentos de isolamento, e Amybeth também nunca fizera questão de explicar. Bastava ela saber, o motivo, porque era um instante só seu, e ninguém precisava saber de sua motivação.
Lucas e Cory entendiam, e sempre que possível a acompanhavam. Nunca fora algo marcado ou combinado, ambos apenas pareciam sentir quando ela precisava caminhar até a praia, e apareciam assim que ela estava pronta para sair.
No início, ela achara estranha essa, conexão que tinham, mas, com o tempo, Amybeth aceitara como natural a presença dos amigos a seu lado, e assim permaneceram até o fim da terceira temporada, quando tudo descansará com o beijo de Lucas e então se afastaram.
Era engraçado perceber que Lucas sempre estivera presente em seu momento a mais difíceis ou importantes, porém, naquela época ela nunca pensara que seu coração ficaria rendido pelo rapaz moreno de cachinhos adoráveis, que sempre tinha um sorriso fácil nos lábios para ela, mesmo que para todos os outros ele vendesse a imagem de alguém sério e distante demais.
Mudando completamente o rumo de seus pensamentos, seu celular tocou, e a garota ruiva ao perceber que era sua mãe sorriu. Ela tinha o mesmo hábito de acordar cedo que Amy, e ao aceitar a ligação, a voz agradável dela foi ouvida pela garota, fazendo-a suspirar de saudade.
- Bom dia, meu amor. Eu te acordei?
- Não. Eu já estou acordada faz tempo. - Amybeth respondeu se sentando na areia, que o ar fresco da madrugada mantinha morna por conta do intenso calor de verão.
- Como você está? Louis me disse que vocês brigaram. - Amy sentiu uma raiva absurda ao ouvir da mãe que Louis a envolvera no assunto deles, mas tentou se acalmar, pois não queria que ela percebesse o quanto aquilo a irritara.
- Ele brigou comigo, mamãe, quando soube que começarei a gravar o filme na próxima semana, atrapalhando nossos planos de viajarmos para a Austrália juntos. Ele mais do que ninguém tinha que entender meu trabalho, mamãe, principalmente porque ele também é ator, e sabe com o essas coisas funcionam.
- Querida, tenta entender o lado dele. Louis te ama muito e ficou frustrado por não poder te levar nessa viagem romântica. Vocês precisam conversar, filha. - a mãe dela disse, tentando apaziguar a situação, pois Amy sabia o quanto ela gostava de Louis.
- Ele me magoou muito, mamãe, e no momento prefiro não falar com ele. - Amybeth disse bufando de irritação. Fora golpe baixo de Louis usar a sua mãe assim, para convencê-la a aceitar suas ligações.
- Está bem, meu amor. Apenas me prometa que vai pensar.
- Prometo. - ela disse de má vontade.
-Até mais, filha. Não deixe de me ligar. - a mãe de Amy disse ao se despedir.
- Pode deixar. - ela respondeu antes de desligar.
Olhando ao seu redor, a ruivinha percebeu que tinha perdido completamente a vontade de ficar ali, por isso, voltou para o hotel se sentindo completamente irritada. Quando chegou no seu andar, e ia abrir a porta do quarto, Lucas saiu do dele e a encarou por alguns segundos, enquanto Amy sentia seu estômago se contrair de nervoso. Não estava preparada para encontrar com ele ainda, pois do jeito que estava se sentindo vulnerável, ele facilmente perceberia seus sentimentos, e ela não conseguiria esconder como ele mexia com seu coração.
- Bom dia, Amy. - ele disse o seu nome de um jeito tão sexy, que fez toda a sua pele se arrepiar.
- Bom dia, Lucas. - ela respondeu, rezando para que sua voz saísse firme, porque vê-lo logo de manhã vestindo shorts jeans, camiseta vermelha, all star branco, e aquela abundância de cachos completamente desarrumada, não a ajudavam em nada em conter os suspiros do seu coração. Ele tinha tomado banho, e o aroma que chegou até ela foi o mesmo do dia em que ele a beijara em seu quarto, e por um segundo, ela perdeu o fôlego, mas logo tratou de recuperá-lo, impedindo-se de se comportar feito uma idiota na frente do rapaz.
- Você foi caminhar na praia. - ele concluiu, olhando-a da cabeça aos pés.
- Sim. Eu precisava pensar. - ela respondeu sem graça.
- Por que não me chamou? Eu poderia ter te feito companhia. - ele disse, se aproximando devagar, como se calculasse o espaço entre os dois.
- Eu achei que você iria querer dormir mais horas essa manhã. Afinal deve ter chegado tarde do barzinho ontem. - ela disse, tentando não encará-lo demais, pois o olhar castanho dele sobre ela a deixava completamente desconcertada.
- Na verdade, eu vim embora logo depois de você. Não havia mais nada lá que me interessasse. - ele chegou mais perto, e ela engoliu em seco. Santo Deus, por que ele tinha que ser tão bonito? Ela não queria olhá-lo mais seus olhos faziam isso por conta própria.
- Que pena. Eu achei que estava se divertindo.
- E estava. - isso foi tudo o que ele disse, e Amy achou melhor entrar, antes que a situação por ali ficasse estranha.
- Eu preciso de um banho. Vou entrar. - ela disse, fazendo menção de abrir a porta, mas, ele segurou em sua mão impedindo-a de ir.
- Por que está chateada? - Lucas disse, levantando o seu queixo para olhá-la nos olhos.
- Não estou chateada. - ela negou.
- Você pode mentir para todo mundo, mas nunca consegue mentir para mim. - Lucas disse, e Amybeth se perguntou como ele aprendera conhecê-la tão bem? Era verdade o que ele dissera, pois ela sempre conseguira camuflar seus sentimento para todo mundo, mas, quando Lucas estava por perto, bastava que ele a olhasse como agora, para ele entender o que estava sentindo. Ele sempre sabia se ela estava nervosa, ansiosa, cansada ou triste, e Amy nunca percebera o quanto isso a deixava completamente exposta a ele, mesmo sem querer.
- Louis ligou para minha mãe e contou sobre nossa briga, e hoje de manhã ela me ligou me pedindo para reconsiderar nossa relação. - ela contou, sem esconder nada, pois se conhecia Lucas, ele iria tentar descobrir o que acontecera de qualquer jeito.
- E você ficou brava com isso, - Lucas disse agora com a mão no ombro dela. - ele parecia não conseguir falar com ela sem que tivesse que tocá-la, e isso a deixava totalmente nervosa.
- Ele não tinha o direito de fazer isso. Ela é minha mãe e Louis não tinha que envolvê-la em nossos assuntos. - Amy disse com raiva, tentando fingir que não percebera a mão de Lucas massageando seu ombro de leve.
- Ele te quer de volta. Isso é compreensível. Não deve ser fácil perder uma garota como você. - ele a olhava com tanta intensidade que ela não pôde deixar de corar. Por que ele tinha que lhe dizer todas aquelas coisas? Só serviam para deixá-la ainda mais encantada por ele.
- Ele ainda não me perdeu, mas, vai, se continuar usando de golpe baixo para conseguir o que quer. - um brilho estranho passou pelos olhos de Lucas, mas logo em seguida, ele disse:
- Olha. Eu sei de algo que talvez te deixe mais feliz. Eu recebi agora a pouco uma mensagem do Cory. Os outros vão chegar daqui a uma hora. Por que não descansa e depois se reúne a nós no saguão do hotel para recepcioná-los?
- Está bem. - Amy respondeu, sentindo-se um pouco mais animada com a notícia.
- Eu vou descer para tomar café. Se quiser me acompanhar, vou estar na mesa de sempre.
- Tudo bem. - ela disse com.um sorriso fraco.
- Até daqui a pouco- ele lhe deu um beijo na bochecha, e depois a deixou sozinha.
Assim que entrou em seu quarto, ela tomou um banho relaxante, vestiu roupas confortáveis e depois, ao invés de descer até a cafeteira onde Lucas disse que a estaria esperando, Amybeth permaneceu em seu quarto e tomou um iogurte como café da manhã, pois não estava com fome, e também não queria ficar perto de Lucas mais tempo do que o necessário. Ela sabia que estava fugindo dele, mas era melhor assim. Sua vida sentimental já estava uma bagunça, e por isso, não precisava de mais nada para acabar com seu psicológico.
No horário combinado, ela desceu até o saguão do hotel, e junto com Cory e Lucas, ela esperou pela chegada de seus amigos, o que não demorou a acontecer. Em questão de minutos, ela estava abraçando Dallila, Miranda e Kyla, e depois foi a vez dos meninos, Jacob, Christian e Aymeric. Todos pareciam felizes por estarem ali, e por mais uma vez estarem iniciando um trabalho de peso juntos.
Naquela noite, eles teriam uma reunião social na casa dos produtores do filme no qual participariam, e na terça-feira da próxima semana teriam uma de trabalho para determinar o papel de cada um, e cada membro da equipe estava ansioso por isso. Ainda faltavam alguns atores que chegariam na segunda-feira, e esperava-se que naquela semana todo o elenco escalado estivesse finalmente disponível.
Passada a empolgação geral do reencontro, todos eles foram para seus quartos levando sua bagagem com eles. Dalila, Kyla e Miranda pediram para dividir o mesmo quarto, enquanto Cory dividiria o seu com Christian, ao passo que Jacob e Aymeric dividiriam o outro.
Assim como Lucas e Cory foram ajudar os outros meninos a se instalarem, Amybeth subiu para o quarto das meninas com a mesma intenção. Quando estavam desfazendo as malas Kyla disse com a voz animada:
-Vocês viram como o Lucas está bonito? Pena que ele namora. - ela fez um biquinho amuado, o que fez Amy responder:
- Ele e Shannon estão dando um tempo.
- Que notícia ótima. Eu juro que vou conquistar o coração dele.
- Mas, você conhece o Lucas e sabe o quão sério e distante ele pode ser quando não quer falar de um determinado assunto que lhe desagrada, por isso, tente não tocar nesse assunto com ele, e deixe que ele fale se o intuito for desabafar. - Amybeth aconselhou.
- Eu sei, não pretendo interrogá-lo sobre como foi sua vida pessoal nesses dois anos. Eu posso muito bem consolá-lo, se é de carinho que ele está sentindo falta. - Kyla disse com um sorriso malicioso.
- Por que não você não dá atenção para o Jacob? Ele se mostrou bastante interessado em você a dois anos e hoje eu percebi que esse interesse continua. - Miranda disse, olhando para Kyla que respondeu:
- Ele teve a sua chance e desperdiçou, agora, o meu interesse é outro. - a menina disse, se deitando na cama e olhando para o teto.
De repente, toda aquela conversa começou a incomodar Amybeth que foi até a janela do quarto enquanto as outras continuavam a conversar. Perceptiva, Dalila se aproximou dela e disse:
-O que foi AB? Você parece tão estranha.
- Não é nada, Dalila. Não se preocupe. - ela disse com um sorriso triste.
- Aconteceu alguma coisa entre você e o Lucas? - Ela perguntou de repente, fazendo Amy arregalar os olhos e responder.
- Não, por que?
- Porque eu vi o jeito que ele estava te olhando quando chegamos. - a morena comentou e a ruivinha respondeu:
- Nós somos apenas amigos. – Amy pensou consigo mesma que por mais que seus sentimentos fossem outros, aquela era a verdade.
- Olha, eu posso te garantir que aqueles olhares todos para você nada tinham de amizade.
- A gente se beijou, Dalila. Foi só uma vez, e Lucas estava tentando me acalmar. - ela confessou por fim.
- Tem certeza que foi só isso mesmo? Eu viu o seu jeito quando a Kyla começou a falar do Lucas, e você pareceu ficar incomodada. - a amiga insistiu.
- Sim, foi só isso mesmo, pelo menos da parte dele.- ela disse em um sussurro.
- Como assim? Você sabe que pode confiar em mim, e se tem algo a dizer, diga logo, AB. Prometo que não vou contar a ninguém. - a ruivinha ponderou as palavras da amiga por alguns instantes, e suspirando ela disse por fim:
- Eu sou apaixonada por ele faz dois anos.
- O que? E o Louis? - Dalila perguntou espantada.
- Ele foi uma mera tentativa se esquecer aquilo que não posso ter.- Amy disse, olhando tristemente para a amiga.
- AB, por que nunca me contou isso?
- Por que eu não queria que ninguém soubesse dos meus sentimentos. Eu preferi guardá-los para mim.
- Mas, por que diz que não pode ter o Lucas? Pelo que você me contou, ele e Shannon se separaram e isso quer dizer que ele está livre.
- Mas, o coração dele ainda é dela.
- Como sabe? Ele te disse isso? - Dalila perguntou, sentindo-se triste ao ver sua amiga naquela situação.
- Não, mas, eu acompanhei o relacionamento deles pela mídia todo esse tempo, e eles sempre me pareceram muito apaixonado.
- Isso não quer dizer nada. Você sabe bem que às vezes as pessoas fingem algo que não existe. - Dalila disse, tocando os cabelos da amiga.
- Foi o que ele me disse, mas, é dificil de acreditar que ele tenha se esquecido dela tão rapidamente. Ele sempre foi tão apaixonado por ela. - Amy disse, sentindo o peso daquelas palavras. Nunca percebera o quanto saber dos sentimentos de Lucas por outra mulher a incomodava.
- As coisas mudam, as pessoas mudam, e ele pode simplesmente ter deixado de gostar dela. - Dalila disse, tentando animar a amiga.
- Não sei. Isso tudo é confuso para mim. Eu e Louis estamos em uma situação complicada, e não sei até onde aguento tanta pressão. - Amy disse infeliz.
- Se não o ama deveria terminar com ele. - Dalila aconselhou
- Estou pensando em uma solução para tudo isso.
- A solução é você ficar livre para o Lucas. - Dalila disse jogando os cabelos para trás. - Está na cara que ele quer você.
- Ele pode me querer, porém, não me ama. E não vou ficar com ele apenas por diversão, sabendo que posso sair muito machucada. -Amy disse com convicção.
-Isso você não vai saber se não tentar. Se eu fosse você, aproveitaria a chance que a vida está lhe dando, e ficaria com ele pelo menos uma vez para ver no que dá.
Esse era o problema. Amy sabia que se ficasse com Lucas, ela não ia querer ficar longe dele nunca mais, e se tudo desse errado, era seu coração que sairia partido, pois ao seu ver, Lucas não tinha nada a perder, e poderia muito bem sair de tudo aquilo ileso, e voltar para Shannon sem remorsos ou culpas, mas, e quanto a ela? Aguentaria perdê-lo depois de ter estado nos braços dele?
Ela não era ingênua, e sabia que ele a queria, mas, Amy sabia que era momentâneo e uma vez que ele a tivesse, Lucas esqueceria tudo aquilo e iria embora sem olhar para trás.
- Ei, vocês duas. Parem de fofocar e venham até aqui. - Miranda disse cheia de humor.
Assim que ambas as amigas se aproximaram, ela continuou:- Fomos convidadas para uma festa particular na casa dos produtores do filme. Eles disseram que como a casa é um pouco longe daqui, nós podemos passar a noite lá e depois eles nos trazem de volta amanhã de manhã. Acho que é uma boa oportunidade para conhecermos o resto do elenco.
- Eu também acho. - Dalila concordou.
- Então vou confirmar. - ela respondeu rapidamente à mensagem e disse logo depois. :- Pronto. Convite confirmado. - e todas riram com animação, menos Amybeth que intuiu que aquela noite seria mais uma tortura que teria que suportar por estar no mesmo lugar que Lucas. Mas, pelo menos teria suas amigas para ajudá-la a controlar a atração que a empurrava com as duas mãos em direção a ele.
O dia passou rápido, porque era tanto assunto para por em dia, o que não puderam fazer em dois anos de separação, que ficaram no quarto boa parte da manhã e da tarde. Quando começou a anoitecer, elas se arrumaram todas juntas, pois como fora no passado, uma sempre dava sua opinião sobre a aparência da outra, e no fim se divertiam ao fazerem maquiagem e cabelo, e também trocavam acessórios. As sete meia estavam prontas e radiantes, e quando encontraram os rapazes no saguão do hotel novamente, receberam diversos elogios por suas aparências impecáveis.
Lucas se aproximou de Amybeth em um momento em que ninguém estava prestando atenção nos dois, e disse com os olhos brilhando:
- Você está incrível. - fazendo-a corar feito uma garotinha. Na verdade, ela usava um vestido tubinho azul marinho de decote canoa, e justo que chegava até no meio de suas coxas. Os sapatos também da mesma cor eram de salto médio, e os acessórios que decidira usar para combinar com sua roupa, era um um par de brincos argola de prata, pulseira também de prata e uma gargantilha fininha que tinha como pingente a primeira letra do seu nome, os cabelos estavam soltos, e a maquiagem era bastante leve, pois preferia assim do que algo pesado demais.
- Obrigada. - ela agradeceu, não deixando nem por um minuto de observar como ele ficava bem em calça social preta, camisa branca de mangas curtas, e sapato também social. Ela até se surpreendera ao vê-lo vestido assim, pois ele sempre fora adepto à roupas descoladas e esportivas. Talvez a ocasião especial o tivesse feito mudar de ideia para aquela noite. O perfume era o mesmo, mas todo o resto a deixara tão surpresa quanto encantada.
Um carro da produção veio buscá-los, e em pouco tempo eles chegaram na festa onde já havia várias pessoas se divertindo. A maioria era figurantes contratados para trabalharem no filme, e os outros eram aqueles que agiam por trás das câmeras organizando o cenário, musica, figurino e qualquer outra coisa que envolvesse a parte de cenografia.
Logo que chegaram, Amybeth percebeu que uma garota morena se aproximou de Lucas, e em questão de minutos já estavam conversando e rindo juntos. O ciúmes a fez ter vontade de ir até lá e afastar a mão da garota do braço dele, mas ao invés disso, ela tomou de uma só vez sua lata de refrigerante que fez Dalila dizer:
- Ainda bem que não é cerveja, senão você ficaria bêbada em pouco tempo.
- Eu sei me controlar, não se preocupe.- Amy respondeu de mau humor.
- Estou vendo – Dalila observou ao vê-la apertar a lata de refrigerante com força nas mãos. – Se está tão incomodada em ver o Lucas conversando com outra garota, por que não vai até lá e toma o lugar dela?
- Eu jamais faria isso. Ele pode conversar com quem quiser. – ela disse, tentando parecer indiferente, mas seus olhos mostravam tudo o que estavam sentindo.
- Sua boca diz isso, mas seu coração não pensa da mesma maneira. - Dalila disse de forma firme, mas, Amybeth ignorou o significado implícito nas palavras da amiga. Naquele momento, Christian se aproximou delas e perguntou:
- Posso ficar com vocês?
- Pode sim. – todas responderam
- Quer me ajudar provar uma teoria? - Christian disse no ouvido de Amybeth.
- Depende de que tipo de teoria está falando.
- Quero apenas descobrir se o que estou pensando é verdade. Você me dá permissão para te abraçar? - Amy o olhou surpresa e perguntou:
- Por que?
- Eu quero apenas saber se a Miranda sente algo por mim ainda. - ele respondeu com um sorriso.
- Tudo bem, mas, não exagere. - Amy respondeu, e assim o rapaz colocou o braço envolta de sua cintura e continuou a conversa com ela de pé de ouvido. Não demorou muito para Miranda começar a bufar de raiva, e sair de perto deles caminhando até o se estavam as bebidas.
- Acho melhor ir atrás dela, pois não quero que ela tenha uma ideia errada do que está acontecendo aqui.
- Está bem. Obrigado pela ajuda. - Christian disse seguindo na direção que Miranda tinha ido, e quando Amy olhou discretamente para onde Lucas ainda conversava com a garota, o olhar dele sobre ela era de pura fúria, e ela se perguntou se aquilo significava o que ela estava pensando, mas não teve tempo de comprovar, pois logo foi puxada para uma roda de dança onde permaneceu em meio aos seus amigos o resto da noite.
Era de madrugada, quando a festa por fim terminou, e assim, tanto os meninos quanto as meninas foram para os quartos que lhes foram disponibilizados. Entretanto, Amybeth foi a única que não conseguiu dormiu assim que as luzes do quarto que estava dividindo com Dalila se apagaram. Depois de um certo tempo deitada na cama sem conseguir dormir, ela decidiu dar uma volta no Jardim, pensando que talvez o ar fresco pudesse fazê-la recuperar o sono, pois já era a segunda noite que passava em claro.
A casa inteira estava às escuras, por isso, ela desceu as escada devagar, e saiu pela porta da sala, indo em direção à área da piscina, onde ela se sentou na borda e colocou ia pés dentro, tentando relaxar ao olhar para o milhão de estrelas acima de sua cabeça.
- A noite está linda, não é? - a voz de Lucas chegou até ela, fazendo-a virar a cabeça para olhar para ele, e perguntar:
- O que faz aqui fora, Lucas?
- Acho que o mesmo que você. Não consegui dormir e vim dar uma volta aqui fora. Posso me sentar com você?
- Claro. - Amy respondeu, sentindo-se tensa com a proximidade do rapaz que se sentou muito próximo a ela.
- Quer um pouco? – ele lhe ofereceu a lata de cerveja que tinha nas mãos, e Amy recusou dizendo:
- Não, obrigada.
- Você se divertiu na festa? - ele lhe perguntou, sem tirar os olhos do rosto dela.
- Sim, e você? - ela disse, se lembrando da garota que ficou conversando com ele por um bom tempo naquela noite.
- Eu me diverti sim. - ele fez uma pausa, mas logo voltou a falar:- Está rolando alguma coisa entre você e o Christian?
- Não, por que? - Amy o olhou, surpresa com a pergunta.
- Por que vocês pareciam bem íntimos na festa. - ele respondeu, com seu olhar castanho pesando em cima dela de um jeito que a fazia engolir em seco por vezes sem conta.
- Ele estava tentando fazer ciúmes para Miranda. Eu e ele só somos amigos.
- Deu certo?
- Sim, ela ficou muito brava com ele. - Amy respondeu com um sorriso nos lábios.
- Não foi só ela que ficou com ciúmes. – Amy ficou tão espantada pelo que ele lhe dissera, que não soube o que falar. Lucas, então, estendeu a mão, tocou o seu rosto e disse:- Você é linda.
Aqueles olhos nos seus a estavam deixando hipnotizada, e por pouco, ela não baixou a guarda e se jogou nos braços dele, beijando-o como queria, mas seu bom senso prevaleceu, e ela se levantou dizendo:
- É melhor eu entrar. - Quando ela se virou para voltar para dentro da casa, ela ouviu Lucas lhe perguntar:
- Amy, você ainda pensa naquele beijo? - ela se virou devagar e respondeu.
- Não. – era mentira, mas ele não precisa saber que por muito tempo ela não consegui a fechar os olhos sem reviver aquele momento da série em sua cabeça, e embora tanto tempo já tivesse passado, ela ainda se lembrava de cada detalhe.
- Mas, eu penso e muito. - ele disse com a voz rouca.
- O que isso quer dizer? - o olhar profundo que ele lhe lançou a fez prender a respiração, e então Lucas respondeu:
- Você sabe o que significa. - Amy mais uma vez ficou sem palavras, pois seu coração batia tão rápido que ela sentia dificuldades para controlá-lo. Então, recobrando o mínimo de calma, ela disse:
- Boa noite, Lucas.
-Boa noite, Amybeth.
Assim, ela voltou para seu quarto quase correndo, pois sentia-se tão nervosa que suas mãos tremiam feito gelatina, e quando se deitou na cama, ela soube que era mais uma noite que não dormiria, enquanto seu coração permanecia completamente disparado, e as últimas palavras de Lucas a acompanharam até ao amanhecer.
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