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Capítulo 39 - Um amor de verdade

LUCAS E AMYBETH

A adrenalina tomava conta de Lucas, enquanto ele pegava um táxi e ia ao encontro do detetive que tinha nas mãos sua liberdade.

Estava mais ansioso do que já estivera em toda a sua vida, porque aquela situação durava mais do que ele desejava e lhe causara um sofrimento extremo.

Abrir mão da mulher da sua vida, foi a coisa mais difícil e dolorida que já tivera que fazer. Muito mais do que desistir de um papel de seus sonhos, ou de uma viagem que planejara por um ano inteiro e não dera certo no final.

Com esse tipo de frustração, Lucas fora capaz de lidar muito bem, pois podia conseguir um papel melhor do que aquele que perdera, ou planejar a mesma viagem para algum dia no futuro. Mas ficar sem Amybeth, era se sentir incompleto e saber que nada conseguiria fazê-lo se sentir como ela o fazia se sentir.

O pesadelo estava no final, porém Lucas ainda não conseguia respirar com alívio, porque enquanto Louis estivesse solto e Amybeth longe de seus braços, ele não se dava o direito de relaxar.

Parecia que até podia ouvir a voz de Cory lhe dizendo, que ele adorava se punir por coisas que não eram sua culpa ou de sua responsabilidade, mas a verdade era que, Lucas sempre mantinha seus pés no chão e nunca dava por certo uma batalha que ainda não tivesse sido definitivamente ganha. Quem sabia o que podia acontecer ou dar errado?

Preferia manter sua cautela, do que contar com uma vitória que poderia ser seu pior fracasso. Não queria ser pessimista, mas a vida e as experiências que tivera antes, lhe ensinaram a esperar e ter certeza de que nada tornaria a derrubá-lo ao chão. Era uma realidade crua, porém necessária.

Ele contou o tempo que o táxi estava gastando para chegar até o lugar combinado. Poderia ter encontrado com o detetive em seu apartamento, e até sugerira que fosse feito dessa forma, mas o rapaz parecia mais paranóico que ele, pois imaginava uma teoria da conspiração que era difícil para a mente de Lucas acompanhar.

Deste modo, o encontro foi marcado no centro da cidade, pois o detetive disse que seria melhor assim e para lá que Lucas estava indo, com seu coração aos pulos e a pulsação acelerada.

Quando o táxi parou, Lucas quase pulou dele, tão nervoso estava com a conversa que teria com o detetive.

O rapaz o esperava em uma mesa discreta em um barzinho não tão conhecido no centro da cidade. Quando viu Lucas entrar, um aceno de cabeça mostrou a ele que podia se aproximar.

-Bom dia, Lucas.- o detetive disse, assim que o rapaz sentou à mesa com ele.

-Bom dia. -Lucas respondeu, pois sua boa educação pedia, por mais que desejasse pular todo o início da conversa, pulando diretamente para o final.

-Já tomou seu café da manhã?- o detetive perguntou, pronto para chamar um atendente que pudesse trazer uma xícara de café extra para sua mesa.

-Não, mas isso não importa. Quero saber o que exatamente descobriu sobre as fotos.- ele perguntou, levando a conversa para o lado que o interessava.

-Descobrimos que ele guardava as fotos originais no computador da casa dele na Irlanda. Um amigo meu, que trabalha na polícia e é especialista em tecnologia, conseguiu localizá-las e deu um jeito para que ele não possa mais utilizá-las.- o detetive explicou.

-Vocês as destruíram?- Lucas perguntou, passando as mãos pelos cabelos, tentando aliviar a tensão que apertava seu peito.

-Não, porque são provas que podem ser usadas contra Louis, caso sua namorada queira fazer uma acusação formal.- o detetive respondeu, mas Lucas ainda não estava contente, pois havia um ponto ainda que o estava preocupando.

-E as cópias?

-Essas foram destruídas. O cara realmente é um amador. Deixou as cópias no mesmo computador que as originais.

-E se ele já tiver espalhado para outros lugares? Como podemos saber? Ele me disse que faria isso, caso eu não levasse em conta suas ameaças. - ele estava terrivelmente preocupado, e por isso, não queria deixar passar nenhuma possibilidade que pudesse colocar a retaliação contra Louis em risco.

-Ele não fez isso. Meu amigo verificou tudo. Fique tranquilo. Nós realmente o pegamos dessa vez e Louis não tem como escapar. - o rapaz lhe garantiu. - O que pensa em fazer agora?

-Vou procurar Amybeth. Ela precisa saber a verdade. Já escondi toda essa história dela por muito tempo demais. Preciso resolver essa situação com ela.- Lucas respondeu, sem acreditar ainda que todo o peso que sentia em seus ombros tinha ido embora.

-Te desejo boa sorte. Sei como é ficar longe de alguém que se ama.- o detetive disse e Lucas não pôde deixar de notar um brilho triste em seus olhos. Não eram amigos íntimos para que o rapaz pudesse se abrir com ele, porém, podia apostar que havia um coração partido naquela história.

-Obrigado por tudo. Quero que me passe o número de sua conta bancária, a fim de que eu possa te enviar o pagamento por seus serviços.

-Não precisa se preocupar. Cory é meu amigo e tenho uma dívida moral com ele que preciso saldar. Aceite a resolução desse caso como um presente meu para você.- o detetive afirmou, deixando Lucas surpreso.

-Tem certeza disso? Foram semanas de trabalho duro.- Lucas insistiu, pois não achava justo não pagar os honorários do rapaz. Para ele, todo trabalho deveria ser remunerado, especialmente aquele, onde tempo foi investido para que se chegasse ao final da investigação com sucesso.

-Tenho sim. Mas meu trabalho ainda não terminou. Quero te ajudar a confrontar Louis, porque ele precisa saber que não se brinca com a vida de outras pessoas assim.

-Certo. Vou falar com Amybeth e depois, eu entro em contato.- Lucas disse, se levantando da mesa.

-Vai lá encontrar sua garota.- o detetive falou, levantando a xícara de café, como se brindasse aquele momento.

-Vou agora mesmo.- Lucas respondeu, ligando para o Uber enquanto saía da cafeteria.

Assim que o veículo chegou, ele deu ao motorista o endereço de Amybeth e foi para o apartamento da ruivinha cheio de uma energia nova que não sentia há dias.

Não fora fácil seguir seu plano todos aqueles dias, mas pensar que estava protegendo sua garota de um escândalo público, o fez suportar aquelas semanas terríveis.Agora, ele estava em busca de sua felicidade e não abriria mão dela nunca mais.

Lucas pegou o elevador no prédio de Amybeth, louco para encontrá-la o mais rápido possível. Quando parou no andar dela, ele quase correu pelo corredor para diminuir a distância que teria que percorrer para chegar ao apartamento dela, mas se conteve.

Precisava pensar em como contaria a Amybeth tudo o que Louis fizera com a ajuda de Shannon, mas mesmo com toda sua boa vontade, ele se viu na frente da porta dela, sem ter encontrado uma forma de amenizar o baque.

O rapaz bateu na porta, tentando juntar coragem e quando a porta se abriu, sua decepção foi grande ao ver Dalila e não Amybeth.

-Oi, Lucas. Que surpresa te ver aqui.- a garota disse com um sorriso amigável.

-Oi, eu vim falar com a Amybeth. Ela está?- ele perguntou, um pouco ansioso, lançando um olhar para dentro do apartamento para ver se conseguiria ver Amybeth surgir de algum lugar.

-Sinto muito, mas ela viajou para a Irlanda ontem. Ela me mandou uma mensagem, dizendo que iria passar uns dias com os pais para pôr a cabeça no lugar, e me pediu para tomar conta do apartamento para ela.- Dalila explicou, vendo a expressão de Lucas murchar com aquela informação.

-Eu preciso tanto falar com ela.- Lucas disse desolado, se lembrando também que dali que no dia seguinte, seria o aniversário de Amybeth e tinha pensado em passar aquela data especial com ela.

-Por que não liga? Tenho certeza que ela vai ficar feliz em te atender.- Dalila sugeriu, porque sabia que havia muito amor entre aqueles dois para ser desperdiçado.

-O que preciso falar com ela não pode ser dito por telefone. - Lucas respondeu, sentindo-se totalmente frustrado.

-Então, não vejo outro jeito a não ser que você espere ela voltar.- Dalila disse, sentindo pena de Lucas que parecia tão abatido com aquela situação.

Mas ele não queria esperar e assim que Dalila terminou de falar, ele sabia o que queria fazer.

-Preciso ir, Dalila. Obrigado por tudo.- ele disse, dando um passo à frente e deixando um beijo no rosto da amiga.

Enquanto entrava no elevador, Lucas ligou para o aeroporto para saber o próximo voo que sairia para a Irlanda. Para sua alegria, foi informado que em três horas haveria um para a cidade de Amybeth. Ele fez a compra da passagem on line, e correu para casa para arrumar as malas, pois não queria perder mais um minuto longe da sua garota.

Em sua casa na Irlanda, Amybeth se sentia confortada. Ela tinha chegado naquela manhã no aeroporto de sua terra natal e seguiu para a residência de seus pais.

Ambos ficaram extremamente surpresos ao vê-la chegar sem ter avisado antes, mas não fizeram nenhuma pergunta, intuindo que se ela viera até ali e sozinha, era sinal de que algo não estava bem.

Assim, seu pai lhe dera um abraço apertado e a mãe um afago carinhoso em seus cabelos, fazendo-a perceber o quão sortuda era por ter uma família como aquela.

Era maravilhoso sentir que podia trazer suas mágoas com ela e que todas seriam amenizadas, quando pisasse na varanda de estilo colonial onde podia sentir o aroma das flores do jardim de sua mãe.

Fora embora dali, porque quisera conhecer o mundo, entrar de corpo e alma no mundo das artes, ser uma atriz reconhecida pelo seu trabalho e no processo, ganhar mais conhecimento e experiência, mas sempre soubera que o único lugar onde encontraria o que precisava, era a casa onde nascera, onde estava suas origens e as raízes de sua família.

Olhando pela janela de seu quarto, onde estava descansando da longa viagem, tal pensamento a levou a Lucas.

Ele também era seu conforto, seu lar e sua felicidade. Sem ele, Amybeth sentia que faltava alguma coisa e era difícil sorrir sem imaginar onde ele estaria naquele momento.

Sentia muitas saudades e a única coisa que a consolava um pouco eram as lembranças de tudo o que tiveram nos últimos meses.

O sorriso dele era tudo. Como a porta do céu se abrindo para ela, porque conseguia sentir ali toda a energia que a fazia vibrar como se estivesse em uma montanha russa gigante. Os olhos dele eram outra parte na qual adorava se perder, pois não precisava ouvir dos lábios de Lucas que ele a amava. Os olhos claros declaravam aquele sentimento muito bem. Tinha sido tão sortuda por ter experimentado a sensação de estar com alguém que sabia exatamente do que ela necessitava. E se tivesse perdido tudo, pelo menos, saberia que valera a pena ter esperado dois anos para viver um amor intenso, apaixonado e verdadeiro.

Ela passou as mãos pelo rosto e surpresa, percebeu que suas bochechas estavam úmidas. Estava chorando sem nem mesmo ter percebido.

Isso acontecia a todo momento agora, desde que Lucas saira de sua vida. Cada lembrança a deixava emotiva, assim como faziam seu peito doer. Mas já tinha se resignado que seria assim por um tempo, até que Lucas voltasse para sua vida, ou saísse dela de uma vez.

A segunda opção não era nem um pouco agradável, mas da maneira como Lucas vinha se comportando, não tinha como saber o que se passava na cabeça dele.

Ele dissera que a amava e que em breve estariam juntos, porém, e se ele mudasse de ideia? E se de repente, ele decidisse que era melhor ficarem separados? Teria que aceitar e encontrar uma forma melhor de lidar com sua dor.

Uma batida na porta, a fez deixar os pensamentos conflituosos para mais tarde e se virar para dizer:

-Pode entrar.

-Querida, não queria te incomodar, mas sua tia Lucy soube que está aqui e quer vê-la. Acha que pode fazer uma visita para ela ainda essa tarde?- sua mãe disse, a olhando com preocupação.

-Posso sim. Acho que me fará bem sair um pouco desse quarto e ver gente. Não tenho feito muito isso nas últimas semanas. - ela confessou com um sorriso triste.

-Posso fazer uma pergunta?- sua mãe perguntou, a encarando como se pisasse em ovos.

-Pode sim. Sabe que nunca te escondi nada.- Amybeth respondeu, se preparando para o que viria por trás daquela pergunta.

-Você e Lucas não estão mais juntos? Você veio para casa sozinha, não tocou no nome dele e está com essa carinha tão triste.- A mãe dela comentou.

-Nos separamos, mas já estamos resolvendo isso.- ela disse, evasivamente, pois não queria falar ainda com a mãe sobre o que estava acontecendo entre ela e Lucas. Era complicado demais, e ela não se contentaria até que tivesse todos os detalhes daquela situação, e como poderia conversar sobre algo que também não entendia direito?

-Espero que se acertem. Vocês fazem um casal tão bonito.- a mãe dela disse, fazendo Amybeth responder:

-Obrigada.

-Vou te deixar descansar e avisar sua tia que você irá vê-la mais tarde. A propósito, seu aniversário é amanhã. Não quer fazer nada especial?- a boa mulher perguntou, ao que Amybeth balançou a cabeça e disse:

-Não quero nada especial, mamãe. Vim para cá para relaxar. Desejo passar o dia do meu aniversário, tranquilamente ao seu lado e do papai. - Amybeth garantiu com um breve sorriso.

-Eu acho uma pena, mas se quer assim, está tudo bem para mim.- a mãe dela concordou.

-Obrigada por entender.- Amybeth disse, antes da mãe dela sair do quarto.

A ruivinha aproveitou o resto da manhã para descansar e por sua leitura em dia. Logo depois do almoço, ela foi até a casa de sua tia Lucy e a encontrou no seu jardim, tricotando um suéter azul marinho. Esse era um dos raros momentos, em que Lucy se permitia fazer alguma atividade manual. Ela dizia que não tinha nascido para aquilo, que suas habilidades eram outras, mas Amybeth tinha visto algumas de suas criações com agulha e linha e poderia facilmente contestar essa afirmação.

-Olá, meu amor. Sua mãe me contou que tinha chegado. Como você está?- Lucy perguntou, olhando sorridente para a sobrinha.

-Estou bem. E você?- Amybeth respondeu, deixando um beijo no rosto da tia e depois, se sentou ao lado dela no jardim.

-Estou ótima. Curtindo minhas férias do trabalho.- Lucy disse, e em seguida, olhando atentamente para Amybeth, a continuou:- Essa carinha triste não me convence. Tem a ver com Lucas? Sua mãe me contou que viajou para cá sozinha.

-Tem sim, mas é um pouco complicado falar sobre isso.- Amybeth respondeu, suspirando alto.

-Vocês brigaram?- Lucy perguntou, colocando seu tricô de lado para dar atenção à sobrinha.

-Não. Na verdade, não sei como explicar porque nos separamos.- Amybeth falou, olhando para as mãos que descansavam em seu colo.

-Como assim?- Lucy insistiu na pergunta.

-É isso que falei. Não sei porque nos separamos. Lucas me disse que precisava resolver algumas coisas pessoais, mas que não ficaríamos longe um do outro por muito tempo.

-Ele deve ter uma nova explicação para isso.-Lucy ponderou.

-Eu espero que sim, porque não estou aguentando essa situação. - Amybeth respondeu, sentindo seus olhos marejarem. Estava cansada de chorar, mas não conseguia evitar, pois seu coração vivia apertado desde que Lucas terminara o namoro entre os dois.

Antes, tinha certeza que o felizes para sempre seria possível para aquela história de amor, mas agora, não podia dizer o mesmo. Vivia os dias pela promessa de Lucas, de que ficariam juntos, mas tinha medo que essa promessa deixasse de existir de uma hora para outra, e o que faria com seu coração partido.

-Você o ama muito.- não era uma pergunta e sim uma afirmação.

-Demais.- Amybeth concordou.

-Ele também te ama muito. Percebi isso, quando vocês vieram para a Irlanda da última vez.- Lucy garantiu.- E um amor assim deve ser vivido até a última gota, pois nunca sabemos o que a vida nos reserva. - a tia disse com tanta sabedoria que fez Amybeth prestar bastante atenção.

Lucy nunca contava nada de sua juventude ou se tivera algum amor, mas a ouvindo falar daquela maneira, podia perceber que talvez sua tia tivesse tido um amor no passado. Contudo, não tinha coragem para verbalizar aquilo em voz alta, pois devia ter uma razão para Lucy não querer comentar sobre o assunto.

-Também penso assim. Lucas é tudo o que eu sempre quis.- ela viu a tia sorrir e acrescentou. - Sei que vai dizer que sou jovem demais para pensar assim, mas eu nunca senti com ninguém o que sinto com ele. É como se nossos corações tivessem se encontrado depois de uma longa jornada. É incrível como combinamos em tudo.

-Eu não acho que seja jovem demais para amar alguém de verdade. O amor pode acontecer em qualquer idade, e se realmente se sente assim em relação a Lucas, não o deixe escapar. Lute com todas as forças para tê-lo a seu lado, pois no final o que importa é viver sua vida com alguém que vale a pena.

-Eu não pretendo desistir dele tão fácil assim não. - Amybeth garantiu.

Ele tinha dito que a amava e isso renovava suas esperanças cem por cento. Não deixaria ir embora alguém que a fazia ver a vida em mil cores diferentes. Tinha se sentido solitária boa parte do tempo, mas com Lucas, essa solidão deixara de existir, porque ele ocupara todos os espaços vazios dentro dela e Amybeth se sentia tão cheia da essência dele, que tinha certeza que carregaria seu amor por ele para sempre.

-Ótimo, querida. Agora me conte tudo sobre o filme que acabou de fazer.- Lucy pediu.

Sorrindo de orelha a orelha, Amybeth começou a falar sobre seu assunto favorito, enquanto Lucy fazia mil perguntas com sua curiosidade insaciável.

Era quase noite quando ela voltou para casa. Sentia suas energias renovadas, depois de conversar com a tia. Lucy era um poço de otimismo e sempre fazia bem a Amybeth dividir suas preocupações com ela, pois suas perspectivas acabavam mudando e se expandindo, ajudando-a a enxergar as coisas com um ânimo melhor do que antes.

Amybeth chegou na casa de seus pais por volta de seis da tarde e estranhou o súbito silêncio que parecia reinar ali. A residência estava toda escura, o que a fez abrir a porta da sala ansiosa por compreender logo o que estava acontecendo.

-Surpresa! - várias vozes gritaram, enquanto as luzes se acendiam de repente, a cegando momentaneamente.

Quando conseguiu abrir os olhos e focar nas pessoas ali presentes, ela viu a sala enfeitada com balões, uma mesa repleta de doces, salgadinhos e bebidas, e outra com um bolo de aniversário bem no centro.

Sem saber o que dizer, ela sorriu, pois não estava esperando por aquilo, mas logo seu sorriso morreu, quando viu Louis caminhar em sua direção e dizer:

-Gostou da festa que te preparei? Sua mãe disse que você não queria fazer nada, mas é seu aniversário de vinte anos. Precisa ser comemorado.- o rapaz disse sorridente, o que causou uma sensação estranha em Amybeth.

Ela não se sentia mais à vontade com ele. O rompimento na amizade de ambos era irreversível e o que a deixava triste, era perceber que tinham sido tão próximos por anos e Louis jogou tudo fora por sua incapacidade de entender as escolhas dela.

-Não precisava de tudo isso, Louis. E meu aniversário é só amanhã, mas obrigada por ter se lembrado.- ela disse, sem sentir prazer nenhum nas palavras que acabara de dizer.

-Eu sei. Por isso, quis fazer essa festa hoje. Para você poder curtir com seus pais amanhã como deseja.- Louis respondeu, mas Amybeth não sentiu nenhuma alegria com a consideração dele, pois não parecia tão sincero assim.

-Obrigada. Vou cumprimentar as outras pessoas. Com licença.- Amybeth disse, se afastando do rapaz, que a olhou com raiva, mas ela não percebeu, pois estava mais interessada em pôr o máximo de distância possível entre os dois.

Em um hotel não muito longe dali, Lucas se arrumava para ir até a casa de Amybeth. Estava ansioso para vê-la, tanto, que mal tinha chegado ali e já estava pronto para sair novamente.

Ele dera sorte de ter encontrado um voo que viajara direto para a Irlanda, sem ter que fazer conexão em outro país ou cidade. Ou talvez tenha sido o universo conspirando para que Lucas conseguisse chegar ali tão rápido e focado em seu objetivo.

O aniversário de Amybeth seria somente no dia seguinte, mas ele preparara uma surpresa para ela naquele dia ainda e esperava que tudo desse certo. Para garantir, ele mandou uma mensagem para o detetive que tinha vindo com ele naquela viagem, e o avisou para aparecer na casa dos pais de Amybeth, pois iria precisar dele para validar o que precisava relatar a ela sobre Louis. Assim, ele pegou tudo o que precisava, chamou um táxi e em poucos minutos, estava a caminho de encontrar sua ruivinha maravilhosa.

Naquele mesmo instante, Amybeth se sentia exausta. Depois de uma hora de festa, ela já tinha se cansado de tanto sorrir e fingir que estava feliz com toda aquela comemoração, quando na verdade, queria tomar um banho e descansar.

As pessoas que estavam ali não eram exatamente suas amigas, pois as tinha conhecido por intermédio de Louis. Tinha quase certeza que vieram até sua casa, porque Louis pedira e não por consideração à ela.

Sua mãe viera perguntar várias vezes se ela estava bem, porque notara que ela estava aborrecida com a situação. Se desculpara por ter se deixado convencer por Louis a permitir que ele realizasse a festa surpresa para Amybeth ali.

A ruivinha disse para ela não se preocupar, que estava tudo bem e que não tinha ficado chateada com a festa que Louis preparara para ela. Apenas não esperava que o rapaz tivesse algo daquele tipo em mente.

Mais aliviada, sua mãe saira de cena e fora em busca do pai de Amybeth, que tinha se refugiado em alguma parte da casa, pois era avesso aquele tipo de evento.

-Amybeth, venha cortar o bolo. Está na hora.- Louis disse, fazendo a garota se aproximar da mesa onde o doce de cobertura rosa fora colocado com uma velinha de vinte anos sobre ele.

Enquanto o pessoal cantava o tradicional parabéns para você, ela pensava em tudo o que ela vivera naquele ano, e antes de assoprar a velinha, ela fez o pedido que seu coração tanto desejava.

Quando iam cortar o bolo, uma das convidadas disse:

-Tem um rapaz no jardim, tocando violão.

Amybeth foi até a janela e quase parou de respirar ao ver que era Lucas, o rapaz da qual a moça acabara de falar.

Sem pensar muito, ela saiu da casa e foi em direção a ele, que lhe lançou um sorriso iluminado quando a viu ali, o observando com seus incríveis olhos azuis.

Ele estava tão lindo com a luz da lua brilhando diretamente sobre os cachos escuros e a voz melodiosa que enchia o ar, chegando aos ouvidos dela como uma carícia.

Amybeth quase correu para ele, tamanha era a saudade que machucava seu coração, mas se conteve, porque ainda não sabia o que ele tinha decidido sobre os dois.

A melodia de Photograph continuava embalar a voz dele, como se contasse a história dos dois em estrofes perfeitamente escritas por Ed Sheeran. Aquele era o melhor e mais lindo presente de aniversário que tinha ganho.

Quando Lucas cantou as últimas linhas da canção, Amybeth não pode esconder duas lágrimas que escorreram por seu rosto emocionado, fazendo com que Lucas se aproximasse, enxugasse as lágrimas dela com o polegar para em seguida dizer:

-Eu queria te ver sorrir e não chorando por minha causa.

-Eu estou feliz porque está aqui. Senti sua falta, Lucas.

-Eu também. - ele respondeu, segurando na mão dela com carinho. - Mas antes precisamos conversar.- Lucas falou com a intenção de contar a Amybeth tudo o que ela merecia saber, mas a voz zangada de Louis atrás dos dois o interrompeu:

-O que você faz aqui?- a voz dele estava cheia de uma raiva contida que Lucas podia identificar, mesmo que estivesse quilômetros dali. Não esperava encontrá-lo tão cedo, mas era muito bom que tivesse acontecido, pois terminaria com aquilo tudo de uma vez.

-Eu te pergunto o mesmo.- Lucas disse, colocando Amybeth atrás dele para protegê-la.

-Não sei como ainda tem a cara de pau de aparecer por aqui, depois de ter terminado com Amybeth do nada.- Louis disse, e depois olhando diretamente para a ruivinha, ele acrescentou:- Eu te falei que ele não prestava.

-Você deve estar falando de si mesmo, não é? Porque é o único mau caráter que vejo por aqui.- Lucas respondeu, revidando.- Por que não conta para Amybeth o que pretendia fazer, caso eu não me afastasse dela?

-Do que está falando, Lucas?- a ruivinha perguntou, olhando de Lucas para Louis, sem entender absolutamente nada do que estavam discutindo.

-Não dê ouvidos a ele, Amybeth. Lucas está tentando te enganar novamente. - Louis disse, perdendo um pouco de sua arrogância anterior.

-Como pode ser tão dissimulado diante da garota que diz amar?- Lucas perguntou, vendo a expressão de Louis começar a mudar drasticamente.

-Me diz agora sobre o que está falando, Lucas. Não vamos sair daqui enquanto não me contar o que está acontecendo. - Amybeth exigiu, tentando entender tudo o que aquela situação envolvia.

-Eu não queria que fosse assim, Amy. Vim até aqui para te contar com calma o que Louis me obrigou a fazer, mas creio que é melhor que saiba tudo de uma vez.- Lucas respondeu, sentindo seu coração protestar, sabendo que suas próximas palavras magoariam Amybeth profundamente.

-Então, me conte.- ela insistiu ao ver Lucas hesitar.

-Louis tem fotos suas em posições comprometedoras e ameaçou postá-las na Internet se eu não terminasse meu namoro com você.

-O que? Que tipo de fotos?- Amybeth perguntou quase em estado de choque.

-Você está nua e completamente adormecida. Creio que ele as tirou escondido, quando vocês ainda estavam juntos.- Lucas finalizou, vendo a dor, choque e ira nublarem os olhos azuis que ele amava tanto. Faria qualquer coisa para evitar aquela decepção e proteger Amybeth de toda aquela sujeira, mas não podia fazer nada a não ser confortá-la com a verdade.- Eu sinto muito.- Lucas falou por último, ao ver Amybeth encarar Louis e caminhar na direção do rapaz.

-É mentira, Amybeth. Eu jamais faria isso. Nem sei de que fotos ele está falando. - Louis disse, desesperado para escapar da situação que ele mesmo causara.

-Faria sim. E posso provar. - o detetive que Lucas contratou para investigar Louis afirmou. Ele tinha vindo com o rapaz até ali e esperava pacientemente que Lucas lhe fizesse um sinal para que se aproximasse e o ajudasse a contar a história toda para Amybeth, temendo que ela não acreditasse nele.

Contudo, o plano saira melhor do que esperavam, pois acabaram encontrando Louis ali, o que nenhum dos dois poderia prever.

-Por favor, Amybeth. Isso é uma conspiração contra mim.- Louis tentou de novo, mas a garota sequer ouviu.

Dentro dela, tudo estava ruindo e uma sensação tenebrosa de nojo quase a fez vomitar, mas ela conseguiu se controlar, se aproximando de Louis e lhe dando um tapa no rosto enquanto dizia:

-Eu podia esperar algo assim de qualquer pessoa, menos de você que me conhece a vida inteira, frequentou minha casa e com quem dividi muitos segredos e sentimentos. Agora percebo, que nunca soube quem é você de verdade e tudo o que consigo ver é um ser humano sem escrúpulos, que exala um odor horrível de alma e corações podres. Nunca mais quero te ver, Louis. Esqueça que eu existo, pois vou fazer o mesmo, apagando o momento em que te considerei meu melhor amigo.

Lágrimas amargas começaram a correr pelo rosto dela e Lucas percebendo seu estado, se aproximou dela e a abraçou, deixando-a soluçar sob seu peito, enquanto afagava os cabelos macios com carinho e amor.

Quando ela parou de chorar, o detetive perguntou:

-Vai querer prestar queixa, Amybeth?

-Quero sim, pois não posso permitir que algo assim, passe imune. - ela respondeu, enquanto sua mão entrelaçava os dedos nos de Lucas.

-Vamos até a delegacia mais próxima. Eu levo Louis até lá para averiguação. Você quer vir junto?- o rapaz tornou a perguntar.

-Não desejo estar no mesmo ambiente que Louis. - Amybeth disse, sem conseguir encarar seu ex-amigo.

-Eu te levo. - Lucas falou.

-Obrigada. Prefiro ir agora mesmo, pois não quero assustar meus pais com essa situação. Quando voltarmos, eu explico a eles tudo o que aconteceu aqui.- Amybeth disse, encarando Lucas com os olhos tristes.

Ele assentiu, chamou um táxi e logo estavam a caminho da delegacia. Entretanto, todo o caminho, ela não abriu a boca para falar do que acabara de experienciar, mas permitiu que Lucas segurasse em sua mão, porque naquele momento, ele era seu único porto seguro.

Ao chegar na delegacia, eles foram encaminhados para a sala do delegado, onde Louis foi obrigado a confessar o que tinha feito. Ele contou todos os detalhes, deixando Amybeth mais chocada ainda do que antes ao descobrir que Shannon tivera participação em seu acidente na praia, ato que não fora aprovado pelo rapaz.

Naquele ponto do interrogatório, Amybeth olhou para Lucas e entendeu que ele tinha descoberto sobre aquilo antes, por isso rompera a amizade com Shannon no dia em que a procurara em seu apartamento.

Foi naquele momento, que percebeu o quanto Lucas fizera por ela, a protegendo do mau caratismo de Louis e Shannon, se afastando dela para que não fosse ridicularizada em público pelos atos sórdidos do seu ex- namorado. E o amou ainda mais por isso, e por tudo o que já fazia o admirar como ser humano e como homem, o seu homem.

Quando o delegado perguntou se ela queria prestar queixa contra Louis, ela quase respondeu que sim, mas mudou de ideia ao pensar no quanto a mãe do rapaz, uma mulher extremamente trabalhadora, sofreria com aquilo e respondeu:

-Não, porque a mãe dele não merece passar pela vergonha de ver seu filho preso. Mas não abro mão de processá-lo por danos morais e também quero uma medida protetiva para que Louis nunca mais se aproxime de mim.

-E Shannon?- Lucas perguntou, admirado com a postura de Amybeth. Até em um momento como aquele, ela mostrava o ser humano maravilhoso que era e ele realmente tinha escolhido a garota certa para amar.

-Também vou processá-la. No mais, quero esquecer tudo isso e continuar com minha vida daqui para sempre.

Eles foram dispensados pelo delegado e quando estavam do lado de fora, Lucas perguntou:

-O que vai fazer agora?

-Vou para casa contar o que aconteceu para os meus pais.

-Quer que eu te acompanhe?- Lucas perguntou, desejando que ela aceitasse para que ele pudesse cuidar dela como Amybeth parecia estar precisando, pois seus olhos estavam tristes demais.

-Hoje não. Quero falar com eles sozinha, pois não vai ser uma conversa fácil. Mas podemos nos ver amanhã?- ela perguntou, sentindo seu coração mais esperançoso por Lucas estar ali.

-Claro que sim. Na verdade. Eu estou ansioso por isso.- Lucas respondeu, com um sorriso que a fez dar um passo para frente, ficar com seu rosto bem próximo do deke e dizer:

-Obrigada pelo que fez por mim. Sei que não deve ter sido fácil, mas ainda assim, espero poder retribuir um dia. Ninguém fez algo assim por mim antes e isso me mostra que eu estava certa a seu respeito o tempo todo.

-Eu só quero que possamos ficar juntos. Você na minha vida para sempre é a única retribuição que preciso. - Lucas falou, segurando o rosto dela nas mãos e declarou:- Eu te amo tanto.

-Eu também te amo demais.

E desta forma, lábios ansiosos se procuraram e em um beijo faminto e lento ao mesmo tempo, confortou um pouco seus corações saudosos.

Quando se separaram, Lucas chamou um táxi para Amybeth e assim que ela entrou nele, o rapaz disse:

-Te vejo amanhã.

-Vou te esperar. - Amybeth respondeu, deixando um último selinho nos lábios do rapaz antes de partir.

Assim, a caminho de sua casa, apesar de ter ainda seu coração magoado, ela conseguiu sorrir, pois descobriu que a garota solitária que tinha sido toda a sua vida, não estava mais sozinha.


Olá pessoal. Desculpem demorar para atualizar. Passei a semana toda escrevendo esse capítulo por faltado tempo, mas aqui está. Espero que compense a espera. Me deixem suas opiniões sobre ele, pois o próximo será bastante especial. Beijos e obrigada.



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