Capítulo 24 - Na sintonia do amor
LUCAS
Ele gostava do silêncio, daquela paz que reinava ao seu redor onde nada se ouvia a não ser o som de sua própria respiração. Boa parte de sua vida vivera assim, no silêncio, pois quando o mundo lá fora o magoava, quando seus dias se tornavam pesados, ele se escondia no silêncio de seu quarto, e lá encontrava sua paz de volta, seu conforto necessário, tendo como companhia apenas seu violão, papel e caneta para escrever, e seus pensamentos livres para serem expressados pelo seu coração em uma canção ou em um poema, sem ter que dar satisfações para ninguém.
Mas quando se tornara uma pessoa pública por conta das luzes da fama, esse conforto tinha sido roubado dele, não havia mais o silêncio, apenas multidões, loucas para tirarem dele tudo o que pudessem, sem se preocuparem com seu bem-estar pessoal. Ele se sentia como um pássaro em cativeiro, sem conseguir deixar seu ninho, preso por aquilo que devia ser sua maior realização, ou seja, o seu trabalho.
Lucas adorava atuar, e desde cedo ele dera o melhor de si para conseguir ser um ator de verdade, mas não esperava os pontos negativos que vieram junto com a fama. Ele não fora preparado para lidar com o excesso das pessoas, seus julgamentos que ultrapassavam o limite da razão, que acusavam, feriam e magoavam sem se importarem com suas ações nocivas, sem se lembrarem que ele era humano, tinha sensibilidade e não um super homem que podia passar por tudo aquilo sem que nada o atingisse.
Sua fama de antipático, egocêntrico e arrogante logo ganhou as redes sociais por sua recusa em interagir com fãs, ou deixar que a imprensa participasse de sua vida diária como se fossem seus melhores amigos, mas o que ninguém entendia era que ele tinha direito à sua privacidade, e que ele tinha se afastado justamente por ver sua vida ser invadida por pessoas que de fato não o conheciam. Ele aprendera a viver nos bastidores, e participar de redes sociais se tornou uma raridade, pois apenas postava alguma coisa quando sentia que valia a pena. Tudo o que ele queria com esse seu isolamento social era recuperar o seu silêncio, seu único amigo e confidente.
Curiosamente, quando Amybeth surgira em sua vida, ele não sentira mais essa necessidade de ficar sozinho. Ela lhe fazia bem, lhe trazia a luz e paz que ele tanto prezava, ela o fazia sorrir sem que Lucas tivesse uma boa razão para isso, ela lhe dava o conforto que antes ele encontrava apenas entre as paredes de seu quarto. Amybeth era sua inspiração, o riso cristalino dela lhe causava alegria, suas mãos segurando as dele lhe davam uma segurança que o faria lutar contra o mundo todo com apenas a presença dela a seu lado, amá-la o fizera descobrir que era mais forte do que pensara.
No entanto, naquela manhã ela não estava ali, e ele tinha todo o silêncio que desejava, mas dessa vez não estava ajudando. Sua cabeça não o deixava em paz, e seu coração já o chamara milhões de vezes de tolo, mas ele não conseguia deixar para trás o que tinha visto entre ela e Louis.
A sensação era terrível, especialmente porque ele se sentia como se não tivesse sido suficiente para ela, e por isso Amybeth se voltara para seu antigo namorado onde encontraria o que estava procurando. Se pensasse com coerência, veria que aquele pensamento era totalmente absurdo, mas a sua necessidade de se auto punir era maior, pois ele via tudo o que acontecera como uma falha sua e não de terceiros, e isso era realmente o seu pior inferno.
Fazia quase uma semana que pedira a ela um tempo, e desde então não se falaram mais. Ela lhe enviara muitas mensagens nos primeiros dois dias, implorando para que ele a deixasse se explicar, mas ele as ignorara, pois não conseguia superar a história toda. Lucas sabia que ela merecia uma chance de lhe dar a versão dela do que acontecera, mas ele ainda não estava pronto para ouvir. Christian lhe dissera que ele estava sendo duro demais com Amybeth, mas ninguém desconfiava que ele estava sendo mais duro ainda consigo mesmo.
Ele sentia falta dela mais do que queria admitir. Era como se um membro seu estivesse faltando também e era muito louco compreender o significado de uma pessoa em sua vida quando ela não estava por perto. Lucas sabia que não era somente dependência emocional, era amor puro e simples, e essa constatação o deixava fragilizado demais. E então ele se perguntava como aquele sentimento tinha crescido naquela proporção? Parecia que em um espaço de dias tudo o que sentia por ela o estava esmagando por dentro , fazendo-o se afogar na intensidade de tudo aquilo, o que tornava sua situação ainda pior.
A batida insistente na porta fez Lucas resmungar desgostoso. Ele tinha se trancado em seu quarto por um motivo, e as pessoas pareciam não entender que ele não queria ver ninguém. Sentindo-se incomodado, ele foi atender a porta, e bufou ao ver Cory no corredor, olhando-o como se o julgasse, fazendo-o se sentir mais zangado ainda. Ele já estava se punindo o suficiente, não precisava de mais ninguém criticando-o abertamente.
-O que é, Cory? Não estou a fim de conversar.- ele disse de forma ríspida ao amigo, que não se importou nem um pouco e falou:
-Se sua intenção foi me fazer ir embora, saiba que não funcionou. - e sem cerimônia, entrou no quarto de Lucas, mesmo sem a permissão do rapaz.
-O que você quer?- Lucas perguntou com a voz cansada.
-Eu vim até aqui saber quanto tempo vai ficar enfiado nesse quarto, sentindo pena de si mesmo?- Cory disse em um tom seco.
-Eu não estou sentindo pena de mim mesmo. Só quero ficar sozinho. - Lucas explicou, se sentando na cama, sem encarar o amigo.
-Pelo amor de Deus, Lucas. Por que não conversa logo com a AB? Está na cara que sente a falta dela. Resolva isso logo, e volte a ser feliz, cara.
-Não é tão fácil assim. - Lucas respondeu, sentindo seu peito doer. Já estava difícil lidar consigo mesmo naquelas condições, e Cory resolveu colocar mais sal na ferida.
-Por que não?
-Eu preciso de mais tempo para conseguir lidar com o que estou sentindo.- ele respondeu, segurando o próprio queixo com as mãos.
-O que você está esperando? Perder a Amybeth para perceber que está agindo feito um babaca?- a fala de Cory irritou tanto Lucas que o fez dizer:
-Desculpe se não sou tão evoluído quanto você.
-Parece que mexi em um ponto sensível. - Cory disse com um sorriso ladino.
-Você não faz ideia. - Lucas reclamou, caminhando até a janela, e deixando que seu olhar se fixasse em um ponto qualquer lá fora.
-Desculpe-me, Lucas. Eu não quis te magoar, só queria te fazer acordar para um fato que estou vendo acontecer entre duas pessoas que se amam e são minhas amigas. Eu sei que está sofrendo, mas a AB também está. Você a tem ignorado a quase uma semana. Como acha que ela está se sentindo?- Lucas não queria ouvir, e nem saber dos sentimentos de Amybeth naquele momento. Porque imaginar que ela estava sofrendo o deixava pior do que já estava. Ele poderia perfeitamente lidar com a própria dor, mas não com a dela. Por mais que ela o tivesse magoado, Lucas não queria vê-la na mesma situação em que ele estava.
-Eu não posso falar com ela ainda, Cory. Por isso a tenho evitado. Minha cabeça está confusa, e meu coração magoado. Como quer que eu fale com ela nesse estado? Vou acabar dizendo coisas que não desejo, vou machucá-la e não quero que isso aconteça.
-E de quanto tempo acha que ainda precisa para resolver a confusão em sua cabeça?- Cory perguntou, parecendo impaciente pela indecisão do rapaz.
-Eu não tenho como te responder a isso.- Lucas disse, se sentindo solitário demais dentro de si mesmo. Ele estava entrando de novo naquele lugar onde ninguém conseguia alcançá-lo. Aconteceu a mesma coisa há dois anos, quando a série terminara e ele se viu totalmente perdido em seus sentimentos, dividido entre Shannon e Amybeth. Era duro não conseguir falar sobre o quão miserável estava no universo paralelo que criara para se proteger do mundo exterior.
-Espero que saiba o que está fazendo. AB te ama, mas não acredito que vá te esperar para sempre. Se eu fosse você falaria logo com ela antes que Louis apareça por aqui novamente. - Cory o aconselhou.
-Por que ? Ela te falou alguma coisa?- Lucas perguntou, sentindo a veia em sua têmpora começar a pulsar ao ouvir o nome da pessoa causadora do caos em seu relacionamento com Amybeth.
-Não. Tudo o que sei é que ela está tremendamente aborrecida com Louis , e não quer vê-lo de jeito nenhum. Mas, eles foram amigos a vida inteira, e a carência faz as pessoas agirem de forma estranha às vezes, e Louis pode tentar se aproximar de novo se perceber que você deixou o caminho livre para que isso aconteça.- Cory disse, tentando fazer Lucas entender quanta coisa ele estava colocando a perder com aquela atitude.
-Vou pensar sobre isso. - foi tudo o que ele conseguiu responder.
-Está bem. Vou deixá-lo sozinho, mas não se esqueça que amanhã tem gravação.
-Eu sei - Lucas respondeu, vendo Cory sair pela porta que ele deixara aberta. E o pior era que a gravação da cena seria com Amybeth, e Lucas não sabia como agiria estando cara a cara com ela.
Foi pensando nisso que ele foi dormir naquela noite. Ignorar Amybeth era mais fácil quando não estavam frente a frente, quando ele não podia ver os olhos azuis e expressivos dela ou encarar o sorriso sincero e genuíno que ela tinha, e que lhe causava milhares de borboletas no estômago. Até aquele momento, Lucas não tinha parado para pensar em como já se sentia assim quando eram apenas colegas de trabalho. Amybeth sempre o impressionara, e todas as vezes em que tivera a oportunidade de observá-la atuando, o rapaz a considerara simplesmente fantástica. Talvez seus sentimentos por ela naquela época já fossem dessa maneira, e a amizade que tinha surgido então era apenas um disfarce para o que se escondia em camadas mais profundas.
Ele a amava de verdade, e era por isso que doía tanto imaginá-la com outra pessoa. Cory estava certo, eles precisavam conversar, mas o problema todo era que seu subconsciente se recusava a deixá-lo esquecer a cena que tinha visto, fazendo-o revivê-la em sua mente várias e várias vezes, e cada vez seu desconforto aumentava e a sensação de não ter sido o suficiente para Amybeth ganhava mais e mais força.
Acordar no dia seguinte foi uma luta, principalmente porque dormira muito pouco. Na última semana ele podia contar nos dedos quantas horas ele conseguira descansar de verdade. Amybeth também fazia falta nessa questão, pois ele sempre tivera problemas para dormir desde muito jovem, e quando a ruivinha passara a dormir com ele, Lucas conseguira relaxar o suficiente para ter uma noite inteira de sono, o que melhorara seu humor e sua concentração durante o dia.
No entanto, o seu distanciamento da namorada estava cobrando dele um preço muito alto, e foi nesse ponto que ele percebeu o quanto Amybeth tornava seu mundo melhor e o aproximava muito do rapaz que um dia fora, cheio de animação e motivação para continuar trabalhando, e levando sua vida com leveza. Entretanto, o assunto sobre Louis era uma pedra no seu sapato, e mesmo sabendo que precisava mais de Amy do que ela dele, Lucas ainda hesitava em falar com ela.
Ir para as gravações naquele dia foi mais tenso do que o rapaz pensara. Como vinha fazendo naquela semana, seu café da manhã foi servido em seu quarto, pois não queria ter que olhar para Amybeth e sentir seu peito se angustiar por sentir a falta dela com toda a sua força. Seu coração não era nem um pouco sensato quando se tratava da ruivinha, e já lhe provara muitas vezes que não agia com coerência e o colocava em situações nas quais ele não saberia manter-se neutro ou imparcial.
Após o café da manhã solitário que provara, Lucas se vestiu e foi encontrar com o elenco na portaria do hotel. Amybeth estava lá, e o rapaz sentiu suas batidas cardíacas triplicarem ao ver o brilho dos olhos dela quando se encararam. A vontade de Lucas foi diminuir a distância entre eles, a abraçar apertado e afundar a cabeça nos fios perfumados, porque a saudade que sentia dela o estava corroendo por dentro, mas o orgulho e a mágoa falaram mais alto, e ele acabou entrando na van sem sequer trocar uma palavra com Amybeth, observando com uma dor aguda em seu coração o brilho dos olhos dela morrer lentamente.
Assim, seguiram viagem até o local das gravações, e mesmo que não se falassem, seus olhos acabavam de alguma forma se comunicando em alguns momentos, fazendo Lucas perceber que a conexão que sempre tiveram estava lá e não fora quebrada por conta da distância que estavam mantendo um do outro. Eles até riram juntos sem realmente prestar atenção a esse fato, quando Cory, usando de sua personalidade completamente desinibida fez piada de algumas situações que aconteceram durante sua breve carreira de ator.
Quando por fim chegaram a seu destino, Lucas desceu apressadamente da van ao perceber que Amybeth fez menção de falar com ele,e deste modo, ele escapou para o local onde costumava se arrumar para as cenas que gravaria.
Ele não contava com a teimosia de Amybeth que parecia empenhada em fazê-lo ouvi-la mesmo ele demonstrando por todos os meios que uma conversa entre ambos ainda não seria possível. Por isso, Lucas se surpreendeu ao vê-la entrar na sala onde ele estava lendo pela última vez suas falas. Seu primeiro impulso foi sorrir para ela, e o segundo já a imaginava em seus braços, e teve que fazer um esforço para se lembrar que ainda não tinham se acertado. Assim,ele vestiu sua capa de proteção, e colocou no rosto uma expressão neutra, esperando que ela não percebesse o turbilhão dentro dele.
-Podemos conversar? - ela perguntou, parecendo estranhamente tímida ao olhar para ele, e sem ousar se aproximar demais.
-Não acho que seja uma boa hora. Eu preciso terminar de repassar essas falas.- ele respondeu, tentando fugir do que ela o fazia sentir só por estarem no mesmo ambiente.
-Eu tenho certeza de que sabe as falas de cor, e se agora não é um bom momento,quando então poderemos conversar?
-Amybeth…- Lucas começou, mas Amybeth o atropelou na frase seguinte, sem se importar se estava parecendo desesperada ou ansiosa demais.
-Não me interessa se está pronto ou não para me ouvir. Faz uma semana que te dei o espaço que me pediu, e sinceramente estou cansada de passar minhas noites em claro, chorando porque você não está comigo.- ela disse aquilo tudo quase sem respirar, e ele percebeu que ela não pararia por ali, e assim ele apenas escutou em silêncio enquanto Amybeth desabafava. - Eu sei que tem razão por estar bravo, mas eu nunca pensei que Louis usaria nossa amizade para conseguir se aproximar de forma romântica de mim novamente. No entanto, quero que saiba que foi ele quem me beijou e eu não correspondi. Eu não sinto nada por ele, e até mesmo a amizade que tínhamos acabou. Nunca mais quero vê-lo.
-A questão não é o beijo, Amybeth.- Lucas conseguiu finalmente dizer.
-Não?- ela perguntou surpresa pela resposta dele.
-Não. O problema foi que você trouxe Louis para dentro do nosso relacionamento, mesmo depois de tudo o que ele te disse quando você terminou com ele. Você deu abertura para Louis pensar que os limites não mais existiam, e o que me magoa mais era que você sabia como eu me sinto em relação a ele, e mesmo assim deu mais valor a amizade que tinha com ele do que ao amor que sinto por você. - ele não pretendia soar tão amargurado, mas depois daqueles dias com tantos pensamentos incubados dentro dele, Lucas não conseguiu se conter.
-Eu faço qualquer coisa para que me perdoe. Só diz o que é preciso para que me dê uma nova chance. - ele percebeu a nota tensa na voz dela, mas naquele momento o rapaz não conseguia pensar em mais nada que não fosse sua dor.
-Amybeth, deixa essa conversa para amanhã? Eu prometo que te respondo tudo o que quiser, mas agora eu realmente preciso me concentrar.
-Tudo bem. Amanhã a gente conversa então. Não vou mais te atrapalhar. - Amy disse antes de sair, enquanto Lucas a observava se afastar dele e pensava que ele daria tudo para esquecer o que acontecera, e continuar com ela de onde tinham parado, mas o seu orgulho era algo difícil de engolir, e talvez por ter enfrentando tantas situações difíceis nos últimos anos, ele não conseguisse deixar para trás toda aquela história, e ser feliz com a garota que escolhera.
Lucas passou mais uma hora tentando estudar suas falas, mas se sentia tão desanimado que deixou aquela ideia de lado, e quando o diretor de cena mandou chamá-lo, Lucas duvidou que conseguiria levar a cena adiante. No entanto, seu lado profissional ralhou com ele, e o lembrou que se ele era o tipo de pessoa que não sabia separar o pessoal do trabalho, então ele estava na carreira errada
Assim, corajosamente, Lucas reuniu toda a sua força de vontade, e caminhou até o set de gravação onde as cenas do dia seriam gravadas, mas quando chegou lá, ele se deparou com Amybeth parada em frente de uma escada, na qual teria que subir para chegar ao esconderijo secreto dos dois protagonistas da história. O diretor de cena falava com ela, enquanto a ruivinha o ouvia atentamente, mas não fazia nenhum movimento para começar a subir.
-O que está acontecendo?- Lucas perguntou, olhando para o rosto pálido de Amybeth com preocupação.
-Ela tem medo de altura. - o diretor respondeu. - Eu sugeri uma dublê, mas ela não quis porque me disse que dava conta.- ele explicou.
-Por que nunca me contou que tinha medo de altura? - Lucas perguntou e sem olhá-lo ela disse:
-Porque não queria que pensasse que sou uma covarde.
-Eu jamais pensaria isso de você. Não é vergonha nenhuma sentir medo de algo. Todo mundo tem suas fraquezas. - Então, ele se virou para o diretor e perguntou: Não pode chamar a dublê agora,?
-Não, porque eu a dispensei. E se Amybeth não conseguir subir essa escada, teremos que cancelar a cena até amanhã. - Lucas viu certa apreensão no rosto do diretor. O rapaz sabia quanto dinheiro custava as produções do filme, e certamente com o adiamento da cena que supostamente fariam naquele dia, os produtores perderiam uma grande soma em dinheiro por conta do atraso. Entretanto, ele estava mais preocupado com Amybeth que parecia muito constrangida com a situação.
-Se eu te ajudar, acha que consegue fazer a cena?- Lucas perguntou, segurando a mão dela suavemente.
-Não sei. - ela respondeu. - Estou me sentindo uma idiota. Devia ter aceitado a dublê quando o diretor sugeriu. Mas eu pensei que não seria tão difícil assim, afinal essa escada nem é tão alta, porém quando cheguei aqui eu travei. - Amybeth explicou, e Lucas podia ver o quanto ela estava aborrecida com aquela situação.
-Tudo bem, Amy. Eu vou te ajudar. Segura forte na minha mão e vamos subir degrau por degrau até chegarmos ao topo. - Amybeth concordou, mas o rapaz podia ver o medo tomando forma em seus olhos azuis. Como ela tinha uma fobia daquela e nunca havia lhe contado? Talvez admitir uma fraqueza, principalmente para ele fosse algo difícil para Amybeth fazer, especialmente naquele momento em que estavam estremecidos.
Lucas segurou a mão dela e a fez colocar os pés no primeiro degrau. Ele sabia que o mais complicado para ela seria ir avançando pela escada, olhar para baixo e perceber que estava perdendo o contato seguro com o chão, por isso ele disse:
-Não tire seus olhos dos meus, se segura forte em mim. - ela balançou a cabeça concordando, e fez o que ele lhe pedira, mas Lucas podia sentir o tremor do corpo dela em seus braços e disse mais uma vez.:- Coloque seu pé no segundo degrau. Não se preocupe, eu estou aqui com você, não vou deixar que caia .
Amybeth fechou os olhos, respirou fundo e obedeceu a voz de comando de Lucas que fez o mesmo que ela.
-Muito bem. Faltam quatro degraus. Vamos juntos no terceiro. Pronta? - ele perguntou, sentindo-a agarrar sua mão com força e depois vendo-a assentir.
-Não olhe para baixo. - ele pediu quando ela fez um movimento com a cabeça.- Agora se concentre e vamos subir mais um juntos. - ele sentiu a respiração dela se tornar mais rápida, e o coração começar a bater mais forte, e percebeu que ela estava começando a entrar em pânico conforme ia percebendo que estava longe do chão, por isso, ele a segurou com mais força pela cintura e disse próximo ao seu ouvido: - Eu estou aqui, você não vai cair.
Os olhos azuis dela o encararam, e Amybeth tentou sorrir, porém seu temor parecia controlar cada parte de seu corpo, e era impossível para ela conseguir exibir qualquer tipo de emoção que não fosse a tensão em todos os seus membros.
-Vamos juntos de novo - ele pediu, e mais uma vez Amybeth o seguiu.
Agora estavam a dois degraus de chegarem até o topo. Se Amybeth observasse bem , não era tão alto quanto ela pensava, mas Lucas sabia por experiência própria que os medos que as pessoas escondiam dentro de si tornavam suas fobias maiores do que realmente eram, e por isso, era difícil convencer a si mesmo que o cérebro era bastante estimulado nesse momento, criando uma ilusão que deveria ser combatida a todo custo.
Agora estavam a apenas um degrau para terminarem aquela batalha entre a mente e a razão. Amybeth se agarrou ao pescoço de Lucas, e ele a abraçou mais forte, mantendo-a bem perto do corpo dele. Naquele momento, tudo o que o rapaz desejava era que ela ficasse bem, e que sentisse que não havia perigo nenhum onde estavam. Para fazê-la relaxar, ele acariciou as costas dela e deixou um beijo carinhoso no topo da cabeça da garota.
-Só mais um passo. Acha que consegue? - Lucas perguntou, e Amybeth balançou a cabeça concordando.
Por fim , subiram o último degrau,e logo estavam no quarto onde o restante da gravação aconteceria. Ao sentir o chão firme debaixo de seus pés, Amybeth respirou aliviada, e se afastando um pouco de Lucas, ela agradeceu enquanto duas lágrimas escorriam por seus olhos.
-Obrigada. - ela disse, e sem perceber o que estava fazendo, Lucas as enxugou e perguntou:
-Você está bem?
-Estou sim. - ela respondeu sorrindo, e o coração dele bateu mais rápido por isso, pois aquele sorriso significava o universo inteiro para ele.O rapaz ia dizer mais alguma coisa, no entanto, foi interrompido pelo Diretor de Cena que disse:
-Ficou perfeita essa tomada. Eu tinha imaginado um outro tipo de cena, mas a maneira como foi conduzida por vocês ficou incrível, principalmente por se tratar de um medo real da protagonista e não apenas um detalhe acrescentado na história. Meus parabéns. Agora vamos à segunda parte da gravação.
Lucas e Amybeth agradeceram, mas o rapaz percebeu que ela parecia desapontada por algum motivo, porém não teve tempo de perguntar o que a deixara triste de repente.
-Estão prontos? - o Diretor de Cena perguntou.
-Sim.- ambos responderam, e tomaram seus lugares, encarnando assim seus personagens.
Tinha escurecido e uma lua imensa brilhava no céu enquanto milhares de estrelas lhe faziam companhia naquela noite em que tinha tudo para ser mágica, mas para os dois amantes que tinham prometido que se amariam para sempre aquele não era um momento feliz. Havia uma certa tensão no ar, até mesmo uma sensação de que o tempo juntos estava se findando. Um mundo inteiro estava contra eles, seus sobrenomes carregavam um peso que os encurralava entre a lealdade e a paixão, e chegara finalmente o momento onde teriam que enfrentar esses obstáculos, vencê-los ou serem esmagados por eles, e isso não era por opção, e sim porque a vida os colocara nesse dilema do qual não podiam fugir agora.
Nos braços de Romeu, a bela garota chorava. Não queria deixá-lo ir, pois sentia que se isso acontecesse ela não o veria mais, e perdê-lo seria o seu fim.
-Quero que desista do confronto com meu primo. Nada de bom vai resultar dessa situação. - ela pediu agarrada ao amor de sua vida.
-Não sou nenhum covarde e não vou desistir. Nossa sorte está selada, por isso vencendo ou perdendo eu estarei lá essa noite. - Romeu disse, o brilho da teimosia brincando em seus olhos.
-Não desistiria nem por mim ou pelo nosso amor?- Julieta perguntou, se afastando um pouco do abraço para encará-lo.
A pergunta feita pela personagem fez Lucas perder um pouco o foco do que estava fazendo, pois ali também havia uma pergunta de Amybeth. Ele desistiria dela e do amor deles por conta de uma situação que não fora provocada por nenhum dos dois, mas por terceiros? Percebendo que ela o olhava preocupada, pois ele estava demorando a responder, o que atrapalharia toda a sequência, e teriam que recomeçar de novo, Lucas se concentrou novamente e respondeu:
-Eu amo você, mas espero que entenda que se eu fugir isso não acaba aqui. Teobaldo continuará a nos perseguir e nunca teremos paz.
-Você pode morrer. - ela disse quase chorando.
-Mas não vou. Prometo que volto para você amanhã. Espere por mim, meu amor. - ele a tomou nos braços novamente, e Julieta aproximou seu rosto do dele dizendo:
-Vou te esperar para sempre, mas se você não voltar mais para mim, então, também não terei mais motivos para continuar nesse mundo.
-Não diga isso.- Romeu respondeu, incapaz, de imaginar o mundo sem aquela garota linda e fantástica que era a única que amaria para sempre.
-Apenas me beije antes de ir. Quero guardar a lembrança do seu gosto até que esteja em meus braços de novo
Lucas hesitou por um minuto. Ele sabia que a cena do beijo teria que acontecer, pois estava no script, e encarara como natural aquele fato, mas agora frente aquele desafio, ele pensou se seria tão bom ator a ponto de deixar seus sentimentos pessoais de fora, enquanto beijava na ficção a garota que na realidade assombrava seus sonhos e que tinha sido sua inúmeras vezes? Os olhares de todos sobre ele fez o rapaz entender que estava ali a trabalho e que não poderia recuar da proposta da cena.
Assim, ele puxou Amybeth para si, e o sabor de cereja dos lábios dela o invadiu. Ele lutou para se lembrar que quem estava ali era Julieta e não sua namorada que ele vinha evitando a dias, mas tanto seu corpo quanto o seu coração o traíram, e ele deixou que sua paixão por ela falasse por si. Lucas sentiu Amybeth ceder, e como costumava fazer quando estavam juntos ela enterrou as mãos nos cachos escuros dele, e o rapaz sentiu o calor dela elevar a temperatura do corpo dele.
Quem olhasse ambos naquele momento, veria apenas dois ótimos atores tentando dar o melhor de si para que a cena fosse perfeita, mas só Lucas e Amybeth sabiam o quanto de verdade havia naquele beijo, pois era assim que se entendiam e como tudo começou a dois anos.
Quando se separaram, havia lágrimas verdadeiras nos olhos dela, e então ela disse:
-Vou te esperar o tempo que for preciso. Por favor, volta para mim.- a mensagem foi para Romeu, mas Lucas entendeu que a essência do que ela dissera atingiu-o exatamente por conta da situação que estavam vivendo no mundo real.
Com um aceno, Romeu se foi e desapareceu na escuridão, deixando sua amada para trás e todos os seus sonhos.
Lucas saiu do set de filmagem louco para voltar ao sossego do seu quarto. Tinha tanta coisa para pensar que sua cabeça não parava de trabalhar. Ele não podia fugir dos seus sentimentos para sempre, mas ainda precisava encontrar uma forma de fazer desaparecer toda a sua raiva antes que pudesse ter uma conversa sincera com Amybeth.
Quando estava terminando de se arrumar para voltarem para o hotel, ele recebeu uma mensagem de Amybeth que dizia:
"Sei que não quer falar mais comigo hoje, mas você disse antes da gravação que poderíamos conversar amanhã. Acha que consegue me encontrar no jardim do hotel às cinco da tarde de amanhã para resolvermos essa situação? "
Lucas pensou por dois segundos e logo respondeu:
"Está bem."
E assim ele encerrou a conversa e foi ao encontro do elenco que o esperava para voltarem ao hotel. Curiosamente, Amybeth não estava com eles, mas o rapaz não precisou perguntar nada, pois Cory logo lhe contou:
-Amybeth vai voltar mais tarde. Ela disse que ia visitar umas amigas em Toronto.
-Eu não perguntei nada.- Lucas retrucou de mau humor.
-Nem precisa, né? Se olhasse para si mesmo no espelho, veria o que estou cansado de saber. Aquela garota é importante demais para você e tudo o que a envolve diretamente te afeta. Eu vi a cena que fizeram juntos, e havia mais Lucas e Amybeth ali do que Romeu e Julieta.- Cory declarou antes de se sentar no seu lugar dentro da Van. Lucas não respondeu, mas ele sabia que o amigo estava certo, e o problema era que não queria dar o braço a torcer.
Naquela noite mais uma vez, ele jantou sozinho, e seu violão foi a válvula de escape que encontrou para não sucumbir a saudade que estava sentindo de Amybeth. O beijo que trocaram despertara nele todos os sentimentos que ele tentara sufocar nos últimos dias para não sofrer demais a falta dela, e foi impossível não se lembrar de tudo o que vivera desde a série.
Pela sua cabeça passaram os dois anos miseráveis que tentara em vão continuar sua vida ao lado se Shannon, fingindo que estava feliz com as coisas que tinha e conquistara. No fundo, ele sabia que se sentia vazio, e que de nada adiantara esconder de si mesmo quem ele realmente queria. Ele também se lembrou do reencontro de ambos, e todas as coisas que fizera para se reaproximar dela até que confessara o seu amor e ela por fim retribuira. Foram tantos dias felizes ao lado dela depois, que o impacto de pensar que poderia não mais vivê-los arrancara lágrimas de seus olhos, e quando percebeu, o dia tinha amanhecido e ele passara mais uma noite sem dormir.
Felizmente não teriam gravação naquele dia, e por isso Lucas aproveitou para colocar em dia suas coisas pessoais, se lembrando do encontro marcado com Amybeth ainda naquele dia. Ele não sabia o desfecho daquela situação, mas esperava que resolvessem tudo da melhor forma possível. Seu coração estava mais aberto naquele dia para escutar a versão dela, e as chances de que acontecesse um final feliz para ambos não parecia ser tão remotas assim.
Entretanto, logo depois do almoço, as horas de sono perdidas nos últimos dias começaram a cobrar seu tributo, e enquanto assistia uma de suas séries favoritas , o rapaz acabou adormecendo, e quando acordou já tinha escurecido. O pânico tomou conta dele quando percebeu que o relógio marcava sete da noite, e ele tinha perdido seu encontro com Amybeth. Lucas se levantou da cama em um pulo, totalmente desorientado e sem saber o que fazer. Assim, ele ligou para Amybeth para tentar se desculpar, mas a ligação caiu na caixa postal, deixando-o desolado ao constatar que ela deveria estar pensando que ele não fora no encontro de propósito, por conta de alguma vingança pessoal.
Contudo, quando começara a digitar uma longa mensagem como pedido de desculpas, seu celular tocou, e ao ver que era Cory, ele atendeu prontamente, mas nem teve tempo de dizer nada, pois o amigo falou de um jeito apressado:
-Vá até a janela e olhe para baixo.- e assim desligou logo em seguida.
Confuso e sem entender o pedido do amigo, ele resolveu ver do que se tratava e quase perdeu todo o ar de seu do pulmão ao ver um grupo de pessoas no jardim do hotel, e Amybeth no meio dela com um megafone nas mãos e que lhe disse assim que o viu na janela:
-Eu sei que você está chateado comigo, mas não pense que vai escapar de mim. Você sempre disse que eu tinha personalidade forte, mas não sabe o quão teimosa e insistente eu posso ser. Eu nunca desisto do que eu quero, e nesse momento o que eu quero é você.
Todos aplaudiram, enquanto Lucas observava espantado aquela cena, percebendo também que havia alguns paparazzi no local disfarçados e que filmavam a cena toda. Amanhã tudo aquilo estaria nos melhores sites de fofocas, e ele não poderia fazer nada ou mesmo desmentir como normalmente faria, pois havia várias testemunhas para confirmar o que estava acontecendo ali.
Como se não bastasse todo aquele espetáculo exposto aos olhos da mídia e a quem mais interessasse em assistir, alguém apareceu com uma escada por onde Amybeth começou a subir.
-O que essa maluca está fazendo?- ele se perguntou ao ver a namorada se equilibrar precariamente nos degraus, e temendo que ela caísse e se machucasse, Lucas gritou:
-Amy, desce já daí. Você pode se machucar. - mas a ruivinha não parecia estar disposta a desistir, e assim ela lhe respondeu:
-Eu consigo, não se preocupe.
A preocupação real de Lucas não era tanto pela altura , pois ele assim como Amybeth estavam hospedados no segundo andar, mas ele tinha descoberto no dia anterior sobre a fobia dela, e ele temia que no meio do caminho, a cabeça dela lhe pregasse uma peça, a fizesse entrar em pânico, o que tornaria toda aquela aventura em algo realmente perigoso.
Porém, ele estava de mãos atadas, e não conseguiria impedi-lá de onde estava. As únicas pessoas que poderiam fazê-la mudar de ideia era o pessoal do elenco e seus amigos pessoais, mas parecia que todos estavam dispostos a incentivar Amybeth naquela loucura. Por isso, ele observou com o coração apertado e quase sem respirar sua namorada subir devagar a cada degrau, parando para respirar a casa momento, como se estivesse com dificuldades para prosseguir. Lucas jurou que acabaria com a raça de cada um de seus amigos que estavam por ali assistindo aquela cena, se algo acontecesse com Amybeth.
Pouco a pouco, ela foi se aproximando da janela onde ele estava, mas apesar de tentar demonstrar autoconfiança no que estava fazendo, Lucas podia ver o medo se desenhar na expressão dela, e se perguntou porque ela mesma tinha se colocado naquela situação de perigo, sabendo o que poderia acontecer se perdesse o equilíbrio no meio do caminho? Antes que encontrasse uma resposta plausível para toda aquela loucura, ele a viu alcançar o último degrau, e pular para dentro do quarto dele com a fisionomia visivelmente aliviada, enquanto todos lá embaixo aplaudiam, e muitos flashes explodiam de todos os lados.
-Oi. - ela disse com um sorriso radiante.
-Oi. - Lucas disse, tentando não sorrir de volta. - Por que fez isso, Amybeth?- ele perguntou com uma expressão séria estampada em seu rosto.
-Eu precisava falar com você. - ela explicou, continuando a sorrir.
-E não podia usar métodos normais, como vir até aqui pelo elevador e bater na minha porta?- ele perguntou, tentando não se deixar levar pelos olhos azuis dela que brilhavam mais que tudo naquele momento. Como sentira falta disso também.
-Você não apareceu no nosso e encontro e eu quis garantir que não fugiria de mim de novo.- ela disse, dando um passo em direção a ele.
-E quem disse que eu ia fugir de você? Eu acabei adormecendo e perdi a hora. Foi só isso o que aconteceu.- Lucas relatou, morrendo de vontade de abraçá-la, mas não o fez porque sabia que tinham que esclarecer as coisas antes.
-Eu não tinha como saber disso. - Amy respondeu, ficando ainda mais próxima dele.
-Poderia ter me mandado uma mensagem e eu teria te respondido. - agora estavam cara a cara, e a fragrância do perfume dela fez a cabeça dele rodar com tanta força, que ele se viu preso aquele fascínio que ela sempre tivera sobre ele desde o começo.
-Eu achei que ainda estava zangado e não iria me responder. - ela disse , prendendo os olhos castanhos dele no azul infinito do dela.
-Então decidiu se arriscar assim? Você é maluca.- ele disse quase sorrindo dessa vez.
-Sim, eu sou completamente maluca por você. Será que não entende? Eu faria qualquer coisa para que você me perdoasse. Enfrentar o meu medo de altura não foi nada comparado aos dias em que tive que ficar sem você. Eu te amo, Lucas. Você é tudo o que sempre quis. Eu não posso e não quero ficar longe de você. Só diz que me perdoa, e eu juro que nada mais vai ficar entre a gente. Seremos apenas você e eu.
Lucas observou Amybeth por alguns segundos antes de responder. Ela estava tão linda ali na sua frente, com seus olhos imensos confirmando tudo o que acabara de lhe dizer que ele entendeu que faria qualquer loucura por ela também. Ele nunca amara ninguém daquela maneira, e ser amado na mesma intensidade de volta lhe provava o quanto era raro o que tinha com ela. Nunca seria assim com mais ninguém, como não fora com Shannon, e por isso, ele respondeu:
-Eu também amo você, e desculpe-me por ser um tolo completo.- o sorriso dela se alargou e ela o abraçou tão forte que Lucas desejou que nunca mais tivessem que ficar separados como ficaram nos últimos dias.
-Você sabe que está cheio de paparazzi lá fora observando a gente. - ele disse no ouvido dela.
-Eu sei.- ela respondeu.
-E também sabe que amanhã estaremos em todas as mídias sociais.
-Eu não me importo. Estou cansada de esconder o que sinto. Se você estiver do meu lado, eu enfrento qualquer coisa, pois você é tudo o que eu preciso
-Você também é tudo o que eu preciso.- ele respondeu, acariciando o rosto dela, e em seguida a beijou com todo o amor e paixão que havia por ela em seu coração.
Lucas não sabia como seria o futuro dali para frente, mas não tinha pressa de descobrir. A única coisa que lhe importava era que tinha a garota de seus sonhos em seus braços novamente, e apenas isso já era o suficiente para que ele fosse imensamente feliz.
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