Capítulo 18 - A beleza de um girassol
Olá, para quem gosta dessa história , mais um capítulo postado. E por favor me deixem seus comentários, vou gostar muito de saber o que estão achando dessa fic até aqui. Beijos.
AMYBETH E LUCAS
Os olhos azuis de Amybeth encararam o rapaz em sua porta tentando encontrar uma razão para ele ter aparecido sem avisar. Eles não tinham terminado sua relação em bons termos, mas ela pensou que Louis tivesse entendido que não haveria volta, e que se ele não queria aceitar sua amizade, então não havia motivos para continuarem se falando ou mesmo se encontrando.
Ela não desejara que fosse assim, pois ambos haviam sido bons amigos no passado, antes do relacionamento evoluir para algo mais romântico e não queria perder o que tiveram, mas Louis não estava colaborando, deixando Amybeth completamente irritada por seu comportamento claramente infantil.
- O que faz aqui, Louis?- ela perguntou sem se dar ao trabalho de ser educada.
- Pensei que ficaria feliz em me ver.- ele disse, mostrando-se profundamente ofendido pelo tom de Amybeth usou ao falar com ele
- Você só pode estar brincando.- a ruivinha deixou escapar, enquanto se perguntava se Louis tinha distúrbio de personalidade, porque mudava de humor conforme lhe convinha.
- AB, eu pensei que depois desse tempo separados, você tivesse percebido que somos feitos um para outro. Volta para mim. Nós éramos tão felizes.- Louis levantou a mão para tocar o rosto da ruivinha, mas ela deu um passo para trás, impedindo-lhe o gesto, fazendo com que a mão do rapaz caísse ao lado do corpo dele.
- Está mais enganado que nunca, Louis. Eu não mudei de ideia, e nem vou mudar. Sinto muito por não ter amado você como merecia, mas seria pior se continuássemos como estávamos.- Amybeth respondeu, desejando que ele entendesse de uma vez e a deixasse em paz.
- Você não pode estar falando sério. Por que não me deixa entrar para que possamos resolver tudo isso de outra maneira?- ele insistiu e Amybeth negou. Primeiro porque não havia chance nenhuma de que ela mudasse seus sentimentos, e segundo porque não queria que Louis confrontasse Lucas que que estava dormindo em seu quarto.
- É melhor você ir embora, Louis. - Amybeth disse, barrando a entrada do rapaz.
- Por que não quer que eu entre, AB? O que está escondendo de mim? - o rapaz perguntou começando a se sentir zangado pela maneira como sua ex namorada o estava tratando.
- Não estou te escondendo nada. Eu só não acho que devemos esticar uma conversa que não vai nos levar a nada.- ela mentiu. Estava ficando cansada daquela situação e queria que Louis seguisse em frente como ela.
- Você deveria ouvir o que Amybeth está te dizendo, Louis.- a voz de Lucas atrás dela lhe deu calafrios, pois a situação que tentou evitar estava acontecendo naquele instante, e ela tinha medo de como terminaria.
Louis olhou de Lucas para Amybeth e uma raiva absurda tomou conta do rapaz. Seu rosto ficou vermelho, seus olhos se apertaram enquanto suas narinas dilatadas deixavam transparecer o quanto ele estava transtornado com a situação.
- Eu devia saber. Como não desconfiei? Se Lucas está em seu quarto isso quer dizer que você passou a noite com ele. Como você pôde fazer isso comigo, Amybeth?
- Eu não te fiz nada. Não estamos mais juntos a quase um mês. Por isso você não tem que me cobrar satisfação nenhuma.- agora era a vez de Amybeth ficar indignada. Louis estava agindo como se ela o tivesse traído, e Amy não podia deixar que ele lhe pusesse uma culpa que não lhe cabia.
- A quanto tempo isso vem acontecendo?- ele apontou para a ruivinha e depois para Lucas.- Já estavam se encontrando quando nós estávamos juntos?
- Eu acho que isso não é da sua conta, Louis. Por que não vai embora? Não vê que está sobrando aqui?- Lucas disse colocando o braço em volta do ombro da namorada. Aquele gesto não passou despercebido a Louis que sentiu sua raiva aumentar, ao notar o grau de intimidade entre Lucas e Amybeth.
Por isso ele disse destilando sua ira em cada palavra dita:
- Eu não estou falando com você. A conversa é entre Amybeth e eu. - Então, ele se virou para sua ex namorada e continuou: - Não vai me responder? Eu quero saber se isso já acontecia quando estávamos juntos? - ele tornou a insistir.
- É claro que não. Você me conhece o suficiente para saber que eu jamais seria desleal a você a esse ponto. - Ela respondeu protestando.
- Eu pensei que conhecia.- Louis disse, olhando-a com estranheza.
- Somos amigos desde criança, Louis. Então, não me ofenda com sua desconfiança descabida.- Amybeth disse se sentindo extremamente zangada pelas palavras do rapaz que a estavam magoando demais. Ela nunca pensara que passaria por uma situação tão constrangedora
- Isso não interessa mais. A única coisa que entendo aqui é que você terminou comigo para ficar com esse cara, e que foi para a cama com ele logo em seguida. Como pôde ser tão baixa?- a raiva dele o cegava a um ponto em que as palavras saiam de sua boca sem que ele percebesse o significado ofensivo delas. Louis não conseguia enxergar que estava sendo injusto, e que por isso perdia o pouco de afeição que Amybeth ainda tinha com ele.
- Ei! Não acha que está passando do ponto? Não vou deixar que ofenda minha namorada na minha frente. Não pensei que fosse tão babaca, Louis.- Lucas disse, indo em defesa de Amybeth, o que deixou Louis ainda mais zangado.
- Sua namorada? Vou ter que lembrá-lo que antes de você aparecer ela era minha? - em seguida, ele olhou para Amybeth e perguntou:- Não é possível que não enxerga que esse cara está só te usando, e que quando perder o interesse vai te jogar fora sem se importar com seus sentimentos.
- Não fale como se me conhecesse, Louis. Você não sabe nada a meu respeito. - Lucas respondeu, dando um passo em direção ao rapaz, fazendo com que Amybeth que tinha ficado momentaneamente sem reação ao ouvir o que Louis dissera a seu respeito, despertasse de sua inércia, e ficasse entre os dois, pressentindo que nada de bom sairia daquele encontro.
- Vai embora, Louis.- ela pediu, e o rapaz percebeu pelo tom da voz dela que Amybeth não mudaria de ideia, por isso mais ferido do que antes, ele disse:
- Vai mesmo me trocar por esse conquistadorzinho barato, não é? Eu pensei que soubesse quem você é, Amybeth, mas hoje eu percebi que você tem a moral tão baixa quanto a de Lucas. Quando ele não te quiser mais, não venha correndo atrás de mim, pois minha porta estará fechada para você.- ele disse, antes de ir embora, deixando Amy tão trêmula, que ela pensou que não conseguiria se manter sobre as próprias pernas.
Ela não queria se importar com a mágoa que causara a Louis, mas a verdade era que se importava, porque a amizade de ambos sempre fora importante para ela, e perdê-lo por conta de um namoro mal sucedido a deixava arrasada. Por que as coisas não eram mais fáceis? Por que tinha que machucar outras pessoas para ser feliz? Ela não suportava pensar que por sua causa, Louis tivesse se tornado alguém amargurado e infeliz, e não havia nada que pudesse fazer para mudar o que acontecera.
- Amybeth.- de longe ela ouviu Lucas chamá-la e o fitou com seus olhos atormentados, o peito apertado e com um soluço preso na garganta que ela se recusava a deixar sair. Não queria fazer uma cena dramática na frente de Lucas, pois ele não devia ter que lidar com algo que era apenas responsabilidade dela.
- Desculpe, eu não sei o que dizer.- ela falou, encarando os próprios pés enquanto sua cabeça parecia cheia de pensamentos contraditórios.
- Ei, eu só quero saber se você está bem.- Lucas disse, acariciando o ombro direito dela com carinho.
- Eu....- ela fez um esforço para responder, mas ao ver a ternura na maneira como Lucas a encarava, assim como podia enxergar a preocupação naquele rosto lindo, ela não conseguiu segurar mais os soluços, e as lágrimas presas em sua linha d'água encontraram passagem e correram por seu rosto para sua própria consternação.
No minuto seguinte estava nos braços de Lucas, ouvindo-o dar-lhe conforto, enquanto Amybeth enterrava seu rosto no peito dele, encontrando ali o abrigo perfeito para suas emoções descontroladas.
- Calma, amor. Eu sei que foi difícil confrontar Louis assim, mas nada do que ele disse a seu respeito é verdade. Você é a garota mais incrível, sincera e verdadeira que já conheci. Ele estava com raiva porque te viu comigo.
- Será mesmo, Lucas? Estou me sentindo a pior pessoa do mundo.- ela disse soluçando.- Eu não queria tê-lo magoado dessa maneira.
- Eu sei, e tenho certeza de que ele também sabe. Louis só precisa de um tempo para processar tudo o que aconteceu. Quando a raiva dele passar, ele vai perceber o quanto foi injusto com você. - Lucas disse, tentando consolá-la. Ele odiava vê-la se culpando por ter se apaixonado por ele, quando ninguém tivera culpa naquela situação.
Amar alguém não era uma escolha, e sim algo que acontecia quando dois corações começavam a bater no mesmo ritmo, as emoções se alinhavam, e os pensamentos se tornavam um só. Não era algo que se pudesse evitar, ou mesmo esquecer no momento em que se desejasse. Ele tentara fazer isso, mas o tempo lhe provara que seu coração não era uma máquina que ele pudesse desligar e programar como quisesse. Lucas entendera que sentimentos verdadeiros não podiam ser manipulados, e que ele tinha pouco controle ou quase nenhum sobre eles, e que tudo o que podia fazer era vivê-los com intensidade para não se arrepender depois caso os ignorasse.
- Ele parecia estar tão cheio de ódio por mim.- Amy disse, tentando controlar o choro, mas fracassando miseravelmente.
Lucas segurou a mão dela, a beijou de leve, e depois puxou Amybeth até a cama, onde ele se sentou, e a fez se deitar em seu colo, sentindo que era daquilo que sua namorada precisava, ser cuidada, mimada, até que nenhuma tristeza rodasse seu coração tão generoso.
- Ele não te odeia, Amy. Louis estava com ciúmes. Isso é natural já que ele ainda é apaixonado por você. - Lucas disse com certo desagrado ao pensar sobre o assunto. Ele sabia que Amybeth o amava, não tinha mais dúvidas sobre isso. Mas ter consciência de que havia outro cara que sentia por sua namorada o mesmo que ele, o deixava com uma pitada de ciúme, mesmo entendendo que não tinha motivos para isso.
- Era para nossa manhã ter sido incrível. Perdoe-me se a visita intempestiva de Louis tenha estragado suas expectativas de nossa primeira manhã juntos.- ela disse um pouco mais calma, enquanto sentia Lucas tocando seus cabelos de forma relaxante. Ela mesma havia sonhado com um dia seguinte após a noite de amor com ele bastante especial. Era uma pena que não tivesse acontecido como imaginara.
- Nossa primeira manhã juntos continua sendo especial para mim. Você está aqui em meus braços como sonhei nesses dois anos, o que poderia ser mais maravilhoso que isso? - ouvi-lo falar daquela forma tão doce levou seus pensamentos tristes embora, ela o encarou, desenhando o maxilar dele com os dedos e disse:
- Obrigada pela noite de ontem. Foi mais lindo do que imaginei. Eu nunca pensei que pudesse compartilhar tanto de mim mesma com alguém em um ato assim.
- Eu é que tenho que agradecer. Você me fez o homem mais feliz do mundo. E espero ter muitos momentos assim com você daqui para frente.- Lucas seguiu a linha dos lábios dela com o indicador, desejando muito beijá-la, mas receoso que não fosse o que ela também queria naquele momento em que ela estava chateada pelo que acabara de acontecer.
Amybeth acabou com sua dúvida assim que ela se sentou na cama e colou seus lábios nos dele, que a receberam ansioso e cheios de desejo. Como era maravilhoso beijar Lucas agora, pois sentia no gosto dele a intimidade que partilhavam desde a noite anterior, porque naquele momento eles se conheciam da forma mais íntima e profunda que uma pessoa podia conhecer a outra, e essa percepção tornava tudo entre eles melhor e mais intenso. Até o toque dele era diferente, um pouco mais audacioso, mas que não deixava de ser cuidadoso, porque não eram mais só um garoto e uma garota dispostos a apenas satisfazer seus próprios desejos, eram um homem e uma mulher compartilhando sonhos, conectados por seu sentimentos e unidos por seu amor verdadeiro e puro.
Eles se separaram pesarosos, porque a falta de ar os impediu, e quando Lucas tornou a falar com Amybeth, ele manteve suas duas mãos segurando as laterais do rosto dela, porque assim ele poderia observar aqueles lindos olhos azuis mais de perto.
- Quer sair para tomar café agora?
- Não, ainda é muito cedo. Eu quero ficar mais um pouco com você na cama, já que não podemos acordar juntos.
- Está bem.- Lucas concordou, e logo em seguida ele se deitou na cama, levando Amybeth com ele, que enroscou suas pernas entre as dele, e permaneceu encarando o rosto dele como se tivesse hipnotizada.
O rapaz colocou sua mão na cintura dela e disse:
- Eu só quero esclarecer uma coisa antes de encerrar esse assunto para sempre.
- E o que é?- Amybeth perguntou, concentrando toda a sua atenção nele.
- O que Louis disse sobre um dia eu me cansar de você é totalmente irracional. O que eu sinto por você é de verdade, Amy. Isso que estamos vivendo é real para mim, não é só coisa de momento. Então, no caso de um dia você duvidar dos meus sentimentos, eu quero que se lembre que amo você, não importam as circunstâncias.
- Eu sei que está sendo sincero, porque sinto o mesmo em relação a você. Louis apenas quis me atingir quando disse isso, mas, ele não conhece você como eu conheço. - Ela lhe deu um selinho de leve, e depois ficaram na cama juntos por mais de uma hora, até que resolveram se levantar e ir até a cafeteira se juntar aos seus amigos.
Quando chegaram lá, perceberam que as meninas estavam sentadas em uma mesa e os meninos na outra. Assim, Amybeth se separou de Lucas dando-lhe um beijo na bochecha, e foi se reunir a suas amigas, enquanto Lucas se sentava com os meninos.
- Esses olhinhos brilhando querem dizer alguma coisa? - Kyla disse no mesmo instante em que Amybeth se sentou ao lado de Dalila.
- Sim, que estou apaixonada.- Amybeth respondeu com um sorriso tímido.
- Conte algo que nós ainda não saibamos.- Miranda disse de seu jeito debochado e divertido.
- Eu e Lucas passamos a noite juntos. - Ela confessou quase sussurrando.
- Não acredito. Quer dizer que rolou afinal?- Dalila perguntou com seus olhos cheios de curiosidade.
- Sim.- Amybeth concordou, sentindo seu rosto ficar vermelho de embaraço.
- Vocês se cuidaram, não é? - Dalila perguntou com a mesma preocupação de uma irmã mais velha.
- Claro que sim, Dalila. Não se preocupe. Eu tomo pílula desde os dezessete anos por conta de um problema hormonal, e tanto eu quanto Lucas somos bastante responsáveis. - Dalila apenas sorriu ante sua explicação
- Então, sacie uma curiosidade nossa. Como é passar a noite com o galã Lucas Jade Zumann? - Miranda perguntou de forma maliciosa.
- Ele é maravilhoso. - Amybeth respondeu se servindo de uma xícara de café.
- Só isso, AB? Ah, não. Eu quero detalhes . Você não pode chegar aqui, nos dizer que dormiu com o cara mais desejado do momento e nos dar apenas uma palavra como definição de sua noite com ele. Não me poupe dos detalhes sórdidos. - Amybeth apenas balançou a cabeça, rindo da indiscrição da amiga e respondeu;
- Ele é cuidadoso, carinhoso, e me deixou totalmente segura do que estávamos fazendo juntos. E isso é todo o detalhe que vão ter sobre isso. - Miranda fez um gesto de que não estava satisfeita com o que ela contara, mas não insistiria naquele assunto por enquanto. - A única coisa chata foi que Louis apareceu na minha porta hoje de manhã e pegou Lucas no meu quarto. - Ela disse com a voz entristecida. Ainda a aborrecia falar do ocorrido, principalmente quando se lembrava a forma como Louis a olhara.
- Como assim? Ele teve coragem de vir atrás de você, mesmo sabendo que vocês não tinham mais nada para dizer um ao outro?- Dalila perguntou inconformada com a história que Amybeth estava contando.
- Ele não aceita que tudo está acabado entre nós, e me disse coisas horríveis quando percebeu que Lucas e eu tínhamos passado a noite juntos.- Amybeth parou de falar ao perceber que estava à beira das lágrimas de novo.
- Eu não faço ideia do que ele lhe disse, AB, mas você não deve acreditar em nenhuma das palavras de Louis que te magoaram. O importante é que você e Lucas estão bem, depois de tanto tempo amando-o a distância. Aproveite esse momento ao lado dele e seja feliz, minha amiga. - Dalila disse, segurando-lhe as mãos com carinho.
- É isso mesmo, AB. Louis é um babaca. - Kyla disse fazendo Amybeth rir com sua careta de desgosto.
- E você e o Christian ? Se acertaram?- Amybeth perguntou a Miranda que respondeu:
- Mais ou menos.
- Esse mais ou menos quer dizer o que exatamente? - a ruivinha tornou a perguntar.
- Isso quer dizer que ela está dividida entre o Aymeric e o Christian. - Dalila entregou enquanto Miranda olhava feio para ela, e lhe mostrava o dedo do meio.
- Agora fiquei confusa. - Amybeth disse, franzindo a testa.
- Eu explico. O Christian é um gato, mas aquela carinha de bebê do Aymeric me deixa louca. Sem contar que ele beija divinamente bem. - Miranda disse com olhar sonhador que fez Kyla dizer:
- Agora ela está assim, dividida. Sem saber qual dos dois escolher.
- E o pior é que o Christian e o Aymeric andam se estranhando por conta disso, e Miranda fica cozinhando os dois em banho Maria.- Dalila disse com ar de reprovação.
- Eu não tenho culpa se os dois resolveram brigar por minha causa. Eu sou livre para escolher quem eu quiser. - Miranda respondeu sem se deixar abalar pelo olhar de censura de Kyla e Dalila.
- Ninguém está te julgando aqui, Miranda, somos suas amigas e nos preocupamos com você. - Dalila disse sendo apoiada por Kyla.
- Eu sei, mas não se preocupe, eu sei me cuidar - Miranda afirmou, comendo sua torrada amanteigada com prazer.
Enquanto Amybeth se envolvia na narrativa de suas amigas, na outra mesa onde Lucas estava sentado, o rapaz não tirava os olhos dela. Cada movimento da ruivinha era observado com extrema atenção, até que Cory disse estralando os dedos na frente de seu rosto:
-Terra chamando Lucas.
- Não enche Cory.- o rapaz disse irritado.
- Ele está apaixonadinho. Olha a cara de rendido. - Christian disse, apoiando o cotovelo na mesa.
- A questão não é só essa. Eu estou preocupado com ela. Louis apareceu na porta do quarto dela hoje de manhã e nos pegou juntos. Aquele idiota a fez chorar com sua falta de sensibilidade e despeito. Ele não se conforma que a perdeu, e a atacou com seu rancor. Amybeth ficou arrasada e apesar de eu a ter consolado como pude, eu sinto que ela ainda não está bem.- Lucas explicou.
- Quer que a gente dê um jeito nele? Acho que o cara está merecendo. - Christian disse endurecendo o olhar.
-Violência não vai levar a nada nesse caso, Christian. - Lucas disse, apaziguando o humor do amigo.- Eu mesmo posso colocá-lo no seu lugar se Louis teimar em incomodar Amybeth.
- Conta com a gente se precisar, Lucas. - Aymeric afirmou.
- Obrigado.- Lucas disse, olhando com afeição para o rosto de seus amigos. Na época da série tinham sido inseparáveis, depois aconteceu a pausa de dois anos quando cada um foi viver sua própria vida. E agora ele ficava imensamente feliz por ver que continuavam as mesmas pessoas, apesar de seu distanciamento pessoal
- Eu acho que devemos aproveitar nossos últimos dias de folga e sair para nos divertir. - Cory sugeriu.
- Qual é sua ideia? - Christian perguntou com animação.
- Eu conheço um barzinho aqui perto que somente permite a entrada se o cliente tiver adquirido convite antes. É um lugar exclusivo, sem a presença de paparazzi, ou qualquer outra pessoa inconveniente, onde podemos nos divertir sem o receio de sermos abordados por quem não desejamos.
- Acho uma ótima ideia, Cory. - Lucas concordou, seguido de Aymeric, Christian e Jacob.
- Vamos falar com as meninas. - Cory disse, e assim eles se levantaram e caminharam até a mesa onde as cinco amigas conversavam.
- Meninas, o que acham de hoje à noite irmos a um barzinho privado perto daqui?
- Eu topo, já me sinto vegetando dentro do meu quarto - Kyla disse, olhando significativamente para Jacob que lhe deu uma piscada bem humorada, fazendo-a rir baixinho.
- Nós também topamos. - Dalila e Miranda disseram juntas.
- AB? - Cory perguntou para a única pessoa que não havia se manifestado sobre o assunto.
- Eu não sei.- ela respondeu de forma hesitante, pois ainda estava traumatizada pela última vez que saíra para um simples passeio, e fora cercada por um bando de repórteres que pareciam querer dissecar cada parte dela.
- Vamos, amor. Você precisa se distrair. Estaremos todos lá com você. - Lucas sabia bem porque ela não queria sair, e embora respeitasse essa decisão dela, ele também queria que Amy sentisse que não tinha que lidar com aquilo sozinha.
- Tudo bem. Já que todos concordam, eu também topo. - Ela disse ainda temerosa por estar consentindo em algo que poderia acabar em um desastre, porém o olhar de Lucas sobre ela lhe passava a segurança que necessitava naquele momento.
- Ótimo. Estejam todos prontos às oito horas da noite.- e todos assentiram.
Logo após o café da manhã, Amybeth se reuniu com suas amigas no quarto de Diana a fim de passar um tempo com elas, e Lucas se juntou com os meninos para jogarem cartas no quarto de Cory.
Assim, o dia passou relativamente rápido, e quando a hora de se reencontrarem finalmente chegou, Lucas e Amybeth estavam loucos de saudades um do outro como se tivessem se separado a dias.
Nas circunstâncias em que estavam vivendo, isso era perfeitamente normal, já que na última semana o casal de atores tinha ficado todos os minutos juntos. Entretanto, ambos concordaram que às vezes precisavam de um tempo sozinho para fazerem suas próprias coisas, por isso passar um dia com seus amigos sem a interferência de um ou de outro, fazia parte desse acordo, e foi exatamente o que fizeram naquele dia. Contudo esse fato não impedia que sentissem falta dos momentos às sós que tiveram naqueles dias, e que dava ao relacionamento um ânimo diferente.
Quando Lucas bateu na porta de Amybeth, ele ficou admirando a aparência de sua namorada que estava radiante em uma blusa vinho segunda pele, e de mangas até o cotovelo, realçando a cor dos cabelos que brilhavam em contraste com o tecido, e fazendo uma excelente combinação com a calça preta justa nos quadris e larguinha nas pernas. Ela se maquiara de maneira cuidadosa, destacando com mais atenção seus olhos, os quais delineara com a cor azul. O perfume era dela era delicioso como sempre, e naquele instante Lucas descobriu que dali em diante sempre encontraria algo em Amybeth que a tornaria a seus olhos mais bonita que o dia anterior.
Como uma camaleoa, ela ia se revelando a ele pouco a pouco, assim como ele deixava a porta de si mesmo para que Amybeth pudesse entrar e descobrir o que quisesse a respeito dele. Tal fato o surpreendia demais, pois nunca fora tão transparente assim com ninguém. Sempre houvera uma parte de si mesmo que guardara a sete chaves e à qual somente ele tinha acesso, mas naquele momento ele não se importava que a ruivinha conhecesse todas as suas partes, pois em suas camadas mais profundas estava quem Lucas realmente era, e por sua sinceridade ele não tinha nada a esconder de sua atual namorada.
-Você está linda.- ele elogiou.
-Você também. - ela retribuiu o elogio, passando os olhos por sua camisa verde escura de mangas curtas que realçava seu tom de pele morena, a calça jeans desbotada que marcava o estilo despojado de Lucas e que o consagrava como amante da moda esporte chique .
- Os outros ficaram de nos esperar no saguão do hotel, e pelos meus cálculos já devem estar lá nesse exato momento.- Lucas comentou, consultando seu relógio de pulso.
- Então, vamos nos reunir a eles. - Amybeth disse, segurando na mão dele e o puxando para o elevador.
Como Lucas imaginara, o grupo todo já os esperava, e os cumprimentou efusivamente quando o casal apareceu de mãos dadas e com um grande sorriso no rosto, e depois seguiram para a van particular que Cory havia alugado para que os levasse ao barzinho em segurança. Uma vez lá dentro, cada casal seguiu para um canto, enquanto Lucas e Amybeth encontraram uma mesa vaga para se sentarem e curtirem a noite juntos.
- Quer tomar alguma coisa?- Lucas perguntou.
- Uma soda seria ótimo. - Ela respondeu
- Espere aqui que vou buscar.- Lucas disse, dando-lhe um beijo na testa.
Enquanto o namorado se ausentava por alguns minutos, a atenção de Amybeth ficou presa em um jogo de sinuca que acontecia a alguns metros dali. Ela não entendia nada das regras, mas estava sendo divertido ver o rosto feliz de um jogador quando ele fazia uma ótima tacada, e seus resmungos quando o jogador adversário marcava mais pontos que ele.
- Quer jogar?- ela ouviu Lucas perguntar, assim que ele voltou para a mesa e a viu observar o jogo quase sem piscar
- Eu não entendo nada das regras.- ela respondeu, sorrindo para Lucas.
- Eu te ensino.- ele respondeu, e Amybeth resolveu tentar. Afinal estava ali para se divertir e curtir todas as experiências boas que aquela noite poderia lhe proporcionar ao lado de Lucas.
- A regra é bem simples. Existem as bolas pares e ímpares. Se você escolher ficar com os pares, deve usar a bola branca para tentar derrubar somente as bolas pares dentro da caçapa. Ganha quem somar mais pontos de bolas derrubadas. - Ele explicou. - Vamos treinar primeiro, e depois jogamos para valer.
Lucas escolheu um taco apropriado que Amybeth pudesse usar, passou giz na ponta e o entregou a ela, ficando bem atrás do corpo da ruivinha, para ajudá-la a posicionar o taco de forma correta.
-Você deve segurar com firmeza no taco para que possa fazer uma boa jogada. - Ela assentiu, sentindo uma mão dele em sua cintura e a respiração quente em seu pescoço, fazendo-a imaginar como conseguiria se concentrar em alguma coisa, tendo Lucas tão perto dela daquela maneira.
- Agora, gire a mão dessa maneira - ele falou próximo de seu ouvido, mandando mais arrepios por toda a sua pele.
- Isso. Agora tente inclinar o corpo e acertar aquela bola azul. - Ele pediu e Amybeth fez exatamente como ele dissera, acertando duas bolas de uma vez que caíram dentro da caçapa.
- Isso. Agora tente se concentrar e fazer a mesma jogada de antes. - ele pediu, e ela se perguntou se ele estaria fazendo de propósito. As mãos dele acariciando seu quadril de leve a deixavam elétrica, e a respiração quente de Lucas em seu pescoço mandava certas mensagens para seu corpo que a fazia ter vontade de se virar e agarrá-lo ali mesmo, mas tentou manter a atenção no jogo e não no rapaz que sabia provocá-la de maneira sutil.
Quando todas as bolas foram devidamente jogadas na caçapa, ele disse mais uma vez em seu ouvido:
- Bom trabalho, amor.- e subiu as mãos devagar pelo abdômen dela até parar um pouco abaixo de seus seios, e depois continuou : - Agora vamos jogar de verdade.
E assim, ele a soltou, pegou outro taco para iniciar um novo jogo, deixando-a aliviada e frustrada ao mesmo tempo, porque de certa forma estava gostando da tática de Lucas de tentar seduzi-la sutilmente.
Eles jogaram cerca de quatro partidas, com duas vitórias para ambos os lados, depois disso, Lucas a arrastou para a pista de dança, onde protagonizaram beijos ardentes e de onde não saíram mais até que todos do grupo concordaram em voltar para o hotel.
Quando chegaram em frente do quarto de Lucas, Amybeth disse:
- Obrigada por essa noite, eu realmente estava precisando de algo assim para relaxar.
- Não vai entrar?- ele perguntou ansioso.
- Eu acho que não devo. - Ela disse, receosa de começar a criar uma dependência emocional de Lucas que não seria nada bom para o relacionamento dos dois.
- Por que não? - ele perguntou sem entender a atitude dela.
- Não acha que estamos exagerando? Quer dizer, dormimos a semana toda juntos.
- Não, nem chegamos perto de tudo o que quero fazer com você. - ele disse de maneira tão direta que fez Amybeth engolir em seco. - Apenas para te corrigir. Dormimos na mesma cama todas as noites, mas fizemos amor apenas uma vez, e esse é um fato que pretendo repetir essa noite, e em todas as outras que eu tiver o privilégio de partilhar a mesma cama que você.
Sem esperar que ela respondesse ou pensasse em fugir, ele abriu a porta do quarto e a puxou para dentro, deixando Amybeth ansiosa por saber o que ele tinha em mente naquele instante.
- Espere um instante. - Ele pediu, saindo da suíte e logo em seguida voltando com um vaso onde estava plantado um girassol.- Uma vez você me disse que gostava dessa flor, então esse vaso é para você.
-Você realmente se lembrou disso? - ela perguntou a ele espantada.
- Sim, porque se tornou a minha flor favorita também desde então. Você sabe o que significa o girassol, Amybeth?- ela balançou a cabeça negando, enquanto seus dedos acariciavam cada pétala com carinho.
- Significa felicidade, calor, vitalidade, lealdade e altivez. Tudo o que você tem representado em minha vida desde que entrou nela a dois anos atrás e eu fui um cego por não ter percebido isso. antes. Você é o meu sol, Amybeth, e eu juro que farei de tudo para que essa sua luz maravilhosa nunca se apague.
Amybeth não soube o que dizer, porque a emoção ao ouvir o que Lucas acabara de lhe falar a deixava sem palavras. Ela o envolveu com seus braços, e colou seus lábios nos dele, deixando que o rapaz percebesse o quanto o seu amor por ele era imenso, e que sua doce declaração só provava que Lucas era o cara certo para ela. Ele se afastou minimamente dela e disse sussurrando:
- E eu prometo que o nosso acordar amanhã vai ser o melhor de todos.
Amybeth apenas sorriu e tornou a beijá-lo, deixando que o rapaz lhe mostrasse nas próximas horas que era realmente verdade o que acabara de lhe prometer
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