Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 29


Faltam apenas algumas horas para o meu casamento com Leonidas. O que deveria ser o grande dia da minha vida está prestes a começar, mas, na realidade, é um evento que se desenrola com um gosto amargo. Durante toda a semana, Leonidas me surpreendeu constantemente. Ele me presenteou com joias exuberantes, vestidos magníficos e fez de tudo para me agradar, seguindo todas as convenções que se esperam de um noivo dedicado. Cada gesto dele, desde as surpresas elaboradas até os gestos de carinho, foram planejados para impressionar e conquistar meu coração. No entanto, apesar de todas essas demonstrações de afeto e de um esforço visível para fazer de mim uma noiva feliz, não consigo afastar a repulsa que sinto por ele. Seus sorrisos, seus presentes e até mesmo a atenção dedicada parecem não ser suficientes para apagar a sensação de desconforto que persiste em meu interior. Enquanto a noite avança e o grande dia se aproxima, meu coração está em tumulto. O brilho das joias e a opulência dos presentes não conseguem encobrir a verdade que sinto por dentro. O que deveria ser um sonho realizado está se tornando uma realidade que eu não estava preparada para aceitar. As horas restantes são um misto de ansiedade e desconforto, enquanto me preparo para enfrentar um futuro que não é exatamente o que eu imaginara.

— Será a última prova do vestido, Majestade. — Ananda diz, ajustando com cuidado as camadas do meu vestido elaborado.

— Que seja mesmo, porque não aguento mais colocar e tirar este vestido a cada hora. — Desabafo, sentindo a frustração crescer.

Estou em meu quarto, em cima de um banquinho diante do espelho, com o vestido sobre meu corpo. Ananda e Celeste correm de um lado para o outro, finalizando os últimos detalhes e fazendo ajustes minuciosos. Cada movimento delas é um lembrete do quão meticulosa e cansativa esta preparação tem sido.

— A senhorita sabia...

Brenda, uma das outras criadas, começa a falar enquanto ajusta um dos detalhes finais.

— Que este vestido era para ser de sua mãe? — Ela revela inesperadamente.

Sinto um frio na espinha e meu corpo se estremece com a revelação. O silêncio que se segue é carregado de tensão.

— Brenda! — Ananda e Celeste exclamam em uníssono, com um tom de reprovação.

— O que foi? — Brenda pergunta, sua expressão carregando uma inocência que parece fora de lugar.

— Isso é verdade? — Interrogo, virando-me para encarar Ananda e Celeste, minha curiosidade e inquietação crescendo.

— Sim. — Ananda responde com um tom grave. — Leonidas queria se casar com sua mãe, mas no dia do anúncio ao povo de Brownwood, ela fugiu. Desde então, este vestido permaneceu guardado com grande cuidado. Ouvir dizer que foi um sacrifício para ele recuperar o vestido, visto que o vestido estava na antiga BrownWood, como de fato conseguiram, é um mistério. 

Meu coração acelera com a revelação. O fato de que Leonidas havia planejado originalmente casar-se com minha mãe adiciona uma camada complexa a toda essa situação.

— Então ele já sabia que iria se casar comigo? — Minha curiosidade é agora uma chama acesa.

— Não! — Celeste intervém com uma firmeza que parece querer encerrar a discussão.

— Se ele não sabia, então por que ele guardou o vestido? — Olho para elas, tentando entender o significado por trás dessa decisão.

— Essa não é a única coisa que nossa majestade guarda... — Começa Brenda, mas sua frase é interrompida por um tom de aviso.

— Brenda, foque no seu trabalho! — Celeste repreende, claramente desconfortável com a conversa.

— O que ela quis dizer? — Interrogo mais uma vez, voltando meu olhar exclusivamente para Brenda, que parece confusa e inquieta.

— Nada. Nada. — Ananda repete freneticamente, tentando mudar de assunto para evitar mais complicações.

O clima no quarto é agora pesado com perguntas não respondidas e uma sensação crescente de desconforto. A revelação sobre o vestido e o silêncio evasivo deixam no ar uma nuvem de mistério e incerteza. Após a prova do vestido, o restante da noite continuou com uma série de testes e preparativos para o grande evento. Tive que passar pela prova do bolo, uma degustação exaustiva onde experimentei uma variedade de sabores e recheios, tentando escolher o mais perfeito para a ocasião. Em seguida, houve a prova dos comes e bebes, onde cada prato e bebida foi apresentado com detalhes meticulosos, exigindo que eu avaliasse cada um deles com um olhar crítico e exigente. Além disso, precisei finalizar a escolha das decorações, desde os arranjos florais até as ornamentações que adornariam o salão de festas. Cada detalhe precisava ser perfeito para o grande dia. Também houve a seleção dos convidados, cujos nomes eu não conheço, e a realidade de que eu provavelmente não conhecerei a maioria deles pesava sobre mim.

Leonidas esteve pouco presente durante todo esse processo. Ele estava ocupado com a parte burocrática do casamento, mergulhado em documentos e reuniões, cuidando de toda a papelada necessária para garantir que tudo estivesse em ordem para o grande dia. Quando finalmente terminei todas as minhas tarefas e afazeres, um alívio profundo tomou conta de mim. Dirigi-me de volta ao meu quarto com um sentimento de cansaço misturado com uma necessidade desesperada de encontrar um pouco de paz. Meu objetivo agora era estar com minha princesa, desfrutar de um momento de tranquilidade e carinho que contrastava com a agitação do dia.

— Eu não gosto muito daqui, mamãe. — Meredith resmunga, com uma expressão de descontentamento enquanto brinca com seu ursinho.

Ela está sentada diante de mim, e eu cuidadosamente faço tranças em seus cabelos vermelhos brilhantes, tentando acalmá-la com minha presença reconfortante.

— Eu sei, querida, mas já conversamos sobre isso antes. — Esforço-me para tranquilizá-la.

— Mas aqui é tão sem graça. — Continua a resmungar, claramente frustrada.

— Eu entendo, meu amor. — Digo suavemente. — Mas amanhã, a mamãe vai se casar com o dono deste lugar, e teremos que ficar aqui com ele por um tempo.

Ao ouvir a palavra "casamento", seus olhos se iluminam e ela parece mais animada.

— Casamento? Eu gosto de casamentos! — Ela diz, sorrindo com entusiasmo.

— Sim, um casamento! — Sorrio de volta, animada com a mudança de humor dela. — E, sabe o que mais? Você terá um quarto de princesa só para você.

— Um quarto? — Ela se vira para mim com uma expressão de surpresa e curiosidade. — Um quarto só para mim, mamãe?

— Exatamente! Um quarto especialmente para você. Você poderá ter tudo o que quiser lá, meu amor. — Garanto, envolvendo-a em um abraço acolhedor.

O sorriso dela se alarga, e eu vejo uma nova centelha de felicidade em seus olhos. A perspectiva de um espaço só dela parece fazer com que tudo pareça um pouco mais suportável. Meredith não diz uma palavra, apenas me abraça com um sorriso radiante no rosto. Ela se aconchega em seu cantinho, abraçada a Ted, seu ursinho de pelúcia, e logo adormece tranquilamente. Eu me deito ao seu lado, envolvendo-a em um abraço protetor. A sensação de seu corpo pequeno e quente contra o meu é reconfortante, mas o sono não vem para mim. Em vez disso, fico acordada por horas, imersa em um turbilhão de emoções e pensamentos sobre o dia de amanhã. Sinto o arrependimento me consumir, uma onda avassaladora que parece não dar trégua. Cada vez mais, a certeza de que não há mais retorno para o que está por vir se solidifica. O peso da decisão que tomei se torna cada vez mais real. 

— Suas olheiras estão terríveis, Alinna! — Juliete comenta, examinando-me com uma expressão preocupada.

— Eu sei. — Respondo, com um tom cansado. — Não consegui dormir direito.

— Meninas, agilizem-se! Temos muito trabalho pela frente! — Juliete dá uma última olhada para nós antes de sair. — Alinna, vou precisar sair agora, mas se precisar de algo, é só chamar.

Com um aceno apressado, Juliete desaparece do quarto, deixando-me com as demais, enquanto me esforço para manter a compostura diante do peso de tudo o que está por vir. Logo depois, as meninas começaram a se apressar para me preparar para o grande dia. Primeiro, fui guiada para um banho especial, repleto de sais aromáticos e óleos com flores de Ana. A água quente envolvia meu corpo em uma fragrância suave e revigorante, prometendo uma sensação de frescor e relaxamento. Depois do banho, calçaram minhas meias com cuidado, garantindo que estivessem perfeitamente ajustadas. Em seguida, me ajudaram com uma massagem relaxante, concentrando-se nas áreas tensas e aliviando o cansaço acumulado. Cada toque era uma tentativa de suavizar o estresse e preparar meu corpo para o evento. A maquiagem veio a seguir, com um esforço meticuloso para camuflar as olheiras e ressaltar minhas melhores características. As pinceladas e técnicas habilidosas transformaram meu semblante cansado em um retrato de elegância e beleza. Enquanto isso, meu cabelo era tratado com a mesma atenção aos detalhes. As tranças e penteados foram ajustados até que cada fio estivesse no lugar certo, complementando o estilo que escolhi para o dia. Finalmente, as meninas ajudaram a vestir o vestido com um cuidado reverente. Cada movimento foi feito com precisão para garantir que o vestido caísse perfeitamente, ajustado e pronto para me transformar na imagem de realeza que eu precisava ser.

— Por que você está chorando, Celeste? Está emocionada? — Direciono toda a minha atenção a ela, observando curva de seu rosto.

— Não. — Ela responde rapidamente, enxugando as lágrimas que teimam em escapar.

— Só falta o véu agora... — Brenda diz, enquanto cuidadosamente coloca o véu sobre minha cabeça.

Eu me vejo no espelho, admirando a imagem que me reflete. Um silêncio de admiração preenche o ambiente por alguns instantes.

— Agora as joias. — Completa Ananda, com um toque de expectativa na voz.

Olho ao redor em busca de Meredith e a chamo.

— Meredith!

Ela aparece, pequena e encantadora em seu vestidinho de princesa, correndo até mim. Agacho-me para estar na sua altura.

— Mamãe, você está linda. — Seus olhinhos brilham de felicidade ao me ver.

— Quero te dar um presente. — Digo, tirando meu bracelete, que foi de minha avó e de minha mãe, e colocando-o delicadamente no bracinho dela.

— Que lindo, mamãe. Obrigada. — Ela exclama, sorrindo radiante, antes de sair correndo feliz com seu novo presente, após me dar um grande abraço.

— Ela é um encanto. — Brenda elogia, admirando a cena.

— Está pronta, majestade? — Dilan e Warner batem na porta, interrompendo o momento com uma pergunta formal.

— Sim, ela está pronta — Responde Celeste por mim, com um sorriso um pouco forçado.

Saímos do palácio e seguimos em direção à Catedral da cidade na carruagem. Quando chegamos, a visão da Catedral me deixa boquiaberta. A imensidão de pessoas que se reúne para o evento é verdadeiramente impressionante. Do lado de fora da igreja, a multidão se estende até onde os olhos podem ver. A praça ao redor está cheia de convidados e curiosos, todos ansiosos para testemunhar a cerimônia. As decorações brilhantes e as bandeiras que adornam a entrada da Catedral estão em perfeita harmonia com a festividade, enquanto os sons de murmúrios e sussurros se misturam ao burburinho constante da multidão. Mesmo de dentro da carruagem, consigo perceber a grandeza da ocasião. As pessoas estão agrupadas em camadas, de pé e sentadas, preenchendo a área ao redor da Catedral. O que deveria ser um momento íntimo está se transformando em um espetáculo grandioso, e a pressão de estar no centro dessa atenção faz meu coração acelerar. O contraste entre a calma do interior da carruagem e o movimento frenético do exterior cria uma sensação de distanciamento, como se eu estivesse à parte da realidade que se desenrola diante de mim. Ao me preparar para descer, o peso da expectativa e da solenidade do dia se torna ainda mais real.

— Pode ficar tranquila. Você será bem escoltada. — Assegura Warner, notando a preocupação em meu rosto.

Não digo nada, apenas balanço a cabeça em concordância, tentando absorver o consolo.

— Pronta? — Dilan me oferece sua mão como apoio, sua voz espantosamente saiu com um tom firme e encorajador.

— Sim. — Sinto minha voz traindo meu nervosismo. Minhas mãos estão úmidas e tremem ligeiramente, enquanto meu coração parece querer saltar pela boca.

Desço da carruagem e, ao ser avistada, a multidão explode em frenesi. O barulho é ensurdecedor e o tumulto parece engolir meus sentidos. Os gritos desesperados pelo meu nome são abafados pela sensação de estar imersa em um mundo de silêncio. As pessoas tentam se aproximar, mas são rapidamente contidas pelos meus guardas, criando uma barreira que parece tanto uma proteção quanto uma prisão. O corredor da igreja se estende diante de mim como um túnel sem fim, e o ambiente sagrado parece se transformar em uma gigantesca tela de projeção para meus pensamentos e memórias. No lado meu lado esquerdo, meu pai sorri para mim, seu olhar cheio de ternura e orgulho, dizendo silenciosamente: "Vai dar tudo certo, minha boneca." Sua presença é um lembrete doloroso do que poderia ter sido, uma peça essencial que falta neste dia. À frente, o que vejo é Erik, com seu sorriso irresistível que sempre me acalma. Seu cabelo está impecavelmente arrumado, e ele veste um terno que combina o charme de um príncipe com o ar de um soldadinho de chumbo. Uma rosa vermelha se destaca em seu bolso, uma pequena homenagem que parece um eco do passado. Do outro lado do altar, Áries segura um buquê quase idêntico ao meu. Ela está trocando cotoveladas com Klaus e Vlad, que quase saltam de alegria e me acenam com entusiasmo. Sorrio ao ver essas figuras familiares, imaginando como seria perfeito se a cena realmente fosse real. Fecho os olhos e, ao abrir, eles desaparecem. Não estão mais lá. Em seu lugar, vejo Leonidas, seu rosto marcado por um sorriso nervoso que eu nunca imaginei ver. Uma lágrima escapa de seus olhos, e ele rapidamente a enxuga, tentando recuperar a compostura. Quando chego ao altar, Leonidas me recebe com um beijo suave na testa. Em seguida, ele segura minha mão, entrelaçando nossos dedos. Inclino a cabeça e olho para nossas mãos unidas, o contato é frio e real, um símbolo de um compromisso que me faz questionar meu próprio coração. Enquanto o padre inicia a cerimônia, suas palavras se misturam com um zumbido distante. Meu olhar está distante, perdido nas profundezas dos meus pensamentos, e minha mente está em conflito com o que está acontecendo. Cada palavra soa como um eco vazio, e a cena ao meu redor se torna uma mistura confusa de sentimentos e reflexões.

— Agora direi seus votos para que vocês possam...

— Eu já fiz meus votos. — Leonidas interrompe, sua voz firme e decidida.

— Claro, que ótimo majestade. Fique à vontade. — O padre responde com um gesto de permissão.

Leonidas se volta para mim, e eu faço o mesmo. Estamos agora de frente um para o outro, as palavras que ele está prestes a dizer carregam um peso que parece reverberar por todo o espaço.

— Alinna Sky, hoje, diante de todos aqui presentes, eu te desafio a me aceitar como seu primeiro e único. Juro a você que sou digno de estar em seus braços. Dê-me a chance de provar que sou o único capaz de caminhar ao seu lado, até que o fim se inicie. — Ele se aproxima e beija suavemente minhas mãos, um gesto que parece carregar todas as emoções e esperanças dele.

Olho ao redor e vejo as mulheres e damas do reino suspirarem em uníssono ao ouvirem as palavras de Leonidas, na verdade Derek. Seus olhares são cheios de admiração, quase como se ele tivesse pronunciado um encantamento poderoso que deixou todos encantados. Confesso que estou profundamente tocada por suas palavras. Nunca alguém havia se dirigido a mim com tanta intensidade, tanta sinceridade. A magnitude do momento me envolve, e sinto um misto de curiosidade e apreensão. Será que ele realmente falou do fundo do coração? Ou suas palavras foram apenas um ensaio de oratória para agradar os convidados? O desejo de saber a verdade de alguma forma me consome, uma curiosidade que me atormenta. Meus pensamentos se agitam, entrelaçando-se com os sentimentos conflitantes que surgem a cada batida do meu coração. O que ele realmente sente por mim? O que ele espera para nós dois? As dúvidas permanecem, e a resposta parece tão distante.

— Alinna? — Pergunta o padre, interrompendo meus pensamentos.

— Eu não fiz nenhum voto. — Respondo, um pouco constrangida, sem saber que Leonidas tinha decidido tomar a frente dessa maneira.

O padre sorri compreensivamente e inicia o voto mais tradicional e clássico de todos os casamentos. Com um sentimento de leve alívio, sigo suas palavras e repito a cerimônia conforme a tradição.

— Leonidas, você aceita Alinna como sua legítima esposa? — Pergunta o padre com uma voz solene.

— Sim! — Leonidas responde com firmeza, colocando a aliança em meu dedo e depositando um beijo carinhoso sobre a minha mão.

— Então... Meredith, você aceita Nicolay como seu legítimo esposo? — Pergunta papai com um tom divertido.

Mamãe, sem conseguir conter a risada, cai na gargalhada.

— Pare de rir, Meredith!

— Parei. Sim, aceito! — Ela responde entre risos, visivelmente feliz.

Papai para por um momento e olha para ela com uma expressão ligeiramente séria, criando um breve momento de tensão.

— Hum, Hum.

 — O que foi? — Pergunta mamãe um pouco confusa.

Papai arregala os olhos incrédulo.

— Ah, sim! É minha vez? — Mamãe diz com uma voz engraçada, imitando um tom masculino. — Nicolay, você aceita Meredith como sua legítima esposa?

— Não. — Papai responde, provocando uma pausa enquanto mamãe para de rir, antes de continuar com um sorriso.

— Brincadeira! Aceito.

O momento é cheio de ternura e nostalgia, e a lembrança de meus pais juntos me invade com uma força inesperada. Por que essa lembrança vem à tona logo agora? É como se o passado, com todas as suas memórias queridas e dolorosas. Fazia tempo em que eu não era levada para as lembranças de papai. Talvez as consequências por ter abusado dos poderes de Magia, levem um tempo para se dissiparem de uma vez. 

— Alinna? — O padre me chama, trazendo-me de volta ao presente.

Leonidas me observa com um olhar ansioso, e sinto a tensão na sala enquanto todos esperam minha resposta. Com um esforço para manter a compostura, sinto um nó apertado no estômago, mas forço um sorriso e digo:

— Sim, aceito.

Coloco a aliança no dedo de Leonidas, com um gesto tão carregado de emoção quanto de formalidade. O padre, com um sorriso cerimonioso, anuncia:

— Pelo poder a mim investido, eu vos declaro marido e mulher, rei e rainha de Treeland. Majestade, pode beijar a noiva!

Leonidas se inclina para me beijar, sinto uma onda de emoções conflitantes. A cerimônia chega ao seu clímax, e o beijo sela nossa união sob o olhar atento de todos os presentes. Ele me beija suavemente, e a sala se enche com um estrondoso aplauso dos convidados. Me desvio delicadamente de Leonidas para não prolongar o beijo mais do que o necessário. Após a cerimônia, seguimos para a coroação, um evento que segue as tradições e protocolos que tornam a ocasião ainda mais grandiosa. A coroa é colocada em minha cabeça com um ritual que parece se arrastar interminavelmente. O peso da coroa é mais simbólico do que físico, representando a pesada responsabilidade que vêm com o título. Mesmo com toda a solenidade e formalidade do evento, não posso deixar de sentir que a cerimônia é um espetáculo que se arrasta, uma grande palhaçada que, apesar de sua importância, se tornou cansativa e opressiva para mim. Minha mente vagueia, cansada e ansiosa, desejando apenas que tudo termine para que eu possa finalmente encontrar um momento de paz e refletir sobre o que realmente significa esse novo capítulo em minha vida.

O casamento já foi há algumas horas, e eu passei por uma maratona de beijos, elogios, paparicos, abraços e cumprimentos. As celebrações estão em pleno vigor, e o reino se transforma em uma grande festa. As pessoas dançam animadamente, brindam e se deleitam com banquetes elaborados. O ambiente está repleto de risos e música, e a atmosfera é de pura alegria e celebração. Enquanto isso, eu me encontro sentada em meu trono, observando o caos festivo à minha volta. O trono, agora um símbolo de minha nova posição, parece mais um assento de observadora do que um local de poder. O brilho da aliança em meu dedo me chama a atenção, e eu a giro entre meus dedos, absorvendo a sensação de seu peso e o frio metálico contra minha pele. Cada movimento da aliança reflete as luzes cintilantes do salão, como um lembrete constante do compromisso que simboliza. Sinto uma estranha mistura de distância e introspecção enquanto o resto do mundo celebra ao meu redor. Embora eu esteja fisicamente presente, minha mente vagueia entre o cansaço e a exaustão, absorvendo a realidade do que significa ser agora uma rainha oficialmente. A festa continua, com o burburinho alegre dos convidados contrastando com o meu estado de contemplação silenciosa.

— Precisamos animar essa festa para você! — Diz Juliete, pegando minha mão, se esforçando para me levantar do trono.

— Não se preocupe comigo, eu estou ótima. — Tento convencê-la, ainda sentada e observando a celebração.

Juliete ignora meu protesto e, com um sorriso determinado, pega uma taça da mão de Warner. Ela a ergue no ar e bate na lateral para chamar a atenção de todos.

— O que está fazendo? — Cochicho, surpresa com sua ousadia.

— Povo de Treeland, chegou a hora da dança do rei e da rainha! — Juliete anuncia com entusiasmo, a voz ecoando pelo salão.

Leonidas estava na escada, envolvido em uma conversa com alguns homens, quando as palavras de Juliete ecoaram pelo salão. Seus amigos, com risos e provocações, o empurraram para ir ao centro do salão. Ele fez um pequeno charme, fingindo relutância, mas logo desceu e se posicionou no meio, seus olhos fixos em mim. Eu, por minha vez, fiquei estática, sem saber o que fazer. Juliete, sempre determinada, me deu um empurrão suave, me obrigando a avançar. Senti um calor subir pelo meu rosto enquanto caminhava, desconcertada, até ficar frente a frente com Leonidas. O silêncio era quebrado apenas pelos murmúrios curiosos ao redor. Então, a música começou. Todos os presentes formaram uma roda ao nosso redor, ansiosos para testemunhar a dança real. Leonidas me ofereceu a mão, e com um pouco de relutância, aceitei. Assim que meus dedos tocaram os dele, ele me puxou para mais perto, sua mão esquerda deslizando devagar até descansar em minha cintura. Prendi a respiração, sentindo o peso de seus olhos sobre mim. O único lugar que consegui olhar foi para o terno impecável que ele vestia.

Leonidas me segurou com firmeza, aproximando nossos corpos de maneira quase sufocante. Rodamos pelo salão, nossos passos em perfeita sincronia, mas minha mente estava longe. Ele me girou suavemente e, ao me trazer de volta para seu corpo, seus olhos prenderam os meus, um olhar intenso e cheio de significados que eu não queria decifrar. Ele aproximou sua testa da minha, sua respiração quente se misturando à minha, enquanto sua mão apertava minha cintura. Senti sua vontade de me beijar, mas ele se controlou e, ao invés disso, pressionou os lábios contra meu pescoço. Eu o abracei, não por desejo, mas para evitar encará-lo. O perfume dele era forte e envolvente, mas havia algo mais, algo que me apertava o peito. Uma lágrima solitária escorreu de meus olhos, sem minha permissão, e não consegui entender completamente por que ela veio. Talvez fosse a dor de saber que nunca mais teria esse momento com Erik, mesmo com todas as nossas brigas. Eu sempre soube, no fundo do meu coração, que o verdadeiro amor que senti foi por Erik. E agora, no meio de toda essa grandiosidade, percebi que, entre todas as perdas, além de meu pai, quem mais sinto falta é ele. Meus pensamentos foram interrompidos pelos aplausos do povo, que explodiram em entusiasmo. Eles estavam emocionados com a cena que acreditavam ser um momento de amor verdadeiro, sem perceber a realidade oculta por trás daquele espetáculo.

— Quer sair daqui? — Leonidas pergunta, um pouco irritado, ao perceber as lágrimas em meus olhos.

Eu apenas balanço a cabeça, tentando me recompor. Ele segura minhas mãos com firmeza, e, sem outra opção, o sigo em silêncio.

— Acha que consegue cuidar de tudo por aqui? — Leonidas pergunta a Juliete, sua voz carregada de urgência.

— Claro, Derek. — Ela responde com um olhar que sugere que já entendeu a situação.

Juliete sorri com um ar abusado e me lança uma piscadela, alheia à verdade por trás de tudo isso.

— Ah, aí estão vocês! — Natasha surge, visivelmente bêbada, cambaleando em nossa direção. — Não dei meus parabéns a vocês ainda. Irmã! — Ela se vira para mim e me envolve em um abraço.

Aproximando-se do meu ouvido, ela sussurra com veneno: — É só uma questão de tempo até eu te destronar, majestade.

— Veremos. — Sussurro de volta, mantendo o sorriso falso que espelha o dela.

Ela me solta e ambas compartilhamos um sorriso que disfarça a hostilidade subjacente.

— Vamos, Alinna. — Leonidas diz, me puxando, enquanto deixamos Juliete e Natasha para trás.

Conforme caminhamos pelos corredores do palácio, não consigo mais manter o silêncio.

— Você sabe que eu não te amo, não é? — Pergunto, minha voz carregada de franqueza.

— Eu sei, Alinna. — Ele responde, sua voz desprovida de humor ou qualquer emoção.

— Certo. — Murmuro, aceitando a realidade do momento.

— Preparei um quarto para você. — Ele diz, novamente sem qualquer entonação emocional.

Continuamos andando, cada passo ecoando a distância crescente entre nós, mesmo quando estamos tão próximos fisicamente.

— E qual é o problema com o meu outro quarto? — Pergunto, virando-me para encará-lo.

— Não é digno de uma rainha.

— Então não vamos dormir no mesmo quarto? — Questiono, tentando entender sua lógica.

— Não. — Leonidas responde ainda com aquele tom apático.

— Ótimo! — Respondo, voltando a atenção para o caminho à minha frente.

Mas então ele solta algo que me faz parar no meio do passo.

— Mas você terá que dormir comigo esta noite.

— O quê? — Sinto o pânico subir pela minha espinha.

— Não se preocupe, é só por esta noite. Meu tio Heitor vai passar a noite aqui no palácio, e para ele seria estranho se minha esposa dormisse em um quarto separado do meu em plena noite de núpcias.

— Ah! — É tudo o que consigo dizer, minha mente tentando processar a situação.

— Eu dormiria no chão, mas minha cama é grande o suficiente para mantermos distância. — Ele acrescenta, como se isso resolvesse tudo.

"Qual é o problema dele?"

— Certo! — Concordo, e Leonidas para diante de uma porta.

O quarto de Leonidas fica isolado dos outros no palácio, transmitindo uma atmosfera de reclusão. Ele abre a porta, e meu queixo quase cai ao ver o interior. O ambiente é uma mistura sombria e fascinante, dominado por tons de preto e vermelho escuro, um vermelho tão intenso quanto sangue fresco. As paredes parecem absorver a luz fraca das velas espalhadas pelo quarto, enquanto a lareira acesa lança sombras dançantes, adicionando ainda mais mistério ao lugar. O quarto todo reflete penas a iluminação suave e cintilante das chamas e velas, criando uma sensação quase mística. Quadros de homens imponentes das eras passadas decoram as paredes, suas expressões austeras observando o quarto silenciosamente. Estantes repletas de livros antigos alinham-se em uma das paredes, cada prateleira abarrotada de volumes que parecem raros e cheios de conhecimento oculto. O espaço é grande, e várias portas aleatórias nas paredes indicam que há mais segredos escondidos ali. No centro do quarto, a cama de Leonidas é uma peça grandiosa, posicionada diretamente em frente a uma janela gigantesca, que ocupa quase toda a parede. A janela é uma obra de arte em si, oferecendo uma vista panorâmica da cidade abaixo, iluminada pelas luzes noturnas. Do outro lado do quarto, há uma sacada, igualmente grandiosa, que parece convidar para noites de contemplação ao ar livre. O ambiente é ao mesmo tempo intimidador e sedutor, como se cada detalhe tivesse sido cuidadosamente escolhido para refletir a complexidade de Leonidas.

— Não é exatamente um quarto digno de uma rainha, mas acredito que serve para você passar a noite. — Ele diz enquanto fecha a porta atrás de nós.

— Sinta-se à vontade. Tenho duas salas de banho, você pode se trocar em uma delas. — Ele aponta para uma das portas, seu tom de voz é neutro, quase indiferente.

Não digo uma palavra, apenas lanço um breve olhar em sua direção, segurando a barra do meu vestido enquanto sigo para a sala de banho. Ao entrar, sou recebida por um ambiente preparado meticulosamente para mim. A banheira está cheia de água quente, perfumada com pétalas de flores de Ana espalhadas por toda parte, criando um aroma suave e acolhedor. Em um canto, vejo roupas de seda e cetim, além de delicadas camisolas de algodão. Há pentes, frascos de perfume e todos os luxos que eu jamais esperaria encontrar no quarto ou na área privada de Leonidas. Aproveito o banho e faço questão de demorar, deixando que a água quente alivie a tensão acumulada do dia. Cada minuto que passa é um pequeno refúgio, uma fuga temporária de tudo o que aconteceu. Depois de um longo tempo, finalmente decido me trocar. Visto uma das camisolas de algodão, macia e confortável, e me preparo para sair. Abro a porta devagar e espio o quarto. Leonidas ainda não saiu de seu banho. Aproveitando a oportunidade, corro até a cama, salto sobre ela e me cubro rapidamente, tentando encontrar algum conforto na maciez dos lençóis enquanto espero o próximo momento inevitável.

— Já terminou? — A voz de Leonidas me surpreende, fazendo-me sobressaltar.

— Ãhm... — Murmuro, ainda tentando me recompor.

Ele surge à minha frente, os cabelos molhados e sem camisa, vestindo apenas calças de malha. Instintivamente, desvio o olhar.

— Já terminei sim. — Respondo, tentando ignorar o desconforto. Leonidas sorri com a naturalidade de quem está totalmente à vontade.

— Vejo que já escolheu seu lado da cama. Eu disse que era grande.

Olho para a cama sob mim, tentando evitar o constrangimento.

— Sim, é bem grande. — Respondo, sentindo minhas bochechas queimarem de vergonha. — É... então, você dorme assim?

Ele segue meu olhar, observando sua própria barriga perfeitamente definida antes de me lançar um sorriso divertido.

— Quer que eu tire as calças também? — Pergunta casualmente, dando de ombros.

— Não! — Grito, apressada. — Por favor, não. Eu já vou dormir. Boa noite.

Deito rapidamente, puxando o cobertor sobre mim e cobrindo minha cabeça, tentando esconder o rosto que certamente está vermelho como um tomate. Sinto meu corpo todo queimar de vergonha enquanto me enrolo nos lençóis, desejando que a noite passe rápido. Geralmente, eu me saio muito bem na companhia de homens; frequentemente sou eu quem os deixa vermelhos de vergonha, intimidados e sem palavras. No entanto, por algum motivo, estar nesta posição constrangedora ao lado de Leonidas me deixa completamente desconcertada.

Não consegui pregar os olhos até agora. Enquanto Leonidas já está em seu décimo sono, eu continuo desperta, incapaz de encontrar descanso. Deve ser o meu corpo tentando se defender de algo que pode estar por vir. Quem conseguiria dormir ao lado do inimigo? Levanto-me com cuidado para não fazer barulho e olho para ele. A tranquilidade com que ele dorme, ignorando tudo o que fez, é um peso que não consigo suportar. Com passos silenciosos, vou até a sala de banhos, tentando não acordá-lo. Pego o item que julgo necessário e retorno ao quarto, movendo-me com a mesma discrição. Sento-me na cama, fitando Leonidas por um longo tempo, tentando reunir coragem. Finalmente, com um misto de determinação e nervosismo, subo sobre ele, me posicionando com cuidado e preparando-me para o que vem a seguir.

— O que você está...

— Shii! — Interrompo-o com um beijo, silenciando suas palavras.

Com a mão direita, escondo minha surpresa de maneira que ele não perceba. Continuo a beija-lo, passando dos lábios até a bochecha e de volta à boca, com uma mistura de sensualidade e determinação. Leonidas, distraído pela minha proximidade, envolve minha cintura com ambas as mãos, imerso no beijo. Este é o momento. Aproveito sua distração para agir. Com uma força inesperada, tento atacá-lo com uma tesoura que seguro firmemente na mão. A lâmina avança em direção ao seu peito, mas Leonidas revela sua agilidade, desviando e segurando meu pulso com uma força surpreendente. Meus olhos se arregalam em choque ao ver que o ataque falhou. Merda.

— Sério? Você acha que consegue me matar Alinna? — Ele debocha, um sorriso irônico nos lábios. — Sou muito mais experiente que você, meu amor.

Com um movimento rápido, ele arranca a tesoura de minhas mãos e me joga para o outro lado da cama de tirando de cima dele. Enquanto ele se levanta da cama e pega seu travesseiro, ele não deixa de manter seu olhar em mim, me encara de forma despretensiosa.

— Vou dormir no chão. — Ele diz, com um olhar de desdém.

Olho para ele com raiva, pensando: "Como pode ser tão astuto?" Dou um bufido frustrado e me deito na cama, consumida pelo ódio de mim mesma por ter falhado. A raiva se mistura com a frustração, e deixo-me afundar no colchão, desejando ter sido mais cuidadosa. Algum tempo depois, com a ajuda dos deuses, consigo cochilar um pouco, encontrando um breve alívio no sono. Quando finalmente olho para a enorme janela ao meu lado, vejo os primeiros raios do sol começando a penetrar no quarto. O brilho suave da manhã me convida a voltar ao sono, e me permito adormecer novamente, buscando descansar um pouco mais antes que o dia realmente comece.

— Bom dia, Majestade! — Rocha me acorda com um sacolejo firme.

Mal tenho tempo para processar o que está acontecendo. Rocha me acorda com tanta rapidez que minha visão fica turva e escurecida por um momento. Confusa e desorientada, murmuro: "O que está acontecendo?" Antes que eu possa reagir, Rocha amarrou um pano preto sobre meus olhos, mergulhando-me na escuridão. Ele me agarra com firmeza e me puxa para fora da cama, guiando-me apressadamente por um caminho desconhecido. A sensação de ser arrastada e a falta de visão aumentam minha ansiedade, enquanto tento entender para onde estamos indo e o que pode estar prestes a acontecer.

— O que está fazendo? — Vocifero, minha voz ecoando na escuridão do pano sobre meus olhos.

Tentando encontrar algo ao meu redor para me apoiar, apalpo o vazio, mas é em vão. A sensação de impotência é esmagadora.

— Toma, ela é toda sua. — Ouço Rocha dizer, enquanto ele me entrega a outra pessoa.

Sinto que o novo estranho apenas balança a cabeça em resposta, sem emitir um som ou dar qualquer indicação de que está me ouvindo ou respondendo.

— Para onde está me levando Rocha? — Minha voz é uma mistura de desespero e raiva. — Eu ordeno que pare agora!

Debato-me contra o aperto da nova pessoa, minha determinação aumentando a cada instante, mas a falta de visão e a força com que sou puxada tornam a situação ainda mais desesperadora. O homem continua a me carregar sobre os ombros há horas, e estou exausta de tanto me debater e gritar. O cansaço começa a me consumir, e uma sensação de desesperança se instala. "Ok, talvez morrer agora não seja tão ruim", penso, mas então a lembrança de Meredith me assombra, e um nó de angústia se forma em minha garganta. Minha pequena... Finalmente, o homem para de andar. Com um movimento brusco, ele retira a venda dos meus olhos e me joga dentro de uma caixa de vidro. O impacto faz com que eu bata com força as costas contra o vidro. Procuro por um sinal de quem está por trás da máscara, mas tudo o que vejo é um rosto oculto. Ele fecha a caixa e a tranca com uma habilidade precisa, sem demonstrar emoção. Em seguida, vira-se e se afasta, deixando-me sozinha.

— Ei! — Chamo com urgência, minha voz ressoando na caixa.

Viro-me para o outro lado da caixa de vidro e quase tenho um infarto ao perceber que a caixa em que estou dentro está posicionada à beira de um penhasco imenso. Lá embaixo, vejo uma vasta extensão de água que parece interminável, com um fundo escuro e ameaçador. O pânico se instala em mim ao imaginar a queda. Desesperada, volto o olhar para a porta da caixa e, para meu terror, dou de cara com Leonidas. O choque é tão grande que sinto como se tivesse visto um fantasma. A visão dele, com sua expressão fria e indiferente, aumenta ainda mais o meu desespero.

— O que você está fazendo? — Pergunto, a voz tremendo de medo.

Leonidas não responde. Em vez disso, ele encosta as duas mãos na caixa e começa a empurrá-la para frente, fazendo com que a caixa se mova perigosamente para a borda do penhasco. O movimento faz com que a caixa balance, e o pânico toma conta de mim.

— Leonidas! Pare! Pare! — Grito com todas as forças, tentando desesperadamente fazê-lo parar.

Ele continua a avançar sem dizer uma palavra, sua expressão impassível e inabalável.

— Leonidas! — Grito ainda mais alto, o terror crescendo à medida que a realidade do perigo iminente se instala.

A sensação de pânico é esmagadora. Ele vai me deixar cair. Olho para baixo e vejo, através do vidro da caixa, a água lá embaixo balançando furiosamente. Bato com força no vidro, mas nada acontece. A caixa está à beira do precipício, e a iminência da queda me paralisa. Leonidas para de empurrar por um momento, o que me traz um breve alívio, mas logo ele solta um sorriso malicioso e dá um empurrão forte. A caixa começa a cair junto comigo, e o desespero toma conta de mim. Enquanto caio, vejo Leonidas na ponta da pedra, observando a minha descida rumo à morte iminente. A caixa bate com um impacto brutal na água. O choque me joga contra o vidro, e sinto o sangue escorrendo pela minha cabeça. A água começa a infiltrar-se pelas pequenas frestas da caixa. À medida que a água entra, afundo mais rapidamente. Tentei abrir a caixa, mas o cadeado está impossível de arrombar. A água já está no meu pescoço, e eu sugo o ar que resta antes de me afundar dentro dela. Mesmo debaixo d'água, vejo a silhueta de Leonidas observando-me do topo, fazendo absolutamente nada para evitar minha morte. Chuto, empurro e soco o vidro com toda a força que me resta, mas a caixa continua fechada. Frustrada, solto um grito subaquático, criando bolhas que sobem à superfície. Tento abrir a caixa repetidamente, mas a água está subindo e minha força está se esgotando. Finalmente, depois de inúmeras tentativas, o vidro se racha. Continuo a socar e chutar com a última reserva de energia, e a caixa se quebra. Nado para fora da caixa, mas engoli tanta água que estou fraca e cansada. Meu corpo se solta e afunda, deixando-me à mercê da correnteza. Leonidas então finalmente mergulha na água, nadando com braçadas rápidas até me alcançar. Ele me agarra com força, puxando-me para a superfície. Ele me leva até a terra firme e, assim que estamos em segurança, me solto dele e me arrasto pelo chão, vomitando toda a água que engoli. Deito-me de costas, tentando aliviar o peso do meu corpo e respirando desesperadamente, levando ar para os meus pulmões. Leonidas repentinamente se inclina sobre mim, segurando meu rosto com ambas as mãos, ele me beija com uma intensidade desesperada, quase asfixiante. O beijo é tão forte e exigente que, apesar de minha vontade de empurrá-lo para longe, o único movimento que consigo fazer é corresponder aos seus lábios que se recusam a se separar dos meus.

— Não tente me matar novamente, meu amor.  — Ele sussurra, ofegante, olhando-me diretamente nos olhos. — Não quero ter que repetir isso com você.

Com um olhar intenso, ele me beija novamente, sua urgência e emoção transbordando a cada toque dos seus lábios.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro