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Capítulo 11


Gritei "Reverso" e instantaneamente me encontrei de volta no palácio de Samsalom. Ainda não me acostumei com esses feitiços de magia; para mim, é simplesmente surreal. Embora eu ache insano, tento não julgar, pois muitas pessoas sentem o mesmo em relação aos meus poderes. A única diferença é que, para elas, o fascínio é direcionado aos meus dons.

Ao chegar ao quarto de Magia, vi Áries andando de um lado para o outro, completamente aflita. Ela parecia uma tempestade de preocupações. Magia, por outro lado, estava sentada em seu tapete voador peculiar, imerso em uma profunda meditação. A cena era uma mistura intrigante de caos e serenidade. Os olhos de Áries brilhavam com ansiedade, refletindo suas preocupações. Suas mãos agitadas e os passos rápidos denunciavam a gravidade da sua inquietude. Já Magia, com os olhos fechados e uma expressão serena, parecia alheia ao tumulto ao seu redor, flutuando suavemente no ar. O contraste entre os dois era quase poético, como se representassem o equilíbrio entre a tensão e a calma que permeiam esse mundo intrigante.

— Céus! Onde você estava? Por que demorou tanto? O que aconteceu? Pelos senhores, Sky, o que você fez? — Áries me bombardeou com uma enxurrada de perguntas.

Magia, por outro lado, não disse uma palavra. Seus olhos estavam fechados quando cheguei e, ao me notar, abriu apenas um olho antes de voltar a meditar. Não pude evitar sorrir diante da cena.

— Acabou. — Respondi, olhando diretamente para Áries.

— Acabou? — Ela pareceu confusa com minha resposta.

— Sim, acabou para Dempsey. Acabou para Dempsey Horla.

Áries permaneceu em silêncio, sem compreender a gravidade de minhas palavras. Ela apenas me olhava, como se estivesse fazendo preces em pensamento, desejando que eu não tivesse feito nada fora do normal. Mas já era tarde demais.

Amanheceu, e não consigo esconder minha alegria. Ainda não acredito que consegui acabar com Dempsey Horla, o idiota que tentou matar minha mãe e que tirou a vida de Cat. A vingança foi feita... quer dizer, a justiça foi alcançada.

Caroline e Emily também vieram para Samsalom, pois não queriam permanecer em MoonFifth e SunFifth. Elas estavam profundamente abaladas com o que aconteceu. Eram quase como irmãs para Cat e não suportariam ficar no lugar onde ela morreu. Apesar de quererem muito trabalhar, fiz questão de que tirassem um tempo para se recuperar. Me arrumei sozinha, sentindo uma mistura de alívio e euforia. Desci para tomar café, saboreando a sensação de missão cumprida. Ontem, quando voltei de Lós, fiz Magia e Áries jurarem que não contariam a ninguém sobre o que fiz, e espero que elas cumpram essa promessa.

A mesa de café da manhã estava posta com esmero, repleta de frutas frescas, pães quentes e uma variedade de queijos. O aroma do chá de ervas recém feito preenchia o ar, trazendo uma sensação de conforto e normalidade em meio ao caos recente. Ainda estava refletindo sobre os eventos passados e no que esses ocorridos poderá afetar no futuro, mas com a certeza de que, pelo menos por agora, a ameaça de Dempsey Horla havia sido eliminada.

— Bom dia! — Saudei todos à mesa.

— Bom dia, filha. — Respondeu meu pai com um sorriso caloroso.

— Bom dia, Alteza. — Saudaram os demais em uníssono.

Sentei-me com eles, sentindo a familiaridade da rotina.

— Soube da última? — Perguntou tio Lucky, com um brilho curioso nos olhos.

— Não! O quê? — Perguntei, fingindo surpresa.

— Dempsey Horla está morto. — Ele respondeu, claramente satisfeito com a notícia.

Meu coração acelerou por um momento, mas mantive a expressão serena, apenas assentindo.

Fingi engasgar com o chá que estava tomando e olhei para ele com uma expressão de confusão, uma encenação perfeita. Papai me observou atentamente, provavelmente intrigado com a minha reação.

— Morto? — Perguntei, tentando esconder o alívio na voz. — Como? E o que estamos esperando? Podemos finalmente reivindicar Lós!

— Não sabemos exatamente como ele morreu. Na verdade, ninguém sabe. — Respondeu tia Catarina, com uma expressão pensativa.

— E não podemos simplesmente reivindicar Lós. Primeiro, porque não se invade um reino do dia para noite sem uma boa estratégia militar, você sabe muito bem disso. Segundo, porque Lós já tem um governador substituto. — Explicou tio Joh, com a paciência de quem já teve essa conversa várias vezes.

— Concentre-se em Leonidas e na flecha de ouro. Depois, pensaremos em Lós. — Aconselhou meu pai, sua voz firme mas cheia de compreensão.

— Certo. Vou me concentrar em uma coisa de cada vez. — Respondi, tentando acalmar meus ânimos e organizar meus pensamentos.

— E por falar na flecha de ouro, onde está o rapaz que você prometeu procurar? — Perguntou tia Catarina, com curiosidade evidente.

— Ah! Se refere a Pétrus Alarik? — Falei, revirando os olhos, lembrando-me da busca exaustiva. 

Só de me lembrar daquele abusado já sinto um cansaço profundo.

— Então esse é o nome dele? Pétrus Alarik? — Perguntou meu pai, observando distraidamente o pão em seu prato.

— Sim, esse é o nome do maluco. — Respondeu Áries, com um risinho.

— E onde ele está? — Indagou tio Kedra, com um tom de curiosidade.

— Preso, meu pai. — Klaus riu, claramente divertindo-se. — Sky fez questão de colocá-lo lá enquanto nos preparamos para caçar a flecha de ouro.

— Não diga caçar, idiota! A flecha não é um animal. — Vlad empurrou Klaus com um sorriso irônico, tentando disfarçar a diversão.

— Mas por que minha sobrinha? — Insistiu tio Kedra, seus olhos fixos em mim, demonstrando mais uma vez uma curiosidade genuína.

— Porque ele é um tanto quanto petulante, meu tio. Como ainda não precisamos dele, imaginei que seria mais seguro deixá-lo em uma cela. Já que está mais habituado. — Respondi com um tom indiferente, dando de ombros como se o assunto não tivesse grande importância.

— Flávio! — Chamou meu pai, sua voz firme, trazendo a conversa de volta ao foco.

Quando Flávio se aproximou da mesa de café, seu olhar encontrou o meu. Para disfarçar, sorri e dei uma piscadela, selando nosso segredo da noite anterior.

— Sim, Majestade? — Ele se curvou respeitosamente.

— Mande tirar o prisioneiro Pétrus Alarik da cela onde está. — Ordenou meu pai, sua voz carregada de autoridade.

— Mas por quê? — Intervi rapidamente, tentando esconder minha surpresa.

— Porque já passou da hora de ir atrás da tal flecha. Quanto mais cedo, melhor. — Respondeu meu pai com determinação.

Alguns minutos depois, Flávio retornou com Pétrus ao seu lado. O prisioneiro parecia desdenhoso, seus olhos brilhando com uma provocação mal contida.

— Mas que recepção é essa? — Disse Pétrus ao se aproximar, sua voz carregada de sarcasmo. — Pensei que a realeza fosse mais, hm, gentil.

Me escorei na cadeira, preparada para assistir o confronto. Pétrus estava prestes a ser massacrado verbalmente por meu pai.

— Vejo que você é do tipo engraçadinho. — Observou meu pai, seus olhos estreitando-se em avaliação. — Minha filha disse que você de louco não tem nada. E que na verdade é um criminoso.

— Bom, meu querido rei, cada um se vira do jeito que pode, não é mesmo? — Respondeu Pétrus, com um sorriso debochado.

O silêncio que se seguiu foi palpável, cada um de nós se preparando mentalmente para o que estava por vir. Eu mantive minha expressão serena, mas por dentro, estava alerta e pronta para qualquer eventualidade. A busca flecha de ouro estava prestes a começar, e com Pétrus Alarik em nosso meio, seria tudo menos simples. A tensão no ambiente aumentou visivelmente. Todos os olhos estavam fixos na troca entre meu pai e Pétrus. As servas, que até então se moviam com graça e eficiência, pararam no meio de suas tarefas, hesitando em respirar alto demais. Até os guardas se aproximaram discretamente, suas mãos descansando próximas às armas, prontos para intervir ao menor sinal de perigo.

— Você é ousado. Até admiro a coragem. — Disse meu pai, sua voz fria como gelo, cada palavra cortante. — Mas não se engane, sua insolência não será tolerada. Você está aqui por um único motivo, encontrar a flecha de ouro. Se você tentar alguma coisa, qualquer coisa, a próxima cela que verá será o seu túmulo. Não será muito difícil dar um fim em você já que aparentemente nada muito além te prende nesta vida.

Pétrus olhou diretamente nos olhos de meu pai, um sorriso ainda brincando em seus lábios, mas uma ligeira tensão em sua postura traía o entendimento da seriedade da ameaça. Seu corpo, embora relaxado, tinha um sutil enrijecimento, como se preparado para reagir a qualquer momento.

— Entendido, Majestade. — Respondeu ele, seu tom mais contido agora, mas ainda carregado de um desafio silencioso.

Meu pai não desviou o olhar, mantendo a firmeza do seu olhar firme sobre Pétrus, como se estivesse medindo cada fibra de seu ser. O silêncio se estendeu por um momento, pesado e carregado, enquanto todos na sala aguardavam o próximo movimento. Finalmente, meu pai assentiu levemente, um gesto quase imperceptível que pareceu aliviar um pouco da exaltação.

— Muito bem. — Disse ele, voltando-se para a mesa. — Vamos nos concentrar na nossa missão. Pétrus, você será útil. Não nos decepcione.

Pétrus sentou-se em uma cadeira vazia e, com desdém, colocou os pés em cima da mesa, pegando um pedaço de pão do prato de meu pai e comendo como se fosse dele. Erik, que também estava à mesa, revirou os olhos diante da ousadia de Pétrus. De longe, tia Catarina riu, achando graça na situação. Meu pai, no entanto, não compartilhou do humor. Seu olhar sério e nada amigável era uma advertência clara. Sem dizer uma palavra, pegou uma faca que estava sobre a mesa e, com um movimento rápido e decidido, cravou-a na madeira com toda a força. O som da lâmina perfurando a mesa ecoou pelo salão, fazendo todos se sobressaltarem.

Eu soltei uma gargalhada alta, apreciando a intensidade da ação de meu pai. "Como é bom ver Nicolay Madark dos velhos tempos." A faca, à primeira vista, parecia ter cravado em uma das pernas de Pétrus, mas, para minha decepção, acertou apenas a barra de sua calça.

— Você gosta de brincar com fogo, Pétrus. — Disse meu pai, sua voz baixa, mas carregada de ameaça.

Pétrus, mantendo a calma, afastou a faca de sua calça com um movimento lento e deliberado, seus olhos brilhando com um misto de diversão e desafio.

— Só estou me sentindo em casa, majestade. — Ele respondeu, seu tom ligeiramente provocador.

A sala de jantar mais uma vez irrompeu em um silêncio absurdo. Papai ainda mantinha sua expressão endurecida. Eu me ajeitei em meu acento, ansiosa pelo desenrolar dos eventos. A adrenalina corria em minhas veias, e eu sabia que esta era apenas a ponta do iceberg no que se tornaria uma aliança perigosa e imprevisível.

— De qualquer forma gostaria de expressar meu imenso prazer em conhecê-lo pessoalmente, Nicolay Madark. — Continuou Pétrus quebrando o silêncio, fazendo uma reverência estranha com as mãos, que parecia tanto zombaria quanto respeito.

— Claro que é. — Respondeu meu pai, convencido, seu olhar firme e avaliador. — Livrarei sua barra da justiça se você nos ajudar.

— Eu sei me virar, majestade. — Disse Pétrus, cheio de si, com um sorriso autossuficiente. — Eu ajudarei, mas depois pensarei em uma boa recompensa. Que tal a mão de sua filha?

— O quê? — Erik e eu exclamamos simultaneamente, a surpresa evidente em nossas vozes.

Erik ficou tão chocado que jogou todo o seu suco de ameixas silvestres fora, o líquido escorrendo pela mesa.

— Tem certeza de que não é louco? — Perguntei, encarando Pétrus com descrença.

— Não. — Respondeu ele, direto, sem qualquer hesitação.

— Calma, rapaz. Não me faça perder a paciência com você. — Disse meu pai, sua voz carregada de advertência, encerrando a discussão.

Pétrus deu de ombros, aparentemente indiferente.

— Bom, se preparem. Sky, você e o pessoal que você escolher, juntamente com Pétrus, partirão esta tarde. — Ordenou tio Joh, sua voz firme e autoritária.

— Sim, senhor, tio Joh. — Respondi com determinação, endireitando minha postura.

Esta tarde prometia ser o início de uma jornada longa e perigosa. Eu sabia que precisava estar preparada para tudo, especialmente com alguém tão imprevisível quanto Pétrus ao meu lado.

— Ei, você! — Chamou meu pai, sua voz cortante, cortando o murmúrio na sala e atraindo a atenção de Pétrus novamente. — Tem certeza de que sabe onde está a flecha de ouro?

— Tenho! Claro que tenho. — Respondeu Pétrus com confiança, por um momento pareceu se sentir insultado pela pergunta de meu pai.

— Ótimo! E é bom não estar mentindo, ou vai se arrepender amargamente. — A ameaça na voz de meu pai era inconfundível.

— Eu não faria isso, majestade. — Pétrus respondeu, mantendo a postura despreocupada.

— E onde exatamente está a flecha? — Meu pai pressionou, querendo verificar a veracidade das palavras de Pétrus.

— Treeland, o novo reino de Aksum. — Disse Pétrus, sem hesitar, seus olhos encontrando os de meu pai com uma firmeza inesperada.

Meu pai ficou em silêncio por um momento, ponderando a resposta de Pétrus. A menção de Treeland fez com que uma sombra de preocupação passasse pelo seu rosto, algo que poucos notaram, mas que para mim era evidente.

— Treeland? — Disse ele finalmente, sua voz ponderada. — Vamos descobrir se o que está dizendo é verdade.

Flores de Ana e rosas vermelhas — muitos diziam que as rosas combinavam perfeitamente com ela. Estou em frente a um majestoso roseiral no grande jardim de Samsalom. No centro do roseiral, destaca-se uma estátua de minha mãe, que meu pai mandou esculpir quando eu ainda era bem pequena. Em frente à estátua, há uma grande placa com a inscrição "Grande Rainha Solar". É a coisa mais linda que já vi. Embora seu corpo não tenha sido enterrado aqui, sinto que ela está me ouvindo de algum lugar. A presença dela parece impregnar o ar ao meu redor, trazendo um misto de conforto e saudade. A beleza das rosas e a majestade da estátua refletem a grandeza e a elegância que eu imagino em minha mente que ela possuía.

— Oi, mãe, é a Sky. — Sussurrei, me aproximando da estátua com reverência. — Trouxe flores, flores de Ana e rosas vermelhas. — Depositei as flores delicadamente aos pés da estátua, como se ela pudesse sentir seu aroma.

Ao colocar as flores, ajoelhei-me, buscando uma posição mais confortável para esse momento íntimo.

— Sabe o que eu fiz ontem? — Brinquei com um pedaço de meu vestido, tentando aliviar a tensão. — Matei Dempsey Horla. Fiz isso por você e por Cat também, mas ninguém sabe ainda, e não me arrependo. Agora, nós iremos atrás de Leonidas.

Me calei por um momento, deixando o silêncio preencher o espaço entre nós, como se esperasse uma resposta.

— A senhora sabia que ele está vivo? — Olhei para cima, buscando consolo no rosto esculpido em pedra, que brilhava sob a luz do sol. Seu semblante sereno parecia me observar, compreendendo minhas palavras e meus sentimentos.

— A senhora deveria estar também. — Minha voz tremeu, carregada de emoção. — Eu faria qualquer coisa, daria qualquer coisa para tê-la aqui comigo.

As palavras saíam com dificuldade, o nó na garganta tornando-se mais apertado. Toquei a base da estátua com carinho, como se pudesse sentir sua presença através da pedra fria. O vento suave acariciou meu rosto, como se fosse um gesto de conforto vindo dela. Fechei os olhos por um instante, deixando-me envolver por essa sensação de paz.

— Mamãe! — Fui surpreendida pelo grito alegre de Meredith, e rapidamente me virei para encontrá-la.

— Minha linda. — Sorri, estendendo os braços. — Venha cá, me dê um abraço.

Ela correu em minha direção, seus passos pequenos e apressados, e se lançou nos meus braços com um abraço apertado e caloroso. O abraço dela era reconfortante, um lembrete do amor simples e puro que carregava.

— Hmm, que abraço bom, filha. — Sussurrei, afagando seus cabelos. — O que você está fazendo por aqui?

— Eu e o Fred estamos caçando borboletas. — Exclamou, balançando o ursinho de pelúcia que estava segurando, como se ele também estivesse participando da caça.

— Que legal! E quem te trouxe até aqui? — Perguntei, curiosa sobre como ela chegou ao jardim.

— Meredith, onde você está... Ah, achei você! — Erik apareceu de repente, com um sorriso aliviado ao encontrar Meredith.

— Tio Erik! — Exclamou ela, acenando animada.

— Olha você está aqui, e sua mãe também. — Erik sorriu para mim, claramente contente por ver Meredith feliz e segura.

— Por que você não continua caçando borboletas, boneca? — Disse, dando um rápido e carinhoso beijo na testa de Meredith antes de soltá-la.

Meredith sorriu amplamente e correu de volta para o campo de flores, seus olhos brilhando com a excitação da brincadeira. Erik se aproximou, e observamos enquanto ela se perdia novamente em sua busca, Fred balançando em sua pequena mãozinha. Totalmente irreconhecível da criança triste e assustada de semanas atrás. 

— É bom vê-la tão feliz e livre, não é? — Comentou Erik, olhando para Meredith com um olhar afetuoso.

— Sim, é. — Respondi, meu coração se aquecendo com a cena.

Nós dois ficamos em silêncio por um momento, observando Meredith correr pelo jardim, sua risada se misturando ao canto dos pássaros e ao suave balançar das flores.

— Não sei como ela consegue ter tanta energia. — Erik se deixou cair na grama ao meu lado, visivelmente cansado.

— Ela é uma criança, Erik. — Ri, observando Meredith correndo pelo jardim. — Você esperava o quê?

— Eu sei, eu sei. Será que nós éramos assim quando éramos pequenos? — Perguntou, fazendo uma careta de cansaço.

— Eu acho que éramos piores. — Sorri, lembrando-me das travessuras e das aventuras que tivemos na infância. — Lembra das nossas peripécias?

— É, pensando bem, você tem razão. — Erik riu, concordando com a memória compartilhada.

Mais um instante de silêncio, desfrutando da calma e da serenidade que o jardim nos oferecia.

— E o que te traz aqui? — Erik perguntou, olhando-me com curiosidade.

— Eu só precisava de um tempo para me distrair um pouco antes de sairmos para procurar a flecha. — Respondi, voltando a brincar com a barra do meu vestido, um gesto inconsciente de nervosismo. — O ambiente aqui é tão tranquilo que ajuda a clarear a mente.

Erik observou-me por um momento, a expressão suavizando.

— Às vezes, é bom dar uma pausa, não é? — Disse ele, olhando para Meredith, que agora estava deitada na grama, observando as nuvens. — Principalmente antes de algo tão importante.

— Sim. — Concordei, sentindo um alívio ao saber que pelo menos teria um momento de paz antes de enfrentar o que estava por vir. — Precisamos dessas pausas, daqui pra frente não teremos muitos dias de paz.

— Vai dar tudo certo. — Erik segurou minha mão e a apertou suavemente contra a sua.

Olhei para ele, confusa com sua atitude. Sua ação foi inesperada, mas confesso que a sensação me agradou. No entanto, Erik virou o rosto rapidamente, evitando o contato visual.

— O que foi? — Perguntei, sentindo uma ponta de insegurança na voz.

— Não consigo encarar seus olhos. — Erik confessou, a voz carregada de um misto de timidez e humor.

Ele tentou me olhar várias vezes, mas sempre que seus olhos encontravam os meus, ele começava a rir sem parar.

— Erik! Qual é o seu problema? — Empurrei-o gentilmente, tentando entender o motivo da sua reação.

— Eu já disse, eu não consigo encarar seus olhos. — Ele riu ainda mais, a gargalhada sendo contagiante.

— Mas por quê? Erik, pare com isso! — Comecei a rir também, a situação se tornando cada vez mais engraçada.

Erik não conseguia parar de rir e, apesar de sua resistência, eu não consegui conter o riso. Sua reação me fez perder a compostura e partir para cima dele, brincando de maneira leve.

— Erik! Olhe para mim. — Ordenei, tentando manter uma expressão séria, mas meu sorriso traiu meu esforço.

Ele começou a mexer os braços de maneira brincalhona, dificultando meu objetivo de fazê-lo me encarar.

— Não! Não vou olhar. — Disse, caindo para trás e se deitando na grama, puxando-me junto.

— Mas por quê? — Perguntei, ainda sem entender.

— Porque seus olhos são muito lindos e me deixam sem graça. — Erik declarou, sua voz carregada de sinceridade, enquanto me fazia parar.

Fiquei chocada com o elogio inesperado. Erik soltou uma risada e piscou para mim, o que me fez corar instantaneamente.

— Ah, Eu te deixei vermelha? Deixei você sem palavras e corada? — Ele se gabou, sua voz cheia de diversão.

— Erik, para com isso. — Eu me sentei na grama, tentando recuperar a compostura.

Sentia minhas bochechas queimarem de vergonha, o calor subindo pela minha face.

— Você fez isso de proposito, só para me deixar sem graça. — Falei, cobrindo as bochechas com as mãos na tentativa de esconder o rubor.

— É a primeira vez que te vejo assim. — Erik comentou, agora com um tom mais sério, observando-me com um olhar mais atento.

— Me vê assim como? Como uma idiota? — Perguntei, irritada.

— Não, vulnerável. — Ele acariciou suavemente minha bochecha, sua voz tranquila. — Como uma humana.

— Eu sou humana. — Olhei-o nos olhos, desafiadora.

— Sim, mas você age como se não fosse. — Ele soltou, a sinceridade em suas palavras evidente.

Permanecei em silêncio, fixando meu olhar nos olhos de Erik. Sua observação era profunda, e eu sentia o peso das suas palavras.

— E eu não falei que seus olhos são bonitos só para te deixar sem graça, eu, estava falando sério. — Ele sorriu de lado, um sorriso que transmitia uma mistura de timidez e ternura.

— Tá, você pode parar agora. — Tentei me levantar, tentando recuperar um pouco da minha dignidade, mas Erik segurou minha mão e me puxou de volta para a grama.

— Você ficou ainda mais vermelha. — Ele comentou, rindo.

— Erik, para! — Tentei soar brava, mas a minha voz traiu meu verdadeiro sentimento e saiu com um tom mais suave.

— Vossa alteza manda e seu humilde súdito obedece. — Erik fez uma reverência estranha, ainda sentado, que parecia mais um jogo do que uma demonstração de respeito.

— Muito bem, soldado. — Entrei na brincadeira, tentando manter a seriedade.

Erik então segurou minhas bochechas com ambas as mãos, seu toque leve e carinhoso. Ele se inclinou lentamente e beijou cada uma das minhas bochechas, seguido de um beijo suave em minha testa. Finalmente, ele me encarou com um olhar intenso e indecifrável.

— Sempre quis fazer isso. — Ele sussurrou, sua respiração leve e quente sobre minha pele.

— Fazer o quê? — Perguntei, sentindo cada vez mais sua proximidade .

— Isso. — Ele respondeu suavemente, seu olhar penetrante e cheio de significado.

Erik me beijou devagar, seu toque delicado e cheio de carinho. Seus lábios encontraram os meus com uma suavidade quase etérea, como se o mundo ao redor tivesse se dissolvido. O beijo foi doce, quase como uma brisa leve que acaricia a pele em um dia de verão. Seus lábios estavam mornos e macios, e a forma como ele os movia com precisão cuidadosa fez com que o beijo fosse sereno, como se temesse que, a qualquer momento, pudesse me quebrar ou temesse que eu pudesse me desintegrar ou desaparecer, como um sonho efêmero de sua mente. Seu contato suave parecia derreter todas as tensões, substituindo-as por um calor suave e reconfortante. Havia uma calma no beijo que transmitia uma profundidade de sentimento, uma conexão que ia além das palavras. Cada movimento era medido, quase como se Erik estivesse se perdendo no momento e absorvendo cada nuance da nossa relação. O ritmo era lento e compassado, permitindo que cada segundo se alongasse e que cada sentimento fosse plenamente sentido.

— Eu te amo, Sky. — Erik sussurrou por entre os beijos, afastando apenas milímetros de seus lábios dos meus, sua voz carregada de emoção.

Eu me afastei, os olhos arregalados em choque.

— O que você disse? — Perguntei, incrédula, ainda tentando processar suas palavras.

— Eu te amo. — Ele repetiu, sua expressão sincera e vulnerável.

Fiquei sem palavras, a magnitude do que ele disse havia me deixando atônita. Não soube o que  responder.

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