5| prisões e fianças
✨Any Gabrielly✨
Eu não acreditava naquilo! Eu estava na delegacia.
Não só eu, como Sabina, meu pai e meu vizinho. Joshua Beauchamp, o nome dele. Descobri graças ao policial.
Depois do meu vizinho ter caído que nem um saco de batatas todo esparramado no chão depois do soco do meu pai, foi só questão de tempo pra polícia chegar e levar a todos nós presos temporariamente por briga e lesão corporal leve.
Quando eles falaram que poderíamos ficar na cadeia por 2 meses, eu cheguei a desmaiar de nervoso. Eu nem tinha brigado com ninguém, meu Deus.
O primeiro a se livrar foi Joshua, extremamente irritado por ter perdido uma reunião importante que iria acontecer no restaurante aonde estávamos. Ele deu depoimento e logo pagou a multa, saindo de táxi de volta ao restaurante para tentar recuperar o contrato que provavelmente havia sido arruinado.
Sabina e eu também demos depoimento, e eu fui chamada a atenção por ter quebrado a ordem de restrição.
E o policial avisou que mesmo eu tendo dado a permissão de ele chegar perto de mim e ter me encontrado com ele, isso não queria dizer que a ordem de restrição foi anulada. Muito pelo contrário, ela ainda valia, ou seja, ele pegaria cadeia por 3 meses sem direito a fiança por descumprimento da ordem.
Eu fiquei chocada, já que não era minha intenção fazer ele ser preso mas apenas assenti sem poder fazer mais nada, era melhor assim.
Agora pelo menos, eu teria um certo tempo pra poder me organizar e pensar no que fazer quanto ao dinheiro que minha avó deixou.
Sabina foi pagar a minha multa e a dela já que ela é a única que tem economias guardadas, enquanto eu esperava pegando uma água para tentar me acalmar depois de todo o ocorrido de hoje.
— você é uma vagabunda, não é mesmo? — olhei pra trás assustada e vi meu pai sentado a algumas cadeiras de distância, algemado — fez seu showzinho de vítima de propósito pra eu ser preso né? Mas pode deixar, eu vou sair daqui e vou foder com a sua vidinha miserável, sua puta de merda!
Eu comecei a me tremer, e sem conseguir me conter fui até ele, dando um tapa tão forte na sua cara que fez seu rosto virar e minha mão chegou a arder que tive que balançá-la para passar a dor. E quando vi, ele tinha um corte na bochecha, talvez minha unha tenha feito isso. Sorri.
A sensação era libertadora.
— você nunca mais fale de mim desse jeito, ao contrário de você, eu sou um ser humano. Você nunca foi considerado um pai, e já tá na hora de eu parar de ser boazinha e de te deixar me machucar desse jeito. — falei apontando o dedo na cara dele — Acabou pra você e acabou pras suas gracinhas, fique bem longe de mim. — dei as costas quando vi o olhar de ódio dele. — ah! E mais uma coisa — respirei fundo e me virei novamente me segurando pra não ter uma crise agora — você nunca vai por as mãos naquele dinheiro, ele é meu! — o olhei pela última vez antes de ir atrás da minha amiga, que por fim das contas estava ali encostada na parede me observando com um olhar de orgulho.
Ela me abraçou e disse que nós iríamos ficar bem.
— gilipollas — ela gritou pra ele e me levou pra fora da delegacia.
✨Joshua Beauchamp✨
— mas que merda! — gritei irritado e joguei o meu copo de uísque na parede. E logo Alf, meu mordomo, enfiou a cabeça pela porta para ver se eu ainda estava lançando coisas pelo meu escritório no meu ataque de pelancas e ao constatar que sim, eu estava. Fechou a porta e foi embora.
Eu estava puto da vida, tinha perdido o maldito contrato com investidores importantes, fui pra cadeia e ainda levei um soco do qual nem merecia!
Eu tinha uma marca milionária que fabricava joias em primeira linha, juntamente com um amigo meu, Krys, meu sócio. Ele cria e eu cuido dos processos de gestão e administração.
Ele é a criatividade e eu a razão.
Mas agora estamos em apuros e tudo por causa do furacão de um metro e meio que era minha vizinha.
Essa mulher deve ter sérios problemas pra viver sempre dentro de confusão.
Porque toda vez que tem algum problema dela, eu acabo no meio meu Deus?
Primeiro o cachorro possuído dela e agora o pai maluco me socando do nada? Isso não pode ser apenas coincidência! Ela deve estar fazendo alguma coisa. Será que eu deveria processar ela? Mas pelo que exatamente?
Bufo ainda mais irritado, por lembrar que daqui a pouco aparece Krystian aqui me cobrando o maldito contrato que eu não consegui.
— Alf! — grito por meu mordomo e quando ele aparece, eu peço por mais uma dose de uísque.
Me jogo na minha cadeira de escritório e começo a pensar. O que eu posso fazer no momento?
Aonde vou conseguir investidores para a nova coleção?
Suspirei mais uma vez.
Logo senti minha cabeça latejando e Alf entrou em meu escritório trazendo uma bolsa de gelo e minha bebida.
Coloquei a bolsa de gelo no lado esquerdo da cara e tomei a bebida.
E logo depois disso, Krystian entrou pelas portas do meu escritório com uma cara nada boa. Que merda!
— como foi que você conseguiu estragar uma simples negociação? Era só assinar os papéis e apertar umas mãos meu filho! Nada muito trabalhoso. Mas não, você tinha que ser preso — ele gesticulava nervoso e passava a mão no rosto.
— não foi culpa minha, eu nem conhecia o homem! Ele simplesmente me deu um soco, queria que eu fizesse o que? — me defendi irritado.
—DESVIASSE! — gritou — nunca viu aquele meme "ui um soco, desviei", o que tem de bonito, tem de burro minha nossa! — bufou — se você não fosse meu amigo, eu te demitiria por incompetência, mas pelo menos eu consegui dar um jeito. — falou olhando as unhas e se sentando na cadeira de frente a minha mesa.
— como assim deu um jeito? — perguntei desconfiado pra Krystian.
— depois de saber do seu fiasco nas negociações, liguei para os investidores e nós conversamos bastante. Eles disseram que confiam em mim mas depois de hoje, não confiam em você porque foi preso. Acham que você é imaturo e despreparado para lidar com um cargo grande desse jeito, tentei convencê-los que foi um equívoco e que você não tinha nada haver com toda a confusão mas nada adiantou. Eles querem que você prove que não é assim mesmo! — suspirou — eles querem ver um homem sério com responsabilidades...de família.
— e como eu faço isso? — perguntei sarcástico.
— se casando! — ele falou como quem não queria nada e deu de ombros.
— o que? — perguntei incrédulo.
— Você sabe o quanto eles são tradicionais e sempre ficaram no teu pé por nunca aparecer com mulher alguma, essa foi a brecha perfeita pra eles exigirem que você se case e demonstre "seriedade". — ele falou fazendo aspas com um tom sarcástico.
— Mas o que diabos eles tem haver com a merda da minha vida amorosa? Eles deveriam se importar é com os lucros da empresa! — eu estou incrédulo e completamente irritado com a invasão de outros na minha vida pessoal. Odeio quando se metem nas minhas coisas.
Ele suspirou e parecia que estava tentado juntar paciência pra falar com uma criança pequena.
— Josh, acho que você ainda não entendeu, pra salvar a nossa empresa e conseguir o investimento você vai ter que se casar! — falou firme.
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