11| festas e filmagens
✨Joshua Beauchamp✨
Olhei rapidamente para o relógio em meu pulso e esfreguei a testa num sinal claro de irritação.
Krystian conseguia ser meu pior pesadelo e meu pior inimigo quando queria.
De onde diabos ele tirou que eu gostaria de juntar uma festa da empresa com uma festa da vizinhança? Ele ficou completamente louco, não era possível.
Quanto mais gente entrava em minha casa, mais eu deixava minha mente ganhar força e liberava mais tendências homicidas em minha mente, pensava em milhões de formas de matar Krys dolorosamente.
Peguei uma taça de champanhe para anestesiar um pouco do meu ódio, e apertando a taça em meus dedos, levei-a a boca logo fazendo uma careta quando provei do líquido. Péssima ideia. Melhor ir atrás de um bom uísque e me esconder em meu escritório até que essa agonia social acabe.
Mas quando eu ia dar meu primeiro passo em direção a outro lugar de minha casa, vejo um grupo de homens chegando a festa, e eu que os conheço muito bem, sei que eu preciso ir até lá, tentar os agradar e ganhar um pouco de sua confiança de volta.
Passo as mãos pelo cabelo frustrado com a interrupção de meus planos e vou na direção deles, tentando abrir o meu melhor sorriso e esbanjando uma falsa simpatia.
Os recepciono e continuo me entrosando com o grupo, ouvindo suas histórias sem graça e rindo de suas piadas ridículas. Apenas para tentar conseguir um pouco de aprovação sem ser necessário me envolver em um casamento.
Vejo Krys se aproximando, segurando a mão de Heyoon, sua acompanhante em todos esses tipos de eventos.
Infelizmente, no nosso ramo, temos que ser meticulosos e discretos com cada detalhe que mostramos de nossa vida para o mundo. Nossos melhores investidores são totalmente puritanos e tradicionais.
Krystian não pode nem sonhar em se assumir para os de dentro do nosso ramo sem ser julgado e fazer as ações da nossa empresa cair. Um puta preconceito, eu sei.
Por isso, o meu problema com os nossos investidores foi tão sério. Qualquer mínima falha pode acabar com os lucros da empresa e jogar nosso nome na lama, e quem estiver investindo nela, acaba afundando também.
Por isso, gosto de ser sozinho e não me envolver em problemas. Evito a todo custo os holofotes.
Afinal, quem está sob a luz, acaba mostrando tudo o que esconde.
— Olha, se não é o senhor Wang. Estávamos aqui conversando com o seu sócio ainda agora sobre você. — falou um dos homens direcionando-se para Krystian.
Ele sorriu e falou:
— Me desculpem a demora, fui buscar minha musa, afinal o que é um artista sem sua inspiração. — segurei a risada que queria me escapar.
Ele era péssimo nisso.
Enquanto Krys estava ali, distraindo aqueles urubus de cima de mim. Notei, um furacão de pequena escala entrar pela porta de minha casa arrastando o braço da moça que está sempre com ela.
A observo e a vejo se virar para a mulher e ambas conversam, enquanto a mais baixa olha ao redor meio intimidada. Possivelmente me procurando pela multidão.
Confesso que quando Krys disse que tinha a convidado, achei que ele estava mentindo. E só me fez ter mais certeza quando ela disse que confirmava a sua presença e viria junto com a amiga. Vê-la ali, com certeza é uma surpresa para mim.
A mulher me evitou pela última semana inteira, como se eu fosse uma IST e fugiu de mim como o diabo foge da cruz.
O que queriam que eu pensasse?
Claro que achei muito infantil de sua parte correr para casa e agir de forma tão imatura.
Mas ainda assim, queria me esclarecer.
Eu afinal fui criado para ser um cavalheiro, nunca dormiria com uma mulher bêbada e inconsciente.
E saber que ela possivelmente achava que tinha transado comigo enquanto não estava em si, me incomodava profundamente. Já que essa era a única coisa que justificava sua reação imatura.
Sai de fininho e fui na direção das duas mulheres, chegando cada vez mais perto e ouvindo parte da conversa delas:
— e como eu vou chegar nele e perguntar, e aí vizinho? Como foi o nosso sexo? — ela falava gesticulando nervosa e a outra mulher arregalou os olhos ao me ver, enquanto eu parava por trás do mini furacão.
A mulher em minha frente parecia saber que eu estava atrás dela e tinha congelado no mesmo lugar. Achei graça.
— Oi vizinha, ouvi que quer saber como foi o nosso sexo. — disse provocando ela com sua própria fala.
Ela se virou lentamente e seu rosto estava num tom delicioso de vermelho.
— e-eu... eu queria falar com você — falou tão envergonhada que me deu pena de provocá-la mais. Então apenas falei para ela me seguir.
Óbvio que ela olhou para a amiga e depois para mim, como num pedido mudo para levá-la também, mas felizmente a conversa era só entre nós dois. Por mais que eu saiba que ela vá contar cada detalhe do que conversarmos a sós.
Ela me seguia meio desconfiada e meio amedrontada, vi Krystian me olhando com um sorrisinho presunçoso do outro lado do cômodo antes de irmos para um local mais tranquilo e seguro para conversarmos.
Desde que ela fugiu de minha casa a uma semana atrás, Krys vem tentando me convencer a chamá-la pra sair e propor a maluquice que ele inventou chamado "casamento falso". E não tendo bastado só ele no meu pé, ele começou a conversar com a tal amiga que anda com o mini furacão para convencê-la a persuadir a amiga pra aceitar a ideia do tal casamento. Malditos fanfiqueiros, odeio todos.
Revirei os olhos e saímos de perto de toda a barulheira e acúmulo de gente num único espaço, me fazendo suspirar aliviado e em poucos passos, parei na frente da porta do meu escritório, abrindo caminho para a mini furacão passar e se sentar em uma das poltronas.
Ela passou por mim ainda sem me olhar direito, o que me deixou um pouco irritado. Se sentou na poltrona de visitas em frente a minha mesa e a poltrona conseguia ser maior que ela. Fazendo ela praticamente ser engolida pela poltrona.
Dei uma risadinha pelo meu pensamento idiota e me voltei para ela.
— então, qual a primeira coisa que quer saber? – perguntei me fazendo, enquanto ia até a mesa e me servia de uma dose do meu uísque favorito.
Ela me olhou receosa e disse:
— nós realmente... Você sabe... — ela queria saber se dormimos juntos, eu havia entendido muito bem mas decidi provocar mais uma vez.
— Acho que não entendi muito bem, vai ter que ser mais específica. — a olhei sorrindo ladino e me sentei em minha poltrona ficando a sua frente. Era divertido deixá-la corada, descobri que gostava de fazer isso.
Ela me encarou irritada e soltou algo num tom de voz baixo, ficando vermelha novamente. E eu ficava cada vez mais satisfeito ao vê-la assim.
Talvez provocá-la fosse ser a minha maior diversão aquela noite.
— Quero saber se nós fizemos sexo, praticamos o coito, enfiamos o seu "pipi" no meu "popó" — a interrompi esticando minha mão em sua frente num sinal claro para ela parar, já que eu estava horrorizado pelo linguajar que ela usava.
Eu até teria rido das expressões bestas mostrando que gostei da sua criatividade e coragem de falar aquilo, mas não queria afastar de seu rosto o delicioso rubor que parecia não abandoná-la. Então apenas a respondi.
— Não, nós não dormimos juntos aquela noite. — ao me ouvir falar isso, ela parece ter soltado um suspiro de alivio e toda a tensão que estava em seu corpo, quase desmoronando na cadeira. Acabei me sentindo um pouco ofendido pela sua reação mas fiquei quieto.
Meu coração deu um salto ao vê-la sorrir e os olhos brilharem e eu quasei deixei um sorriso bobo me escapar pela felicidade boba dela. Ela conseguia ser um misto de reações, uma bagunça muita diferente que me chamava a atenção.
— Não sou do tipo de homem que se aproveita de mulheres bebâdas e inconscientes, senhorita Soares. — falei sério a olhando no fundo de seus olhos para mostrar que estava sendo verdadeiro.
— Então poderia por favor me falar o que houve? Por que eu fui parar nua ao seu lado se nós não dormimos juntos?
Franzi o cenho ao ouvir a sua última pergunta.
— Nua ao meu lado? Isso é impossível já que a senhorita dormiu no quarto de hóspedes com a sua roupa.
Ela cruzou os braços e me olhou de uma forma como se estivesse me questionando.
Bufei e liguei meu computador que estava sobre minha mesa, e logo fiz o login no meu serviço de câmeras de segurança que ficavam espalhadas pela minha residência.
Coloquei a data e o horário aproximado em que nós chegamos em casa, começando a procurar pelas imagens e virei o monitor de forma que nós dois consigamos ver as filmagens.
CÂMERA 6 (corredor norte)
1 week ago/ 1:45 am
Após alguns minutos apareceram eu, ela e Alf.
Eu estava sustentando o peso de seu corpo no meu, enquanto ela parecia estar mais fora de si do que nunca.
Alf vinha logo atrás, segurando seus pertences e me ajudando a segura-la para que não tropeçasse nos próprios pés e caísse.
E lá estava, as câmeras eram minhas testemunhas.
Havíamos entrado os três, no quarto de hóspedes. E alguns minutos depois, aparece eu e Alf saindo do quarto juntos, e ele desce as escadas que dá acesso ao lobby da entrada principal. Já eu, dou alguns passos e entro em meu quarto fechando a porta.
— Viu! Nós não dormimos juntos! — digo apontando para a tela.
— Eu acordei ao seu lado Joshua, você e eu estávamos nus. — ela cruza os braços me dando mais um nó na cabeça. — continue procurando nas filmagens.
Coloquei a câmera para andar mais rápido a partir do momento em que aparecemos pela última vez, e após umas 3hrs nas imagens, obtivemos nossas respostas.
CÂMERA 6 (corredor norte)
1 week ago/ 4:00 am
A porta do quarto de hóspedes foi aberta lentamente e uma Any semi nua, se segurava nas paredes parecendo prestes a desmaiar.
Enquanto a Any de agora, parecia um tomate de tão vermelha.
Enquanto andava, esbarrou em meu aparador que fica no corredor e acabou derrubando um de meus vasos. Eu adorava aquele vaso, bem que eu dei pela falta dele.
Ela levou a mão a testa e ficou encarando os restos do vaso no chão, logo seu corpo começou a tremer de um jeito estranho, até eu conseguir decifrar que ela estava rindo. Por um momento eu achei que ela estaria dançando de um forma estranha ou passando mal.
Ela se abaixou olhando em volta e recolheu alguns cacos, colocando todos dentro de um vaso de planta no fim do corredor.
Any, a minha frente, ao ver tudo aquilo estava quase se tornando parte da poltrona de tanto que se encolhia de vergonha. Queria falar algo para a tranquilizar mas sinceramente, nem eu sabia o que dizer numa situação dessas.
Ela ficou uns 15 minutos pegando os cacos, parando para rir e fazer algo como uma dancinha desengonçada e depois corria colocando os cacos escondidos no caso de plantas. Numa dessas corridas, acabou que quase caiu em cima dos poucos cacos no chão mas conseguiu se segurar na parede.
Após de terminar de limpar a cena do "crime", as filmagens mostram ela andando e abrindo de porta em porta, a primeira foi a do banheiro e depois a do meu escritório, a porta do meu quarto foi a seguinte, e ela mal olhando para dentro acabou parando encostada de qualquer jeito na soleira, permaneceu assim por um tempo possivelmente cochilando pela posição estranha que estava antes de quase cair dentro do quarto, entrar e fechar a porta.
— Eu não acredito nisso! Meu Deus que vergonha Josh, eu sinto muito. — falou quase chorando e meu coração doeu, eu não sabia lidar com ninguém chorando.
— Ei, não tem problema! Mas pense pelo lado bom, pelo menos agora sabemos que você acabou parando no meu quarto porque estava tonta com a bebida. — ela limpou o canto dos olhos e sorriu.
— Mas o porque estávamos nus ainda é uma incógnita para mim. — ela ainda estava um pouco encabulada.
— Bem, eu tenho o costume de dormir de pouca roupa. Então provavelmente esse é o motivo de eu estar sem roupas naquele momento. — digo dando os ombros.— Eu realmente só te dei uma carona e como eu não sabia qual era a sua casa, acabei te trazendo para cá.
Ela suspirou mais uma vez se desculpando culpada. Apenas dei de ombros e disse que ela não precisava me pedir desculpas por nada.
— Enquanto estávamos juntos, aconteceu mais algo que eu precise saber?
Precisei pensar um pouco antes de um riso frouxo me escapar.
— A única coisa que você fez, foi fugir do carro enquanto eu parava num sinal vermelho, cantando alguma música da Frozen. Qual o nome mesmo? — me pergunto tentando recordar do nome mas ela me responde antes arfando.
— Let It Go? — agora ela voltou a parecer mortificada. — o que me fez soltar uma gargalhada genuína em reconhecimento do nome da música, e me fazendo acenar com a cabeça positivamente.
— E também cantou um pouco de Rihanna, dizendo que ela tinha mandado me matar. — digo ainda risonho.
Ela por sua vez enterra o rosto nas mãos, resmungando algo.
— Obrigada mesmo por ter me trago e por ter cuidado de mim. — ela disse levantando o rosto e me encarando com uma leve careta envergonhada. — Vou ficar te devendo essa.
Ao ouvir isso, uma ideia vem na minha cabeça e não consigo me impedir de abrir um sorrisinho de canto.
— De nada Any, não tem problemas. — falei me levantando lentamente e ela me imitou, fui andando em sua direção e ela prendeu o ar quando parei em sua frente a olhando de cima. Me aproximei do corpo dela e senti seus pelinhos se arrepiarem quando sussurrei em seu ouvido — Pode ter certeza que eu vou fazer questão de cobrar esse favor.
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