˖࣪ ❛ CAPÍTULO QUATRO
— 04 —

— SOPHIA, VAMOS NOS ATRASAR! — Bella me chamou do pé da escada.

Fixei meu segundo brinco no espelho e revirei os olhos. Nem passou tanto tempo e ela estava enlouquecendo por estar atrasada. Nós estávamos indo para a escola por um tempo agora, é aceitável estar atrasado. Principalmente se for eu.

— Sim Bells, me dê dois segundos! — eu gritei de volta.

Eu provavelmente deveria ter saído da cama em um horário decente esta manhã e não há dez minutos, mas estava quente demais para me levantar.

Eu ouvi Bella suspirar do fundo da escada. — Certo, bem, eu vou ligar a caminhonete. 

— Ok! — respondi de volta e corri para pegar uma jaqueta do meu armário. Encolhi os ombros rapidamente, a manga esquerda do meu top de manga comprida enrolando por baixo. Eu ignorei e corri para minha bolsa que estava aberta na minha cama. Eu a peguei pela alça e enfiei meu pé em um dos meus converses no meio do chão e deixei minha bolsa na minha mesa. Lutei contra o bloco de notas enquanto me cansava de enfiá-lo na minha bolsa, ainda enfiando o pé no sapato.

Quando o bloco de notas estava na minha bolsa, inclinei-me e calcei meu outro sapato, prendendo os cadarços na lateral. Corri para fora do meu quarto e desci as escadas e fui para fora, onde Charlie estava entrando em seu carro da polícia, indo para o trabalho durante o dia.

— Ei, você sabe que não teríamos esse problema se... Oh-oh, pelo amor de Deus está-está chovendo? — eu gritei de frustração, olhando para o céu e segurando minhas palmas para o céu de cor cinza.

Charlie riu de mim enquanto eu pegava o capuz da minha jaqueta e o puxava para cima. — Você estava dizendo? — ele me perguntou com uma risada.

Suspirei enquanto descia os degraus para a caminhonete. — Que Bella e eu não estaríamos tendo esse problema se eu tivesse meu próprio carro. 

Charlie acenou com a cabeça. — Sim, talvez se você estiver bem, eu vou te dar um para o seu aniversário.

— Eu não tenho onze anos, pai. — eu levantei minha sobrancelha. — E não é meu aniversário até setembro.

Charlie assentiu enquanto franzia a testa estranhamente. — Sim, sim... De qualquer forma, eu estava apenas dizendo a Bells que não vou fazer o jantar esta noite. Tenho certeza que ela vai te contar. Tenha um bom dia na escola, fique segura.

— Tchau, pai. — eu sorri sem entusiasmo. Ele fechou a porta e saiu da garagem, deixando Bella e eu.

— Ei, Sophia venha, entre na caminhonete. — Bella pediu, já subindo no banco do motorista.

— Huh? Ah, sim. — eu gaguejei, correndo para o banco do passageiro e deslizando para dentro da caminhonete. Ela ligou o motor e saiu da garagem para a estrada. Uma vez que estávamos indo por um minuto ou mais, eu limpei minha garganta. — Ei, Bella?

— Sim? — ela não tirou os olhos da estrada enquanto me respondia.

— Você acha que nós somos parecidas?

Bella olhou para mim um pouco antes de se concentrar na estrada novamente. — Quero dizer, sim, nós temos a mesma cor de cabelo.

— Meu cabelo é tingido, Bells. — eu disse a ela: — Sou loira natural.

— Ah sim, certo. — minha irmã franziu a testa. — Mas existem coisas como gêmeos fraternos, lembra? 

— Como eu não poderia? — eu resmunguei. — Papai e mamãe estão enfiando a palavra na minha cabeça desde que eu inventei essa teoria da adoção.

Bella olhou para mim novamente. — Por que, o que causou isso? 

— E-eu não sei. Encontrei amigos de Jacob outro dia e um deles concordou comigo que achavam que eu era adotada.

Bella riu. — Vamos, Soph, se você fosse adotada, tenho certeza que mamãe e papai já teriam contado a você sobre isso. 

— Ou eles são incrivelmente culpados e não querem que eu encontre meus pais verdadeiros. — eu apontei. Bella se virou para olhar para mim novamente com uma sobrancelha levantada. — O quê? Eu tenho lido teorias sobre isso. — dei de ombros com indiferença, virando-me e olhando para trás pela janela.

★

Caminhei para Biologia com a cabeça baixa, muito consumida em meus pensamentos sobre a possibilidade de eu ser adotada. Quer dizer, era impossível. Talvez meu pai estivesse certo, talvez eu fosse apenas uma garota agitada que não gostava de tirar fotos.

Até os cinco anos?

Meus pensamentos estavam comendo o espaço do meu cérebro e eu estava muito ocupada em minha cabeça que nem mesmo vi a pessoa que estava andando na minha frente. Eu bati nas costas dela com uma força que os fez tropeçar para frente e eu tropeçar para trás. Os dois livros que eu segurava em meus braços foram para o chão e eu xinguei enquanto eles caíam. — Merda. — eu me abaixei para pegá-los, nem mesmo olhando para a pessoa que eu tinha esbarrado. — Desculpe, eu nem te vi. 

Levantei-me quando a pessoa pegou meu livro de Biologia para mim. Ela estendeu para mim com um sorriso: — Está tudo bem, tenho certeza que você não fez isso de propósito.

Fiquei congelada no chão. Minha resposta ficou presa na minha garganta, junto com minha respiração enquanto a garota continuava a sorrir para mim. Eu a conhecia, como não poderia? Achei que a família deles era má e falei com Angela em várias ocasiões a respeito deles. A que estava na minha frente era Alice Cullen, ela tinha cabelos castanhos cortados em um corte de duende, pele pálida como o resto deles, e olhos castanhos.

— N-não, eu não fiz. — eu limpei minha garganta. — Eu estava muito perdida em pensamento para olhar para onde eu estava indo. 

Ela assentiu, ainda sorrindo, e estendeu a mão para mim. — É ótimo finalmente conhecer você. Eu sou Alice, mas você já sabe disso. — ela riu.

Forcei minhas sobrancelhas a não se estreitarem com sua escolha de palavras. Finalmente? Ela passou as últimas semanas me examinando como eu a tinha feito? Eu disse a Angela que queria conhecer os Cullen, achei-os interessantes e queria conhecê-los. Naturalmente, meus olhos cairam para eles, assim como os de todos os outros sempre que eles apareciam.

O que também me pegou foi o tom que ela estava falando comigo. Era como se ela tivesse me conhecido como se eu fosse apenas uma velha amiga que ela reencontrou depois de alguns anos.

Apertei sua mão. — Sophia Swan, mas tenho a sensação de que você já sabe disso.

Ela apenas continuou a sorrir antes de gesticular para a pessoa atrás dela. Eu nem tinha percebido que ele estava ali. — Este é Jasper Hale.

Jasper apenas me deu um sorriso de boca fechada, e então eu educadamente devolvi. — Prazer em conhecê-lo.

— Você também, Sophia.

Apontei meu polegar na direção de onde estava indo e dei de ombros. — Eu provavelmente deveria ir, não quero me atrasar, mas foi um prazer conhecê-los e me desculpe novamente por esbarrar em você, eu realmente não quis fazer isso.

— Está bem! — Alice sorriu. — Te vejo em breve, Sophia.

Eu balancei a cabeça enquanto passava por eles lentamente. — Sim, vejo vocês dois mais tarde.

Com o encontro estranho terminado, eu praticamente corri o resto do caminho para Biologia. As palavras de Alice ainda estavam soando em minha mente, 'É ótimo finalmente conhecê-la', me confundiu como ela disse isso antes mesmo de eu dizer a ela meu nome. Foi outra coisa que desnecessariamente entupiu meu cérebro pesado.

Quando passei pela porta da Biologia, meus olhos se arregalaram quando vi Edward sentado em seu assento ao lado de Bella. Minha irmã estava na minha frente, aparentemente tão chocada quanto eu. Edward não compareceu por um tempo, quase duas semanas eu acho e agora ele estava de volta, olhando direto para as profundezas da alma da minha irmã.

Eu inclinei minha cabeça para a direita e estreitei meus olhos desagradavelmente em sua direção. Eu esperava que ele sentisse como ele fez Bella se sentir sob o meu olhar minucioso, realmente não parecia bom. Lá eu cutuquei Bella com meu cotovelo. — Então, você vai fazer isso ou eu?

Bella apenas olhou para mim com um raro broto de determinação transbordando em sua íris. Ela olhou de volta para Edward, que se contorceu e evitou nossos olhares, e caminhou até ele antes de se sentar ao lado dele. Larguei minha bolsa na mesa que Mike e eu dividíamos, lentamente puxando meu bloco de notas enquanto me certificava de que Edward pegou meu olhar mortal que eu estava fixando nele.

Para minha surpresa, foi Edward quem iniciou a conversa primeiro depois que Bella ficou sentada ali sem jeito por alguns segundos. Eles conversaram brevemente antes de ambos olharem na minha direção. Bella arregalou os olhos para mim em um gesto silencioso para provavelmente me repreender por olhar para Edward.

— Células de ponta de raiz de cebola. — Sr. Molina se dirigiu a nós como uma classe. — Isso é o que está em seus slides agora. Senhorita Swan, se você pudesse gentilmente se sentar, a menos que você planeje ficar em pé durante toda a aula?

Eu parei de olhar para Edward e trouxe minha atenção para o meu professor de Biologia. Eu balancei a cabeça. — Uh, sim, desculpe. — resmunguei e larguei minha bolsa no chão e, a contragosto, sentei-me ao lado de Mike.

— Ótimo, obrigado. — ele me disse antes de dirigir sua atenção para a classe: — Então separe-os e rotule-os nas fases da Mitose e os primeiros parceiros que acertarem vão ganhar... A Cebola Dourada.

Mike cutucou meu braço, me distraindo de desenhar no meu bloco de notas. — Você sabe o que é Mitose?

Eu levantei uma sobrancelha para ele. — Uma cela?

★

Saí do prédio sozinha com meus fones de ouvido conectados. Meu telefone estava na minha mão, onde eu tinha uma mensagem de texto já escrita para o novo celular da minha māe esperando para ser enviada. Eu mordi meu lábio inferior enquanto lia o texto novamente.

'Existe alguma possibilidade de eu ser adotada? Não minta para mim mãe, estou falando muito sério.'

Havia uma grande chance de minha māe me ligar esta noite, gritando no telefone que não havia absolutamente nenhuma possibilidade de eu ser adotada. Que ela carregou Bella e eu por nove meses antes de nos dar a luz. Ela ficaria chateada e ofendida, mas era algo que eu tinha que saber. Quanto mais eu pensava sobre a possibilidade, mais eu achava que tinha sido adotada desde jovem.

Eu estava feliz que era o fim do dia, porque eu honestamente não poderia me dar ao trabalho de assistir a mais aulas. Meu cérebro estava frito e eu tinha aprendido o suficiente enquanto considerava minha adoção por um dia.

Com um suspiro alto, pisei na estrada e apertei o botão enviar.

Depois de pressionar enviar, andei com os olhos grudados na tela do celular, esperando uma resposta imediata. Foi só quando ouvi uma buzina soar que olhei para cima da tela.

Uma van preta com Tyler no banco do motorista estava desviando para mim a uma velocidade irracional. Em pânico, parei de andar, parando no meu caminho. Eu não sabia o que fazer, eu era como um cervo nos faróis e meu corpo não estava reagindo rápido o suficiente para eu responder. Em vez disso, apenas fechei os olhos e esperei a van me bater.

Eu poderia ter ficado ali, com meu coração batendo no peito, por alguns bons minutos esperando o impacto... Mas ele nunca veio.

Abri meus olhos quando ouvi a van finalmente bater e me vi não mais parada no meio da estrada. Eu estava agora na metade do estacionamento, parado na grama e bem fora do caminho da van.

O lugar onde Tyler tinha batido estava de lado na minha caminhonete e na de Bella, onde eu tinha visto minha irmã esperando por mim nem dez segundos atrás, pouco antes de eu fechar meus olhos.

Meus olhos se arregalaram de horror enquanto eu gritava o nome dela enquanto corria para a cena como qualquer outra pessoa no estacionamento.

Mike estava correndo em minha direção enquanto eu caminhava para a caminhonete. Suas duas mãos agarraram meus braços com força. — Soph. Sophia você está bem?

Eu balancei a cabeça enquanto ele me sacudia de volta. Eu estava prestes a forçar uma resposta quando Edward pulou de onde a van do Tyler havia batido em nosso caminhão, ele acenou com a cabeça para mim uma vez e saiu antes de dizer:

— De nada.