Voltando aos trilhos
(SHAWN)
Meu cérebro está em um estado de completa bagunça nesse momento, Alessia já tinha me garantido dois dias atrás que Carlyn me procuraria e dito que ela estava sim apaixonada por mim todavia ouvindo isso com ela em minha frente e saindo dos seus lábios é surreal. É como se meu cérebro se recusasse a acreditar de início que ela de fato disse com todas as palavras que me ama e que quer passar o resto da sua vida comigo, ela realmente acredita em um futuro pra nós.
Com ele agora em minha frente, finalmente sinto a sensação de ser retribuído e é...incrível. É algo que nunca pensei que de fato fosse acontecer e aconteceu e suas palavras não poderiam terem sido mais perfeitas. A forma que ela me olha dizendo "eu preciso de você" me faz desejar nunca parar de amar essa mulher e que ela nunca pare de me amar.
No momento, não sei o que dizer então faço o que tenho mais sentido falta de fazer. Minha mão já estava no seu cabelo então o caminho até seu rosto é rápido, levo minha outra mão até o outro lado de sua bochecha fazendo assim estar segurando seu rosto perfeito, percorro meus polegares pelas maçãs do seu rosto apenas para checar que ela está realmente aqui e que não é mais um dos meus sonhos onde ela se declara pra mim e em seguida eu acordo com uma dor no coração. Mas ela está aqui e meu coração não dói, há um alívio em meu peito.
Me aproximo dela sentindo sua pele gelada na ponta dos dedos por conta da friagem que ela foi exposta, não acredito que a mesma esperou embaixo da chuva por minha chegada sendo que poderia facilmente voltar pra sua casa e conversar comigo amanhã, ao mesmo tempo me sinto preocupado por ela ter se molhado com a chuva gelada de Toronto e de estar lá fora onde qualquer um poderia por sua vida em risco.
Afasto esses pensamentos quando sinto nossos lábios enroscarem em um toque quase inexistente, prendo meus lábios em volta do seu inferior formando um selinho suave. Meu coração para de bater no momento em que o toque entre nossas bocas acontece e só solto minha respiração quando finalmente movemos nossos lábios iniciando um beijo.
Nunca pensei sentir tanta falta de algo como agora percebo a falta que sentia de sua boca, de lhe beijar.
Em um movimento em que entreabro mais meus lábios, sua língua desliza pra dentro da minha boca e então respiramos fundo como se estivéssemos nos preparando para o que virá. A partir desse momento, minha mente se torna uma linda bagunça, só consigo pensar em devorar sua boca.
Nos beijamos intensamente tentando matar a saudade e numa tentativa de recuperarmos o tempo perdido. Solto seu rosto quando sua mão segura o colarinho do meu suéter impedindo que meus braços fiquem em seu rosto, seus dedos apertam em volta da minha roupa e me puxa em sua direção intensificando cada vez mais o beijo. Soltamos suspiros enquanto exploramos a boca um do outro e nossas mãos tentam decidirem onde ficar, tanto as minhas mão quanto as dela tremem levemente em nervosismo e ao mesmo tempo excitação.
—Eu te amo tanto...—ela diz suspirando contra minha boca, penetro minha mão na raiz do seu cabelo molhado e pressiono mais sua boca na minha.
—Eu também te amo, Carlyn Olsen.
O beijo é interrompido com seu sorriso, ainda damos uns selinhos mas acabamos não iniciando outro por enquanto. Não nos afastamos, mantemos nossas testas juntas e nossos narizes se enroscando enquanto sorrimos igual dois idiotas.
—Isso significa que irá me dar uma segunda chance?—ela pergunta tentando conter um sorriso, Deus... senti tanta falta em vê-la sorrir.
—Só se você me prometer continuar sorrindo desse jeito.—contorno seu lábio com meu polegar, seu sorriso aumenta e logo também estou sorrindo.
—Isso não é algo tão difícil de fazer, apenas continue comigo que sorrirei assim todos os dias.
Puxo ela novamente lhe beijando com fervor, dessa vez não começamos com sutileza. Já começamos nos devorando como se nossas vidas dependessem disso. Toco a frente de sua garganta em um carinho circulatório com meu dedo e em seguida seguro todo seu pescoço com minha mão, é um ato mais sexual todavia não aperto e deixo meus dedos frouxos, depois levo minha mão para de trás da sua cabeça onde acaricio seu cabelo lhe empurrando contra minha boca.
Carlyn entrelaça seus braços em meu pescoço e solto diversos suspiros com suas mãos bagunçando meu cabelo da mesma forma que ela suspirou quando segurei seu pescoço. Ela se move no sofá ainda enquanto nos beijamos e não sei ao certo o que ela está fazendo por meus olhos se encontrarem fechados mas logo noto que ela ficou de joelhos em cima do sofá ficando assim mais alta que eu. Isso facilita pra ela estar no controle, a mesma segura meu rosto entre suas mãos e me puxa em sua direção toda vez que afunda a língua em minha boca.
Desço minhas mãos para sua cintura acariciando a região por cima do moletom e então descendo para seu quadril onde o toque é maior pelo tecido da calça de pijama ser mais leve, levo minhas mãos para trás apalpando de início lentamente e no final com mais intensidade seu traseiro do jeito que sei que ela gosta, em resposta sinto seus dentes mordiscarem meu lábio inferior.
Os toques vão se tornando mais frenéticos de ambas as partes, sinto ela arranhar minhas costas com suas unhas o que não causa tanto efeito em mim por ter o tecido nos separando. Ela puxa freneticamente pra cima fazendo o tecido subir um pouco pelas minhas costas mas logo volta ao normal. Carlyn abandona meus lábios e ambos aproveitamos para puxarmos o ar que nos falta. Suas mãos descem até minha cintura puxando o tecido pesado do suéter para cima e logo ergo os braços fazendo ela o retirar e jogar para de trás do sofá.
Noto seus lábios entreabrirem puxando o ar enquanto seu olhar percorre por meu tronco agora despido. Suas mãos percorrem por meus braços, ombros e costas me fazendo ficar mais excitado do que já estou. Seu olhar permanece no meu enquanto ela me toca lentamente como se estivesse matando a saudade de me tocar dessa forma, vejo seus olhos brilharem de tesão e quando me aproximo dela até começar a beijar seu pescoço vejo eles revirando de prazer.
—Você não tem noção do quanto senti sua falta.—ela diz entre um gemido alisando minhas costas enquanto deixo beijos fortes em seu pescoço.
Paro de beijar a região do seu pescoço para retirar a camisa e moletom que ela usa lhe deixando totalmente nua da cintura pra cima.
—Senti falta disso também.—levo minha mão até seus seios brincando com eles.
—Aposto que sim.—ele gargalhada, sorrio ao ouvir o som de sua felicidade.
—E disso.—beijo a região em volta dos seus seios e então coloco um deles em minha boca massageando com meus lábios e lhe estimulando com minha língua, ela solta um suspiro em resposta.
—Com certeza disso.—enquanto abocanho seus seios lhe olho vendo ela dizer isso com os olhos fechados enquanto sorri meio anestesiada.
Volto meus lábios para os seus lhe beijando com força enquanto lhe empurro contra o sofá até ter ela deitada. Como já demonstramos estarmos com pressa, não perco tempo beijando todo seu corpo como costumo fazer, parto para baixo deslizando a calça. Volto pra cima lhe beijando enquanto movo meus dedos no meio de suas pernas ainda por cima da calcinha.
—Quer ir pro quarto?—pergunto pois temos muito mais espaço lá.
—Com certeza.—ofega.
Nos levantamos do sofá ainda nos beijando e ficamos por um tempo trocando um amasso em pé, só nos separamos quando seguro suas coxas lhe levantando até a mesma entrelaçar suas pernas em volta da minha cintura. Lhe seguro firmemente através de sua bunda enquanto Carlyn me abraça pelo pescoço. Enquanto caminho pelo corredor de quartos lhe carregando para meu quarto, sinto sua língua percorrer a lateral do meu pescoço enquanto suas unhas arranham levemente meus ombros.
—Uh...o que está fazendo?—sorrio sapeca.
—Apenas explorando o território canadense.—gargalho.
—Mal posso esperar pra explorar o território italiano a noite toda.
Ela se afasta do meu pescoço pra me olhar e vejo um sorriso malicioso em seus lábios enquanto se acomoda propositalmente em meu colo se pressionando contra minha ereção.
—A noite toda ? e você aguenta isso?—ela provoca, gargalho alto enquanto chuto a porta do meu quarto com a perna logo entrando.
—Pela saudade que estou sentindo de você, provavelmente não durarei cinco minutos, amor. Mas posso ir conseguindo resistência com as tentativas.—ela ri alto jogando a cabeça pro lado.
—É bom você durar mais que isso.
—Não posso prometer nada.
Ela sorri e volta a me beijar ciente que já estamos ao lado da cama e agora não preciso ficar mais com os olhos abertos para nos guiarmos. Lhe deito cuidadosamente na minha cama que tenho certeza que está comemorando pela falta que também sentiu da minha namorada, subo em cima dela logo em seguida arrancando sua calcinha enquanto ela faz o mesmo com o restante das minhas roupas.
Nos beijamos como se não houvesse amanhã e quando entro dentro dela é uma explosão de sentimentos no meu interior.
Carlyn e eu não contemos nossos gemidos pois dessa vez está sendo fenomenal, ela implora que eu não pare e concedo seu pedido até ambos termos nossos orgasmos. Dessa vez é tudo muito lento e intenso, os toques como se não estivéssemos acreditando que realmente estamos aqui juntos, os beijos que demoram pra se encerrar porque não queremos que acabe nunca, meus movimentos dentro dela como se juntos estivéssemos alcançando o topo do mundo. É diferente porque estamos fazendo amor e dessa vez ambos estamos cientes.
Ela diz que me ama diversas vezes e faço o mesmo, perco as contas de quantas vezes dizemos e ainda sim parece que toda vez que escuto ela dizer, meu coração para.
(...)
Quando acordo sinto meu corpo relaxado de uma forma que faz dias que não o sinto assim. Ainda de olhos fechados enquanto volto a consciência percorro o braço pela cama em busca de Carlyn pois dormimos de conchinha e ela não está em meus braços, ela se mexe muito durante o sono então é bem normal mudarmos de posição diversas vezes.
Não sinto ela então crio coragem de abrir os olhos mesmo sabendo que deixei a cortina aberta porque estava com preguiça de fechar então será difícil pra minha vista se acostumar. Olho em volta do meu quarto em busca dela mas não a encontro. Vejo sua calça de pijama assim como minha camisa dobradas em cima da poltrona que há no quarto porém sem sinal do meu moletom, ela não iria embora sem dizer nada, iria?
Quando estou prestes a ligar meu celular para ver se há alguma mensagem dela, talvez tenha tido que sair mais cedo, escuto o som da porta do banheiro então logo olho vendo Carlyn sair de lá vestida apenas com meu moletom deixando suas longas pernas nuas, ela sorri e corre em minha direção se jogando em cima do meu corpo, gargalho alto assim que ela faz isso.
—Okay...isso é uma surpresa, você está de bom humor.—afasto o cabelo do seu rosto após ela se afastar de mim para me olhar já que até então estava me abraçando.
—Não há nada de surpreendente nisso, eu apenas estou feliz.—dar de ombros, sorrio ainda afastando seu cabelo do rosto pois como ela está em cima de mim me olhando acaba caindo, noto que ele continua úmido.
—Mesmo você estando feliz, sempre acorda toda "eu odeio o mundo e odeio você, Shawn!"—faço uma voz aguda imitando ela, a mesma bate em meu braço e ri.
—Dessa vez é diferente, estou feliz como nunca antes.—seu sorriso me faz corar por saber que o motivo é nós. Um sorriso vai crescendo em meus lábios, Carlyn tenta parar de sorrir mas não consegue e parece corar também pela forma que a olho.
A mesma vem em minha direção e nossos sorrisos só são desmanchados quando nossos lábios se encontram em um beijo profundo porém rápido.
—Seu cabelo ainda está úmido, precisa secar se não vai ficar doente, pode usar meu secador.—digo segurando uma mecha do seu cabelo.
—Eu vou fazer isso, não posso ficar doente e não te beijar durante os próximos dias, não quero te passar gripe, os shows estão chegando.
Sinto a minha animação ir embora, claro que estou animado para a turnê mas no momento não consigo ficar em saber que terei que me despedir dos meus pais e amigos e agora de Carlyn, vou sentir tanto a falta dela. Sei que quando eu estive na turnê irei focar mais naquilo e me animarei mas por hoje permito-me ficar triste por ter que ficar longe da minha namorada em alguns dias.
—Eu vou sentir tanto a sua falta.—seu tom é triste, sorrio murcho sentindo seu indicador percorrer pelo meu rosto.
—Eu quero tanto ficar mas também quero tanto ir.—torço os lábios confuso comigo mesmo.
—Você está animado porque cantar é o que te deixa feliz mas é completamente compreensível ficar triste por deixar sua casa pra trás por alguns meses.
—É horrível, queria apenas ter as duas coisas juntas.
—Nem tudo é possível.—seus lábios decaem, assinto tristonho.—Mas tenho certeza que quando você estiver viajando, irá sentir a animação te dominando e só conseguirá pensar naquilo e temos a tecnologia a nosso favor, basta um clique para vermos um ao outro. Quando mal perceber já estará de volta em casa desejando voltar para os palcos.
—Você parece tão compreensiva com isso.—uma risada irônica escapa dela.
—Acredite, estou enlouquecendo por dentro, não quero ter que ficar longe de você.—beijo seu rosto ao notar que ela realmente parece decepcionada com isso.—Mas eu entendo, é seu trabalho e não temos muito o que fazer e não é um sacrifício, você está seguindo seu sonho.
—Obrigada, por me apoiar.—ela sorri e beija o canto da minha boca.—Olha, a primeira parte irá durar um mês e meio, no meio de abril já estarei em casa e terei um mês de folga.
—Não é muito tempo.
—Exatamente e se você conseguir folga no trabalho pode voar até mim, eu pago para não afetar seu orçamento.
—Daremos um jeito, não é?—noto ela sorrir como se já soubesse que ficaremos bem.
—É, daremos.
Ela sorri parecendo genuinamente feliz e desce seu rosto até juntar nossos lábios. Retiro o edredom que me cobre e que separa nossos corpos, ergo uma das minhas pernas fazendo ela se deitar em cima da outra. Suas mãos percorrem a lateral do meu quadril coberto pela cueca enquanto levo minha mão para seu pescoço introduzindo meus dedos na raiz do seu cabelo e puxando ela em minha direção.
—Querido, eu...—jogo Carlyn para o lado ao mesmo tempo em que me apresso para puxar o edredom nos cobrindo do quadril pra baixo, que é justo a parte em que estamos apenas de roupas de baixo.
Minha mãe com a mão na maçaneta arregala os olhos e se retira fechando novamente enquanto grita dezenas de "desculpe" um atrás do outro.
—Eu não tenho privacidade nem na minha própria casa!—grito pra ela ouvir.
Agora me arrependo amargamente de dar minha chave para meus pais. Já estou acostumado a eles entrarem desse jeito em meu quarto pela manhã mas a diferença é que estou com uma garota. Também não me importo da minha família me ver de cueca, já estou acostumado mas não sou o único seminu e pra piorar estou duro.
—Ugh, agora só falta minha mãe e seu pai para nos pegar nessa situação.—ela diz citando o momento em que nossas irmãs me flagrou com meu rosto no meio de suas pernas.
—Preciso recuperar a chave deles.—Carlyn ri afundando seu rosto no meu pescoço.
Ela entreabre os lábios pra responder mas para quando ambos ouvimos a voz da minha mãe da sala.
—Gente! Shawn está com uma garota no quarto e há uma grande probabilidade de ser Carlyn.—seu tom é histérico me fazendo rir assim como Carlyn.
—Como assim uma grande probabilidade? é ou não ela?—agora é Aaliyah que diz.
—Eles estavam numa situação comprometedora, tudo o que posso dizer é que ela estava de costas para a porta.
—Provavelmente são eles, eles gostam de sexo matinal.—engasgo com minha própria saliva ao ouvir minha irmã, ela fica em silêncio e em seguida diz como se estivesse explicando:—Digamos que eles já estão acostumados com pessoas os flagrando pela manhã.
—Meu Deus...quero nem saber a história por de trás disso.—meu pai diz.
—Posso contar se quiser...—minha irmã oferece em um tom "inocente".
—Parem de falarem!—grito alto, Carlyn ri mais ainda.
—Desculpa querido!—mamãe grita de volta.—O importante é que eles estão de voltaaaa.—minha mãe diz animada em um tom mais baixo como se não fôssemos escutar.
Olho pra Carlyn sorrindo pela família louca e intrometida que tenho, ela ri deixando um beijo em minha bochecha e se levanta.
(...)
Vou ao encontro da minha família antes de Carlyn pois ela ficou de ir buscar suas roupas na área da lavanderia que há entre os dois quartos de hóspedes, pelo que eu entendi a mesma acordou cedo e pôs as roupas molhadas de ontem para lavar e secar.
Quando adentro na região da sala e cozinha, encontro meus pais e minha irmã sentados na mesa de jantar tomando um café, o que me leva a crer que eles estão no meu apartamento já faz um tempo e minha mãe só foi me chamar quando a comida já estava pronta. Eles param de conversarem no momento que chego, deixo um beijo na testa da minha mãe e me sento numa cadeira próxima.
Enquanto pego uma xícara a enchendo de café, vejo minha irmã levar a torrada até a boca com aquele olhar divertido. Meu pai apenas sorrir ironicamente sem disfarçar enquanto minha mãe tenta disfarçar o sorriso.
—Hum...gosto disso.—comento levando um bolinho até minha boca, apenas numa tentativa de quebrar o silêncio desconfortável pra mim.
Ninguém responde ou colabora na continuação da conversa mas vejo pelo olhar da minha mãe que ela está se controlando para não me atacar com perguntas sobre o acontecimento de minutos atrás. Suspiro deixando minhas costas caírem contra a cadeira.
—Tudo bem, pode perguntar logo.—dou carta branca pra ela que logo larga a panqueca como se a tarefa não fosse mais importante e despeja sob mim a pergunta:
—Era ela?
—A Carlyn.—minha irmã específica quem minha mãe está se referindo , como se eu não soubesse.
—Sim mãe, era ela.—suspiro.
Minha mãe abre a boca e espero pelo grito de animação dela mas não vem, a mulher fecha os lábios se controlando todavia bate as mãos em palmas silenciosas, o sorrio que há em seu rosto é de euforia e até mesmo eu levo uma torrada até meus lábios escondendo meu sorriso.
—Então vocês voltaram ou foi uma recaída? vai ser estranho quando ela for embora ou vai tomar café conosco?—meu pai pergunta.
—Nós voltamos, claro que ainda temos algumas coisas para resolvermos mas voltamos e não vai ser estranho.
—Ah! Glória!—minha mãe não consegue se conter mais e bate as mãos causando um som por todo o apartamento.
—Já estava na hora.—Aaliyah diz.
—Estou tão feliz por vocês estarem juntos novamente, tem noção do quanto foi difícil pra mim nesse tempo que não estavam juntos?—arqueio a sobrancelha pra minha mãe devido ao seu drama, difícil pra ela?
—Tenho certeza que foi mais difícil pra ele, amor.—meu pai diz apertando o ombro da minha mãe.
—Besteira, não é ele que sonha com isso à anos.—continuo com minha sobrancelha arqueada.
—Pode acreditar que eu faço isso.
—Meu deus, vocês dois são...inacreditáveis. Tenho pena da Carlyn.—minha irmã suspira, lanço o dedo do meio pra ela.
—Por favor...não hajam estranho quando ela aparecer.
—Nós?—papai leva a mão até o peito em falsa surpresa, mesmo que ele esteja brincando o olho com tédio.
—Vou agir normalmente.—minha mãe se orgulhosa.
—É disso que tenho medo.
Voltamos a ficar em silêncio quando a atenção de todos nós vai para Carlyn que surge no corredor. Um sorriso surge nos meus lábios no mesmo instante ao vê-la. Ela está linda, está usando sua roupa da noite passada que não tive a oportunidade de analisar mas agora vejo o quanto suas roupas formam sua própria identidade.
—Hey, bom dia.—ela saúda assim que chega.
Todos lhe respondemos. Parece que nenhum de nós sabe exatamente como agir perante a situação, acho que vai levar um tempo até todos se acostumarem que voltamos. Carlyn parece nervosa, não sei se é pelo ambiente tomado pelo silêncio e pela presença da minha família ou ainda é o constrangimento da minha mãe ter lhe pego em cima de mim. Presumo que seja a última opção devido os constantes olhares que ela lança na direção da minha mãe.
—Está com fome?—pergunto sorrindo fazendo ela fixar sua atenção apenas em mim, a mesma parece relaxar mais e vejo um sorriso se formando em seus lábios.
—Morrendo.
—Vem sentar.—ofereço minha mão em convite que logo é pega por ela e lhe puxo lentamente na direção da cadeira ao meu lado.
A mesma se senta com meu convite e levo minha mão até seu rosto, junto nossos lábios em um rápido beijo de cumprimento mas me afasto assim que ouço um suspiro que tenho certeza não pertencer a Carlyn, ambos olhamos na direção da minha mãe que está nos olhado sorrindo com seu rosto apoiado na mão.
—Vocês são perfeitos.
—Mãe!
—O que?
—Você prometeu que não agiria estranho.
—E não estou, dizer que vocês são perfeitos não é algo estranho.
—Tenho certeza que mães normais não fazem esses coisas.
—Puff. Mães felizes com o relacionamento do seu filho fazem.
Aaliyah ri enquanto Carlyn pressiona os lábios pra evitar fazer o mesmo, e eu apenas suspiro envergonhado.
—Tenho certeza que o único incomodado aqui é você.
—Está tudo bem.—minha namorada aperta meu ombro.—Eu particularmente adoro que você goste de nós dois juntos.
—Está vendo? ela adora.—mamãe me provoca.
—Na verdade, eu sou bem grata por não termos precisado ter toda aquela situação constrangedora onde nos apresentamos para nossos pais.—ela diz na minha direção.
—É...nossas famílias se conhecerem desde sempre tem seus benefícios.—aceito de má vontade, ela empurra meu ombro em implicância.
—Eu queria que tivéssemos tido aquele momento constrangedor pra ele onde amostro o álbum de fotografia, com todas as fotos dele criança nu.—minha mãe descreve o momento como se estivesse sonhando, todos riem alto enquanto eu apenas reviro os olhos.
—Não seria tão divertido pra mim quando as fotos dele criança contém eu do lado na mesma situação.—eles riem enquanto sorrio afundando meu rosto em seu pescoço, uma mania que desenvolvemos juntos.
—Ainda sim, não trocaria você por nenhuma dessas experiências, querida.—minha mãe diz em um tom doce.
—Own, isso foi fofo.—minha namorada diz como se tivesse acabado de derreter.
—Agora são três insuportáveis, e eu pensando em ter pena da Carlyn quando na verdade ela se juntou a vocês.—Aaliyah diz revirando os olhos.
—Hum...pode ir ali na cozinha, comigo?—pergunto pra Carlyn apontando na direção do cômodo, ela me olha confusa.—Estou indo buscar algumas caldas pra comer com as panquecas e preciso de ajuda.—invento a primeira história que surge em minha cabeça, já vou me levantando.
—Você precisa de quantos braços pra trazer duas caldas?—minha irmã provoca.
—Quero trazer mais opções.—digo por fim e saio andando na direção da cozinha esperando que Carlyn venha logo atrás.
Me encosto na pia esperando por ela e assim que a mesma chega noto pelo seu olhar que ela está confusa e prestes a perguntar o que quero mas não lhe dou abertura. Logo lhe puxo pela mão trazendo seu corpo até o meu e lhe beijando, não aguentava mais ficar perto dela e não lhe beijar de verdade por conta da presença da minha família. Seguro ela pela cintura apertando a região mas acabo abraçando suas costas quando ela entrelaça os braços em meu pescoço formando um abraço enquanto nos beijamos.
—Vocês sabem que não há uma parede e que podemos ver tudo daqui, certo?—minha irmã grita fazendo nossos lábios se separarem.
—Silêncio, estamos matando a saudade.
Logo em seguida voltamos a nos beijar sem estarmos preocupados com minha família no cômodo ao lado, porque isso não importa muito já que estamos juntos novamente e que precisamos aproveitarmos esses dias.
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E aí? Gostaram do surto?
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