Te vejo em três dias
Atualmente,2019.
(CARLYN)
Hoje é domingo e estou agradecida por Los Angeles não estar chovendo como a previsão disse que faria, até porque não seria nada legal passar meu último dia aqui presa dentro de um hotel, não que isso fosse horrível até porque sei que eu e Shawn conseguiríamos nos divertir bastante no quarto mas podemos fazermos isso quando voltarmos para Toronto, não é sempre que estamos em uma das cidades mais divertidas do mundo. Hoje o dia está mais quente que ontem então o pessoal logo se animou para irmos a praia mas Scott sugeriu algo diferente e logo todos concordaram. Segundo Scott, um dos seus amigos que conheceu produzindo música dele igual com Shawn, irá se apresentar em um festival de música que ocorre durante todo o dia.
Olho em volta analisando o local, é um espaço bastante espaçoso e deve ter aqui mais de mil pessoas, há diversas barracas com comidas de todos os tipos mas não experimentamos nada pois chegamos apenas alguns minutos atrás. Há um palco afastado de onde estamos onde uma banda nem tão famosa de estilo indie toca.
Brian e Shawn compartillham uma lata de cerveja e nem sei ao menos o do porquê eles estarem fazendo isso, já Scott bebe a cerveja em seu próprio copo. Eu não iria beber mas na barraca de bebidas havia diferentes tipos de vinho e como sou uma apreciadora do vinho acabei por optar beber um branco. Connor não veio pois teve que fazer um trabalho junto com Josiah e Andrew ficou de preparar o ensaio fotógrafo que Shawn fará assim que chegar.
—Por que você e Brian estão dividindo uma lata de cerveja?—perguntei assim que os outros dois homens saíram para irem até uma das barracas em busca de algo para comerem.
—Estamos na América e aqui eu ainda não sou liberado para ingerir bebidas alcoólicas, Brian já tem 21 então assim caso alguém tente tirar alguma foto ou algum segurança venha pedir a minha identidade trocamos a lata.—ele explica como se fosse óbvio. Franzo minhas sobrancelhas não acreditando que eles fazem tudo isso para poderem beber álcool em um festival sendo que literalmente ninguém está se importando. Há adolescentes fumando maconha livremente e não vi nenhum segurança impedindo.
—Ok.—estalei a língua no céu da boca erguendo minhas mãos para explicar a ele que isso que eles estão fazendo não faz sentido.—Você sabe que estamos cercados por milhares de pessoas e que alguma delas já tirou uma foto de você com a lata na mão,certo?—ele abre a boca para responder mas logo me apresso ao acrescentar:—E que você não vai ser preso por isso e absolutamente ninguém se importa se você está bebendo sendo que não deveria.
—Eu quero passar uma boa imagem minha.—encolheu os ombros fazendo um beicinho.
—Absolutamente todos já sabem que você é um viciado em cerveja.
—Não seja exagerada!
Ele revira os olhos de forma dramática mas vejo um sorriso discreto surgir no canto dos seus lábios, Shawn alcança minha mão me puxando pra ele todavia não permito a aproximação e nego, ele me olha com uma careta de tédio não acreditando que estou relutando. Ele olha para o lado no banco de madeira em que está provavelmente procurando um espaço pra eu ficar próxima dele de alguma forma mas o acento está todo ocupado por outro grupo de pessoas logo atrás de nós e Shawn se encontra sentado na ponta logo em minha frente.
—Vem cá.—ele pede tentando me puxar novamente pela mão e dessa vez relaxo mais deixando que ele me leve até estar em sua frente com minhas coxas pressionadas em suas perna cruzada.
—Não acredito que você já vai hoje.—ele contorce o rosto.
Sinto uma de suas mãos ser entrelaçada com a minha esquerda e aceito o gesto sem pensar pois estamos próximo de uma parede assim não há ninguém desse lado que consiga visualizar nossas mãos juntas, enquanto a outra vai até meu rosto onde ele desliza uma mecha do meu cabelo para trás da minha orelha, já esse gesto é possível que todos vejam mas meu coração se esquenta tanto que se torna praticamente impossível em pensar em quem irá relatar isso na internet.
—Você vai voltar que dia?
—Apenas na quarta.
—Três dias, sobrevivemos.—digo mas minha feição é contrária disso, sei que ficarei bem longe dele mas não quero.
—Não vai ficar muito cansativo pra você chegar lá de madrugada e ter que ir para a faculdade pela manhã?—noto seu olhar preocupado e sorrio lhe tranquilizando ao mesmo tempo que sinto seu polegar acariciar minha sobrancelha.
—Terei seis horas de sono, é o suficiente.—esclareço já que ele está sendo dramático.
Meu plano era viajar ao meio dia de hoje mas o único voo que não estava lotado de Los Angeles para Toronto era o das onze da noite e acabarei chegando apenas às duas da manhã, por isso que não pegarei um táxi para Pickering a essa hora e acabarei passando a noite no apartamento de Shawn para quando amanhecer já ir para a faculdade que na verdade não fica tão longe do apartamento dele.
Quando ele me sugeriu isso ontem à noite, eu neguei centenas de vezes porque não me sinto confortável em passar a noite no apartamento dele sem o próprio estar lá, mas acabei por aceitar. 1) porque minha mãe teria que pegar a estrada durante a madrugada já que eu jamais correria o risco de pegar um táxi nesse horário 2) porque Shawn não me deixaria dormir até eu aceitar, pelo menos foi o que aconteceu, ele é bastante teimoso.
—Essa noite, você conseguiu descansar bem?
—Sim, a cama do hotel é incrível, é impossível não conseguir dormir bem nela.—respondo não acrescentando o fato que ter o corpo dele seminu me abraçando por trás me fez dormir durante toda a noite e não o colchão.—E você? Como dormiu?
—Maravilhosamente mas tive um sonho muito bizarro.
—Como foi?
—Eu não me lembro de algumas partes mas sei que eu estava na Índia junto com o Josiah e tinha esse escorpião gigante que comia a cabeça dele e depois eu aparecia do nada na Itália e então eu estava com você e sua pele estava verde e tinha essas cicatrizes prateadas por todo o rosto.
—Tipo a Gamora?—arqueio a sobrancelha, ele abre a boca em surpresa e então arregala os olhos enquanto confirma freneticamente.
—Yeah! Exatamente como ela mas seu cabelo ainda continuava preto.
—E o que fazíamos na Itália?
—Você estava parada ao lado de uma piscina e eu chegava do nada com uma motocicleta azul e te dava uma carona para um posto de gasolina abandonado onde você entrava e voltava com uma sacola cheia de salgadinhos.
—O que?!—contraio meus lábios para não rir do sonho totalmente aleatório dele.
—Eu sei! Não é louco? Depois íamos embora e eu te colocava dentro de uma espécie de porão que era em baixo da terra no meio do nada e então pegava a estrada de volta em busca de algo mas então acordei.
—Talvez estivéssemos nos preparando para o fim do mundo, por isso eu peguei todos aqueles salgadinhos e você me colocou dentro de um porão no meio do nada.—sugiro.
—Nah! Eu acho que estava te sequestrando.—ele torce os lábios pensando na possibilidade, me engasgo antes de soltar uma gargalhada.
—Mas por que eu iria pegar os salgadinhos e deixar você me levar?
—Talvez eu tenha te seduzido e mentido sobre onde iria te levar.—ele diz como se tivesse acabado de encontrar a resposta para tudo, o mesmo leva suas mãos até a cabeça fazendo o barulho de uma explosão com a boca que me fez rir alto, eu simplesmente adoro quando ele age como um bobo.
Ficamos conversando sobre sonhos malucos por um tempo e tentando decifrar eles, em seguida Brian e Scott voltaram e logo éramos os quatro falando sobre os sonhos mais bizarros possíveis.
(...)
—Não quero que vá.—o rapaz ao meu lado choraminga e logo solto uma risadinha.
—Não seja dramático, você volta para Toronto em três dias, não é o fim do mundo.—ele revira os olhos de forma dramática como sempre.
Estamos no aeroporto já faz alguns minutos na espera do meu voo ser anunciado, apenas Shawn e seu segurança veio comigo mas o segurança dele ficou com o carro estacionado para levá-lo de volta ao hotel.
—Você é tão insensível.
—Eu sou insensível?—o olho incrédula ao mesmo tempo com humor.
—Sim, você é. Eu sempre estou todo romântico com você mas você logo me corta.—jogo minha cabeça pra trás rindo.
Shawn é realmente bem meloso na maior parte do tempo e eu gosto disso, ele sempre está acariciando meu rosto ou mexendo em meu cabelo, entrelaçando nossas mãos e fazendo comentários amorosos. Algumas pessoas se incomodam com isso mas eu não porque sei que faz parte de sua personalidade e é maravilhoso ser paparicada. Eu só não consigo fazer o mesmo, eu gosto de demonstrar carinho através do toque, como mexer nos dedos dele que são maiores que os meus ou fazer carinho em seu cabelo mas não sou boa em dizer coisas melosas.
—Isso te incomoda?—pergunto preocupada, uma das coisas que mais gosto em nós dois é em como conversamos sobre o que gostamos e o que desgostamos um no outro.
—Na verdade, não.—ele ri e logo faço o mesmo.—É divertido ver sua careta sempre que digo algo meloso.—lhe olho sem humor.
—Desculpa...eu só não consigo ser como você, tão...
—Sensível?
—É, algo assim.
—Tudo bem, gosto de você do jeito que é.—seu tom é doce e sorrio tanto por suas palavras como por seu polegar acariciando minha face.
—E...eu gosto quando você é meloso.—confesso buscando sua mão a encontrando em cima do apoio da cadeira, logo começo a brincar com a ponta dos seus dedos.
—Gosta?—ele arqueia a sobrancelha aparentando realmente estar surpreso.
—Claro que gosto.
—Não pensei que gostasse, eu as vezes até tento evitar.—solto uma risadinha pois sei que ele não evita nada.
—Eu adoro como você está sempre demonstrando carinho através do toque, e confesso que às vezes fico desconcertada quando você fala coisas bonitas. Eu tenho muita insegurança em expressar meus sentimentos através das palavras.
Sua mão que estava em meu rosto desce pelo maxilar até chegar em minha nuca onde começa a acariciar, fecho meus olhos brevemente com o carinho de seu dedo em uma parte sensível do meu corpo e também porque já é tarde da noite e estou sonolenta, mal vejo a hora de dormir durante todo o voo.
—Eu sei e está tudo bem, tudo no seu tempo.—ele sorri sem mostrar os dentes, amo quando ele sorrir assim pois é como se ele tivesse sorrindo pelos olhos.
—Obrigada.—sorrio também grata por ele ser compreensivo.
—Arg...—do nada ele joga a cabeça pra trás soltando um resmungo como se tivesse exausto.—Queria tanto te beijar agora.
—Eu também.—é a minha vez de suspirar.
Queria beijá-lo mas sei que não devemos pois embora seja tarde da noite muitos pegam voo nesse horário e estamos cercados de pessoas, alguns já inclusive reconheceram o Shawn, três pessoas vieram pedir foto e nas três vezes ele pediu para não publicarem fotos dele além das selfies. Talvez eles façam isso e não postem as fotos nossas que provavelmente tiraram mas sei que se registrarem um beijo nosso eles irão postar a foto ou até mesmo tentar vender para algum site.
—Poderíamos dar uma rapidinha no banheiro.—sugiro mas logo me arrependo quando seu olhar brilha em malícia.
—Uma rapidinha, hum?—diz zombando.
—Meu Deus, não! Rapidinha não nesse sentido seu pervertido, estou falando de irmos rápido e trocarmos alguns beijos.—tento explicar que ele entendeu errado e que não era minha intenção ter soado como se quisesse que transássemos no banheiro do aeroporto mas já é tarde pois ele me olha com humor e com um sorriso debochado nos lábios.
—Eu gosto da ideia da rapidinha.
—Você é um safado.—digo incrédula.
—E eu jamais transaria em um local assim.
—Qual é...você já deve ter feito sexo em um banheiro público.
—Você já?—rebato arqueando a sobrancelha.
—Ok, confesso se você confessar.—solto uma gargalhada incrédula que estamos nesse assunto.
—Eu confesso que já fiz em um banheiro público.—me dou por vencida.
—Aonde?
—Shopping.
—Shopping?—Shawn me olha surpreso e apenas deu de ombros antes de dizer.
—A atendente da loja era bonita.—falo em um tom que não é minha culpa, ele apenas balança a cabeça rindo.—Sua vez.
—Boate.
—Ah que clichê.
—Pois é, é típico. Você já transou em algum lugar aberto?—seu tom é curioso o que me faz sorrir maliciosamente.
—Em um parque, e você?
—Nop, não posso me dar ao luxo de ter essas aventuras.—ele faz uma careta decepcionada e novamente rio. Realmente, seria um escândalo se ele fosse fotografado fazendo sexo.
—Mas qual foi o local mais inusitado que você já transou?—confesso que agora estou curiosa, ele torce os lábios pensando.
—Provavelmente em um iate.
—Ah meu Deus! Me desculpe...esqueci que você é rico.—ele revira os olhos me fazendo dar um empurrão em seu ombro apenas por implicância.
—Não fui eu que aluguei o iate.
—Mas vai dizer que já não alugou um?
—Claro que já, diversas vezes e não é tão caro como você imagina.—solto uma risadinha.
—Quem foi a garota?
—Hailey.
—A Bieber?
—Na época, ela era apenas Baldwing.—seu tom defensivo me fez rir alto e despertar minha curiosidade sobre algo.
—Você já se envolveu com alguém compromissado?
—Já mas eu não tinha a menor ideia que a garota tinha um namorado.
—Como você descobriu?
—Estávamos ficando em uma festa de um amigo incomum que tínhamos e então eu sugeri que fôssemos para o apartamento dela porque eu não podia a levar para meu hotel e então ela apenas virou pra mim e disse: "não podemos usar meu apartamento porque meu namorado está lá, o que acha de um motel?"—algo me diz que ele iria continuar a história mas o interrompi com a minha gargalhada.
—Meu Deus! Tem alguns que tentam esconder que estão sendo enfieis mas ela apenas disse como se não fosse nada?—digo ainda rindo, ele apenas confirma me acompanhando na gargalhada.
—E você?
—Duas vezes. Uma das vezes eu conheci esse cara em uma boate e ele veio até mim, eu olhei para a mão dele e não tinha anel pois sempre checo antes de ficar, fomos para a casa dele e transamos, eu acordei com a mulher dele jogando sapatos em mim.—sua boca se entreabre em surpresa e logo em seguida ele solta minha mão para a levar até seus lábios.
—Ela flagrou vocês? Nus na cama?—seu tom é horrorizado e apenas confirmo.
—Depois eu expliquei pra ela a situação e que não sabia que ele era casado, não sei o que aconteceu com eles dois.
—E a outra vez?
—Você, Shawn. Quando nos beijamos pela primeira vez você estava namorando a Lauren.—ele entreabre os lábios e então faz uma careta de culpado.
—Eu fui tão babaca.
—Sim, fomos.
—Você já foi infiel com alguém?—agora noto que seu tom é preocupado e inseguro.
—Não, nunca. E você? Além da Lauren, é claro.
—Também não.
—Você já foi traído?—ele logo confirma mas depois faz uma careta pensativa.
—Mais o menos, quando eu estava com a Hailey não tínhamos nada oficial mas estávamos meio que juntos quando saiu fotos dela com outro cara. E você, já foi?
—Eu não sei, tem aquele cara que ficamos juntos por alguns meses e depois eu descobri que ele era gay. Ele deu em cima do meu amigo quando eu me retirei para ir ao banheiro então ele com certeza deve ter feito isso com outros caras e até mesmo mais que isso.
—Isso é uma droga, você deve ter se machucado.
—Nah! Eu tinha muito carinho por ele mas não estava apaixonada.—dispenso com a mão.
Shawn estava prestes a me responder quando os alto-falantes anunciaram o voo das onze horas para Toronto, logo me levantei da cadeira vendo um Shawn fazer um careta tristonha.
—Nos falamos pelo celular?—pergunto pondo a alça da bolsa em meu ombro.
—Com certeza, vou te ligar todas as noites e mandar mensagens durante todo o dia.—ele responde me fazendo sonhar uma risadinha.
Shawn e eu trocamos um abraço apertado que durou mais do que deveria e arrisco ao deixar um beijo em sua bochecha enquanto ele beija minha testa antes que eu de fato me afaste dele indo para o embarque.
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E é isso! Espero que tenham gostado da maratona, feliz natal para todos vocês e nos vemos no domingo ❤️
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