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Passaremos por isso

(SHAWN)

Quando acordo no dia seguinte, já se passam do meio-dia. Raramente durmo até esse horário, meu corpo já está acostumado a acordar antes das nove horas e eu também tenho treino na academia todas as manhãs, o que pelo visto eu faltei. Isso tudo é culpa da minha dormida, só consegui dormir depois de meia-noite e então tenho acordado a cada duas horas por conta da minha ansiedade, não importa se meu cérebro está "desligado" pois meu corpo parece saber de todas as preocupações que irei enfrentar e insiste em me acordar e voltar a dormir é um pesadelo.

Pego meu celular que estava carregando ao lado da minha cama e minha ansiedade volta de uma vez só ao ver tantas notificações. Não sei nem por onde começar.

Leio algumas mensagens de Andrew voltando a dizer que não há mais muito o que fazer, como eu não estou disposto a falar sobre isso publicamente, os boatos irão continuar com toda força.

Não me importo com as pessoas querendo saber se estamos juntos ou não, porque estamos e isso é evidente para todo mundo se eles analisarem o quanto estamos próximos nos últimos dois meses. O que me incomoda são todas as críticas circulando, pessoas querendo palpitar em meu relacionamento e eles mesmo decidindo se Carlyn é ou não é suficiente para mim, essa decisão é apenas minha, por isso que me frustra.

Odeio ver tantos comentários ofensivos sobre minha namorada sendo que eles nem a conhecem. A mídia não me deixará mais em paz e isso me frustra tanto pois eu apenas queria viver esse próximo mês tranquilamente antes de iniciar a turnê e agora não poderei mais. O principal motivo pelo qual eu não queria assumir meu relacionamento com a Carlyn, pelo menos não ainda, é que em algumas semanas irei começar com a turnê, isso significa voltar a ativa na mídia, e ao invés das pessoas focarem e perguntarem sobre meu trabalho será sobre meu relacionamento.

Sinto meu coração voltando a acelerar, se recuperando da tranquilidade do sono. Não entro nas redes sociais para me deixar pior, então continuo vendo minhas mensagens. Estou vendo uma da minha mãe perguntando se já vi as fotos quando o nome de Carlyn brilha na tela indicando uma chamada, não deixo tocar como nas outras vezes e apenas rejeito. Ela tem me ligado desde o momento em que cheguei em meu apartamento, vejo que a quantidade de ligações perdidas dela aumentou para vinte me fazendo crer que ele ligou durante a noite.

Resolvo ir para a cozinha preparar algo pra eu comer. Enquanto levo a colher com cereais e leite até a boca, me pergunto o que irei fazer hoje. Quando estou em Toronto, não duro uma semana sem morrer de tédio mas os últimos meses tem me deixado bastante entretido, até agora. Eu iria pra academia e então almoçaria em um restaurante qualquer ou com Carlyn mas não quero ver ela agora, e durante a tarde iria ver meus pais ou compor algo mas não posso ir para Pickering pois Taila irá me ver e automaticamente dizer para minha namorada que estou vivo e apenas evitando ela. Eu poderia compor se minha cabeça não estivesse tão bagunçada ao ponto de não conseguir formular nem uma frase mentalmente.

O celular em cima do balcão volta a brilhar indicando uma chamada de Carlyn e dessa vez deixo tocar pra ela não pensar que estou rejeitando sua chamada. Odeio ter que evitá-la mas no momento não quero saber sua reação à tudo isso, não sei se ela estará com raiva por não termos tomado cuidado e por ambos os beijos fotografados terem sido sugestão minha. Ou se estará de boa com tudo isso, porque honestamente, eu estou enlouquecendo.

Quando sinto a falta de ar tomar conta de mim, deixo a tigela na pia e vou para meu quarto em busca dos compridos de ansiedade. Vejo que tomei o último ontem à noite então sou obrigado a vestir uma roupa e sair do apartamento, agradeço que a farmácia mais próxima fica apenas à cinco minutos de carro.

Quando estou prestes a alcançar meu carro no estacionamento, um homem vestido de preto com uma câmera enorme nos braços aparece ao meu lado me fotografando e gravando. Eu ainda me pergunto como esses paparazzis conseguem entrarem no estacionamento do meu prédio sendo que já pedi e tive que pagar uma nota alta para aumentarem a segurança do prédio, eles não reclamaram e até compreenderam.

—Shawn!

—Ei, como vai cara?—cumprimento o mais gentilmente possível enquanto caminho apressado na direção do meu carro.

—Você está namorando?

Não respondo.

—A garota das fotos é Carlyn Olsen?

—Eu preciso ir, cara.

—Vocês estão juntos a quanto tempo?

—Você não deveria estar aqui, sabe que é propriedade privada.— embora eu  saiba que ele está apenas fazendo seu trabalho, ele realmente não pode estar aqui e tem que haver alguns limites.

—Desculpa cara, já estou indo.

—Tudo bem, tenha um bom dia.—digo logo antes de entrar no meu Jeep.

(...)

Jon gargalha do meu lado após eu errar um gol que tinha tudo para acontecer, clico nos botões do controle de videogame para tentar marcar novamente o gol todavia mais uma vez Jon captura a bola e chuta para Brian, eles são do mesmo time o que é uma injustiça pois sou apenas eu contra  eles dois.

Após almoçar sozinho em um restaurante, passei metade da tarde andando pelo apartamento e sem ter o que fazer. A coisa mais produtiva que consegui fazer foi contar os segundos no qual uma formiga conseguia andar em lia reta até desviar de algo, não que jogar fifa seja algo produtivo.

Após um tempo, resolvi lidar para Jon e Brian que logo vieram e estamos jogados nesse sofá comendo e jogando a mais de três horas. É por isso que considero os dois como meus melhores amigos, eles sabem que estou mal então não pensaram duas vezes antes de passar pela porta do meu apartamento com uma caixa de pizza. Também parecem ter percebido que estou evitando Carlyn pois não mencionaram ela e nem fizeram nenhum tipo de provocação, como eles costumam fazerem. Provavelmente perceberam que a estou ignorando nas vezes que rejeitei a ligação dela.

—Dar pausa que eu vou buscar outro refrigerante pra mim.—digo me levantando do sofá e jogando o controle no mesmo.

Jon e Brian estão bebendo cervejas que trouxeram mas no domingo eu bebi bastante álcool então acho que é bom dar um tempo. Estou abrindo a geladeira quando alguém bate na porta.

—Atendam!—grito.

Escuto um dos dois se levantar enquanto pego a latinha de Coca-Cola e em seguida a porta é aberta.

—Onde ele está?

Merda. A voz de Carlyn chega aos meus ouvidos e no mesmo instante viro-me na direção da sala vendo minha namorada atravessar a porta da frente batendo os pés e com uma feição nada feliz. Ela percorre o apartamento com o olhar mas não precisa de muito, logo seus olhos fixam em mim parado no meio da cozinha com uma latinha em mãos.

Vejo também Brian que atendeu a porta trocar um olhar tenso com Jon e logo o segundo se levanta do sofá.

—Nós vamos ficar na área externa.—os dois seguem na direção da porta de vidro enquanto Carlyn vem até mim. Como estou evitando olhar pra ela, vejo meus amigos irem para a área externa e fecharem a porta de correr nos dando privacidade.

Carlyn praticamente joga sua mochila em cima do balcão e marcha em minha direção até seus pés pararem ficando logo a minha frente. Ela não demora muito a dizer mas ao meu ver são horas. Noto o peito dela subindo, deixando claro o quanto está nervosa com a situação e suas sobrancelhas estão brevemente franzidas pela raiva assim como seu maxilar flexionado.

Carlyn está usando uma calça jeans e uma camiseta branca de botões por dentro e um trench coat xadrez que a deixa simplesmente perfeita. A mesma se encontra com o cabelo preso o que me leva a crer que ela estava no trabalho e quando saiu veio direto pra cá, ela usa esse tipo de penteado apenas quando está trabalhando ou em algumas festas.

—Você não tem noção do quanto estou com raiva de você!—ela esbraveja no momento em que para em minha frente, suspiro pois realmente é nítido que ela está bastante infeliz nesse momento.

—Eu sei e sinto muito, eu deveria ter tomado mais cuidado quando estávamos em público e...

—Eu não estou brava porque nos fotografaram juntos.—ela diz incrédula, lhe olho confuso.—Estou brava porque você tem ignorado minhas ligações desde ontem, seu idiota!—sinto ela empurrar meu peitoral de forma agressiva embora não tenha doído.

—Eu pensei que estivesse zangada por termos sido flagrados.

—Você é um idiota.—ela dispara em minha direção mas não levo para o pessoal pois sei que ela não acredita nisso e só está dizendo por estar com raiva, ou pela menos julgue que estou sendo idiota nesta situação, porque realmente estou.

Carlyn se afasta de eu fixando sua atenção no balcão de uma forma que eu veja apenas suas costas e então leva as mãos até o cabelo em um ato de frustração. Ouço sua respiração acelerada me deixando mais nervoso do que já me encontro, durante esse tempo me mexo indo até a pia e pousando a latinha no local. A mesma permanece nesse estado por quase um minuto e então volta até mim mas dessa vez seu olhar transmite mais frustração ainda e...desespero?

—Você tem noção do quanto está sendo um grande babaca em rejeitar minhas ligações todo esse tempo? Não poderia simplesmente mandar uma mensagem dizendo que estava bem? Deus...—ela suspira alto novamente.—Você não tem noção do quanto fiquei preocupada com você. Só queria saber como você estava com todas aquelas fotos, sei o quanto você é nervoso e fiquei preocupada, eu...você não e...

Como ela começa a se enrolar em suas próprias palavras resolvo me aproximar do seu corpo, me sentindo mais aliviado por ela não estar com raiva de algo no qual não sou mais capaz de resolver mas também me sentindo frustrado ao ver seu estado. Não é apenas uma pessoa que diz "estava preocupado com você" de boca pra você e pronto, estou vendo com meus próprios olhos o quando ela estava realmente preocupada comigo, ela parece desesperada com esse sentimento nela e isso me faz sentir horrível.

Me aproximo do seu corpo e a abraço, ela não aceita muito bem e até tenta se afastar por ainda estar zangada mas logo me permite.

—Eu sinto muito, baby. Por ter rejeitado suas ligações, estava inseguro em como você tinha reagido com as fotos e...eu não sei, só estava inseguro pra caramba.—massageio seus fios de cabelo enquanto ela respira de forma acelerada contra meu pescoço.

—Nunca mais faça isso, deveria ter me mandado pelo menos uma mensagem avisando que estava bem.

—Eu sei, desculpas.

Ela se afasta minimamente do meu corpo mas o suficiente para me olhar e então leva suas mãos até meu rosto o segurando, sorrio sem mostrar os dentes ao sentir o toque de seus dedos gelados em minha bochecha. Levo minhas mãos até seus braços os esfregando com o intuito de esquentar ela pois imagino que lá fora esteja frio, por isso a mesma está gelada.

—Como você está? Com tudo isso.—suspiro não querendo mentir pra ela.

—Ansioso, sem saber ao certo o que fazer. E você?—levo minhas mãos até sua cintura e logo ela sobe seus braços para meu pescoço me abraçando.

—Eu não sei, apenas...não ligo. Queria que você se sentisse assim também. Quer dizer, minhas redes sociais estão um inferno mas realmente não me importo com o que estão dizendo.

—Ótimo, um de nós precisa ser assim.—deixo um beijo em sua testa agradecido por ela ser tão confiante e ao mesmo tempo invejoso por não conseguir ser de tal forma, ela parece perceber esse sentimento pois logo diz:

—Sabe Shawn, cada um de nós temos pontos fracos e forte. Você é inseguro e se importa demais com a opinião dos outros, sei que quer mudar isso e realmente deve mas não fique se cobrando, é algo que faz parte de você e não tem como eliminar de uma vez por todas. Lembra quando eu era mais nova e me importava demais com a opinião dos outros? Deixava eles controlarem minha própria vida pois apenas seguia um caminho que sabia que eles se agradariam mas percebi que era a coisa mais idiota que eu fazia e não estou dizendo que mudei de um dia pro outro, foram anos e há um pedaço de mim que as vezes ainda se importo com o que dizem.—sinto seu toque carinhosamente em minha bochecha enquanto fala.—E você tem tantas qualidade que eu gostaria de ter e tento ser mas é difícil porém não impossível.

—Eu estou tentando não me importar mas...

—É difícil.—ela completa sorrindo em compreensão.—Você teve algum problema com a gravadora?

—Nada demais.—sorrio para lhe tranquilizar mesmo sabendo que não é exatamente verdade.

—Tem certeza?

Apenas confirmo com a cabeça pois não quero lhe dizer que o presidente da gravadora está intensamente irritado nesse momento.

Levo minha mão até seu pescoço me abaixando sutilmente em sua direção até encostar meus lábios na lateral do seu rosto, ela suspira fechando os olhos. Deixo percorrer a ponta do meu nariz por toda sua pele, sentindo seu perfume doce. É inevitável que meu coração não acelere quando estou próximo dela mas esse nervosismo é um dos que me faz feliz, ele não me sufoca como o nervosismo da ansiedade, ele faz meu coração bater mais rápido e implorar por mais. Quando estou com ela me sinto tão leve e confortável, como se eu finalmente estivesse em casa. Estar com Carlyn é confortável mas ao mesmo tempo insano, me deixa sem fôlego e parece certo.

Carlyn move seu rosto fazendo nossas testas se juntarem e nossos narizes se beijarem, aproximo mais meu rosto até nossos lábios se tocarem em um toque sútil e quase inexistente.

Minimamente, ela fica nas pontas dos pés até alcançar meus lábios fazendo com que eu não precise me abaixar tanto assim. Meu coração para quando sinto seus lábios se moverem contra minha boca e é a melhor sensação que já experimentei em toda a minha vida. Não me canso de beijá-la pois de alguma forma, todos os beijos parecem serem diferentes, me causando uma sensação que nunca senti antes. Afundo minha língua em sua boca, ao mesmo tempo que sinto as mãos dela agarrar minha camisa na região das minhas costas e me puxar em sua direção. Interpretando os sinais dela me querer mais perto do seu corpo, seguro seu quadril a puxando em minha direção e então a empurro contra a ilha da cozinha pressionando meu corpo contra o seu. Carlyn introduz seus dedos em meu cabelo e automaticamente suspiro de prazer em sua boca. Ela perde o fôlego antes de mim e se afasta da minha boca mas mantém seus lábios no canto da minha boca distribuindo beijos até meu maxilar.

Tenho certeza que ambas as nossas caras estão vermelhas pois se não me engano ela usava um batom dessa cor, que agora não existe mais.

Carlyn regressa para minha boca quando recupera o fôlego e não perde tempo introduzindo um contato suave, já começa enfiando sua língua em minha boca e me puxando pelo pescoço em sua direção, como se ainda houvesse espaço entre nós para ser preenchido. Levo minhas mãos até suas coxas a erguendo no meu colo e lhe posicionando em cima da ilha dos armários, ela é rápida em entrelaçar suas pernas em volta do meu quadril me mantendo próxima à ela. Estou prestes a descer meus beijos por seu pescoço quando ouço o som da porta de vidro sendo aberta.

—Achamos melhor interromper antes que esquecessem que ainda estávamos aqui.—Jon é o primeiro a dizer algo.

Carlyn afunda seu rosto em meu pescoço e sei que ela está corando me fazendo sorrir em divertimento.

—Papai e mamãe se resolveram?—o ruivo pergunta em ironia, eu gargalho mas Carlyn retira seu rosto do meu pescoço e o olha fuzilando-o com os olhos.—Eu preciso de uma reposta.

—Nos resolvemos.—Carlyn diz tendo a iniciativa de descer da ilha, sei que ela é capaz de fazer isso sozinha mas mesmo assim levo minhas mãos até o seu quadril lhe ajudando a descer.

—Ótimo, agora podem dar um jeito nesses rostos para voltarmos a jogar.—Jon diz já indo na direção do sofá e Brian faz o mesmo.

Olho na direção da minha namorada vendo a região de sua boca e nariz em uma tom extremamente forte de rosado. Ela leva seu dedo até minha boa o esfregando na região, me fazendo acreditar que estou na mesma situação que ela.

—Duas alternativas.—ela começa sorrindo sapeca.—Quer ir em seu quarto para limparmos ou borrarmos mais um pouco?

—Definitivamente a segunda alternativa.—sorrio maliciosamente e ela logo gargalha me puxando para fora da cozinha.

Grito para os garotos que estamos indo limpar nossos rostos enquanto ela me puxa na direção do corredor mas todos nós sabemos que não faremos isso. Beijo minha namorada pelos próximos dez minutos, rolamos na cama trocando alguns carinhos e amassos até ela precisar ir embora. Quando me sento no sofá para voltar a jogar fifa, estou com um sorriso idiota no rosto sabendo que as coisas podem serem difíceis daqui pra frente mas pelo menos tenho ela do meu lado me ajudando a passar por isso.

(...)

No dia seguinte, me encontro empurrando Carlyn pelos ombros para chegarmos até a mesa vazia que avistamos. Pela primeira vez, escolhemos tomar café da manhã em um bom estabelecimento pois desde que começamos a sair juntos temos evitado ao máximo esses restaurantes bem frequentado, eu odiava termos que escolher os piores restaurastes de Toronto para não haver ninguém no local e assim termos privacidade. Mas acho que agora não temos mais muito o que esconder, não estou dizendo que estamos demonstrando o que sentimos um pelo outro em público, porque não estamos.

Tudo o que eu queria no momento era segurar a mão dela e lhe abraçar enquanto andamos mas no momento não podemos e odeio termos que lidar com essa merda. Estamos indo aos poucos.

Estou indo logo atrás dela, por isso estou lhe guiando pelos ombros pois tem mesas espalhadas por todo o local, impossibilitando que eu possa andar do lado dela.

—Essa está boa?—a mesma pergunta parando ao lado de uma mesa embaixo dos enormes guarda-sóis.

—Sim.

Não é o local mais reservado por estarmos justo no centro do restaurante mas também não temos como escolher uma mesa afastava, já que estão todas ocupadas.

—Eu vou pedir dessa vez.—ela pega a frente quando ver o garçom vindo em nossa direção.

—Eu quero escolher.—vou contra mesmo sabendo que acabarei perdendo essa batalha pra ela.

—Toda vez que saímos para tomar café, você quer pedir torradas ou waffles e aquela merda de café. Eu não aguento mais isso.

—É porque são os melhores cafés da manhã.—digo como se fosse óbvio.

—Cala a boca.—gargalho alto mas logo paro quando o garçom se posiciona ao lado da nossa mesa perguntando o que gostaríamos de comer.—Vamos querer dois Beavertail, um café puro sem açúcar e um chá gelado de morango.

—Já volto com a bebida de vocês.—o garçom diz se retirando, agradeço com um sorriso.

—Fala sério, Beavertail? Você quer comer uma das comidas mais doce do Canadá pela manhã?—lhe olho incrédulo enquanto passo meu braço por suas costas lhe abraçando.

—Não há horário pra comer essa maravilha e você me disse que eu podia escolher.

Eu disse que você podia escolher? Deus...você é tão mentirosa, não me lembro de termos entrado em um acordo sobre isso.—ela me olha com uma falsa feição de indignação me fazendo sorrir mais ainda.

—Entramos em um acordo no momento em que sua namorada decidiu que não aguenta mais comer torradas e waffles.

—Ah, então agora decidimos que vamos matar o namorado antes de completar trinta anos por comer Beavertail no café da manhã?—ela afunda seu rosto em meu pescoço e gargalha.

—Não seja dramático.

—É sério, esse negócio leva tanto chocolate que duvido sobreviver até o final do dia.

—Você está exagerando.

Eu estou? A massa é pura gordura, em seguida vem um recheio de chocolate e então uma cobertura de também chocolate e em seguida m&m's, que advinha do que consiste? Chocolate!

—Okay...talvez tenha muito doce.—ela finalmente concorda e rio vendo ela não querendo admitir pois é orgulhosa demais.—E sei que não é saudável e eu não deveria estar comendo e nem você mas é tão bom.

—Honestamente?—sorrio amarelo.—Não gosto tanto assim dessa comida.

—Como você ousa?

—Você sabe que raramente gosto de comidas doces, e Beavertail é muito doce.

—Você quer pedir outra coisa?—agora ela parece preocupada.

—Não precisa, eu vou comer, tentar gostar.

—Obrigada.—ela sorri vindo em minha direção e deixando um beijo em minha bochecha.

Meu celular brilha em cima da mesa indicando uma mensagem do Ziggy, ele apenas está perguntando algo sobre a turnê enquanto resolvo que responderei mais tarde. Isso me faz lembrar do acontecimento de dias atrás, na festa de Carlyn, onde a namorada dele me "convidou" para dormir com ela e eu ainda não decidi se contarei ou não.

—Amor...tenho uma pergunta.—digo largando o celular e me virando para Carlyn.

—Hum?

—Hipoteticamente, se eu tivesse te traído e...

—Você me traiu?!

—Hipoteticamente!—esclareço, ela estreia os olhos em minha direção então resolvo continuar.—Quem é seu melhor amigo?

—Zoe e Charlie.

—Ok, se eu tivesse dado em cima de Zoe e dado a entender que quero dormir com ela. Você iria preferir que ela viesse até você e contasse abrindo seus olhos à respeito de mim ou iria preferir que ela não se metesse em seu relacionamento?

—Que tipo de pergunta é essa? É óbvio que eu iria preferir que ela me contasse, seu monstro!

—Mas se coloca no lugar dela, você teria coragem de contar mesmo sabendo que há o risco da pessoa que está sendo traída não acreditar?

—Ok...me conte a situação, sem hipoteticamente.—ela ajeita sua coluna se preparando para a história, suspiro.

—Na noite da sua festa, a namorada de Ziggy deu em cima de mim e...

—Ah sim, eu vi.

—Você viu?

—Sim, não sou cega, ela claramente estava flertando com você.

—Em fim, ela se ofereceu para sairmos da festa e irmos para meu apartamento.—Carlyn revira os olhos discretamente, percebo que ela está tentando não parecer com ciúmes, acaricio seu cabelo para lhe confortar.—E agora eu não sei se devo dizer ao Ziggy, tenho medo dele não acreditar ou me culpar pelo término do seu relacionamento, caso ele faça isso.

—Você não tem garantia se ele vai ou não acreditar mas é sua obrigação como amigo dizer a verdade independente de qualquer coisa, cabe a ele decidir o que fazer com essa informação. E se ele te culpar então ele é um idiota, porque a única pessoa que tem culpa nisso é ela que não consegue ser fiel ao namorado.

—Eu não compreendo.—suspiro em frustração.—Se a pessoa se sente atraída por outra e quer ficar com outra pessoa, por que apenas não termina? Ao invés de ser um idiota infiel?

—Você está sendo meio hipócrita agora.—ela diz cautelosamente.—Você lembra do que fizemos com a Lauren?

—Verdade, eu fui um idiota infiel.—jogo minha cabeça para trás ao me lembrar, foi uma das piores coisas que fiz na minha vida, trair Lauren.

—Sim, você foi. E eu fui uma idiota que beijei o namorado de outra garota.

—Eu realmente gostaria de poder mudar aquilo.

—O mesmo. Não que seja uma justificativa porque não é mas...éramos adolescentes impulsivos. Ela já é adulta e tem mais noção do que estava fazendo, acho deveria dizer ao Ziggy. Acho que qualquer traição deveria ser dita, na época em que nos beijamos pela primeira vez eu estava preocupada demais em perder sua amizade para dizer a Lauren mas acho que atualmente jamais esconderia algo assim ou até mesmo faria.

—Sim, acho que direi à ele. Mais tarde faço uma ligação.

—Sim, você realmente deveria fazer isso.—ela sorrir em motivação.

Deixo um beijo na lateral da cabeça dela e logo Carlyn deita em meu ombro enquanto esperamos nossas comidas chegarem. Ficamos em silêncio por alguns minutos e aproveito isso para pegar meu celular e entrar no twitter para ver as novas atualizações mas logo me arrependo, é oficial, estou tentando me torturar.

Continuo vendo os comentários seguidos com as fotos minha beijando Carlyn mas paro no momento em que vejo um tweet de um fã criticando-me por ser um mentiroso do caralho que estava mentindo sobre namorar Carlyn enquanto durante todo esse tempo estávamos juntos. Vejo também um que diz que estou usando essa relação apenas para promover minha nova turnê e que está funcionando o meu "plano" pois agora umas músicas minhas antigas voltaram ao topo das paradas musicais, já perceberam que algumas músicas minhas podem ser sobre Carlyn. Como Strings e Running Low, que pertencem ao primeiro álbum que escrevi, desde essas músicas eu só escrevi apenas uma para Carlyn, When You'Re Ready, que pertence ao meu último álbum mas essa duvido muito que eles suspeitem. Não fiz nenhuma referência sobre amizade nessa música, apenas escrevi sobre uma parte minha esperançosa que tinha dela retribuir esses sentimentos que sentia e sinto e agora ela retribui.

Desligo o celular quando percebo que os comentários estão ficando ofensivos demais. Ouço Carlyn suspirar e se mexer desconfortavelmente em meus braços o que me leva a crer que ela viu os comentários.

—Você está bem?—ela pergunta movendo sua cabeça em meu ombro até poder me olhar.—Quer dizer...eu sei que você não está e que os comentários te incomodam, mas eles não sabem toda a história e são apenas pessoas que resolveram criar seus próprios fatos e acreditarem neles, não somos capazes de controlar o que as pessoas vão pensar de nós, Shawn.—sorrio murcho ao sentir seu polegar acariciar minha sobrancelha.—E...eu sei que sua cabeça deve estar a mil com tudo isso mas saiba que eu estou aqui por você, sempre estarei.

Penso eu que meu coração vai explodir ao ouvir suas palavras reconfortante. Nunca pensei que seria tão grato por ter ela ao meu lado dizendo tudo o que preciso ouvir, acalmando meus pensamentos que vivem me sabotando, acreditando em mim quando nem eu mesmo acredito e me ajudando quando quero desistir.

—Obrigada, de verdade.—pisco ainda atordoado pela forma que me sinto e em como ela parece sempre saber o certo à se dizer.—Eu não sei, as vezes eu apenas odeio esse lado do meu trabalho onde tenho que me privar de algumas coisas. Odeio não fazer o que eu mais quero fazer.

—Então faça, por mais clichê que isso soe, não tenha medo das consequências. Qual é a graça de viver com medo de fazer o que quer?

—É só...tão complicado.

—Não é nada complicado. Por exemplo, eu sei que não é nada saudável e muito menos ideal para se comer durante o café da manhã mas mesmo assim enfrentei o defensor de "comer saudável é importante" e em alguns minutos estarei comendo Beavertail.—gargalho do seu exemplo mas compreendo o que ela está querendo dizer, a mesma se ajeita na cadeira vendo meu olhar pensativo.—Vamos lá, o que você mais quer comer nesse momento?

Torço meus lábios pensando em sua pergunta e por mais idiota que seja, a única comida que está passando em minha cabeça é comer abacate.

—Abacate.

—Ah fala sério! Não é possível que a coisa que você mais quer comer no mundo seja algo saudável.—ela diz incrédula, gargalho.

—Juro que é.

—Okay...—ela suspira revirando os olhos como se estivesse se recusando a dizer isso.—Quando o garçom voltar iremos pedir abacate, simples assim. Você quer? Corre atrás.

—E se eles não tiverem abacate no cardápio?

—Então assim que sairmos daqui iremos até um supermercado e compraremos.

—Mas não teremos tempo pra comer porque precisarei te levar para o trabalho.

—Iremos parar em algum local e podemos comer no carro mesmo.

—Com o que comeremos? O ideal seria comer em casa.

—Compraremos colheres no supermercado também. Está vendo? Não há o que te impeça.—sorrio por ela encontrar soluções para todos os problemas que fiz com que surgisse.

—Ok, acho que realmente não há nada que me impeça.—ela sorri orgulhosa.

—Diga outra coisa, aqui agora e nesse momento, o que você mais quer fazer?

Levo minha mão até a lateral do seu pescoço lhe segurando pelo maxilar, acaricio a parte de trás de sua orelha com meu polegar, uma área sensível do seu corpo, enquanto penso no que quero fazer. Carlyn me olha em expectativa, com esses olhos levemente puxados no final como os de um felino. Levo meu polegar até seu rosto percorrendo por cima de suas sardas marrons visíveis por conta dela estar sem maquiagem, amo as sardas delas. Olho para seus lábios pálidos por falta do batom rosado que costuma usar e só consigo pensar em como gostaria de beijá-la nesse momento.

—Eu quero te beijar.

Ela arqueia a sobrancelha em surpresa e então um pequeno sorriso surge em seu rosto, ela engole em seco e quando fala sua resposta, sua voz está fraca:

—Então faça.

Pela primeira vez, não olho em volta para checar se tem alguém em nossa volta, pelo canto de olho não vejo ninguém pois tudo o que consigo ver é ela próxima de mim, implorando para ser beijada. Fecho meus olhos antes de juntar nossos lábios e apenas aproveito da sensação de ter sua boca junto à minha, de seus dedos percorrendo por meu maxilar e alguns me segurando pelo queixo. Estamos ciente que estamos em público então não nos animamos nos toques, apenas nos beijamos como qualquer casal normal faria.

—Por favor, não me deixe. Pela primeira vez, sinto como se eu finalmente estivesse com a pessoa certa, aquela com quem eu deveria estar.

Sorrio pois nem em um bilhão de anos eu seria louco o suficiente para deixá-la, só sairei do seu lado no momento em que ela pedir pois se depender de mim estaremos juntos para sempre.

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