O Começo
"A vida é feita de momentos,
eternizo aquele quando te conheci."
-Marta Soares
14 ANOS ATRÁS...
Carlyn permanecia paciente sentada na borda da sua nova cama. A cama não era tão diferente da sua antiga que tinha na Itália, era macia embora não sentisse aquele cheirinho de lar e conforto , apesar de que a cor do edredom escolhido por sua mãe não lhe agradava tanto. A cor escolhida por Rosie—sua mãe—foi um rosa forte e escuro tornando a cama o alvo principal do quarto da garota de 7 anos e quem entrasse no cômodo de imediato teria sua atenção virada para o objeto com o edredom rosa. Não que Carlyn detestasse a cor rosa, na verdade , sua cor favorita da época era rosa embora não naquele tom, ela gostava de cores mais neutras e apagadas.
Carlyn mexia em suas mãos pequenas e delicadas enquanto sentia os dedos da sua mãe em seu cabelo fazendo algum tipo de penteado.
—Mamãe....não faça nada chamativo.—a garota pediu suspirando cansada pois detestava ter seu cabelo preso em algum tipo de penteado mas não dizia isso para agradar sua mãe que sempre parecia tão animada ao aprender novos penteados. Rosie sempre desejou ter filhos, principalmente garotas pois a ideia de arruma-las lhe encantava desde pequena. Carlyn não gostava muito de ser arrumada porém era a filha mais velha e com cabelo suficiente para penteados já que os gêmeos tinham apenas 1 ano de idade na época.
—Só vou fazer uma trança, meu amor.—ela sussurrou atrás da garota com um sorriso doce que infelizmente não foi visto pela garota pois ela amava ver os sorriso da sua mãe, era o momento em que ele se sentia mais tranquila e feliz.
Pouco tempo antes de Rosie terminar a trança no cabelo da sua filha, Bailey apareceu na porta do quarto com seus dois filhos no colo e sorriu com a imagem da sua filha mais velha e sua esposa em um momento tranquilo.
—Querida, já estão prontas? O Manuel já veio perguntar se ainda iremos almoçar em sua casa.-Bailey informou e embora estivesse impaciente pelo atraso, sua voz soou doce e calma. Talvez fosse a nova vida começando e o quanto isso lhe agradava.
Rosie sorriu em resposta e terminou a trança da filha logo em seguida. Deu dois tapinhas na perna da garota indicando que era pra ela se levantar do seu colo e assim a menina de longos cabelos negros se levantou indo até o lado do seu novo guarda roupa e calçando sua sapatilha rosa claro que combinou perfeitamente com a calça jeans e blusa azul quase no mesmo tom da calça que havia escolhido mais cedo assim que sua mãe anunciou que iriam almoçar na casa ao lado , dos vizinhos. Tanto Rosie e Bailey sorriram ao ver a independência da garota por não precisar de ajuda para se arrumar.
Carlyn sempre foi assim, sempre independente, tanto que começou a andar com poucos meses de nascimento, enquanto na idade dela os bebês normais estavam aprendendo a engatinhar, ela já dava seus primeiros passos. Talvez uma característica de que não gostava de depender de alguém para se locomover.
Após vestir suas sapatilhas delicada a garota se virou na direção dos seus pais e sorriu sem mostrar os dentes exibindo que já estava pronta para conhecer seus novos vizinhos e assim foram os 5 em direção à saída de casa.
Carlyn não estava tão animada para conhecer seus mais novos vizinhos diferente dos gêmeos que estavam agitados nos colos dos seus pais e gritaram palavras e sons desconexos.
Na verdade, a garota não estava animada em estar ali. A lembrança de ter deixado para trás seus avôs lhe entristecia, ela sempre foi muito apegada à eles já que seus pais passavam muito tempo no trabalho mas felizmente isso mudou após o nascimento dos gêmeos e aparentemente iria mudar mais ainda com a nova vida em outro país.
Muitos anos atrás, Rosie que foi passar uma temporada em Washington por conta de um estágio acabou por conhecer Bailey que era atendente em uma cafeteria próximo ao seu estágio. Rosie de imediato se encantou com a aparência do seu atual marido e passou a frequentar o local diariamente, as vezes ia até lá apenas com uma desculpa de pedir um café mesmo não estando com vontade. Com o tempo, Bailey também foi notando a presença da moça e não demorou muito para eles engrenassem em um relacionamento intenso e apaixonante. Eles namoraram durante um ano e meio, o tempo de duração do estágio de Rosie mas foi o suficiente para saberem que o amor que eles tinham era pra sempre. Bailey ficou sem chão ao descobrir que sua namorada teria que infelizmente voltar para seu país de origem que ficava do outro lado do oceano, ela tinha uma vida lá porém a vida dele se tornou ela. Em um ato de impulso pediu a mesma em casamento, ciente de que os pais conservadores da garota jamais permitiria que eles morassem juntos não estando casados e então Bailey foi com Rosie para a Itália morar junto com a família dela e lá mesmo eles se casaram.
A vida deles no país era incrível, empregos maravilhosos. Rosie conseguiu um trabalho na área de contabilidade em uma empresa importante da capital onde moravam e Bailey abriu seu próprio restaurante com especialidade de comidas americanas, no começo o movimento estava fraco porém se tornou um sucesso ao decorrer dos anos. E por último, foi no maravilhoso país que Rosie deu a luz à seus lindos três filhos.
Quando nasceram os gêmeos, a situação começou a se agravar pois cuidar de dois filhos ao mesmo tempo era mais difícil do que ela pensava e com o passar dos meses ficou cada vez mais dificultoso se manter presente no trabalho, não demorou muito para ela ser demitida.
No começo pensavam que o dinheiro arrecado por Bailey no restaurante seria suficiente porém se enganaram e o casal era orgulhoso de mais para aceitarem ajuda financeira dos familiares de Rosie.
E foi assim que Bailey começou a entrar em contato com antigos amigos. Alguns de Amsterdam, outros de Washington e por fim do Canadá. Um antigo amigo canadense no qual havia estudado junto na faculdade de gastronomia em Washington disse à ele que sua ligação havia sido no momento perfeito já que o restaurante no qual trabalhava estava precisando de um chefe de cozinha experiente urgentemente. No começo, tanto Rosie quanto Bailey sentiram hesitação em fazer uma mudança tão drástica, ir para um país totalmente desconhecido. Rosie também entrou em contato com a única empresa de contabilidade que ficava na mesma cidade do restaurante que contratou seu marido, enviou seu currículo e teve uma rápida entrevista de emprego por ligação,depois de algumas semanas recebeu o e-mail dizendo que estava contratada e o salário que era o triplo do que ganhava na Itália fez tanto ela como seu marido vibrarem em alegria. E então estava decidido, iriam começar sua nova vida e criarem seus filhos em uma cidade chamada Pickering com aproximadamente 100 mil habitantes. Para o casal, não era a melhor cidade para se morar já que caso fossem demitidos não teriam tantas oportunidades de trabalho porém fica à apenas uma hora de viajem de carro da maior cidade e maior centro financeiro do Canadá, Toronto, e caso não desse certo em seus novos empregos, seria fácil eles se mudarem para uma das cidades vizinha.
Bailey apertou a campainha pois Rosie tinha suas mãos ocupadas segurando Apólo em um braço e a outra mão segurava a mão pequena de Carlyn. A filha mais velha do casal engoliu seco logo após seu pai anunciar a chegada deles.
Desde pequena a garota sempre foi muito tímida quando se trata em conhecer novas pessoas e esse é um dos grandes problemas que lhe acompanha, conhecer novas pessoas. Ela se sentia intimidada com a ideia de alguém não gostar da mesma ou até mesmo os filhos do casal serem cruéis já que seu pai havia lhe informado que eles têm mais o menos a mesma idade.
Sabendo do terror de conhecer novas pessoas da sua filha mais velha, Rosie olhou pra garota que encarava a porta construída por uma madeira escura e acariciou o seu polegar na palma da mão da menina, Carlyn logo olhou pra cima encontrando o olhar doce de sua mãe e um sorriso foi lançado em sua direção deixando a garota mais tranquila porém continuou tensa.
Eles gostariam dela? Ela ficaria sozinha enquanto todos se divertiam? E se ela não soubesse o que responder com as perguntas que os adultos costumam fazer?
Diversas perguntas perturbavam a mente da garotinha mas felizmente os questionamentos na cabeça da garota foram calados com o barulho da porta se abrindo.
Carlyn precisou olhar para cima por conta da sua baixa altura para avaliar o homem em sua frente. A altura do homem de meia idade também não era tão alta mas com certeza bastante em relação a garotinha. Seu rosto era bastante redondo por conta da gordura, sua pele era branca todavia havia um tom acinzentado por conta da barba recém feita na região do maxilar que não era definido, seu nariz era bastante gordinho em formato redondo assim como o rosto, suas sobrancelhas extremamente preenchidas e grossas e seu cabelo em uma tonalidade escura estava penteado todo para trás com bastante gel.
Carlyn se sentiu um tanto intimidada porém esse sentimento não permaneceu por mundo tempo já que Manuel lançou um sorriso animado para a família à sua frente.
—Entrem, entrem!—ele diz sorrindo logo em seguida se retirando de frente da porta para dar espaço para a família passar e foi assim que fizeram.
—Karen está na cozinha terminando a salada e as crianças no quintal.—Manuel informou.
Foi um tanto coincidência como Manuel e Bailey se conheceram. Bailey estava em seu primeiro dia de trabalho quando apareceu um "problema" para resolver como chefe de cozinha. Manuel foi jantar no restaurante com sua família e pediu uma pizza Mussarela porém especificando que não queria tomates na pizza por conta do seu filho mais velho que não come o fruto. O cozinheiro encarregado do preparamento da pizza acabou confundindo os pedidos e colocou tomates na pizza e Bailey teve que ir até a mesa da família pedir desculpas pelo mal entendido.
Dois dias depois, quando estava regando as plantas em frente à sua casa notou que Manuel estava saindo da casa dele para ir ao trabalho e logo os dois homens se reconheceram o que gerou uma longa conversa sobre a mudança de Bailey, logo em seguida em hockey—esporte principal do Canadá— e depois em futebol—esporte principal da Itália—.
—Quem é essa linda garotinha?—Manuel perguntou se abaixando para ficar na altura de Carlyn.
À essa altura tanto sua mãe e seu pai havia adentrado na casa indo para a cozinha cumprimentar Karen e assim que Manuel parou em frente à garota, Rosie soltou a mão da menina e seguiu seu marido.
Carlyn engoliu em seco pois não sabia como reagir a primeiros contactos.
—Hum..Ca-Carlyn.—sua voz falhou levemente fazendo Manuel aumentar o sorriso para ela se sentir mais confortável. Bailey já havia comentado a timidez da garota para seu novo amigo e sobre ela estar triste ultimamente por ter deixado seus avôs para trás ,Manuel queria apenas que ela se sentisse confortável e deixou as informações sobre a garota não estar se adaptando bem para seus dois filhos para eles lhe receberem bem.
—Espero que você esteja gostando do Canadá. Aqui é muito bom, assim como você eu venho de outro país, sou de Portugal. No começo eu também não gostava muito daqui e sentia muita falta dos meus país porém com o tempo você vai se adaptando e não vai demorar muito para você considerar isso aqui sua nova casa.—o tom gentil de Manuel fez o coração da garota se aquecer e ela arriscou um sorriso fraco em sua direção.
—Obrigada Senhor Mendes, eu tenho certeza que irei gostar.-ela disse fazendo Manuel sorrir mais ainda admirado pelas palavras da garota pois imaginava ao menos que ela fechasse a cara e resmungasse que gostaria de voltar para seu país de origem, pelo menos é o que a maioria das crianças faria.
—Vem, eu vou te apresentar as crianças, eles estão brincando no quintal.—o homem se levantou e pegou na mão da garotinha fazendo ela voltar a ficar tensa. Ela não era muito boa em fazer amizade com as crianças da sua idade.
Para ir até o quintal eles precisaram passar pela cozinha onde encontraram os pais de Carlyn em uma conversa animada com Karen que cortava alguns legumes. Manuel parou para deixar um rápido beijo na testa de sua esposa e Karen interrompeu o trabalho de cortar os legumes para cumprimentar a garotinha com um beijo no rosto e juntas tiveram uma rápida conversa sobre o que Carlyn estaria achando do Canadá, a garotinha logo simpatizou mais com Karen pois ela parecia mais brincalhona e fazia uma voz estranha que fez Carlyn soltar algumas risadas tímidas.
Logo em seguida, Manuel continuou seu caminho levando a garota até o fundo da sua casa. Carlyn sentiu sua respiração parar por breves segundos quando seus pés tocaram a grama do quintal. A garota deu uma olhava em volta e notou que o quintal não era tão grande como o da sua casa mas que com certeza era mais divertido. Havia um cercado de madeira clara em volta e o quintal era tomado quase todo por uma piscina que fez os olhos da garota brilharem, ao canto havia uma churrascaria e logo ao lado da churrascaria algumas cadeiras/sofás para as pessoas provavelmente se acomodarem em churrasco e o que deixou o ambiente bastante aconchegante foram os fios de luzes colocados em cima das cadeiras/sofás que fez a garota sentir um desejo para ver se luzes acesas durante a noite, com certeza iriam parecer estrelas.
A tranquilidade e o sorriso da garota ao observar o local aconchegante foi desfeito após ouvir o grito agudo de um garoto e logo a atenção de Carlyn foi até o som de origem. Havia um garoto mais o menos de sua altura com as mãos firmes em uma espécie de aparelho enquanto tentava puxar das mãos de uma garotinha porém sem sucesso algum e ela quis rir em como a garotinha que tinha no máximo 2 anos de idade parecia ser mais forte do que o garotinho magricelo.
O garoto mais velho notou a presença do seu pai na entrada do quintal e logo soltou o brinquedo deixando nas mãos de sua irmã.
—Pai!—ele gritou histórico fazendo uma careta de reprovação surgir no rosto de Carlyn. Que garoto dramático e escandaloso, foi o que ela concluiu nos primeiros segundos que conheceu ele.—A Aaliyah não quer brincar comigo.—sua voz saiu chorosa e em um ato emburrado ele cruzou os braços.
—Querida..desculpa pela bagunça.—Manuel riu da situação se virando na direção de Carlyn.—Aquela é a Aaliyah.—ele apontou para a garotinha que agora segurava o brinquedo entretida.
Aaliyah era um bebê de 1 ano, exatamente a mesma idade dos gêmeos. Suas características eram típicas de uma criança, para Carlyn, todos os bebês tinham a mesma aparência porém Aaliyah tinha grandes bochechas avermelhadas.
—E por fim, aquele é o Shawn.—Manuel apontou para o garotinho ao lado de Aaliayh que estava em pé com um sorriso de orelha a orelha e saltitando pela ansiedade de ser apresentado por seu pai e assim que ele fez o garoto de imediato não se importou com sua animação em fazer amigos e correu em direção ao seu pai e a garota o que fez Carlyn recuar um pouco pela animação exagerada do menino.
Shawn tinha 6 anos sendo um ano mais novo do que Carlyn. Ele era alto para sua idade porém não de uma forma exagerada, talvez fosse uma impressão por conta do seu corpo magro e sem curvas. Sua pele era bastante branca tanto que chegava a ser um tanto pálida, lábios finos e rosados, seus olhos eram castanho claro assim como os dos sua irmã.
—Receba ela bem, filho.—Manuel disse antes de adentrar na casa deixando uma Carlyn nervosa e um Shawn saltitando de animação.
—Oi, meu nome é Shawn, como é o seu?—o garoto disse tudo rápido o que fez ele tropeçar em suas palavras.
—Carlyn...—a menina disse em um sussurro receoso e com uma expressão confusa ainda pela animação do garoto. Na Itália, as crianças não costumavam serem tão elétricas como ele.—Você está bem? Sabe que não pode comer muitos doces, certo?!—a menina tentou controlar seu tom para não parecer grosso mas foi quase impossível, era notável que ela estava ainda desconfortável com a hiperatividade do garoto que não parava de saltitar e sorrir.
—Eu não comi doces hoje. Então...seu nome é diferente, é a primeira pessoa que conheço com esse nome, é bonito assim como seu cabelo.—ele disse novamente tudo rápido o que tornou difícil da garota o acompanhar. Carlyn ficou confusa por sua última revelação, não era comum alguém elogiar apenas uma parte de uma pessoa e foi o que ele fez, mas mesmo assim ele elogiou e Carlyn coroou por receber seu primeiro elogio de um garoto mas logo se recompôs.
—Eu também gosto do meu cabelo porém não com essa trança.—ela argumentou querendo puxar assunto.
—Se não gosta da trança então por que está usando?—seu olhar era confuso e Carlyn apenas deu de ombros.
—Minha mãe gosta.
—Mas você não. Desmanche, tenho certeza que ela não vai ficar com raiva por isso.—Shawn sugeriu e a menininha parou para prensar por breves segundos. Ele tinha razão, sua mão não se importaria se ela retirasse e foi o que ela fez. Em um ato imprudente , desmanchou toda a trança com uma pequena ajuda de Shawn, por fim ela estava prestes a colocar o elástico que segurava a trança em seu pulso para devolver à sua mãe depois mas Shawn foi mais rápido pedindo à ela para ficar.
—Porquê?—a confusão no rosto da garota era nítida. Não era comum garotos gostarem de fazer penteados em seus cabelos e Shawn nem ao menos tinha cabelo o suficiente para isso.
—É uma coisa boba, mas sempre costumo pedir algo pessoal para as pessoas que conheço, eu guardo...gosto de guardar coisas das pessoas que passaram pela minha vida e sei que seremos amigos.—ele deu de ombros ainda com sua mão estirada pedindo o elástico. Carlyn abriu um sorriso de orelha a orelha ao saber que pelos menos teria um amigo dali pra frente.
—Não é bobo, é legal.—ela disse admirada lhe entregando o elástico em uma cor azul e Shawn logo guardou em seu bolso feliz.
—Minha irmã diz que é estranho e esquisito.—Shawn fez uma careta triste.
—Sua irmã não gosta de você?—perguntou mesmo estranho que Aaliyah saiba dizer algo.
—Acho que ela me odeia, ela é tão chata.—o garoto resmungou.
—Sua irmã parece um pouco...—Carlyn procurou a palavra correta pois não queria usar palavras feias, seus pais não permitiam e ela sentia vergonha.
—Chata?—Shawn acabou por dizer e Carlyn corou com o "xingamento" sendo pronunciado todavia confirmou.—Vem! Mamãe está fazendo biscoitos para a sobremesa, vamos ver se já está pronto.—Shawn disse animadamente mudando de assunto o que fez Carlyn estranhar, antes que ela pudesse reagir Shawn entrelaçou sua mão na da garota e a puxou para dentro de sua casa.
Rosie e Bailey sorriu ao ver as mãos entrelaçadas das crianças pois indicava que estavam se dando bem e embora a alegria da garota fosse contida dava pra notar que estava se esforçando para não ser tão tímida o que na maioria das vezes fazia ela parecer carrancuda e seus pais ficaram feliz por isso. Carlyn não estava tão acostumada com crianças como Shawn que sorria para o vento e pulava em animação mas acabou por se acostumar com o decorrer do dia.
Shawn puxou Carlyn para a cozinha e se ajoelhou na frente do forno vendo pelo vidro escuro os biscoitos terminando de assar, logo Carlyn fez o mesmo. O entretenimento de ver os biscoitos assar não era tão divertido para a garota mas Shawn estava radiante pela visão dos biscoitos.
Carlyn acabou por desviar o olhar dos biscoitos e olhou para Shawn que tinha seu olhar fixo no forno, eles brilhavam em ansiedade e o garoto com certeza deveria estar pensando no momento em que comeria os biscoitos mais tarde. Carlyn sorriu pra ele, pela forma que ele parecia animado e também por saber que a partir daquele momento ele teria um amigo. Na época, Carlyn não sabia, mas Shawn não seria apenas um amigo, seria seu melhor amigo por um longo tempo.
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