Grande borrão
"Eu quero estar bêbado quando acordar
No lado certo da cama errada
Eu deveria?
Talvez eu fique bêbado de novo"
-Ed Sheeran
4 ANOS ATRÁS....
Carlyn havia acordado à algumas horas e se encontrava na mesma posição desde que despertou, sentada na borda de sua cama enquanto fitava a janela da casa vizinha, a janela de Shawn estava fechada todavia as cortinas estavam abertas possibilitando a visão de um Shawn jogado em seu cama dormindo profundamente. A garota se sentia ansiosa e sem saber o que fazer, tinha o conhecimento que precisava falar com Shawn mas não sabia como seria capaz de olhar no rosto dele após o que houve na noite passada.
Carlyn estava se perguntando desde o momento em que acordou o motivo de ter beijado seu melhor amigo, ao parar pra pensar só conseguia sentir ânsia ao imaginar eles fazendo aquilo, era....estranho embora sabia que no momento não foi. Tirou a conclusão que nunca mais iria beber em sua vida pois a bebida fazia ela ter atitudes que não concordava, como beijar seu amigo que até então nunca havia sentido vontade.
—Hey querida.—sua atenção foi voltada para a porta de seu quarto encontrando seu pai com apenas a cabeça pra dentro do cômodo.—Vim me despedir.—ele anunciou fazendo com que Carlyn lhe lançasse um sorriso tristonho.
Enquanto Bailey vinha na direção da garota sentando-se ao lado dela na cama, Carlyn pensou no quanto odiava ter seu pai longe. De acordo com que o tratamento de Apólo foi avançando o custo foi aumentando, no último ano Rose parou de trabalhar pois Apólo havia deixado de frequentar a escola ou qualquer lugar que não fosse sua própria casa ou dos Mendes, assim ele passou a precisar de atenção todo o tempo e Rose precisou desistir de seu emprego. O trabalho de Bailey não estava cobrindo todo o tratamento dele mas por sorte recebeu uma oferta para trabalhar como chefe de cozinha em um dos restaurantes mais famosos da Austrália e não pode negar. No último ano havia se tornado aquilo, Bailey longe de sua família e só sendo possível visitar eles em Pickering no final de cada mês.
—Te vemos no final do próximo mês?—ela perguntou esperançosa, suspeitou da resposta quando o semblante de seu pai se entristeceu.
—Eu não sei querida...na última semana do próximo mês terá um feriado importante em Sydney e o movimento no restaurante será enorme.
Carlyn apenas sorriu em concordância para confortá-lo, embora estivesse machucada sabia que seu pai também estava por ter que ficar do outro lado do mundo ao invés de estar com sua família.
—O que se passa nessa cabecinha?tem algo te incomodando.—o homem perguntou bem humorado batendo seu indicador na testa dela.
—Fiz algo que talvez acabe com a amizade que tenho com o Shawn.—ela desabafou ainda olhando para suas unhas.
Bailey quis rir pois já havia perdido as contas de quantas vezes sua filha havia chegado até ele fazendo drama sobre perder a amizade de Shawn. Se recordou de uma vez quando ela ainda era pequena e deitou em seu colo chorando compulsivamente dizendo que Shawn nunca mais falaria com ela simplesmente por ela ter quebrado seu carrinho favorito. Mas o homem levou a mão até o cabelo dela para lhe consolar pois embora soubesse que deveria haver um motivo bobo por de trás daquilo, o sentimento ainda era real.
—Tenho certeza que vocês irão se resolver, sempre se resolvem.
—Acho que dessa vez não.
—Qual é...vocês são Shawn e Carlyn, inseparáveis e nada separa vocês.—lhe lançou um sorriso.
—Acho que dessa vez é pra valer.—ela lhe olhou e pela primeira vez Bailey realmente se preocupou, estava nítido em seu tom e em seu olhar a seriedade da situação.
—O que você fez?
—Não é o que fiz mas o que fizemos, estragamos nossa amizade.
—Você não quer dizer o motivo, não é?—ela negou então Bailey respirou fundo pensando no conselho que daria sem saber muito bem da situação.—Apenas vá conversar com ele e não importa o que tenham feito, se você ainda o quiser como amigo deixe claro isso, não esconda seus sentimentos.
—Obrigada, pai.
Os dois se abraçaram e Bailey se despediu dela novamente pois precisava pegar um voo. A garota tomou um banho pois havia decidido que iria resolver aquela situação o mais rápido possível e após se trocar viu pela janela que Shawn não dormia mas então lhe enviou uma mensagem dizendo que eles precisavam conversar, Shawn respondeu que estaria lhe esperando na varanda da casa dele e logo a garota desceu as escadas sentindo seu coração bater cada vez mais rápido.
Quando saiu em seu quintal, viu ele e pegou-se se perguntando se o beijo da noite passada havia despertado algo nela mas tudo o que conseguia sentir era constrangimento pelo acontecimento e nervosismo por haver a possibilidade de perder a amizade dele, das coisas ficarem esquisitas. Shawn andava de um lado ao outro na varanda mas assim que a viu parou e se sentou nos degraus que havia em frente de sua casa.
—Ei, precisamos conversar.—ela disse apenas para quebrar o gelo, seus lábios estavam secos e suas mãos suadas, para disfarçar pôs elas dentro dos bolsos.
—Eu sei! Acho que ambos concordamos em não contarmos para nossos pais que bebemos na noite passada.—ele disparou em apenas um fôlego, Carlyn franziu a testa se perguntando que de todo o grande problema que havia, ele estava preocupado em seus pais descobrirem sobre as bebidas?!
—O que?
—Não podemos dizer para nossos pais que bebemos se não eles vão nos matar, arg.—ele suspirou irritado e enfiando seu rosto entre as mãos.—Eu nunca mais vou beber na minha vida, eu só tenho vomitado desde que eu acordei e a noite passada foi um borrão, como chegamos em casa mesmo?
O ponto interrogativo apenas aumentou na mente de Carlyn, se perguntando se ele estava brincando com sua cara mas ele parecia bem sério. Ela engoliu em seco.
—Seu pai foi nos buscar.—respondeu com dificuldade.—Você não se lembra?
—Realmente não.—suspirou e logo acrescentou.—Ah não! Eu fiz alguma merda na noite passada? Eu sabia que não deveria ter bebido, o que eu fiz?
Ele não se lembrava então não havia motivos para ela lhe contar. Ela podia facilmente guardar aquele segredo, bastava fingir que nunca havia acontecido mas se os dois soubessem seria mais complicado. Pelo menos essa foi a lógica da garota então apenas se obrigou a por um sorriso nos lábios.
—Você não fez nada. Eu vim aqui justamente para falar sobre isso de não contarmos para nossos pais.—Shawn soltou um suspiro aliviado que nem sabia que estava segurando.
O rapaz estava prestes a responder quando a atenção dos dois foram até o quintal ao lado onde Ian estava prestes a bater na porta dos Olsen mas parou assim que viu que a pessoa por quem procurava não estava lá. O rapaz pressionou o maxilar ao ver Shawn e sem pensar muito começou a andar apressadamente na direção dele afim de fazer o que não havia feito na noite passada, deixar um belo soco em seu rosto, os Warburton's nunca foram muito conhecido por sua calmaria. Carlyn se apressou em caminhar na direção do garoto pelo qual estava apaixonada e se pôs na frente dele o impedindo de chegar até Shawn.
—Ele não se lembra da noite passada.—disparou com a mão no peito do rapaz mas o olhar dele estava em Shawn.—Ele não se lembra do que houve entre nós então eu te imploro...não vá até ele e conte, por favor, nossa amizade está em suas mãos.
Ian flexionou o maxilar e se permitiu olhar para Carlyn e ao ver os olhos dela automaticamente se sentiu mais calmo, ele nunca havia visto tanto desespero de perto como via nos olhos da garota, ela estava o implorando por aquilo e embora sua raiva por Shawn fosse enorme não era maior que os sentimentos que ele sentia pela garota.
—Vamos entrar e conversar, vou te contar tudo, por favor.
Ian confirmou incapacitado de dizer algo e juntos os dois entraram na casa da garota deixando um Shawn atordoado na frente da casa dele mas por fim adentrou em sua casa sabendo que provavelmente dizer que não se lembrava tinha sido o melhor a se fazer perante a situação.
—Carlyn...
—Deixa eu falar.—ela o lhe interrompeu assim que os dois se sentaram lado a lado no sofá, Ian assentiu.—Eu não gosto dele, pelo menos não assim, e eu sei que a bebida não justifica mas eu juro pra você que eu nunca havia pensado em beijá-lo antes. E na noite passada ele perguntou o do porquê nunca havíamos feito aquilo e então nos beijamos e eu não vou mentir pra você mas na hora foi bom.—o rapaz desviou o olhar se sentindo incomodado.—Mas talvez tenha sido por conta da bebida que eu tenha me sentido daquela forma porque assim que acordei eu só consigo pensar em como jamais faria aquilo e que jamais farei porque...é estranho, eu e ele não somos assim. E eu realmente sinto muito por ter feito aquilo e ter feito em seu aniversário, na hora eu mal havia pensado o quanto te magoaria ou que ele tem namorada, eu juro pra você que essas informações simplesmente evaporaram. Por favor, acredite em mim quando digo que jamais faria aquilo estando sóbria.
Ian respirou fundo pensando em suas palavras. Sabia que ela não estava mentindo porque ela realmente não estava, conseguia detectar muito bem uma mentira e nada do que ela havia dito tinha chegado próximo de ser uma. Também sabia o quanto o álcool podia mexer com sua cabeça, da mesma forma que ele lhe dar coragem para fazer algumas coisas que sempre quis fazer, ele também faz com que você faça coisas que jamais pensaria em fazer. Ele mesmo já havia cometido bastante erro estando bêbado e dito palavras que de fato não acreditava, nem mesmo no mais profundo do seu coração.
—Tudo bem se você não quiser me dar mais uma chance embora isso vá me machucar mas eu te imploro, não diga ao Shawn o que houve entre mim e ele pois toda nossa amizade seria arruinada e eu não quero perdê-lo, ele tem sido meu melhor amigo desde...sempre e um beijo foderia não só nossa amizade mas também acabaria com a Lauren. E eu...—ela mesma se interrompeu pensando se aquela era realmente a circustância certa para confessar à ele o que sentia.
—Continua.
—Eu estou apaixonada por você, na verdade...isso já faz um tempo e ontem eu passei toda a sua festa pensando que você viria até mim para podermos ficar ou...
—Eu iria, estava só esperando o momento certo.
—Voce ia?—ela arregalou os olhos, ele confirmou.
—Eu realmente sinto muito por ter estragado tudo.—Ian viu uma lágrima descer pelos olhos da garota e logo se apresou em limpar.
—Eu também estou apaixonando por você.
Carlyn nunca pensou que fosse capaz de um coração literalmente parar de bater por alguns segundos mas notou que estava errada pois naquele momento aquilo aconteceu e ele só voltou a bater quando Ian se curvou em sua direção e juntou seus lábios fazendo com que eles tivessem finalmente o primeiro beijo juntos e então ela soube que havia uma chance das coisas se resolverem.
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Vamos as notas, esse capítulo não chegou nem à 2000 palavras e eu SINTO MUITO por isso mas eis o que aconteceu: estava eu, corrigindo as palavras do capítulo após sei lá quantos meses ter escrito mais de 4000 palavras e então sem querer apaguei TUDO e tive que reescrever na força do ódio, sinto muito mesmo.
Segunda nota: o capítulo normalmente sai no domingo mas tive que postar hoje por conta que amanhã irei fazer o enem e não terei como assim como sei que muito de vocês farão.
Terceira nota: provavelmente postarei mais um capítulo hoje de bônus
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