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Gostaria que tivessem feito por mim

(CARLYN)

Atualmente,2019.

Foi estranho acordar no apartamento de Shawn e ele não estar lá, o local se encontrava extremamente silencioso por ter apenas eu e confesso que isso me incomodou um pouco. Não dormi na cama dele pois não parecia certo e o mesmo não mencionou nada sobre onde eu deveria dormir então quando cheguei apenas repousei no primeiro quarto de hóspedes. Após arrumar a cama e deixar como estava, meus planos era tomar café em uma cafeteria que notei na frente do prédio dele mas estava tão atrasada que acabei comendo um pouco do cereal dele com leite, espero que Shawn não se incomode.

Enquanto estava vindo para a faculdade de Uber me peguei pensando o quanto Shawn e eu somos de mundos tão diferentes mas ao mesmo tempo tão iguais. A vida dele antes de se tornar famoso é basicamente a minha atual e a que sempre foi, seus pais moram em uma casa do mesmo porte que a da minha mãe, ambas famílias são de classe média. Pelo menos, a família Mendes era antes que ele começasse a receber milhões por apenas um único concerto, não sou boba e comecei a notar as mudanças na família Mendes à três anos atrás que provavelmente é quando ele de fato começou a fazer sucesso. Aaliyah começou a usar relógios caros, Karen conseguiu finalmente comprar o carro que queria pois eles só tinham condições para terem um carro e agora sei que o segundo carro foi presente de Shawn, a cozinha deles que era apenas um pequeno cômodo estreito foi modificado para um largo e espaçoso cômodo, os móveis se tornam mais elegantes e de bom orçamento, a piscina foi aumentada. Mas acho que estou tão familiarizada com eles desde pequena, que pra mim quando Shawn está em Pickering é como se ele não ganhasse milhões todo mês mas agora após essa viajem para Los Angeles notei a diferença dos nossos mundo.

Eu não sei quanto custa a diária do hotel em que nos hospedamos pois embora eu tenha insistido muito, Shawn não me deixou pagar já que dividi o quarto com ele e de todas as formas ele sempre pega um quarto de casal que custa mais do que um de solteiro como Brian pegou, mas pela estrutura do prédio notei que é um hotel cinco estrelas e honestamente agora estou até com medo de descobrir quando custou minha hospedagem lá, e pelo que eu ouvi Andrew falar no telefone, todos da equipe dele que estavam lá era por conta de Shawn. Sem mencionar o carro caríssimo no qual nos locomovíamos sempre dirigido por seu segurança. É estranho pensar que hoje ele é um dos artistas mais bem pagos da atualidade enquanto na nossa adolescência precisávamos ambos juntarmos nossas mesadas para conseguir ir ao cinema no final do mês. Balancei a cabeça na tentativa de afastar o pensamento de saber quantos zeros há na conta dele, tenho certeza que são muitos.

Mas quando estou com ele, é como se a nossa renda fosse exatamente igual porque o dinheiro não define quem somos e Shawn claramente não é o tipo de pessoa que deixa o dinheiro subir a sua cabeça, com o dinheiro que ele tem tenho certeza que o mesmo poderia possuir dezenas de carros mas na verdade ele tem apenas um. Ele poderia comprar um jatinho mas pelo que eu percebi todas as vezes viaja de avião e o mais interessante é que quando fomos para Los Angeles, fomos na econômica e não na primeira classe como pessoas com condições alta costumam fazer. Ele é humilde e isso provavelmente é uma das qualidades que mais admiro nele.

Até então estava relaxa pensando em Shawn enquanto ando pelo campus da faculdade mas no momento que meus pés tocam o piso do edifício e as centenas de vozes dos estudantes me alcançam, volto para a realidade e o sentimento de nervosismo voltou a dominar todo meu corpo.

Normalmente eu não sou do tipo de pessoa que se sente nervosa em primeiros dias de trabalho ou aula, um dia já fui mas não costumo mais ser exceto pelo dia de hoje. Terei aula do professor Edward e realmente espero que essas três semanas de férias o tenha feito esquecer sua tentativa falha de me beijar e o rancor que agora está guardando por mim. Quem eu estou querendo enganar? Na madrugada mesmo do sábado ele me mandou mensagens dizendo que "mal pode esperar pra me ver na segunda".

Suspiro frustada e logo em seguida puxo o ar decidindo que tentarei fazer esse um ótimo primeiro dia de volta às aulas. Preciso pensar pelo lado positivo, hoje se inicia uma das últimas fases da minha vida e talvez a mais importante, em apenas dois meses deixarei de ser uma universitária e passarei a oficialmente ser uma estilista que é meu maior sonho desde que eu tinha 14 anos. E a aula do professor Edward é apenas a última, então tenho muitas horas ainda até me preparar para vê-lo novamente.

(...)

Chegou o momento. O sinal bateu indicando a última aula.

Respiro fundo recolhendo meus cadernos e pondo tudo dentro da minha bolsa enquanto desço pela arquibancada de cadeiras.

—Tchau Carlyn.—Leila, uma das minhas colegas dessa aula diz e logo sorrio em sua direção.

Até chegar a porta da sala, algumas pessoas que estão saindo se despedem de mim e tento na maioria das vezes sorrir alegre para eles na tentativa de não demonstrar minha tensão o que acho que funciona pois recebo sorrisos gentis de volta. Não sou exatamente popular pelo campus, eu costumava ser mas depois que parei de frequentar tanto as festas em fraternidades, minha popularidade foi diminuindo e honestamente é algo que não me incomoda. Mas em geral, as pessoas gostam de mim então por onde passo há universitários me cumprimentando e se Zoe não vier sei que tenho pessoas com quem sentar na cafeteria durante o almoço.

—Está tudo bem?—Zoe pergunta passando seus braços por meus ombros assim que saio da aula de história.

Temos a tradição de sempre esperarmos uma a outra fora da sala, hoje é seu dia de esperar então amanhã eu terei que esperar ela fora das aulas dela. O corredor das aulas de direito é logo ao lado das de modas então sempre nos acompanhamos para a turma uma da outra, usamos esse tempo para conversarmos.

—Sim, por que?

—Te vi dando aquele sorriso.

Aquele sorriso?—lhe olho confusa não entendendo ao que ela se refere.

—O sorriso que você dar por obrigação, está irritada ou nervosa.

Acabo por sorrir ao lhe olhar, amo a forma que conhecemos uma à outra. Sabemos exatamente o que a outra está pensando ou do que precisa.

—Não estou irritada.—esclareço.

Na verdade, eu estava um pouco irritada por perder a minha manhã inteira temendo um encontro com um homem que não merece nem dois segundos do meu dia pensando nele. Mas esse sentimento foi evaporado do meu corpo quando recebi uma menagem de Shawn desejando-me bom dia e no mesmo instante minha manhã parece ter melhorado.

—Então está nervosa.

—Eu...só estou com medo.—sussurro para não correr o risco dos estudantes que passam pelo corredor escutar.—Edward.—acrescento tendo conhecimento que ela já sabe da história.

—Eu já te falei que você não precisa se importar com esse homem, é apenas um babaca que não aceita um não de uma mulher, vivenciamos isso milhares de vezes durante o dia, sempre haverá esses babacas.

—Eu sei disso.

—Apenas o ignore, finja que ele não existe.

—É fácil dizer isso quando ele não me ignora, ele não me incomodaria nenhum pouco se minha formação não tivesse dependendo dele.—meu corpo se enrijece quando avisto a porta da sala de aula dele a menos de um metro.

—Apenas ignore.—ela deixa um beijo estalado em minha bochecha antes de se afastar de mim sumindo pelo corredor entre as pessoas.

Respiro fundo parando em frente a porta da sala de aula, alguns alunos passam por mim entrando e ao longe vejo Edward atrás de sua mesa conversando com uma aluna que passou por mim segundos atrás. Um rapaz ruivo passa por mim entrando e pela minha contagem ele é o oitavo universitário que entrou, decido que já está na hora de entrar até porque ele não fará nada comigo enquanto tem oito alunos presentes. Puxo todo o ar que habita em volta e entro de uma vez por todas na enorme sala com um auditório que contém mais de cinquenta cadeiras e normalmente todos esses acentos são preenchidos.

Mentalizei o plano em minha cabeça, andar nove passos até chegar na escada do auditório e subir até encontrar uma cadeira que fosse o mais longe possível de onde Edward costuma passar, ele tem o hábito de andar pela escadas enquanto explica então não posso me sentar em uma cadeira que fica ao lado da escada. Meu erro foi dar uma rápida olhada na direção do homem, ele não parece ter notado minha presença o que foi perfeito pois assim eu poderia encontrar um acento afastado que ele nem ao menos notaria minha presença. Mas então meu olhar caiu pra baixo encontrando os dedos do homem acariciando a coxa da garota ao seu lado muito próximo da intimidade dela, ela está de costas para o auditório e apoiada na mesa dele enquanto ele se encontra sentado então os alunos que já estão sentados não são capazes de assistir ao ato. Dei um passo para frente fixando meu olhar em uma das últimas fileiras decidida que iria me sentar lá mas novamente meu cérebro mandou sinais para meu pescoço se virar na direção da mesa. Dessa vez minha atenção não foi na mão dele mas sim na postura da garota, havia um sorriso obviamente constrangido em seus lábios e ela mexia as pernas de uma forma sútil como se fosse acidental o toque dele em sua coxa por isso bastava um movimento para se afastar todavia ele continua movendo a mão de uma forma que seus dedos sempre estivessem ao alcance da coxa da garota, sua postura está ereta e as sobrancelhas franzidas em preocupação.

Não é meu problema. Tentei repetir pra mim enquanto dava outro passo na direção da escada mas novamente meu corpo me fez parar, soltei um suspiro olhando entre a carteira e a garota sendo assediada. Eu gostaria que alguém tivesse me resgatado em momentos como aqueles, quando ele segurava minha cintura como se fosse a coisa mais comum a se fazer, quando ele percorria sua mão por meus cabelos ou quando tentou tocar meu seio em um dia que insistiu que eu ficasse por mais alguns segundos na sala de aula após todos terem ido embora. Eu realmente queria que alguém chegasse e interrompesse o momento. Meu cérebro grita pra eu continuar meu caminho e aproveitar o fato dele não ter me notado ainda mas outra parte de mim fez com que eu me visse no lugar daquela garota.

Quando percebi já me encontrava ao lado da mesa junto com eles, a primeira coisa que Edward fez após me olhar foi retirar a mão da coxa dela.

—Hey Leslie!—exclamei passando meus braços por seus ombros como se fôssemos amigas a séculos.

Não conheço a garota mas sou observadora e já notei uma ou duas vezes quando os professores lhe chamavam até sua mesa, nunca havia parado pra pensar sobre ela mas agora automaticamente seu nome surgiu em minha cabeça.

—Oi...Carlyn.—ela diz de uma forma insegura como se não tivesse a certeza se esse é meu nome.

—Garota, parece que faz séculos que não te vejo, por que não nos sentamos juntas para por o papo em dia?—sugiro com um sorriso no rosto enquanto mantenho meu olhar em seu rosto, não me arrisco em olhar pra ele. Leslie desvia seu olhar de mim para Edward e por breves segundos vejo como se ela tivesse perguntando pra ele se tinha permissão.—Tenho certeza que o Professor Edward não se importa, vocês podem conversar depois, não é mesmo?—sorrio falsamente na direção do homem que parece mais arrogante a cada dia.

—Claro, não quero atrapalhar a conversa de vocês.—ele balança a cabeça, essa é sua resposta mas sua expressão é nítida que minha interrupção lhe aborreceu.

—Ótimo!—exclamou estonteante com um sorriso no rosto.

—Nos falamos depois, Leslie?—ele lhe lança um olhar intimidador, eu conheço muito bem esse olhar. É olhar conhecido por "vamos nos encontrar depois, é uma afirmação e não uma pergunta".

—Cla-Claro.

—Ótimo.—ele diz secamente.

—Vamos.—ponho a mão nas costas da garota lhe guiando para longe da mesa.

Andamos em silêncio durante toda a escada e só sinto meus ombros relaxarem no momento em que nos sentamos juntas na penúltima fileira do auditório.

Ela se senta ao meu lado e seu olhar se encontra fixo na fileira da frente enquanto ela tenta controlar sua respiração. Nunca olhei atentamente para a garota e agora sei porquê Edward fez com que ela fosse uma de seus alvos. Ela é linda. Sua pele é negra em um tom levemente achocolatado me fazendo suspeitar que ela provavelmente tem um pai negro e uma mãe branca, seus olhos tem um formato muito bonito e são bastante expressivos, não sei se ela é do tipo de pessoa que tem os olhos que brilham ou se eles estão marejados, seus olhos são em uma cor castanha escura no mesmo tom que seu cabelo. Não sei se ela tem o cabelo cacheado ou afro pois todo ele é composto por trancinhas na cor azul o que lhe deixa extremante atraente. Seu corpo é bem mais baixo que o meu até porque tenho uma estrutura alta diferente da maioria das garotas, ela tem o corpo mediano, não é gorda mas também não é magra, mas tem seios grandes e coxas grossas.

—Você está bem?—finalmente pergunto após um longo minuto, ela respira fundo mais algumas vezes e então confirma.

—Obrigada por me tirar de lá, eu não quero falar com ele novamente.—vejo seus lábios tremerem me fazendo concluir que seus olhos de fato estão marejando.

—Eu sei...—suspiro não sabendo ao certo o que dizer. Também queria não precisar falar com ele nunca mais porém estamos presa à esse homem.
—Foi a primeira vez que ele fez isso?

Ela engole em seco e então confirma.

—Na última prova eu tirei abaixo da média então fui até ele perguntar se tinha como eu recuperar a nota, ele sugeriu me dar algumas aulas particulares depois do horário.—percorro minha mão por meus cabelos me sentindo frustada pois ele também já fez isso comigo só que eu inventei uma desculpa qualquer ao perceber que ele tinha outras intenções.

—O que você disse?

—Eu não respondi porque você chegou na hora.

—Menos mal.—solto a respiração.

—Ele...já fez isso com você?

—Me assediar?—ela confirma.—Acho que ele já fez com todas nós.—olho em volta visualizando algumas garotas sentadas mais distante.

—Ele...chegou a te tocar?—noto a hesitação em sua voz como se temesse a resposta ou como se tivesse vergonha de perguntar sobre isso.

—Sim, no cabelo, rosto, cintura...seio.—puxo o ar criando coragem para lhe contar, nunca me senti segura em contar isso para alguém além de Zoe mas algo me diz que posso confiar nela.
—Ele tentou me beijar.

—Ele tentou te beijar?—sussurra horrorizada com os olhos arregalados.

—Pois é, eu o afastei.

—O que você fez para fazer ele parar com o assédio?

—Você acha que ele parou?—é minha vez de estar surpresa.—Na última semana de aula ele tentou me beijar e então ele me deu uma nota muito baixa depois que eu o rejeitei, o filha da puta está fodendo com minhas notas.

—Você acha que se eu o rejeitar também ele vai diminuir minhas notas?

—Eu não sei...—sou sincera suspirando.

—Devemos contar ao conselho?—ela sugere.

Como se eu já não tivesse pensado nisso. Já passei noites em claro pensando em ir até a sala da diretora e relatar o que está acontecendo mas temo, não conheço direito a mulher e pelo que eu soube ela é uma mulher conservadora então não posso simplesmente arriscar tudo e lhe contar correndo o risco de perder minha vaga na faculdade ou até mesmo que ela encontre uma forma de arruinar a carreira que tenho pela frente. Edward era um dos editores da Vogue então essa faculdade é muito concorrida pelos estudantes de moda pois absolutamente todos querem ter aulas com alguém que já trabalhou pra Vogue, entre um aluno e um professor que recebe milhares de propostas todos os dias para dar aula em outras universidades, tenho certeza que ela ficará do seu lado e ainda tentará me deixar calada.

—Eu não vou arriscar mas não quero que minha atitude te influencie em algo, se você acha que deve denunciá-lo então deveria ir.—sou sincera pois não cabe a mim dizer a ela que não deveria contar sobre os assédios.  Eu me sinto mal pois sei que o certo a se fazer é contar e que nós mulheres não devemos ficar caladas quando esse tipo de coisa acontece mas também tenho medo do que vou vim a perder.

Leslie suspira em frustração e percebo que ela já tomou sua decisão, algo me diz que não é diferente da minha embora ambas queremos outra coisa.

(...)

Assim que adentro no carro de Zoe solto um longo suspiro e ela logo me olha sabendo que é um anúncio que o restante do meu dia foi péssimo.

—O que houve?

—Apenas dirija.—digo jogando minha bolsa por meus ombros até atingir o banco de trás não me importando muito se quebrará algo.

Assim ela faz, a mesma manobra seu carro já velho saindo do estacionamento da faculdade e pega a rua que vai dar acesso até a rodovia que nos leva para Pickering. Em dias de hoje, segunda-feira, normalmente ela me levaria até o ateliê do outro lado da cidade pois teria trabalho mas felizmente os dias de trabalho só regressam na quarta-feira.

—Ele estava assediando uma garota.—digo depois de um tempo apenas em silêncio com o carro em movimento, e então acrescento:—Quando entrei na sala.

—O que você fez?

—Eu interrompi, dei um jeito de tirar a garota de lá.—como tenho meu olhar preso nela e vejo os ombros de Zoe decair e um suspiro alto lhe escapa.—Não sei se fiz certo.

—Agora ele estará em sua cola.

—Mas eu não podia deixar a garota lá naquela situação, ele estava lhe tocando na coxa!

—Eu sei...

—E nesse momento, tudo o que temos que fazer é nos apoiar porque tenho certeza que se a maioria dos homem visse o que estava acontecendo iria encobrir ele, afinal ele estava apenas "flertando com ela". Por isso que é importante nesses momentos protegermos uma às outras quando algo assim acontece.

—Eu sei e concordo mas...—ela auto se interrompeu me fazendo estreitar o olhar. Conheço Zoe o suficiente para saber que somos bastante diferentes e de nós ela é mais calculista enquanto eu ajo muito sem pensar.

—Mas o que?

—Tenho medo do que ele pode fazer com você. E se ele começar a te perseguir? E se te reprovar? E se encontrar uma forma de destruir sua carreira?

—Oh...obrigada por me tranquilizar.—ironizo sentindo a ansiedade voltar a falar por mim.

—Merda, desculpa...eu só me preocupo. Você fez certo, se eu estivesse na situação dela gostaria que alguém chegasse mas também penso em você e sei que você deve ao máximo tentar ficar longe desse homem. Eu já esbarrei nele algumas vezes pelos corredores e conversei com ele uma vez, e ele me passa uma péssima energia.

Solto um suspiro pois não quero mais pensar nisso. Preciso focar em meus estudos e na prova final, ele não fará nada, se ele fosse fazer algo já teria o feito.

—Podemos falar sobre outra coisa?—sugiro mas ao ver um sorriso malicioso surgir em seus lábios logo me arrependo.

—Que tal sobre a viajem com o Shawn para Los Angeles?—ela me olha pelo canto de olho mas logo volta sua atenção para a estrada, noto seu tom divertido.

—Foi perfeito.—tudo o que digo entre um suspiro.

—Só isso?quero detalhes!—ela exclama indignada me fazendo rir.

—Eu não sei o que dizer, o que quer saber?

—O que vocês fizeram?

—No primeiro dia passamos a tarde descansando no quarto, depois passamos a sexta passeando pela cidade, fomos a vários pontos turísticos e então teve uma festa da produtora musical dele que foi bastante divertida. No sábado, passamos o dia na praia e na manhã e pedaço da tarde do domingo ficamos em um festival.

—Eu vi várias fotos de vocês juntos, acredita que estão me marcando nelas?!—seu tom é indignado e apenas confirmo acreditando.—Vocês estão agora...oficial e tudo mais?

—O que?Não! Não há nada de oficial.

—É que vi fotos de vocês de mãos dadas, se abraçando em público, você deitada no ombro dele, sentados na borda de uma piscina, pensei que agora não estivessem mais tentando esconder.

—Resolvemos não nos privar tanto de momentos assim mas não estamos namorando e nada do tipo, ele inclusive fará uma entrevista amanhã esclarecendo tudo e quando digo esclarecendo é que ele irá mentir dizendo que não somos nada além de amigos.

—Por que vocês estavam mesmo às 4 da manhã em uma lanchonete?—seu tom é bastante curioso e a pergunta de imediato me fez corar.

—Fomos jantar.—digo vagamente.

—Mas por que esse horário? Não era pra estarem dormindo?

—Creio que você não irá querer saber da história por trás.

—Ah meu deus! Agora estou curiosa...conta!—solto uma gargalhada de sua animação.

—Saímos da festa mais cedo e descemos para o quarto de hotel, não jantamos pois estávamos ocupados de mais durante toda a noite e o começo da madrugada no quarto, foi nesse horário que...fizemos uma pausa então resolvemos buscar algo para comermos.—explico gesticulando não me sentindo muito confortável  em dizer abertamente a frase "estávamos fazendo muito sexo". Sei que temos intimidade pra isso mas sempre fui muito reservada quando se trata de momentos íntimos que acontecem comigo, uma parte minha diz que se eu compartilhar com alguém todos os detalhes irei sentir como se não fosse mais um momento tão importante e são momentos íntimos que deve ficar apenas entre eu e Shawn.

—Aaaah! Vocês são dois pervertidos! Vocês saíram que horas da festa?

—Não sei, talvez umas oito.—dou de ombros não entendendo porque é importante.

—Então vocês ficaram das oito da noite até às quatro da madrugada transando?—ela pergunta em um tom horrorizado e logo me apresso para responder na tentativa de limpar minha imagem e a de Shawn.

—Fazíamos pausas!—digo em minha defesa.

—Uau.

Realmente transamos muito aquela noite mas também passamos muito tempo apenas deitados conversando, lembro-me que passamos quase uma hora apenas ouvindo músicas que ele havia colocado para reproduzir em seu celular.

—Quantos orgasmos?—ela pergunta depois de quase cinco minutos em silêncio.

—Zoe!—lhe repreendo horrorizada, ela desata a rir e não parece que se arrepende de sua pergunta então resolvo responder.—Cinco.—ela arregala os olhos.

—Isso é possível?

—Aconteceu então penso que seja.

—Meu Deus...além do cara ter um rostinho bonito e ser como um príncipe, ele também é um Deus do sexo?—solto uma gargalhada.

—Ele não é um Deus do sexo, na verdade...ele é normal, faz tudo o que outros já fizeram.

—Mas tem algo de diferente.—ela me lança um olhar brilhando em malícia, acabo por sorrir confirmando.

—O sexo com ele é magnífico, eu não sei explicar...só é incrível.

—Ele também é extremante gentil na hora do sexo?

—Ele é tudo.—ela me olha confusa por rápidos segundos então resolvo explicar.—Ele é uma mistura, ele é atencioso e gentil, sempre me elogiando e tudo mais porém também é selvagem quando precisa ser e Deus...ele tem uma pegada de enlouquecer.—mordo os lábios ao lembrar dos nossos momentos e não demora muito pra mim escutar Zoe rindo.

—Resumindo: o cara é perfeito.

—Ele tem seus defeitos mas é...ele é perfeito, é estupido pensar assim?—pergunto preocupada.

—Assim como?

—Pensar que ele é perfeito.

—Claro que não, você sabe que ele não é mas o vê mesmo assim.

—Hm...eu realmente gosto dele, Zoe.—desabafo apoiando minha cabeça contra o banco.

—Não diga nesse tom como se fosse algo ruim porque não é.

—Eu sei, eu só...tenho muito medo de me apegar mais do que já estou. Você sabe que ele vai embora em março, certo? E que depois de lá vamos terminar isso.

—Você está sofrendo antes da hora, apenas aproveite o que vocês estão tendo.

Confirmo não querendo prolongar muito nesse assunto que é a minha insegurança do futuro que tenho com Shawn. Preciso apenas aproveitar enquanto estamos juntos mas minha cabeça se recusa a não pensar em como sentirei falta do que agora temos quando ele for para a turnê.

—Como foi esses dias trabalhando na empresa do Charlie?—pergunto mudando de assunto. Zoe começou a trabalhar oficialmente na empresa de Charlie na quinta-feira. Vejo suas bochechas ruborizarem o que me faz estreitar o olhar em confusão.—O que? Pode contar tudo.

—Eu...nada.

—Conta!—grito já me animando por saber que algo aconteceu.

—É estranho.

—O que é estranho?

—Falar com você sobre ele, vocês transavam.

Logo me endireito no banco sentindo uma animação tomar conta do meu corpo. Não perguntei à ela sobre Charlie, eu perguntei como está sendo trabalhar na empresa dele mas ao ela mencionar ele diretamente me faz tirar a conclusão que algo acometeu entre eles. De imediato me recordo da noite de Natal quando Charlie contou-me sobre estar interessada em uma mulher mas que não podia me falar muito sobre ela porque ainda não a tinha e o mesmo sempre deu em cima de Zoe porém ela sempre o rejeitou com humor e agora ela está corando ao mencionar ele. Tento não me animar com a ideia deles juntos até porque ela não me disse nada ainda porém já é tarde e já estou imaginando os dois namorando e em como eles dariam certo.

—Ah meu deus! Vocês transaram?

—Não transamos!—ela grita de imediato fazendo algo se murchar dentro de mim.

—Então o que houve?—ela cora novamente antes de finalmente contar.

—Na quinta-feira...fiquei encarregada de levar algumas papeladas na sala dele e o vi sem camisa, ele estava trocando a camisa porque tinha sujado com comida. Eu não sou cega e sempre o achei bonito mas quando o vi...

—Você ficou com tesão!—digo em um tom acusatório que lhe fez corar mais.

—E ele percebeu porque veio até mim e começou a ficar muito próximo...rolou um momento. Depois disso eu me retirei da sala mas no dia seguinte ele me chamou até sua sala e o filho da puta fez questão que eu passasse o dia inteiro analisando a papelada na sala dele porque segundo o mesmo queria "acompanhar tudo de perto".—lhe interrompo rindo da cara de pau do Charlie.—Ele...em algum momento ele veio até a mesa em que fiquei e começamos a conversar e...

—Conta!

—Eu o beijei.—ela confessa de vez fazendo minha boca se entreabrir pois pensava que o ato havia partido dele.—Ele provocou, se aproximou muito...os lábios dele estavam já praticamente juntos ao meu e eu só cometi o ato de juntar de uma vez por todas.

—E depois?—pergunto eufórica querendo saber como essa história terminou.

—Nos pegamos, quando percebi que as coisas estavam avançando de mim...fugi, inventei uma desculpa que já havia terminado com a papelada e fui embora e ele não me impediu. Na noite do sábado ele me mandou uma mensagem dizendo que queria jantar comigo, eu neguei e ele apenas me mandou um emoji sorrindo. Hoje será a primeira vez que irei vê-lo desde o beijo.

—Ele gosta de você.—cantarolo.

—Não gosta nada, ele só quer me levar pra cama.

—Não...estou falando sério, ele gosta.—digo em um tom mais sério pra ela acreditar em minhas palavras. A mesma revira os olhos.—Na noite de Natal, ele me falou que estava interessado em uma garota mas não disse o nome porque segundo ele não havia conseguido ela mas que sabia que ela o queria e nós duas sabemos que sempre houve um clima entre vocês, você sempre o rejeitava mas eu via um sorrisinho em seu rosto.

—Isso só demonstra o quanto ele é babaca em me beijar enquanto está interessado em outra garota.

—Você o beijou.—lhe corrijo apenas por implicância.

—Mas ele que tomou a atitude!

—Tanto faz, eu o conheço e conheço você...ele está afim, acredite.

—Você...se incomoda? Com eu ter o beijado?

—Claro que não, Zoe. Eu amo vocês dois e na verdade estou eufórica para ficarem juntos. Não deixe que um passado entre eu e ele afete a sua forma de pensar em relação a ele, Charlie e eu éramos apenas sexo e somos melhores amigos a quase quatro anos, então relaxa.

—Mas vocês têm desejos um pelo outro.

—É sério que você está preocupada com isso? Só pra esclarecer algo...não acredito que vou dizer isso e não diga a ninguém!—lhe ameaço pois é algo que tenho guardado apenas pra mim.—Não tenho desejado nenhum outro cara desde que dormi com Shawn.—meu tom é receoso como se tivesse vergonha de admitir isso mas é a verdade.
—Sempre acharei Charlie atraente até porque não tem como mudar isso mas não o desejo, não mais, e tenho certeza que ele também não me deseja mais.

—Eu não sei...—ela suspira.

—Aaah! Vocês vão formar um casal tão bonitinho.

—Ok, sem animação, foi apenas um beijo.—ela tenta me conter mas já é tarde.

—Você precisa aceitar jantar com ele.

—Eu não sei se posso, aceitar significará que estarei entrando nessa e não sei se posso. Eu tenho uma filha de quase 4 anos pra cuidar.

—Besteira! Não é questão de poder e sim querer, Charlie adora a Maya e você consegue dividir atenção entre uma faculdade, filha e um namorado. Charlie adora crianças e pode até te ajudar com isso.

—Eu não vou pedir pra ele cuidar da Maya e ele não será meu namorado.Você está pensando demais.

—Não...você que está pensando demais, apenas faça o que você quer. O que você quer?

—Quero que fique caladinha até chegarmos em Pickering.—gargalho alto.

—Eu fico se me prometer que irá pensar no convite de Charlie.

Ela fica em silêncio durante um longo minuto e então apenas sutilmente confirma com a cabeça me fazendo gritar em animação já sabendo que eles terão um encontro.

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A partir desse ponto da história, entrarão dois personagens, a Leslie e o Edward, então fiquem com quem interpreta eles:


E FELIZ ANO NOVO MEU POVO!!! Como foi a virada de vocês?

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