Ex Namorada
(SHAWN)
As coisas não foram resolvidas como eu gostaria mas o mundo não é um conto de fadas onde os mocinhos terminam felizes e os malvados sofrem as consequências por suas ações.
Carlyn foi inteligente antes de agir por impulso, como eu tinha pensado que ela deveria fazer mas no final das contas, a mesma estava certa. Minha namorada conversou com a amiga dela, Leslie, e a convenceu a também fazer uma denúncia contra seu professor, e então conseguiu reunir um grupo de trinta alunas da classe descobrindo que ele já chegou a fazer algum comentário invasivo ou até mesmo cometeu o ato de assédio para dezessete delas, Carlyn convenceu seis a denunciarem. Ela e todas essas garotas foram até a diretoria de universidade e relataram o acontecido, era o primeiro passo, logo em seguida iriam até uma delegacia fazer um boletim de ocorrência mas a segunda parte nunca chegou a acontecer.
Pelo que Carlyn me contou, elas conseguiram um acordo com a diretora onde Edward Stuart iria deixar de lecionar em qualquer universidade de Toronto além dele manter distância de todas elas, em troca não envolveriam a justiça nisso. Claro que detestei isso mas segundo Carlyn não tinham o que fazer pois mesmo que ele fosse preso, o homem tem dinheiro o suficiente para conseguir se livrar das acusações além de contatos em todo lugar que faria com que ele pegasse no máximo alguns meses sendo que a lei varia de dois anos à três. Envolver polícia causaria mais transtorno pelo nome de Edward ser conhecido no mundo da moda então não demoraria muito para todos saberem do acontecido e isso envolveria a imagem das garotas.
Carlyn ficou mal no começo pois sabia que não envolver polícia daria liberdade para ele fazer novamente com outras mulheres mas nem sempre a vida é como queremos, aos poucos ela foi melhorando e deixando de estar tão deprimida, depois de cinco dias ela já estava animada como sempre foi. Todos ajudaram ela, inclusive nossa família que lhe deu bastante suporte ao saber do acontecimento.
Demorou alguns dias para ela conseguir sentir meu toque sem se assustar, no começo eu me sentia péssimo pois bastava um toque em um local mais íntimo como a baixo do seu seio ou pescoço para seu corpo se tornar tenso e então ambos pedíamos desculpas, eu por esquecer que não deveria lhe tocar assim e ela por ter se incomodado quando não deveria mas fomos trabalhando nisso. Embora não transamos desde então, não tenho feito investidas pois sei que ela precisa de um tempo e respeito isso, não é algo que vem me incomodando pois fazer amor com Carlyn sempre foi apenas um bônus em nosso relacionamento.
E embora eu ame lhe tocar, ela sabe que sou um cara que costuma demonstrar carinho através do toque, em compensação a mesma tem se dedicado mais em me tocar. Não sei se é tentando recompensar ou se ela apenas se tornou mais carinhosa, suspeito e desejo que seja a última alternativa. Já faz quase uma semana inteira que ela me contou sobre o assédio que estava sofrendo então acabamos nos recuperamos do que isso abalou em nosso relacionamento, posso lhe tocar sem ela se assustar então não tem mais o que recompensar, como agora em que ela está me tocando.
Jon está dando uma festa em sua casa então decidimos vir já que passamos quase toda a semana dentro do meu apartamento e seria bom darmos uma saída juntos. Estamos aproveitando para namorar um pouco pois daqui a pouco as pessoas começarão a chegar e isso significa câmeras de celulares para todos os lados, ainda não decidimos se vamos estarmos juntos em público embora não estejamos tentando esconder dos nossos amigos. A sala onde normalmente fica a maior aglomeração de pessoas se encontra praticamente vazia.
O cômodo já está pronto para receber as pessoas, com bebidas espalhadas por todo o balcão, alguns salgadinhos na mesa de centro e um jogo de luz colorido que deixa toda a sala mais escura e dominada por cores neons. Jon e Brian se encontram na cozinha e só consigo vê-los por conta do cômodo não ter uma parede e é apenas divido por um balcão, assim como no meu apartamento, Leslie e Zoe estavam até então aqui conversando conosco mas saíram para os fundos, tem duas ou três pessoas que não conheço que são amigos do Jon mas apesar deles estarem na sala estão em um canto aos afastados bebendo cerveja e não vi nenhum sinal deles mexerem em seus celulares. E tem eu e Carlyn que estamos jogados no sofá, minha cabeça está meio que encostada no braço do sofá e meio na perna dela enquanto a mesma acaricia meu cabelo com sua mão.
—Eu não sabia que o Jon dividia uma casa com o irmão dele.
—Ele divide, ele queria um apartamento mas segundo ele não é justo deixar seu irmão na mão.
—Ele é bastante leal, gosto disso. Vocês são amigos a muito tempo?
—Já vai fazer uns três anos.
—Uau. Como se conheceram?
—Brian o conheceu em um pub que ele estava cantando e assim ele acabou indo para uma festa em meu apartamento, lá nos conhecemos.—explico enquanto levo minha mão até a coxa de Carlyn ajeitando o vestido folgadinho que acabou se movendo por conta da posição em que ela está sentada com as pernas dobradas.
—Matt vai vim?
—Ele e Megan sempre vem.
Acabamos por ficar em um silêncio e não do tipo desconfortável, apenas não falamos nada enquanto nos olhamos e ela agora me segura pelo maxilar acariciando o início do meu pescoço e alguns vezes o queixo. Essa é uma das razões que mais amo o que temos juntos, desde sempre eu fui uma pessoa muito preocupada com o que as pessoas em minha volta pensam ao meu respeito então quando eu estava com alguém e ficávamos em um silêncio absoluto me sentia intimidado a preencher o silêncio falando qualquer coisa pois quando há silêncio as pessoas têm a possibilidade para me avaliarem, pensarem sobre mim e me julgarem em suas cabeças e essa possibilidade me deixa agitado. Sempre estou agitado e acho que acabei me acostumando com isso. Quando surge o silêncio, eu acabo começando a falar sem parar e pedindo a todos os deuses que a outra pessoa também diga algo para eu não ser o único tagarelando. Mas não há isso com Carlyn, a ideia dela estar me julgando mentalmente nem ao menos se passa por minha cabeça e sei que se ele estiver pensando em mim não é coisas ruins. Quando estamos afim de conversarmos, não paramos nem um segundo, nem menos para respirar mas também não somos o tipo de casal que se sentem na obrigação de conversar o tempo todo. O silêncio com ela é confortável e não assustador como as outras pessoas, nesse momento não precisamos dizer muita coisa pois nossos olhares já estão conversando.
Ela me olha de uma forma que juro ver seus olhos brilhando embora haja pouca luz no ambiente, há um sorriso sem mostrar os dentes em seu rosto fazendo o canto dos seus olhos se enrugarem, seu grande sorriso está sendo transmitido pelo olhar. Meu coração é frenético apenas em ter ela me olhando, me sinto a pessoa mais importante do mundo pela forma que ela me olha. Sorrio pois é inevitável.
É meio irônico a música que toca preenchendo a casa, reconheço a voz da minha amiga Alessia e a canção fala sobre ela se questionar quando alguém que ela ama deixou de estar apaixonado por ela mas o que sinto no momento é completamente o contrário. Não consigo nem pensar na possibilidade de me desapaixonar por Carlyn, estou tão apaixonado por ela e a tanto tempo que me parece meio absurdo um dia não estar.
Meu olhar cai para seus lábios pois sinto uma vontade de lhe beijar com urgência, Carlyn parece sentir o mesmo pois antes que eu faça algo ela segura com mais firmeza meu maxilar me puxando ao mesmo tempo que ela abaixa seu rosto para encontrar meus lábios. Nossas bocas se juntam formando um selinho demorado onde apenas prendo a respiração sentindo ela perto de mim e em como isso é incrível, nos afastamos centímetros fazendo o sorriso mais belo surgir em seu rosto e então já estávamos com nossos lábios juntos novamente mas dessa vez os movemos e entreabrimos para formar um beijo profundo de tirar o fôlego.
(...)
Carlyn ri alto enquanto a giro diversas vezes em meus braços tentando seguir o ritmo da música agitada que está sendo reproduzida.
—Vai, vamos tentar.—insisto lhe puxando contra meu corpo, ela ri jogando a cabeça para o lado e nega novamente. Estou tentando lhe convencer a fazermos um passo de dança onde irei jogar seu corpo para trás lhe deitando enquanto a seguro pela cintura.
—Não, você vai me deixar cair e tem muita pessoa em volta, não tem nem espaço.—ela apoia suas mãos em meu peitoral ainda rindo.
—Você não confia em mim?
—Para de chantagem!
—Eu não vou te deixar cair, juro.
—Você é um péssimo dançarino então não confio em você pra isso, se eu cair será a mais vergonha.
—Isso não vai acontecer.
—Você é tão persistente, arg.
—Vamos amor, será divertido.—luto contra a vontade de segurar sua cintura e puxar ela pra mim pois sei que se torna mais difícil ela negar algo quando está com seu corpo junto ao meu.
—Sem chances, não irá conseguir me convencer.
—Eu consegui convencer a te girar.—sorrio sapeca, ela revira os olhos mas vejo um sorrisinho em seus lábios.—Se você aceitar, te dou algo em troca.—isso parece fazer ela pensar na possibilidade, seu rosto se ilumina e um sorriso travesso surge em seus lábios.
—Se eu aceitar isso, você terá que assistir a série espanhola comigo.—solto um gemido em frustração. Carlyn colocou na cabeça que está querendo aprender a falar espanhol e pra isso ela quer começar a assistir uma série totalmente em espanhol sem legendas e quer minha companhia mas já prevejo as horas de tédio assistido uma série que não compreendo nada por isso disse pra ela pedir à Zoe que lhe fizesse companhia nisso.
—Ah não.
—É pegar ou largar.
—Você é tão manipuladora.
—Apenas estou jogando com as cartas que tenho.—suspiro pensando nisso, não seria tão mal passar mais tempo com ela mesmo que seja assistido uma série chata.
—Apenas o primeiro episódio, se eu não gostar irei parar.
—Feito.
—Agora vamos voltar a dançar, irei fazer o passo quando você menos esperar.
—Você não vai avisar?—ela pareça incrédula, apenas nego sorrindo.
Lhe puxo contra meu corpo através de sua mão pois agora tenho a desculpa de ficar próximo dele já que estamos dançando. Dançamos uma música latina com alguns passos horríveis, Carlyn é uma ótima dançaria mas não estamos levando muito a sério e isso que é divertido. Fazemos passos embaraçosos nos fazendo rir e uma vez ou outra giro ela com meu braço fazendo a saia do seu vestido soltinho flutuar, em alguns trechos lentos da música dançamos uma valsa e aproveitamos esse momento para conversarmos sobre meu próximo álbum que estou produzindo. Lhe explico que estou bastante focado nas composições enquanto deixarei a produção para fazer durante a tour embora sou acostumado a primeiramente criar a produção e então escrever uma letra para jogar em cima mas dessa vez tem tanta coisa acontecendo em meu coração que preciso passar para um papel.
Chegando quase no final da música lhe surpreendo com o passo, agarro bem sua cintura e a impulsiono pra trás tomando cuidado para sua cabeça não atingir as pessoas em nossa volta que também estão dançando e bebendo, deixo ela na posição alguns segundos e então a puxo de uma vez por todas em minha direção causando uma gargalhada nela e um sorriso vitorioso em meus lábios.
—Eu disse que conseguia.—digo convencido, ela ri.
—Nunca duvidei de você.
—Ah sim, mas é claro que não.
—Eu vou buscar um pouco de água e ficar um pouco com a Zoe e Leslie, tudo bem pra você?
—Claro, também preciso ficar um pouco com os cara, se não irei escutar eles reclamando pro resto da minha vida.
—Te vejo mais tarde.—por breves segundos sinto que ela vai vim em minha direção e me beijar como sempre faz quando nos despedimos mas percebe que estamos cercados por pessoas pois balança a cabeça e ri se afastando de mim.
Fico sozinho no meio das dezenas de corpos com um sorriso no rosto provavelmente parecendo um bobo mas não demoro muito para procurar meus amigos com o olhar os encontrando sentados num sofá enquanto bebem cervejas. Brian está tirando uma selfie com o Jon enquanto Matt apenas observa mais afastado, acabo me jogando no sofá atrás de Jon fazendo com que eu apareça na foto como um intruso.
—Por que você está diferente?—Brian estreita o olhar em minha direção após desligar o celular.
—Mudei de camisa, deixei cair cerveja e Jon me emprestou outra.—explico apontando para a nova camisa em meu corpo que antes era branca.
—Cara...não tem uma festa que você não faça isso.
—Em minha defesa, alguém esbarrou em mim.
—Sempre tem uma desculpa.—Matt diz rindo, reviro meus olhos em implicância.
—Megan veio?
—Sim, ela está no quintal com a Sarah e Lauren.
—Lauren está aqui?—pergunto em surpresa, já faz um tempo desde que frequentamos a mesma festa.
—Sim.—responde com indiferença.
Não me incomodo em estar no mesmo local que minha ex namorada e quando falo dela com meus amigos não tem mais o clima estranho que costumava ter. Eu e Lauren não somos exatamente amigos, acho difícil um dia sermos depois que uma vez lhe magoei mas também não nos odiamos. Quando nos encontramos, o que na verdade é bastante comum por termos amigos em comum, nos cumprimentamos educadamente e uma vez ou outra conversamos amigavelmente mas hoje de alguma forma a presença dela parece me deixar tenso. Provavelmente porque é a primeira vez que estou namorando alguém depois dela e justo com a garota que foi o motivo pelo qual eu a magoei no passado.
—Você e Carlyn não parecem estarem mais nem tentando esconder.—Matt comentando indicando com sua cabeça na direção da pista de dança onde antes eu e minha namorada estávamos. Jon e Brian gargalham já sabendo que eu e ela estamos juntos oficialmente.
—Pois é.
—Pois é o que?—o de cabelos cumpridos estreita os olhos querendo saber mais da minha resposta vaga.
—Conta logo pra ele, estou me coçando para não contar esse segredo.—Jon me motiva a contar e rio, de nós, ele é o que menos consegue guardar um segredo.
—Por que todos vocês parecem saberem de algo a respeito do Shawn e Carlyn e eu não?—o tom do meu amigo é indignado.
—Porque é a primeira vez que eu te vejo depois que aconteceu.
—O que aconteceu?
—Eles estão namorando.—Jon solta de uma vez antes eu pudesse abrir minha boca para contar.
—Você está de brincadeira, vocês estão? Tipo...real?—a careta de surpresa que Matt faz é imperdível como se alguém tivesse acabado de lhe contar que encontrou a solução mundial para reverter o aquecimento global.
—Estamos.—dou de ombros sorrindo achando extremamente divertido sua reação de quem não está acreditando.
—Cara...meu deus, como isso aconteceu? Tipo, eu sabia que vocês tinham se reaproximando mas nunca imaginei que vocês estivessem de fato se relacionando.
—Eu não sei, só aconteceu. Não tem uma história mirabolante por trás, apenas ficamos uma vez e então as coisas foram acontecendo.
—Mas tipo, ficaram do tipo você chegar nela e pedir ou simplesmente aconteceu de uma forma natural?
—Depois do show da Taylor nos beijamos, apenas aconteceu.
—E desde então ele tem estado apaixonadinho.—Jon bagunça meu cabelo em implicância enquanto afina sua voz como se eu fosse um filhote de cachorro. Reviro meus olhos enquanto Matt rir.
—Não, Jon não está brincando. Você precisa ver, a cada três frases que ele fala duas delas são sobre Carlyn e a forma que ele olha pra ela? Parece um idiota.—sinto minhas bochechas corarem pois ele não está mentindo mas mesmo assim digo para Matt:
—Não acredite neles.
—Ah eu acredito, quando vocês eram amigos, era assim que você agia. Imagino agora que estão juntos.
—Nossa...eles parecem que foram grudados com algum tipo de cola, não importa como ou o lugar, mas eles estão sempre se tocando como se o mundo fosse acabar se eles estiverem no mesmo local mas sem tocarem um no outro.—o ruivo continua me dedurando.
—Nisso não posso culpá-lo, quando você tiver uma namorada vai entender.—Matt diz e ergo minha mão que está com a cerveja para fazer um cumprimento com ele por finalmente ter ficado do meu lado nessa conversa.
—Vocês que são muito sensíveis quando se trata de garotas, Jon aqui me entende.—meu melhor amigo bate nas costas de Jon mas por sua feição ele não parece muito concordar.
Brian nunca namorou, a última vez que ele fez isso foi possivelmente na sétima série e durou apenas alguns meses então não consideramos já que nem ele mesmo se lembra do nome da garota. Jon não costuma muito namorar mas ele não é como Brian que foge de um compromisso, ele está aberto para relacionamento e desde que nos conhecemos ele namorou uma garota chamada Amanda e se me lembro durou quase seis meses, o mesmo disse que tirando ela já namorou com mais três mulheres. Jon e eu possivelmente somos os mais sensíveis de nós quatro seguramente por ambos sermos compositores então temos a tendência a nos aprofundarmos mais nos sentimentos e compreender eles para podermos falar sobre. Matt não é tão sensível com os sentimentos mas é completamente apaixonado pela namorada então dar no mesmo. Ian também é como Matt, mais contido nas demonstrações de carinho mas apaixonado pela namorada.
—Eles tem razão cara, quando você está com uma garota...
—Não acredito que você está me deixando na mão!
—Quando você começar a namorar, irá mudar de ideia, pode ter certeza.
—Shawn...—Matt me chama com cautela, lhe olho pois até então me encontrava entretido com o diálogo de Jon e Brian. Ele apenas indica com a cabeça na direção da porta de vidro que dar acesso ao quintal me fazendo olhar no mesmo instante encontrando Carlyn e Lauren ao lado do barril de cerveja conversando.
—Encontro de ex e atual.—Brian assovia se divertindo com o encontro.
Franzo minhas sobrancelhas pois agora fiquei curioso para saber o que elas estão conversando.
(CARLYN)
Fiquei de jogar beer pong com Zoe, Leslie e mais três garotas que conhecemos na festa e disseram serem amigas de um amigo do Jon. Após posicionar meus copos com o refrigerante que encontrei na geladeira, sigo até o barril de cerveja pois faltava três copos de cerveja e fiquei de ir buscar enquanto as outras garotas posicionavam os copos em seus devidos lugares.
—Pensei que tivesse parado de beber.—escuto uma voz conhecida dizer enquanto enchia um dos copos, logo ergo meu olhar encontrando Lauren trajando um vestido branco justo que ficou perfeito em seu corpo.
Depois que nos formamos, nos encontramos apenas uma vez que foi em uma boate onde alguns amigos em comum foram, eu fui convidada por Megan então na época já imaginava que iria encontrá-la já que as duas são muito amigas. Conversamos bastante naquela noite e descobri que a mesma está morando em Toronto pois fica mais próximo da academia de dança onde ela estuda, concluí que por esse motivo nunca me esbarrei nela em Pickering. Em um momento daquela noite, a mesma foi buscar uma bebida e perguntou se eu gostaria de uma, foi quando disse que havia parado de beber, logo em seguida gerando uma conversa onde contei que fui para a reabilitação e tudo mais. Estou realmente surpresa por ela se lembrar pois já faz um tempo.
—Hey Lauren.—lhe cumprimento com um sorriso simpático.—E eu parei, a bebida é para o beer pong.
—Ah sim, como você vai?
—Estou bem e você?
—Bem também.
Nos entreolhamos fazendo um silêncio desconfortável surgir, como a conversa parece chegar ao fim acabo por continuar meu trabalho em encher o primeiro copo. Ele não se retira até porque está esperando que eu termine para encher seu copo.
—Então...você e o Shawn.—ela começa e não fico muito surpresa por ela tocar no assunto, Lauren sempre foi uma garota determinada que não tem medo em abordar assuntos desconfortáveis.
—É...—digo apenas não sabendo ao certo o que dizer. Termino de encher os três copos e me levanto pois até então estava abaixada na altura do barril. Torço meus lábios ao ficar de frente para Lauren.—Isso é estranho.
E realmente é, esbarrar na ex namorada do meu atual namorado não estava no topo da lista para fazer nessa noite, eu nem ao menos sabia que ela estaria aqui. Shawn me contou alguns dias atrás que o motivo pelo qual ele e Lauren terminaram foi porque ela descobriu que o mesmo estava apaixonado por mim ainda enquanto namoravam, isso torna tudo pior pois eu basicamente fui o motivo pelo término deles e pelo qual ela se magoou.
—Não precisa ser.—ela solta uma risadinha.—Realmente estou feliz por vocês.
—Eu...me desculpe por tudo o que aconteceu com vocês, Shawn me contou.
—Não se preocupe com isso, você não foi a culpada, não sabia que ele estava apaixonado e muito menos o forçou a namorar comigo enquanto ele sentia algo por você.
—Eu sei, é só que...
—Se você quer saber, eu não guardo ressentimentos, realmente não guardo mas estou surpresa por vocês estarem juntos.—ela sorri e ergo minha sobrancelha pedindo que ela continue.—É que sempre pensei que você não sentisse o mesmo por ele.
—Eu não sentia.—acrescentei logo, não quero que ela pense que eu gostava dele enquanto os mesmos estavam juntos.
—O que mudou?
—Eu não sei, acho que o reencontrar depois de anos quebrou a imagem que eu tinha dele como um irmão então pude vê-lo de uma forma diferente.
—Ele está feliz?
—Acredito que sim.
—Ótimo. Não o machuque.—ela se abaixa para encher seu copo.
—Não irei.—sou sincera ao dizer.
—Está apaixonada por ele, não está? Quer dizer...claro que está, é impossível ficar com ele e não se apaixonar.
Ela fala dele com tanto carinho que me questiono se a mesma ainda sente algo.
—Você...ainda é apaixonada por ele?
—Claro que não, mas ainda o amo, sempre o amarei...ele foi meu primeiro amor.
—Entendo.
—Não quis dar a entender que ainda sou apaixonada por ele, sinto muito.
—Tudo bem, eu que entendi errado. Então, eu e minhas amigas estamos indo jogar beer pong e você está convidada se quiser.—sorrio em sua direção.
—Claro, vai ser divertido.
(...)
—Então...o que você estava conversando com a Lauren?—gargalho contra seu pescoço pois sabia que estava demorando demais para ele me perguntar sobre isso já que algumas horas atrás Matt fez um comentário sobre eles terem visto o momento.
—Você é tão curioso, Mendes.—afasto meu rosto de seu pescoço todavia continuo com meus braços o abraçando pela mesma região.
—Não pode me culpar por estar curioso a respeito disso.
—Falamos sobre você em geral.—dou de ombros, introduzo meus dedos na raiz do seu cabelo o acariciando.
—E...? Preciso de informações.—gargalho novamente por sua curiosidade, ele nem ao menos tenta disfarçar.
—Ela disse que está feliz por nós e que não imaginava que aconteceríamos pois pensava que eu não tinha sentimentos por você e então eu disse que não tinha mas que agora tenho e então ela disse para eu não te machucar, ela ainda se importa muito com você.—conto deixando algumas partes de fora.
—E o que você disse?
—Em que parte?
—Sobre me machucar.—dessa vez ele está sendo sútil, sorrio notando um brilho divertido em seus olhos.
—Eu disse que não irei, é claro.—me aproximo mais dele para lhe beijar.
—E você vai?
—Nunca.—ela sorri terminando de fechar o espaço entre nós, estamos prestes a nos beijar quando Zoe aparece do nosso lado.
—Eu preciso do meu celular.—lhe olho notando que ela está agitada.
—Aconteceu algo?—retiro o seu celular do meu bolso pois ela havia me dado para segurá-lo quando foi ao banheiro.
—Não, só preciso ligar para a minha avó para saber como Maya está.
—Ok.
Logo Zoe desaparece me fazendo voltar para meu namorado que ainda está com seu corpo junto ao meu segurando em minha cintura. Estamos no quintal onde não há tantas pessoas mas nos encontramos mais afastados, como sempre. Shawn está sentado em um tronco alto de árvore que está aqui para decoração enquanto me encontro entre suas pernas.
—O que você fez para seu cabelo estar mais longo?—ele pergunta curioso ao levar sua mão até meu cabelo que agora está indo até a cintura e pegando uma da mechas.
—Eu coloquei aplique, senti um pouco de falta de ter ele comprido.
—Gostei dele assim, quando você tinha o cabelo longo ficava bem diferente de como está agora.
—Você gostou?
—Sim, mas ainda prefiro ele curto, e você?
—Eu também, é mais fácil de cuidar e realmente me sinto mais bonita.
—Você é perfeita de ambos os jeitos.—ele passa o polegar por minha bochecha e em seguida se aproxima do meu rosto deixando um beijo no local que seu dedo tocou.
—A melhor decisão que fiz na minha vida foi namorar um compositor.—ele ri contra minha bochecha enquanto percorre a ponta do seu nariz pela região.
—Por que?
—Porque assim sempre terei frases bonitas dirigidas a mim.
—E músicas, você tem sido a minha musa inspiradora.—rio.
—Ainda quero ler suas composições sobre mim.
—Talvez um dia. Deus...você está tão cheirosa.—respiro com dificuldade quando ele desce seu nariz para meu pescoço e sinto toda a minha pele se arrepiar.
—Shawn...—seguro firme em seus ombros quando ele beija minha pele, senti tanta falta desses toques mais íntimos.
—Shawn sim ou Shawn pare?—sua voz sai arrastada antes que sua língua percorresse meu pescoço, senti ele tocar na região sensível bem ao lado da minha orelha e tudo o que consegui responder foi um aperto em seus ombros enquanto suspirei.
Shawn se afasta da região do meu pescoço me fazendo querer resmungar por isso, em seguida ele segurou a lateral do meu rosto e com a outra mão levou até minha boca desenhando meus lábios com seu polegar. O olho com expectativa sentindo uma corrente de excitação percorrer meu corpo enquanto seus olhos brilham em desejo e soube que por ele me comeria nesse lugar mesmo e eu aceitaria sem pensar. Seu polegar massageou meu lábio inferior enquanto mantém seu olhar preso neles desejando me beijar mas ainda não sei porquê não o fez, em um gesto ousado entreabro meus lábios, nunca fiz isso mas agora estou animada para saber se ele vai compreender o que quero que ele faça. Para minha surpresa, ele compreende e introduz sutilmente a ponta do seu polegar entre meus lábios, faço o restante chupando o começo do seu dedo e logo ele o empurra para dentro da minha boca. O chupo como se fosse seu pau e sei que ele está pensando no mesmo, da mesma forma que a possibilidade dele imaginar eu o chupando faz com que ele fique duro contra minha barriga. Movimento meus lábios e a língua em volta de seu dedo por alguns segundos mantendo meu olhar fixo nos seus como faria caso estivesse com minha boca em sua virilha e isso faz seus olhos brilharem de tesão, ele retira seu dedo da minha boca e diz:
—Vamos sair daqui.
E então atravessamos o quintal e a sala fazendo a caminhada da vergonha para o andar de cima da casa de Jon em busca de um quarto.
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