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Eu odeio meu corpo


"Qual é a maior lição que uma mulher pode aprender? Que desde o primeiro dia, ela sempre teve tudo o que precisa dentro de si mesma. Foi o mundo que a convenceu que ela não tinha."
-Rupi Kaur

5 ANOS ANTES...

Quando Carlyn passou pela porta de sua casa ela correu o mais rápido possível em direção as escadas pois queria poder deitar em sua cama e chorar até seus órgãos doerem.

Apólo se encontrava sentado na sala de estar assistindo um desenho qualquer. Ele havia faltado à aula naquele dia, não tinha aula em sua escola mas sim um passeio cujo Taila participou mas Apólo não foi devido a sua doença, o garoto tinha câncer no pulmão e o passeio exigia uma caminhada que o deixaria cansado e ele não podia fazer exercícios. Seu pai havia faltado no trabalho para poder cuidar dele já que o garoto não podia ficar sozinho, mas Bailey se encontrava entretido de mais no quintal cortando as gramas para ter visto sua filha aos prantos.

Apólo franziu suas sobrancelhas se perguntando se sua irmã mais velha realmente havia atravessado a sala ou se foi só uma alucinação sua que durou cinco segundos. Sempre que ele chegava da escola antes de sua irmã, ficava assistindo desenhos animados e Carlyn sempre parava pra assistir pelo menos um episódio com ele, mesmo que as vezes Shawn quisesse a atenção dela. Apólo lembrou de um momento como aquele quase que no mesmo instante.

—Qual é Carlyn...vamos logo pro seu quarto, você disse que ia me ensinar a falar italiano.—Shawn reclamou quando viu sua amiga jogando a mochila no sofá e se sentando no tapete do chão logo ao lado de Apólo.

—Eu vou assistir um episódio com o Apólo.

—Mas você nem gosta de Bob Esponja, o desenho é péssimo.—Shawn continuou irritado, ele estava tendo um péssimo dia.

—Mas você disse que gostava...—Apólo se pronunciou com sua voz aguada, suas sobrancelhas decaídas pois pensou que sua irmã gostava de assistir com ele.

—E eu gosto pequeno, Shawn não sabe o que diz, você ainda dar atenção pra ele? Qual é...ele coloca o leite primeiro ao invés do cereal, só pessoas que não tem cérebro fazem isso.—uma risada escapou dos lábios de Apólo, Carlyn sorriu admirando seu irmão pois depois que ele foi diagnosticado era raro ele rir, o garotinho logo parou ao sentir seu pulmão se contrair e tossiu algumas vezes por conta da dor.

O sorriso de Carlyn desapareceu e um olhar preocupado surgiu em seus olhos, ela tinha tanto medo de perder seu irmão que não cabia em seu peito. Sabia que iria perdê-lo antes mesmo de perder seus pais mas ainda não havia aceitado isso. Quando Apólo foi diagnosticado, a médica foi sincera com a família do garoto. Apólo tinha câncer de pulmão estágio IV, conhecido como o mais agressivo. A médica disse que com a quimioterapia e a radioterapia sua expectativa de vida poderia ser maior, sendo assim viver mais de 5 anos porém a cura seria praticamente impossível, apenas se um milagre acontecesse. Então Carlyn estava ciente que perderia seu irmão mais novo em pouco mais de 5 anos mas a idéia era assustadora e sempre que lembrava tinha algum ataque de pânico.

—Dar logo o play nesse desenho maravilhoso.—a garota disse se levantando do chão. Resolveu mudar de assunto após seu irmão ter uma crise de tosse, sabia que ele detestava ter olhares preocupados em sua direção.—E você...vai sentar essa sua bunda gigante naquele tapete e assistir a perfeição que Bob Esponja é, depois eu te ensino a como dizer olá em italiano.—Carlyn disse indo até Shawn que ainda se encontrava em pé no canto da sala e o puxou até o tapete em frente à televisão fazendo Shawn revirar os olhos. Não demorou muito para um pequeno sorriso estar presente no canto dos lábios de Shawn, admirava a atitude de sua amiga, em como ela se torturava por alguns minutos assistindo Bob Esponja pois odiava, mas fazia mesmo assim pois era o desenho preferido de Apólo.

—Você não vai tirar essa careta sem graça da cara?—Apólo perguntou pra Shawn quando Carlyn foi até a cozinha buscar um copo de água, havia acabado de chegar da escola e era uma longa caminhada.—Ela é minha irmã.—o garoto deu de ombros como se ele fosse mais importante.

—E eu sou o melhor amigo.—Shawn ergueu a sobrancelha como se o desafiasse. Mas logo se sentiu bobo por estar sentindo ciúmes de uma criança de 10 anos.

—Grande coisa, ela encontra um novo a qualquer esquina. Irmão ela só tem um.

—Eu sei...—Shawn deixou escapar um suspiro derrotado que fez Apólo dar um sorriso mostrando seus dentes tortos e até alguns faltando.

—Relaxa Shawn....eu devido ela com você.—Apólo bateu no ombro do mais velho como se estivesse o confortando.

Parado ali no meio da sala após se lembrar daquele momento, Apólo tirou a conclusão que Carlyn jamais chegaria em casa e não iria assistir com ele Bob Esponja, até mesmo antes de comer algo. Algo estava errado.
O garoto de 10 anos se levantou do tapete que havia entre os sofás e seguiu até a TV onde desligou e em seguida foi até a escada em passos lentos pois não queria cansar facilmente. Subiu as escadas com mais demora do que alguém normalmente faz, queria ir correndo mas sabia que depois haveria consequências, ele nem ao menos se lembrava da última vez que correu ou brincou de alguma brincadeira que não precisasse ficar sentado ou deitado.
Após alguns minutos, o garotinho se encontrava no topo da escada e precisou parar por alguns minutos para recuperar o fôlego e então seguir em direção ao quarto de Carlyn que ficava ao lado do banheiro. A porta do quarto da garota se encontrava entreaberta, Apólo deu uma olhadinha pelo espaço que estava disponível e visualizou sua irmã jogada na cama de uma forma despojada e seu rosto estava pressionado contra a almofada azul enquanto soluços escapava de seus lábios.

O garoto adentrou o quarto e foi até Carlyn, a morena só notou a presença de seu irmão quando o acolchoado da cama afundou de um lado.

—Carlyn....o que aconteceu?—seu tom era preocupado quando ele perguntou. Carlyn apenas negou não querendo contar e seu choro se intensificou.—Foi o Shawn que fez isso?—ele perguntou, foi a primeira coisa que surgiu em seu pensamento, para ela chorar com alguma coisa deveria ser por algo que ela se importava muito e até onde Apólo sabia, sua família estava bem então a única pessoa no qual ela se importava muito era Shawn.

—Me deixa em paz, Apólo.—ela pediu contra o travesseiro, seu irmão não se mexeu e continuou com o carinho nos cabelos dela que fazia.

—Não, porque eu te amo e fico triste em ver você chorando. Não quero ver você triste. Carlyn....por favor, pare de chorar.—ele pediu com sua voz embargada, estava sentindo vontade de chorar ao ver sua irmã daquela forma.

—Só...sai daqui.—ela pediu novamente, não queria ninguém vendo ela chorar, muito menos alguém de sua família.

Apólo se levantou decepcionado e se retirou do quarto indo o mais rápido que conseguia na casa vizinha. Sabia que só existia uma pessoa capaz de fazer ela parar de chorar.

—Carlyn está chorando.—ela disse assim que Shawn abriu a porta de sua casa.

—O que?—ele juntou suas sobrancelhas não compreendendo. Lauren estava sentada no sofá quando alguém bateu na porta , mas se levantou para ficar atrás de Shawn quando ouviu as palavras de Apólo.

—Eu não sei....ela chegou da escola e subiu pra quarto e está chorando, não quis me contar. Pensei que você soubesse de algo já que vieram juntos da escola.

—Não..eu..não, eu saí mais cedo da escola.—Shawn disse se perdendo em suas palavras indo até o sofá e pegando a camisa que foi tirada por Lauren, vestindo logo em seguida enquanto Lauren regressava pra dentro e o garotinho permanecia na porta.

—Aonde você vai?—Lauren perguntou mesmo que a reposta fosse óbvia.

—Pra onde você acha que eu vou?!—o tom de Shawn saiu irritado, não estava acreditando que sua namorada estava realmente fazendo aquela pergunta.

—Sua mãe disse que era pra esperar em casa porque iria conversar com você quando chegasse.—Lauren o relembrou, não queria que o namorado se metesse em mais encrenca por desobedecer uma regra.

—Eu te garanto que ela vai entender, fecha a porta.—Shawn disse por fim passando pela porta e a deixando aberta, não perderia tempo fechando, Apólo veio logo atrás dele. Ele tinha razão, Karen era rígida quando se tratava de regras mas nunca culpava Shawn por algo que envolvia em ajudar sua melhor amiga, da mesma forma que Rosie não fazia com Carlyn quando ela precisava ajudar Shawn.

Apólo ficou na sala dando continuidade ao seu desenho, ou pelo menos tentando já que seus pensamentos estavam presos em sua irmã, enquanto Shawn correu em disparada para o andar de cima. Ele subiu tão rápido as escadas que no quarto degrau o garoto tropeçou o fazendo quase cair mas seguiu como se nada tivesse acontecido. Shawn não bateu na porta anunciando sua chegada, ou soltou um "shawn aqui, entrando" eles tinham intimidade o suficiente para não fazer isso e Shawn estava apressado. Só queria vê-la e fazer a garota parar de chorar.

No momento em que Shawn pisou no quarto, era como se Carlyn o reconhecesse, não precisava de um aviso ou do colchão se afundando, o perfume era o aviso que ele estava ali e no mesmo instante ela retirou a cabeça do travesseiro erguendo seu olhar. A feição de Shawn se suavizou, a adrenalina em seu corpo havia sido evaporada e tristeza tomou conta dele, o canto dos seus lábios decaíram assim como suas sobrancelhas e seu peito se contraiu ao ver sua melhor amiga daquela forma. Carlyn continha o rosto totalmente inchado, o rosto pálido foi substituído por vermelhidão assim como seus olhos inundados em lágrimas. Seus lábios tremiam por conta do choro e seu maxilar se encontrava da mesma forma.

—Vai...embora.—as palavras dela quase não foram possíveis de ouvir de tão baixo mas Shawn sabia que não era um pedido, sabia que ela não queria que ele de fato fosse embora.

Shawn se sentou na cama e puxou o corpo dela para si mesmo contra a vontade de Carlyn que não queria que ele a visse daquela forma. Nunca se sentiu tão...humilhada.
Shawn segurou a cabeça de Carlyn contra seu peitoral e afundou suas mãos em seus cabelos negros massageando o couro cabeludo pois havia lido em algum lugar que acalmava da mesma forma que o contato do corpo com corpo também fazia isso. Sua outra mão percorria toda a extensão das costas de Carlyn a confortando.

—Está tudo bem...tudo bem, você está aqui, segura minha mão...vai ficar bem.—ele disse contra o ouvido da garota enquanto levava sua mão até a dela, um soluço escapou dos lábios da garota ao ouvir aquelas palavras.—Tudo bem...ok? As vezes as coisas ficam difíceis mas logo irá melhorar.

—Eu me odeio...—ela deixou escapar entre um de seus soluços, Shawn juntou as sobrancelhas não entendendo de onde havia surgido aquilo—Odeio...tudo em mim, tento pensar em uma única coisa no qual gosto de mim e...n-não consigo, eu me odeio. Antes de comer eu só consigo pensar nas pernas bonitas que gostaria de ter, só consigo pensar nas gorduras e marcas que não queria ter. Não aguento mais me olhar no espelho e ver isso...que sou, estou tentando mudar, faço exercícios todas as noites e me peso mas toda vez que me olho no espelho mais eu me vejo gorda e..feia. Eu odeio meu corpo, sinto nojo de mim.

—O que? Do que você está falando? Carlyn...você é perfeita.—o garoto disse segurando o rosto de Carlyn para ela lhe olhar nos olhos quando estivesse dizendo aquilo, talvez acreditasse em suas palavras verdadeiras.—Você não é como está dizendo que é, eu já te vi seminua e você não tem nada disso...você é linda, você não está acima do peso, muito pelo contrário...eu consigo ver suas costelas. Ser gorda não é algo ruim, e mesmo que você fosse não é um problema.—Shawn tentou lhe tranquilizar mas Carlyn continuava negando freneticamente.

—Você é como todos, só sabe mentir...eu nem sei mais o que é real e o que é falso saindo dos seus lábios.—ela rebateu se sentindo irritada. Aos seus olhos, tudo o que saía dos lábios do garoto eram baboseiras para lhe convencer do contrário, nem ele acreditava em suas palavras.

—Eu nunca mentiria pra você.—o tom dele saiu indignado como se não estivesse acreditando que ela estava o acusando de mentir.

—Eu...eu, eu não sei mais no que acreditar. Por que todos parecem que mentem pra mim?! Megan, tentando me convencer a algo por maldade, William..e você.

—O que tem o William?—o maxilar do garoto se enrijeceu no mesmo instante e seus olhos se tornaram gelos.

—Ele..n-não queria sair comigo, nunca quis, tu..tudo fazia parte de uma brincadeira. Ele me disse algumas verdades, apenas...confirmou o que sempre tentei guardar pra mim.—o choro da garota voltou a se intensificar ao repetir o momento de minutos atrás em sua cabeça.

—O que ele disse pra você?—Shawn havia se tornado uma estatura,todo seu corpo estava rígido.

—Eu sou estranha, sou esquisita, sou patética. Ninguém gosta de mim por que sou...horrorosa, Shawn.—Shawn mordeu seus lábios olhando pra cima procurando forças para não se levantar dali naquele instante e ir atrás de William em sua casa, com a raiva que estava sentindo seria capaz de matá-lo.

—Eu vou matar aquele filho da puta.—ele passou sua mão pelo rosto em um ato frustado.—Você não é nada disso que ele disse, acredite nisso da mesma forma que eu acredito. E eu gosto de você.—ele tentou lhe convencer do contrário novamente enquanto acariciava seus cabelos.

—Você não conta, é meu melhor amigo, estou falando de garotos.

—Eu sou um garoto.—Shawn se defendeu se sentindo ofendido.

—Você me entendeu, garotos com possíveis sentimentos por mim. Mas não existe, porque eu sou assim...todas as garotas têm alguém pra flertar, pra beijar, todos têm namorados, saem para encontros. Eu sou a única do segundo ano que ainda não saiu em um encontro, porque ninguém se interessa por mim, não os culpo...nem eu mesma se interessaria por mim.

—Você pode achar que não mas com certeza há diversos garotos que estão interessados em você mas você apenas não percebe.—Shawn pensou em Christian, da aula de matemática que já havia confessado para Shawn que estava afim de Carlyn mas que não tinha coragem de se declarar pra ela.

—Qual é Shawn...—ela disse se levantando do colo dele e ficando de frente para o garoto com as pernas cruzadas enquanto as de Shawn estavam esticadas.—Olhe pra mim, finja que não é meu melhor amigo, finja que não tem namorada, esqueça os últimos 10 anos no qual convivemos juntos. Esqueça que é como meu irmão...—a garota levou a palma de sua mão até seu rosto limpando o molhado. Foi inevitável a mexida desconfortável no nariz do garoto, algo nele odiava quando ela usava o termo "como irmãos".—Analise minha aparência, e me diga se você se interessaria em se relacionar romanticamente comigo.—ela o pediu, queria que ele esquecesse o "posto" de melhor amigo no qual a ver como uma garota perfeita pois ela acreditava que com certeza não era.

Shawn fez o que ela pediu. Olhou para as pernas compridas da garota, eram finas e longas por conta da perda de peso mas isso não a tornava menos atraente. Subiu seu olhar para o tronco da garota, seus seios eram quase inexistente mas ela sempre teve pequenos peitos, sua barriga se encontrava mais magra do que o normal. Por fim, o olhar dele pairou no rosto da garota que transmitia inocência, seu rosto não se encontrava mais tão redondinho como antes, estava mais cumprido, lábios um pouco brancos, a coloração de seus lábios havia se perdido após ela deixar de se alimentar bem, as maçãs do seu rosto estavam avermelhadas por conta do inchaço, seus cabelos se encontravam lisos e longos. Shawn tirou a conclusão que ela era a garota mais linda que conhecia, não importava como seu corpo estava, se estava gorda ou magra, se seus lábios se encontravam vermelhos ou brancos. A única coisa que lhe incomodava era que ao vê-la ali, não via sua melhor amiga, e sim uma garota manipulada pela sociedade a crer que o corpo perfeito necessitava ser magro e isso estava errado.

Puta merda, foi o primeiro pensamento de Shawn quando parou para pensar na pergunta de sua amiga.

Sim, ele se envolveria com ela. Milhões de vezes.

Algo nele, desde sua pré adolescência tentava se convencer que aquela aceleração quando estava próximo dela era normal, tentava se convencer de que quando quase a beijou era porque queria descobrir como era beijar e poderia ter sentido aquela vontade com qualquer uma. Tentava se convencer de que quando se masturbou pensando nela é porque estava com os hormônios à flor da pele e que na época estava tendo problemas com excitação então era conveniente sentir aquilo com alguém que confiava, tentava se convencer também que aquele ciúmes toda vez que ela falava com ele sobre algum garoto era apenas ciúmes bobo de proteção de melhor amigo.

Mas ao pensar na pergunta que ela lhe fez, "você se interessaria em se relacionar romanticamente comigo". Foi como se todos aqueles anos escondendo pra si o sentimento que sentia por Carlyn houvesse sido revelado. Era tão óbvio que estava apaixonado por ela que chegava a ser ridículo.

Poderia gostar de Lauren mas jamais seria capaz de olhá-la da mesma forma que olhava para Carlyn, ou atravessar a cidade apenas para comemorar ao lado dela porque não fazia sentido estar feliz e não compartilhar essa felicidade com ela. Jamais confiaria em Lauren, como confiava em Carlyn. Nunca sentiu tanto aquela vontade de beijar Lauren como sentiu por Carlyn quando estavam sentados naquela cama. Havia uma vontade gritante dentro de si para puxar o rosto avermelhado da garota e levar seus lábios até os dele, beijaria ela sem parar mesmo que faltasse fôlego. Nunca desejou tanto tirar a roupa de uma garota como sentiu vontade de tirar a de Carlyn.

—E-Eu...—o garoto falhou em suas palavras. Não sabia o que deveria dizer, falar tudo o que se passava em sua cabeça não era uma opção, toda a amizade seria jogada fora no mesmo segundo.

—Já entendi...você é bonzinho de mais até pra tentar convencer uma garota que ela não é feia mesmo que signifique mentir.—Carlyn tomou a iniciativa de se levantar da cama se sentindo irritada, queria ir até a porta de seu quarto e abrir para mandar Shawn ir embora, eles conversavam depois. Mas Shawn foi rápido ao levar sua mão para o joelho da garota indicando que era pra ela ficar.

—Se eu não te visse como uma irmã, eu me interessaria por você. Porque você é a melhor pessoa que eu conheço, a minha pessoa favorita no mundo. Você é perfeita e não digo isso porque sou seu melhor amigo, digo isso porque você é perfeita, você é linda, você é inteligente, é engraçada, é companheira, é doce, é carinhosa , atraente, protetora...você é incrível. E...eu sei que você não acredita em nada que eu esteja dizendo, mas vamos trabalhar nisso, eu vou te ajudar a olhar no espelho e amar o que ver, mesmo que precise que eu passe a noite inteira dizendo todas as suas qualidades, talvez vamos precisar de duas noites porque são muitos...eu te amo Carlyn, você é linda e especial, não deixe que um babaca idiota te convença do contrário. E principalmente...não deixe que seu reflexo no espelho diga o contrário.—as palavras do garoto foram ditas enquanto seu polegar acariciava a bochecha da garota e uma lágrima solitária caiu dos olhos dela antes que um sorriso surgisse em seus lábios.

—Obrigada, você também é a minha pessoa favorita no mundo.—ela arriscou um sorriso murcho porém se desfez por conta da fungada que deu após as lágrimas voltarem a descer mas dessa vez não eram lágrimas de tristeza.

—Vem, vamos deitar.—Shawn disse se organizando na cama, assim que sua cabeça se encontrou com o travesseiro macio Carlyn foi até ele fazendo o mesmo.

A garota se deitou de costas para Shawn e colocou a cabeça no travesseiro em que Shawn estava mesmo tendo outro para usar, eles sempre dividiam quando dormiam juntos. O garoto passou seus braços pela cintura de Carlyn fazendo eles ficarem de conchinha e Carlyn segurou a mão dele com a sua.
Mesmo sendo apenas duas horas da tarde, eles pegaram no sono rapidamente e assim foi pelo restante do dia. Acordaram por volta das oito da noite porém continuaram na cama, na mesma posição em que estavam. Eles conversaram por um tempo, Shawn fez algumas piadinhas sem graça e Carly riu por isso. Por volta das dez da noite, Carlyn voltou a se lembrar das palavras de William e em como odiava não ter o corpo perfeito como os das garotas que via nos filmes e no Instagram, ela chorou novamente e Shawn fez o mesmo pois odiava vê-la daquela forma, aquilo estava o machucando também.

Shawn se levantou da cama após ela ir dormir chorando e desceu para o andar de baixo à procura dos pais da garota, Rose e Bailey estranharam o sumiço de sua filha e quando procuraram ela no quarto encontraram os dois dormindo por isso resolveram não incomodar.

—Carlyn precisa de uma nova psicóloga.—o garoto disse assim que entrou na cozinha encontrando os pais da garota no cômodo.

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